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DO DIREITO PROCESSUAL

Diante dos estudos desenvolvidos até o presente momento, verifica-


se que haverá ainda, de encontrar-se conceituado o Direito Processual,
como sendo o conjunto de normas e princípios, que determinando a atuação
em conjunto dos sujeitos da relação jurídica processual (Autor, Estado-Juiz
e Réu), importa no estabelecimento daquilo que poderá vir a ser
denominado de “método de trabalho”, a partir do qual haverão de
encontrar- se definidas as regras de atuação de cada um dos envolvidos
junto da referida relação.
Encontra-se, portanto, o Direito Processual a serviço do Direito
Material, qual seja, aquele que se encontra associado ao direito
eventualmente lesado, na medida em que permite através dos institutos até
o presente abordados (jurisdição, ação e processo), garantir a aplicação das
normas inerentes ao último, ao chamado “caso concreto”.
Considerando a evolução histórica do Direito Processual, verifica-se
que após a proclamação de independência, ocorrida em 07.09.1822, ainda
que, diante da ruptura com a metrópole, prevalecera no país o direito
lusitano, fato justificado por conta do decreto de 20.10.1823, através do
qual mantidas as ordenações do reino dentre as quais se destacam as
ordenações filipinas.
No que tange ao referido ordenamento, destaca-se o texto do Livro V,
no qual conjugado o direito material penal, associado à norma processual
atinente a matéria, estando junto ao mesmo previstas modalidades de pena
cujo caráter desumano impressiona pela crueldade com a qual impostas, a
exemplo do que ocorre com os açoites, tormentos e
tortura, no presente vedada pelo que dispõe o texto do art. 5º, inciso XLIII,
da C.F/88, associado ao teor da Lei 9.455/97, em descompasso com o
entendimento progressista recomendado pelo Marquês de Beccaria, junto a
célebre obra “Dos Delitos e das Penas”, de acordo com o qual a retribuição
do Estado ao mal injusto praticado pelo delinqüente, haverá de ocorrer na
justa medida daquele, sem que quaisquer excessos sejam admitidos.
Por conta do fato, a primeira constituição do país, a constituição do
império, de 1824, manifesta-se no sentido de recomendar a urgente
elaboração de um código criminal, fundado sobre as bases da justiça e da
equidade.
Daí, o surgimento do código penal de 1830, sucedido pelo código de
processo penal de 1832, combinando características dos sistemas inglês e
francês, gerando, portanto, um sistema misto ou eclético, não se
constituindo em ordenamento genuinamente nacional por conta do fato.
Como primeiro registro de código processual legitimamente
nacional, apresenta-se o Regulamento 737, de 1850, que estabelece regras
processuais com relação ao código comercial, do mesmo ano, havendo sido
estendida a aplicação do mesmo ao processo civil, por conta do decreto nº
763, de 16.09.1890, salvo com raras exceções.
Sendo certo, que o direito processual, a exemplo do que ocorre com
todos os ramos do direito, encontra-se em permanente mutação,
apresentam-se reformas legislativas periódicas como forma de atualização,
a exemplo do que ocorrera com o código de processo civil atual,
promulgado por força da lei 5.869/73, em substituição ao anterior de 1939.
Ainda, ao par de reformas amplas como aquela acima mencionada,
verifica-se a edição de leis modificativas dos códigos vigentes, de forma a
altera-los parcialmente, com relação a matéria específica, denominadas por
assim dizer de “mini-reformas” dos estatutos processuais principais, a saber
,o código de processo civil, o código de processo penal e a consolidação
das leis do trabalho (CLT).
Iniciando-se pelo estatuto processual civil, destacam-se as seguintes
leis:
- Lei 8.009/90 (“bem de família”), estabelece a
impenhorabilidade de imóvel residencial do executado,
entendimento modificado posteriormente diante de
manifestação por parte dos Tribunais Pátrios inicialmente, de
modo a excepcionar determinadas circunstâncias, como
aquela a partir da qual em caso de fiança prestada em
contrato de locação verifica-se a não-incidência do critério
estabelecido a partir do dispositivo em comento;
- Lei 8.078/90 (código de defesa do consumidor), firma regras
através das quais encontra-se regulada a relação que se
estabelece entre prestador de serviço e consumidor,
privilegiando o último em função da condição de
hipossuficiente com relação ao primeiro, fato confirmado
pela inversão do ônus da prova, acerca da qual dispõe o art.
6º, inciso VIII, CDC;
- Lei 8.710/93, amplia o cabimento das hipóteses de citação
postal e da intimação das partes, outrossim, através do
correio, dando nova dicção aos termos dos art.s 221 e 222, do
CPC;
- Lei 9.099/95, disciplina o funcionamento e o processo junto
aos Juizados Especiais, afastando os efeitos da lei que
regulava o funcionamento dos juizados informais de
pequenas causas, extintos na atualidade, sujeitando-se os
feitos relativos à primeira a rito sumaríssimo;
- Lei 10.173/01, assegura prioridade de tramitação no
andamento dos feitos, a indivíduos com idade igual ou
superior a 65 (sessenta e cinco) anos, posteriormente
sucedida pela Lei 10.741/03 (Estatuto do Idoso), reduzindo o
referido critério temporal para 60 (sessenta) anos;
- Lei 11.232/05 (Lei do Cumprimento de Sentença), alterando
a aplicação do que prevê o art. 584, do CPC, cujo conteúdo
no que se refere aos títulos executivos judiciais (sentenças),
transposto por força da mesma, para o art. 475-N, do mesmo
codex, no sentido de estabelecer a desnecessidade, no que se
refere aos mesmos da instauração de um processo autônomo
de execução, bastando ao exeqüente simples requerimento,
dispensando-se a apresentação de petição inicial, no sentido
do pagamento daquilo que se encontra estabelecido pelo
processo de conhecimento.
- Lei 11.382/06, alterando o processo de execução por título
executivo extra-judicial, conferindo ao devedor o prazo de 03
(três) dias para o pagamento, não se lhe encontrando mais
facultado proceder a indicação de bens a penhora, haja vista
que tal medida passara a militar em favor do credor,
estendido o prazo para o oferecimento de embargos à
execução para 15 (quinze) dias, havendo de serem recebidos
os mesmos apenas, no efeito devolutivo, verificando-se
ainda, a consagração da possibilidade do bloqueio de ativos
existentes em nome do devedor, pelo que prevê o art. 655-A.
- Lei 11.441/07, alterando os dispositivos atinentes a questão
do inventário e partilha, assim como da separação judicial e
divórcio, desde que sejam consensuais, admitindo que se
procedam as medidas aos mesmos pertinentes, mediante ato
notarial com a lavratura de escritura pública, que se
constituíra em título hábil para registro civil e de imóveis.
Quanto às leis modificativas do código de processo penal,
apresentam-se em destaque, as seguintes:

