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GT ENERGIA DO

CRITÉRIOS E INDICADORES
DE SUSTENTABILIDADE
PARA BIOENERGIA
Documento elaborado por Artur Moret 1, Délcio
Rodrigues2 e Lúcia Ortiz3 com aporte das discus-
sões no âmbito do GT Energia do do Fórum Brasi-
leiro de ONGs e Movimentos Sociais (FBOMS)4

Fevereiro de 2006

1
FOREN – arturmoret@ig.com.br
2
Instituto Vitae Civilis – energia@vitaecivilis.org.br
3
Núcleo Amigos da Terra / Brasil – lucia@natbrasil.org.br
4
O GT Energia é composto pro mais de 70 representantes de ONGs, movimentos sociais e sindicatos de trabalhadores do Brasil quedebates e realizam ações articuladas sobre as
políticas públicas na área de energia. O Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento – FBOMS foi criado em 1990 por ocasião do
início do ciclo de conferências da ONU sobre desenvolvimento sustentável, e atualmente reúne mais de 500 entidades no Brasil. Por mais de uma década tem articulado ONGs
ambientalistas, sindicatos e movimentos sociais na formulação de modelos alternativos a serem incorporados nas políticas públicas para um Brasil sustentável.
1. Por que critérios e indicadores Agroenergia, do Mecanismo de
de sustentabilidade para energia Desenvolvimento Limpo (MDL) e
das negociações comerciais inter-
da biomassa? nacionais envolvendo a bioenergia.

O cenário internacional desenhado pela escassez


de petróleo que se avizinha e pelas mudanças climáticas 2. Princípios básicos para o desenvolvimento de
geradas pela queima de combustíveis fósseis soma-se às
características da economia brasileira para pressionar pelo critérios e indicadores de sustentabilidade para
forte aumento da produção de energia a partir da biomassa
neste início do século XXI.
energia da biomassa
O Brasil tem seu desenvolvimento econômico his- A proposta deste texto é desenvolver um con-
tórico fortemente ligado ao uso da energia da biomassa: junto de critérios e indicadores de sustentabilidade para
desde seus primórdios históricos, nos primeiros ciclos eco- balizar a discussão entre os diversos segmentos soci-
nômicos ligados ao açúcar, até as florestas energéticas para ais e econômicos envolvidos nos empreendimentos de
a siderurgia e o pró-álcool nas últimas décadas do século geração de energia a partir da biomassa, nas suas di-
XX e, mais recentemente, o programa do governo federal mensões sociais, ambientais e econômicas.
para o biodiesel, muitas foram as ações, políticas públicas
e investimentos privados que desenvolveram tecnologias Entende-se neste texto como critérios de
e mecanismos de gestão capazes de gerar um salto em sustentabilidade um conjunto de definições de dife-
direção a uma grande ampliação da escala de geração rentes aspectos que devem ser considerados, de for-
desta fonte de energia. No entanto, este mesmo processo ma complementar e interdependente, na avaliação de
deixou marcas cruéis na devastação de biomas, na con- empreendimentos, conjugados a metas e princípios que
centração de renda e na expulsão de populações tradicio- se pretende alcançar para o desenvolvimento
nais de suas terras. socioambiental do país e de suas diferentes popula-
ções. Entende-se por indicadores de sustentabilidade
O Grupo de Trabalho em Energia do Fórum Brasi- parâmetros que possam ser utilizados como medida do
leiro de ONGs e Movimentos Sociais (GTE-FBOMS), a partir cumprimento destes critérios.