- Lei 8.072/90 (lei dos crimes hediondos), cuja interpretação recente


procedida pelo STF, permitira àqueles cuja conduta a mesma se sujeitara, a
progressão do regime de cumprimento da pena, em consagração ao
princípio da individualização da pena, previsto pelo art. 5º, inciso XLVI, da
C.F/88;
- Lei 10.259/01 (lei dos juizados especiais federais), que estabelece
os juizados especiais cíveis e criminais federais, atribuindo-lhes
competência para processar e julgar as causas cíveis envolvendo a União,
assim como aquelas relativas às pessoas jurídicas com a mesma
relacionadas, assim como no que se refere às causas criminais, competente
para o julgamento dos crimes que não envolvendo violência e/ou grave
ameaça, sejam apenados com até 02 (dois) anos.
Cumpre destacar, que por conta do mencionado dispositivo, alterado
o próprio critério previsto pela lei 9.099/95 (lei dos juizados especiais
estaduais), passando o mesmo a ser competente para o julgamento dos
delitos apenados com pena máxima de 02 (dois) anos, quando pelo texto
originário da lei, encontrava-se previsto 01 (hum) ano, com relação aos
delitos de menor potencial ofensivo, diante da observância ao princípio da
isonomia, a ser decerto violado em caso de admitir-se determinadas
hipóteses diante das quais apenas, em razão de condições peculiares estar-
se-ia aplicando critérios distintos, como no caso de desacato a servidor
público federal e estadual;
- Lei 10.792/03, que procedera a profundas mudanças, tanto com
relação ao texto da Lei 7.210/84 (Lei de Execução Penal), passando a
estabelecer o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), como com relação
ao próprio CPP, no que se refere ao interrogatório do acusado, tratado pelo
art. 185, do referido estatuto, passando a admitir-se a realização de
reperguntas através do juiz, passando a ser o interrogatório claramente
meio de auto-defesa por parte do acusado na medida em que se lhe
encontra facultado oferecer a própria versão dos fatos, de acordo com a tese
sustentada pela defesa técnica, além de estabelecer a hipótese em claro
atendimento aos interesses desta, da possibilidade de entrevista reservada
com o acusado, alterando os termos do dispositivo retro-referido,
acrescentando ao mesmo o § 2º.

No que se refere às reformas empreendidas junto à legislação


trabalhista, destacam-se as seguintes:

- EC nº 24/99, extinguindo a figura das juntas de conciliação e


julgamento, sobre as quais dispunha a CLT, compostas por juiz togado e
juízes classistas representantes do empregado e do empregador,
substituindo-as pelas varas do trabalho (federais), agora monocráticas
presididas por juiz do trabalho, e não mais, juiz-presidente, enquanto as
primeiras apresentavam-se como colegiado;
- Lei 9.957/00, que instituiu o rito sumaríssimo junto à justiça do
trabalho, com relação às causas envolvendo valores de até 40 (quarenta)
salários-mínimos, tornando obrigatória a liquidação do valor das parcelas
referentes ao pleito manifestado pelo empregado, sob pena de extinção do
feito sem o julgamento do mérito;
- Lei 9.958/00, pela criação das comissões de conciliação prévia, as
quais nos termos do art. 625 A-H da CLT, haverá de ser encaminhada
preliminarmente a demanda, sob pena de extinção do processo sem o
julgamento do mérito, malgrado ainda, reconhecer-se a necessidade da
proposta conciliatória em Juízo, em duas oportunidades distintas, pelo que
dispõem os art.s 846 e 850;
- por fim, e não menos importante, a EC 45/04, pela alteração da
competência da Justiça Trabalhista , art. 114, C.F/88, para a apreciação dos
litígios envolvendo não apenas, a relação de emprego entre empregador e
empregado, definida nos termos dos art.s 2º e 3º, da norma consolidada,
mas, também, para a apreciação das relações de trabalho, mais abrangentes,
considerando, inclusive, a prestação de serviço autônomo, pelo que dispõe
o inciso I, do referido dispositivo, admitindo-se ainda, a competência para a
apreciação de dano moral e patrimonial associados as mesmas, com fulcro
no inciso VI.
LINHAS EVOLUTIVAS