da experiência de seus membros no trato com as popula-
ções atingidas por empreendimentos de geração de ener- Para a definição dos critérios e indicadores par-
gia, pretende com este texto contribuir para que a amplia- tem-se dos seguintes princípios:
ção da geração de energia a partir da biomassa – seja via
biocombustíveis líquidos, seja pela geração de energia elé- Princípio da visão de um futuro sustentável
trica a partir de resíduos e outras fontes de biomassa –
prevista para os próximos anos, aconteça de forma dife- Os empreendimentos devem ser analisados
renciada, respeitando culturas e modos de vida tradicio- quanto à sua sustentabilidade a partir de uma visão de
nais, promovendo a inclusão social e o desenvolvimento futuro para o país, o que vai além da análise de proje-
sustentável local, ao mesmo tempo em que contribua para tos específicos. A questão da produção de energia,
substituição do uso dos combustíveis fósseis e para a di- mesmo que de forma renovável, não pode ser vista
minuição dos problemas de poluição e aquecimento glo- dissociada de um contexto e do desejo de desenvolvi-
bais associados. mento de um novo modelo de sociedade, que contem-
ple o fortalecimento da agroecologia e da agricultura
Para isto, o presente texto apresenta uma série de familiar como modelo transformador e auto-suficiente
critérios e indicadores de sustentabilidade para a geração em alimentos e energia; o uso prudente e eficiente dos
de energia renovável da biomassa, discutidos no âmbito recursos naturais; a melhoria da distribuição de renda;
do GTE-FBOMS, na tentativa de contextualizar e o controle social sobre o que se produz e o como se
aprofundar o debate nacional e internacional sobre os fu- produz; a descentralização da produção e consumo e
turos empreendimentos, de modo participativo e engajado. o menor impacto negativo possível sobre os biomas
A consolidação destas propostas pode tornar-se instrumen- naturais.
to das organizações e movimentos da sociedade civil bra- Em relação aos biomas, dado o avançado está-
sileira para a incidência sobre as políticas nacionais e in- gio de degradação da Mata Atlântica, do Cerrado e dos
ternacionais relacionadas, em desenvolvimento ou Campos Sulinos, e a aceleração dos processos de de-
implementação, como é o caso da II fase do PROINFA, do gradação de outros biomas como o da Floresta Ama-
programa nacional do Biodiesel, da Política Nacional de zônica, quaisquer novos empreendimentos não os de-
vem ameaçar, pelo contrário, de- respeitados e considerados nos modelos de desenvol-
vem contribuir para sua recupera- vimento que venham a ser adotados. O objetivo de lu-
ção, de maneira que as próximas cro em curto prazo deve ser substituído por aqueles que
gerações possam usufruir destes visem o desenvolvimento alicerçado no uso prudente e
biomas nas suas dimensões econô- eficiente dos recursos naturais. Os fluxos materiais e
micas e de geração de prazer e alegria. energéticos desnecessários característicos da atual eco-
nomia globalizada devem ser evitados, dando lugar aos
Princípio da justiça ambiental sistemas sócio-econômicos descentralizados e diversi-
ficados com maior potencial de auto-suficiência e com
A justiça ambiental deve ser tomada como princípio capacidade de integração solidária aos sistemas e po-
básico da sustentabilidade, o que implica pensar o acesso vos vizinhos, que não implique exploração dos mesmos
democrático aos recursos naturais e a imposição do menor para a satisfação de suas demandas econômicas.
ônus possível das conseqüências do desenvolvimento
econômico às populações pobres, sejam urbanas, rurais
ou étnicas. Isto porque se trata de construir uma sociedade 3.Critérios e indicadores gerais de
sustentável e não meramente de avaliar a viabilidade ou
sustentabilidade de projetos voltados a interesses sustentabilidade para geração de energia
econômicos restritos. Para isto, as ações ou medidas de
cunho político ou econômico que visam o desenvolvimento
devem ser ancoradas em objetivos de longo prazo e no 3.1 Controle social
uso dos recursos naturais de forma sustentável, sempre
promovendo a equidade, o respeito às diferenças sociais, O controle social dos empreendimentos
de gênero e culturais. energéticos compreende o entendimento por parte da
população afetada e dos beneficiários do ‘para quê’ e
Princípio do interesse social do ‘para quem’ a energia é produzida, ou seja, qual papel
tem uma determinada técnica, empresa ou projeto no
Segundo o qual os empreendimentos de geração contexto socioambiental local e na construção de uma
de energia devem acima de tudo visar à inclusão social e sociedade sustentável. Os mecanismos de controle
ao acesso à energia e não aos interesses específicos de social devem ser capazes de incluir agentes
setores econômicos energo-intensivos. representativos locais e também representantes da
sociedade civil nacionalmente organizada, que consigam
Princípio da autonomia gerar diretrizes para os empreendimentos que
harmonizem os interesses da sociedade local com os
Segundo o qual os empreendimentos devem con- interesses nacionais.
tribuir para a autonomia energética das comunidades e dos
povos, para a inovação tecnológica, a utilização de Possíveis indicadores de controle social incluem:
tecnologias apropriadas, a transferência de tecnologia, o participação de representantes de entidades
desenvolvimento de tecnologias nacionais por meio da socioambientais; participação das comunidades de
aplicação dos recursos existentes de Ciência, Tecnologia maneira deliberativa e não apenas consultiva; grau de
e Informação e para a promoção da descentralização da inclusão da população local na concepção dos
geração de energia. empreendimentos; conhecimento da proposta e de
alternativas.