Sendo certo, tratar-se o processo de atividade desenvolvida pelo


Judiciário no sentido de proceder à pacificação dos litígios, na forma da
jurisdição, constitui-se em instrumento de modo a servir a sociedade e ao
Estado, de maneira célere e eficiente.
Desta forma, verificando-se que as reformas empreendidas junto ao
ordenamento processual (CPC, CPP e CLT), visam precipuamente a
atualização do sistema, constata-se que decorrem as mesmas da evolução
do direito processual atendido por 03 (três) fases principais.
A primeira fase, marcada pelo sincretismo, que prevalecera até
meados do século XIX, associa a existência do direito processual ao direito
material, do qual dependeria de maneira indissociável, sendo mera forma
de exercício de direitos, estando, portanto, segundo supunham, conjugada a
existência de ambos, ou seja, não haveria a existência do direito processual
como ramo do direito autônomo, daí o conceito não mais admitido de
direito substantivo e direito adjetivo.
Na segunda fase, denominada de autonomista ou conceitual,
reconhecida à existência do direito processual como ciência autônoma,
faltando-lhe, porém, uma visão crítica, acerca da finalidade do processo
como forma de atendimento a população destinatária, através de resultados
práticos.
Justamente, nesta fase é que desenvolvidas as grandes teorias do
direito processual, tais como, aquelas associadas à natureza jurídica da
ação, dos pressupostos processuais e das condições da ação, decorrentes
dos estudos desenvolvidos por Enrico Tullio Liebmam.
No presente, nos encontramos na fase instrumentalista, caracterizada
por uma visão objetiva e crítica, relacionada ao fato de que o sistema visa a
produzir justiça entre os membros da sociedade, através de resultados
práticos dirigidos a população destinatária.
Cumpre destacar, que a presente fase, da forma como demonstram as
alterações legislativas ou mini-reformas referidas em linhas anteriores,
encontra-se em curso estando envolvida num processo de atualização de
normas no sentido de imprimir maior eficiência as normas processuais.
Temos, portanto, que o direito processual, vem sendo marcado por
um processo evolutivo, de acordo com o qual haverá de ser transportado do
plano abstrato ao plano concreto, citando-se como exemplo o caso da tutela
antecipada, prevista pelo art. 273, do CPC, ou mesmo da ação monitória,
art.s 1.102 e seg.s do mesmo código, como forma de permitir maior rapidez
e satisfação com relação ao aguardado provimento jurisdicional; do plano
nacional para o internacional, haja vista que haverá de ocorrer tanto a
facilitação do cumprimento de sentenças estrangeiras, como, também, das
diversas formas de comunicação processual, na forma da competência
atribuída ao STJ, por conta da EC 45/04, e por fim, do plano individual que
prevalecera do século XIX até meados do século XX, para o plano social,
com o reconhecimento da existência da denominada sociedade de massa,
na qual os interesses passam a ser supra-individuais, como no caso dos
interesses difusos e coletivos, prevalecendo sobre os interesses individuais.
No que se refere à evolução doutrinária do direito processual no
Brasil, frisa-se que encontra relação direta com o próprio desenvolvimento
do direito processual na Europa, tida como pólo irradiador do
conhecimento relacionado ao mundo ocidental até o advento da segunda
grande guerra.
Com efeito, verifica-se que a célebre polêmica travada entre dois
estudiosos do direito romano, Bernhard Windscheid e Theodor Muther,
entre os anos de 1856 e 1857, na Alemanha, decidida em favor do último,
com o acolhimento do primeiro, que sustentava até então a aplicação da
“actio”, do direito romano, tanto ao direito material quanto ao direito
processual, do fato da existência de um direito de agir dirigido inicialmente
em face do Estado e de um outro direito a ser exercido em desfavor do
sujeito passivo da demanda (réu), assumindo, portanto, a existência do
caráter autônomo do direito processual com relação ao direito material, o
que resultara definitivamente estabelecido a partir da obra de Oskar von
Bullow, denominada de “A Teoria das Exceções Processuais e os
Pressupostos Processuais”, escrita na cidade alemã de Ciessen, no ano de
1868, com o reconhecimento da existência da relação jurídica processual
autônoma, sendo a mesma àquela a qual integram Autor, Réu e Estado-Juiz,
na condição de sujeitos, distinta da relação de direito material, possuindo
método e objeto próprios.
No que se refere ao direito processual pátrio, até então alijado dos
rumos estabelecidos pelo pensamento desenvolvido no velho mundo, viu-se
afetado pelo processo evolutivo acima referido pela transferência para o
país do discípulo de Giuseppe Chiovenda, reconhecido como maior
processualista italiano, Enrico Tullio Liebmam, profundo conhecedor da
obra de Francesco Carnelutti, responsável pela clássica definição do
conceito de “lide”, a ser abordado a seguir.
Lecionando junto à faculdade de direito do estado de São
Paulo, a partir do ano de 1940, na condição de professor visitante, adquirira
viva intimidade com o ordenamento lusitano, cuja influência dera-se sobre
nós de acordo com a relação mantida em período anterior e mesmo
posterior a proclamação de independência, por força do decreto de 1823,
entre a metrópole e a colônia, na forma das ordenações do reino,
desenvolvendo a partir daí a tendência instrumentalista moderna.
Destaca-se, que a associação entre o referido mestre e àqueles
que passaram a compartilhar de suas idéias, importara no reconhecimento
de determinados pressupostos de estudo, dentre os quais se destaca a
instrumentalidade do direito processual, como incapaz de gerar direitos, os
quais se encontram reconhecidos e determinados pelo direito material,
tornando-os exeqüíveis a partir do processo, gerando por conseqüência o
surgimento de uma teoria geral do processo.