Princípio da avaliação prévia
3.2 Participação na tomada de decisão
Parte-se do princípio que a sustentabilidade de pro-
jetos com impactos relevantes deve ser avaliada quanto a
A avaliação e a gestão dos impactos
seus aspectos individuais e cumulativos antes mesmo de
socioambientais dos
se iniciar sua avaliação econômica, financeira, institucional
empreendimentos não é
e técnica.
suficiente para evitar os
conflitos. A participação
Princípio de Economia Ecológica
social deve ser entendida
como a efetiva influência
Sendo o sistema econômico um subsistema de um
nas decisões, que é
todo maior que o contém, o que impõe em longo prazo
diferente da mera presença
uma restrição absoluta à sua expansão, é necessário que
dos afetados pelos projetos
os limites ecológicos à economia, aí consideradas as ate-
em reuniões (audiências
nuações resultantes dos progressos tecnológicos, sejam
públicas, seminários, eventos). É
imprescindível a qualificação da participação,
compreendendo a formação das comunidades e de seus 3.3 Forma de gestão do
representantes para a efetiva intervenção. É fundamental
também que se estabeleçam claramente os espaços onde empreendimento
pode se dar a efetiva influência nos processos decisórios,
o que não ocorre nos atuais procedimentos do Os empreendimentos devem
licenciamento. ser capazes de trazer benefícios con-
cretos à população atingida, principalmen-
Segundo o Observatório do Clima: te no que toca à geração de emprego e renda (ver
critério 3.4). Acima de tudo, estes devem ser capazes
“Devem ser estabelecidas as modalidades de envolver parcela significativa desta população, en-
por meio das quais o empreendedor deve tre aqueles que assim o desejarem, em atividades que
promover um processo de engajamento e possam promover a melhoria de sua condição de vida e
consulta das partes interessadas e ante- de suas famílias, de preferência por meio de cooperati-
cipação da divulgação de informações. vas de agricultores familiares ou associações comuni-
Por parte interessada entende-se indivídu- tárias com financiamento específico.
os ou grupos - direta e indiretamente – atin-
gidos pelo projeto, interessados e/ou que Possíveis indicadores da sustentabilidade quanto
tenham a capacidade de influenciar os seus à forma e participação na gestão incluem: estrutura da
resultados. organização para as tomadas de decisão, número de
Por engajamento entende-se a participação votantes e tomadores de decisão, envolvimento de
deste público em todos as etapas do proje- entidades representativas de trabalhadores locais na
to, começando pela sua concepção. gestão do empreendimento, participação da mulher nas
Por consulta entende-se uma ferramenta de cooperativas e associações e nos seus cargos de
administração da comunicação entre o em- diretoria; participação de populações tradicionais.
preendedor e o público, que pode ser feita
através de audiências públicas, pesquisas, 3.4 Geração emprego e renda
questionários, workshops, visitas, entre ou-
tras, e tem como objetivo identificar todos Não basta aos empreendimentos terem um ba-
os atores envolvidos, o escopo lanço positivo de geração de emprego se isto ocorrer
socioambiental dos impactos de modo a es- às custas do desemprego da população local ou às cus-
tabelecer um processo de envolvimento des- tas do envolvimento desta em contratos que gerem no-
tes atores no processo de formulação, vas formas de submissão como, por exemplo, são per-
implementação e monitoramento do cebidos pelos trabalhadores os contratos de fomento e
projeto.As informações necessárias para a de integração da produção muitas vezes utilizados no
adequada participação do público nesta con- agronegócio. Deve-se notar que, na maioria das vezes,
sulta deverão ser divulgadas com antece- na avaliação de número de empregos gerados em de-
dência e publicidade necessária para alcan- terminado projeto não são considerados os postos e
çar todos os públicos, direta ou indiretamen- possibilidades de trabalho que podem ser impactados
te, atingidos pelo projeto. O objetivo é enri- pelo empreendimento.
quecer o processo de tomada de decisão por
meio do envolvimento ativo dos atores rele- Os empreendimentos devem, na medida do pos-
vantes no âmbito do projeto”5 . sível, promover os agricultores familiares ao longo da
cadeia de produção, criar emprego e condições de tra-
balho para a população e a juventude do local de sua
Possíveis indicadores de participação na tomada implantação.
de decisão incluem: o número, os locais e as diferentes
formas das consultas, com destaque para a realização das Da mesma forma, a questão da renda deve ser
consultas nos locais demandados pela sociedade; a avaliada por meio da análise do incremento de um po-
acessibilidade dos locais de consulta às populações der aquisitivo que nem sempre é dado simplesmente
atingidas; as diferentes formas de publicidade utilizadas; a por meio da remuneração financeira, mas também da
efetividade do acesso à informação, no idioma nativo e em capacidade de produção e troca de bens e serviços
linguagem adequada. básicos locais, bem como do fortalecimento de merca-
dos locais e dos sistemas como as redes de economia

1
Critérios de Sustentabilidade para Projetos de MDL no Brasil; adaptado de Paper escrito por Silvia Llosa para o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e o Observatório
do Clima pelo CES-FGV
popular solidária. Enfim, o au- de longas distanciais que muitas vezes é necessário para
mento ou a geração de renda a coleta de lenha no meio rural.
deve traduzir-se em melhores
condições de vida e não ser per- Tendo em vista os direitos da mulher, e seu reco-
cebida apenas como um valor mo- nhecido papel na economia e no uso consciente e efici-
netário. ente de energia, sua participação na gestão da energia é
fundamental.
Possíveis indicadores para a geração
de emprego e renda são: o número de empre- Possíveis indicadores de igualdade de gênero são:
gos ou postos de trabalho por unidade de energia produzi- existência de políticas e programas voltados à igualdade
da em toda a cadeia produtiva, assim como na instalação de gênero, à valorização da mulher e à capacitação para
e na operação do empreendimento; a participação de em- atuação nas tomadas de decisão sobre os empreendi-
preendedores e da população local nos lucros do empre- mentos; melhoria na qualidade do ar interno às habita-
endimento; a geração de novas oportunidades e fontes de ções; horas de trabalho doméstico liberadas para a mu-
renda locais; a relação entre os postos de trabalho locais lher em virtude do acesso à energia.
antes e depois do empreendimento; índices de aumento
de poder aquisitivo da população local, entre outros. 3.7 Adequação legal
3.5 Inclusão social Os empreendimentos devem respeitar todas as
normas e leis aplicáveis ao município e estado em que
Numa sociedade tão dividida e excludente como a operam, além de respeitar os tratados e acordos interna-
brasileira, quaisquer novos projetos devem tomar o desen- cionais assinados pelo país.
volvimento socioambiental como um de seus objetivos
prioritários. Assim, estes devem considerar a capacitação Na atual realidade brasileira, é necessário também
e o compartilhamento do conhecimento e serem geridos adequar as leis às realidades locais e regionais no que se
com forte grau de responsabilidade social, tanto para os refere à produção e à distribuição de energia por parte
públicos interno quanto externo. das cooperativas de pequenos produtores independen-
tes ou associações comunitárias, hoje legalmente impe-
Possíveis indicadores de inclusão social são: nú- didas de distribuir a energia gerada em seus pequenos
mero de famílias antes sem acesso à energia beneficiadas projetos descentralizados para as comunidades vizinhas
pelo empreendimento; medidas da qualidade e conformida- em regiões isoladas e sem acesso que foram concedidas
de dos re-assentamentos involuntários quando necessários às grandes concessionárias.
e aceitos; medições do impacto na qualidade de vida das
comunidades; abrangência e qualidade dos programas Os indicadores de adequação legal devem ser
sociais, em especial de saúde e educação; avaliação e o determinados em função do empreendimento e da região
monitoramento epidemiológico; contribuição para acesso a em que estão localizados, mas deve-se procurar medir a
serviços e infra-estrutura por parte das populações locais de adequação dos projetos às leis locais, nacionais e acordos
educação, energia, coleta de lixo, esgoto sanitário, etc; con- internacionais e verificar se respeitam direitos difusos e
tribuição para a alfabetização de adultos e à educação anseios e interesses das minorias atingidas.