DA AUTOTUTELA À JURISDIÇÃO

Considerando-se ser o sistema jurídico, ou o conjunto de


normas jurídicas, um subconjunto das normas sociais, as quais integram,
outrossim, as normas do trato social, as normas morais e as normas
religiosas, verifica-se que se encontram todas na condição de normas de
direção de condutas, sendo que notadamente ao direito cabe a função de
dirimir conflitos através da jurisdição, enquanto função pacificadora do
Estado, dentre as demais atividades estatais.
Sendo certo, que em estágios primitivos da civilização não
havia a definição de tal atribuição ao Estado, sequer constituído à época,
verifica-se que não houve desenvolvimento linear no modo de tratamento
dos conflitos, considerando a evolução do homem primitivo até a de
jurisdicionado, como sujeito à manifestação do Estado através da função
estatal judiciária.
Frisa-se que a referida evolução encontra-se influenciada
diretamente, pela titularidade do poder de decidir os conflitos, cabendo a
mesma inicialmente aos indivíduos e posteriormente, ao Estado, adotando-
se os conceitos de heteronomia e de autonomia, respectivamente com
relação à participação ou não, do mesmo.
Daí, encontram-se inseridos no conceito de autonomia, a auto-
tutela e a auto-composição, enquanto que relacionados à heteronomia, a
jurisdição e a arbitragem ou juízo arbitral.
Por conseguinte, forçoso concluir que considerando à
inclinação do homem primitivo a solucionar os eventuais conflitos através
da força, independentemente da atuação do Estado, encontra-se o referido
período histórico caracterizado como de autodefesa ou de autotutela.
Cumpre destacar, que o referido meio de solução dos conflitos
encontra-se calcado na dita lei do mais forte, estabelecendo a supremacia
deste sobre àquele que se encontra em condição de desvantagem, inclusive,
física.
A título de exemplo, cita-se a circunstância na qual
determinado locador em não havendo sido atendido na necessidade do
pagamento mensal do valor correspondente aos alugueres, retira o locatário
ou inquilino do imóvel locado, valendo-se de meios violentos, estando o
fato caracterizado do ponto de vista do direito penal, nos termos do art.
345, do CP, como exercício arbitrário das próprias razões, portanto, vedado
por iniciativa do legislador.
De outro lado, apresentam-se como hipóteses de exceção, a
autorização expressa do legislador, para os casos de legítima defesa, tratada
pelos art.s 23 e 25, do CP, e desforço imediato, previsto pelo art. 1.210, §
1º, do CC.
Verifica-se, portanto, que no caso em questão há a imposição
da vontade de um indivíduo sobre outro e portanto, a manifestação de
vontade de apenas, um dos envolvidos.
Já no caso da auto-composição, ocorrerá à manifestação de
vontade de ambos envolvidos, como no caso em que diante de acidente
envolvendo veículos automotores, decidem-se os condutores por arcarem
reciprocamente com os prejuízos resultantes do evento, admitindo-se a sub-
divisão do instituto em submissão, renúncia e transação, sendo certo que de
todas as hipóteses exsurge algum grau de parcialidade atendendo a
determinado interesse.
Mostra-se claramente, por conseguinte, que em ambas as
hipóteses, verifica-se a inexistência de manifestação do Estado na
composição dos interesses envolvidos.
No que se refere à heteronomia, verifica-se claramente a
influência de fator externo, no caso da arbitragem e da jurisdição.
Com efeito, verifica-se que no que se refere à arbitragem, no
presente regida pela Lei 9.307/96, há a atribuição ao árbitro da competência
para dirimir o conflito estabelecido entre as partes, sendo àquele, portanto,
elemento estranho a relação da qual se originara o litígio.
No que tange a jurisdição, há a intervenção do Estado na
solução dos litígios no exercício da função pacificadora inerente ao mesmo,
submetendo-se as partes, no que se refere à jurisdição contenciosa, a
manifestação incontestável daquele.
Sendo certo, que se constitui de regra na atualidade a
jurisdição como forma de solução dos conflitos, se apresentam os meios
alternativos de pacificação social, no caso a conciliação, a exemplo daquilo
que se encontra previsto pelo art. 2º, da Lei 9.099/95, e a arbitragem.
Com relação à primeira, vê-se que ganha relevo notadamente
com relação ao rito estabelecido pela Lei 9.099/95 (Lei dos Juizados
Especiais), com a previsão da audiência de conciliação, na qual estimuladas
as partes a composição dos interesses em litígio, assim como ocorre com a
proposta conciliatória obrigatória verificada com relação à reclamação
trabalhista, prevista pelos art.s 847 e 850, da CLT.
Sendo que a solução dos conflitos acima mencionados, seja da
forma convencional ou através dos meios alternativos, passa pelo
reconhecimento da existência de interesses conflitantes no que se refere aos
denominados “bens da vida”, que vem a ser todas as coisas, situações ou
mesmo pessoas que de algum modo possam ser objeto de aspirações e de
direitos, reconhecido o fato de que com relação a estes haja a chamada
pretensão resistida, ou seja a não-concordância com relação aos interesses
manifestados por um determinado indivíduo.
Por conta do fato, surge o fenômeno denominado de “lide”,
que vem a ser de acordo com a clássica definição de Carnelutti, o “conflito
intersubjetivo de interesses, caracterizado por uma pretensão resistida”, a
ser decidido por uma das formas acima mencionadas de solução de litígios.

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