ambiental; indicadores de redução da violência e da
vulnerabilidade de mulheres e jovens. 3.8 Financiamento
3.6. Igualdade de Gênero A produção cooperativada e a disponibilidade de
financiamento são fundamentais para a promoção da agri-
Muito antes da utilização da energia elétrica e do Gás cultura familiar ao longo da cadeia de produção da ener-
Liquefeito de Petróleo, sempre foram as mulheres as respon- gia da biomassa. Para isto é importante viabilizar recur-
sáveis na família pelo controle e manutenção do estoque de sos do Pronaf, do BNDES e demais agentes do sistema
lenha para o cozimento dos alimentos, pelo aquecimento da financeiro nacional. É também importante que as fontes
água e pela conservação dos produtos como frutas, verduras de financiamento público incorporem políticas e critérios
e carnes. Mas, em sua maioria, são os homens os proprietá- que favoreçam estas formas de produção, como por exem-
rios de terras e aqueles que detém os títulos de associação plo os critérios do PROAMBIENTE.
nas cooperativas ou as posições de liderança nas associa-
ções em que se organizam as comunidades rurais para a Indicadores de sustentabilidade para o financiamento
gestão da produção e da energia. são: a disponibilidade e as condições de financiamento; a real
São também as mulheres - e as crianças - quem mais demanda pelas linhas de crédito; o preparo dos agentes
sofrem com a poluição doméstica derivada da queima direta financeiros na definição de carteiras de projetos e informação
da biomassa para a cocção de alimentos, e com o percurso sobre os créditos, entre outros.
4. Critérios e indicadores específicos para 4.2 Origem da biomassa: re-
sustentabilidade da energia da biomassa síduos são mais sustentáveis
A produção da biomassa
4.1.Uso da Terra para a geração de energia implica uti-
lização de grandes áreas, o que, aliado
No que diz respeito aos ecossistemas e à às correntes práticas monoculturais, gera
biodiversidade, a sustentabilidade no uso da terra depen- impactos ambientais significativos sobre a
de do caráter transformador das atividades humanas so- biodiversidade e os modos de produção. Portanto o
bre os mesmos. Tais atividades devem evitar alterações aproveitamento de resíduos da produção de biomassa
drásticas e a sobre-exploração de ecossistemas naturais e para a geração de eletricidade, calor e de
a ocupação de áreas impróprias, respeitar os instrumentos biocombustíveis, seja a partir de bagaço de cana, de
de gestão territorial previamente definidos como o resíduos da cultura de arroz, das atividades florestais e
zoneamento econômico-ecológico, a avaliação ambiental da produção de óleos vegetais, entre outras, estão en-
estratégica e os limites ecológicos para a ocupação dos tre as melhores práticas para a geração de energia com
biomas, os quais devem ser desenvolvidos de forma sustentabilidade, desde que não inviabilizem outros
participativa e transparente. usos importantes dos resíduos agrícolas, como a con-
servação de solos, por exemplo. A recuperação do
O modelo de ocupação e uso da terra deve promo- metano gerado pela decomposição de resíduos urba-
ver e respeitar a sócio-biodiversidade, evitando assim um nos (em aterros sanitários) ou agro-pecuários (dejetos
modelo de especialização do território a serviço das socie- de suínos e aves, por exemplo) para a geração de ener-
dades urbano-industriais. É o caso das grandes gia pode ser também uma alternativa que contribui para
monoculturas que implicam fortes impactos ao meio ambi- a sustentabilidade, dependendo da forma de gestão pré-
ente e ineficiência energética, esta última gerada pelos via destes resíduos. Restrição é feita à queima – inci-
deslocamentos por grandes distâncias tanto dos trabalha- neração – de resíduos urbanos e industriais, sistemas
dores como do que é produzido e comercializado a partir sabidamente produtores de emissões heterogêneas e
destes espaços geográficos artificiais. Segundo Lachefski não controladas de poluentes altamente perigosos à
(2005): saúde humana e ao meio ambiente, e cuja adoção incide
em decisões menos sustentáveis e socialmente injus-
“Do ponto de vista geográfico, podem ser tas com relação às demais práticas de gestão de resí-
considerados como mais sustentáveis os sis- duos sólidos.
temas de uso da terra que são descentrali-
zados e diversificados, com uma concen- Apesar do afirmado acima, é aceito que “que os
tração demográfica menor, do que sistemas recursos florestais e as áreas por eles ocupadas
centralizados e especializados os quais pos- devam ser manejados para suprir as necessidades
suem forte tendência de concentração da sociais, econômicas, ecológicas, culturais e espirituais
população em centros urbanos, bem como de gerações presentes e futuras”, conforme descrito
de desenho de áreas destinadas para pro- no documento Princípios e Critérios do Conselho de
cessos produtivos específicos demandados Manejo Florestal (FSC na sigla em inglês). Não só no
para o seu funcionamento”6 . caso de florestas, mas também nas práticas agrícolas
não florestais, a sociedade global aceita e promove a
Possíveis indicadores de sustentabilidade do uso da utilização do cultivo como forma legítima de geração
terra: descentralização e diversificação dos sistemas de alimentos, energia e outros bens, de maneira que
produtivos na área ou região; tamanho das áreas contínuas é necessário construírem-se critérios e indicadores de
de mono-culturas; distância da fonte energética até seus sustentabilidade para fontes de biomassa utilizadas
centros de consumo;distância percorrida e tempo gasto pelos para a geração de energia que não aquelas
tra-balhadores no empre-endimento; tempo ne-cessário aos provenientes de resíduos.
trabalhadores fora de sua terra para o manejo de suas culturas
de subsistência, entre outros. Assim, alguns critérios desenvolvidos pelo FSC
podem ser adaptados, a partir de uma discussão
criteriosa e aprofundada a ser desenvolvida, para a pro-
dução de energia da biomassa de maneira a poder-se
analisar a sustentabilidade desta forma de energia.
É necessário ressaltar que o FSC é alvo de críticas por
grande parte dos movimentos sociais por haver se tor-
1
Lachefsi, K. 2005. O comércio de carbono, as plantações de eucalipto e a sustentabilidade das políticas públicas – uma análise geográfica. In: Zhouri, Lachefski e Pereira, 2005. A
insustentável leveza da política ambiental. Belo Horizonte, Ed.Autêntica, 2005, p.245-285
nado um veículo que promove objetivos do plano de manejo. Visando ampliar a con-
a aceitação de monoculturas servação da diversidade biológica, as espécies nati-
em grande escala, com todos os vas são preferíveis às exóticas no estabelecimento de
problemas ambientais e sociais plantações florestais e na recomposição de
bastante conhecidos deste sistema ecossistemas degradados. As espécies exóticas, que
de produção. Também por esta ra- devem ser usadas apenas quando o seu desempenho
zão, iniciou-se em 2004 um processo for maior que o das espécies nativas, devem ser cui-
de revisão do Princípio 10 do FSC, que dadosamente monitoradas a fim de se detectar taxas
trata da questão das plantações, e cujas dire- de mortalidade anormais, doenças, ou aumento da
trizes atuais são pouco claras e dão margem a diferentes população de insetos e impactos ecológicos adversos.
interpretações. No Brasil, por exemplo, o processo de
certificação das plantações tem sido conduzido dentro de Uma proporção da área total de manejo flores-
uma filosofia de adequação ambiental, promovendo as tal, apropriada à escala da plantação florestal e a ser
plantações sem ser capaz de evitar os diversos problemas determinada nos padrões regionais, deve ser maneja-
das formas de manejo baseadas em monoculturas artifici- da a fim de restaurar o local à cobertura florestal natu-
ais. ral.

Devem ser tomadas medidas visando manter


4.2.1 Objetivos das “plantações energéticas” ou melhorar a estrutura, a fertilidade, e a atividade bio-
lógica do solo. As técnicas e taxas de exploração flo-
restal, a construção e manutenção de estradas e tri-
Os critérios apresentados abaixo estão em revisão
lhas de arraste, e a escolha de espécies não podem
no próprio FSC e devem ser observados com parcimônia.
resultar na degradação do solo em longo prazo ou em
Eles não representam o consenso do GT Energia do
impactos adversos na quantidade e qualidade da água
FBOMS. Como os demais critérios até aqui apresentados,
ou em alterações significativas dos cursos de drena-
devem ser analisados sempre em conjunto e não isolada-
gem dos cursos d’água.
mente, de forma a incorporar os princípios mencionados
Devem ser tomadas medidas para prevenir e
anteriormente.
minimizar o aparecimento de pragas, doenças, ocor-
rências de incêndio e a introdução de plantas invaso-
Os objetivos do manejo da plantação energética,
ras. O manejo integrado de pragas deve constituir uma
incluindo os objetivos de conservação e restauração dos
parte essencial do plano de manejo, com principal ên-
biomas naturais, devem estar explícitos no plano de ma-
fase na prevenção e em métodos de controle biológico
nejo da plantação e claramente demonstrados na
em lugar de pesticidas e fertilizantes químicos.
implementação do plano.
Recomenda-se que no manejo de plantações
Para isto, recomenda-se que a configuração e a
florestais seja feito o possível para afastar o uso de
disposição física das plantações florestais promovam a
pesticidas químicos e fertilizantes, incluindo o seu uso
proteção, a restauração e a conservação de biomas natu-
em viveiros.
rais, e não aumentem pressões sobre os mesmos. Corre-
dores para a vida silvestre, matas ciliares e um mosaico de
O monitoramento de plantações florestais, apro-
talhões de diferentes idades e períodos de rotação devem
priado à escala e à diversidade da operação, deve in-
ser utilizados no delineamento da plantação, consistentes
cluir avaliação regular quanto aos potenciais impactos
com a escala da operação. A escala e a disposição dos
sociais e ecológicos dentro ou fora da área de planta-
talhões dos plantios devem ser consistentes com os pa-
ção (p.ex., a regeneração natural, os efeitos sobre os
drões da floresta natural da região encontrados na paisa-
recursos hídricos e sobre a fertilidade do solo e impac-
gem natural.
tos na saúde e no bem estar social local).
No caso de florestas energéticas, é preferível a di-
Recomenda-se que nenhuma espécie seja plan-
versidade na composição das plantações, a fim de ampliar
tada em larga escala até que ensaios e experimentos
a estabilidade econômica, ecológica e social. Esta diversi-
a nível local tenham demonstrado que a espécie este-
dade pode incluir o tamanho e a distribuição espacial das
ja ecologicamente bem adaptada à área do plantio, não
unidades de manejo dentro da paisagem natural, o núme-
sendo invasora, e não apresentando impactos ecoló-
ro e a composição genética das espécies, as classes de
gicos negativos significativos sobre outros
idade e as estruturas.
ecossistemas.
A seleção das espécies para o plantio em planta-
Atenção especial deve ser dada às questões
ções florestais energéticas deve estar baseada na total
sociais de aquisição de terra para plantações flores-
adequação das espécies ao local e sua conformidade aos
tais, especialmente quanto à proteção de direitos locais de 4.4 Organização da produ-
propriedade, de uso ou de acesso.
ção e relações de trabalho
Possíveis indicadores da sustentabilidade da origem
da biomassa podem ser: a participação dos resíduos como A experiência do pró-álcool
recurso energético, procedência dos resíduos utilizados, mostrou que a organização da pro-
sua forma de produção, certificação da origem da biomassa, dução de biocombustíveis pode ser
a fração da área de produção ocupada pelo bioma origi- concentradora e excludente. Para perse-
nal, a fração recuperada do bioma tradicional, a adequa- guir-se a sustentabilidade na geração de ener-
ção e a minimização do uso de fertilizantes e agrotóxicos. gia pela biomassa, novos empreendimentos devem in-
corporar e promover a agricultura familiar ao longo das
4.3 Manejo ambiental cadeias de produção, já que para alcançar-se o objeti-
vo da inclusão social, a agricultura familiar não deve
ser mera fornecedora de matéria-prima, mas sim avan-
A avaliação de impactos ambientais diretos do em-
çar em processos de maior agregação de valor e no
preendimento é essencial para a avaliação da
domínio da cadeia produtiva, o que demanda
sustentabilidade e deve ser realizada em relação a:
capacitação e criação das demais condições para a
competição com grandes produtores.
- Água: Consumo absoluto e relativo; Reutilização (consu-
mo/unidade produzida); Descarga de efluentes e infiltra-
Não se deve priorizar o agronegócio, cujas res-
ção; Monitoramento de contaminação por fertilizantes,
trições enquanto forma de produção incluem a
herbicidas e inseticidas; Turbidez; Eutrofização; Partículas
monocultura extensiva, o uso intensivo de agrotóxicos
sólidas em suspensão; adequação ambiental da tecnologia
e de espécies geneticamente modificadas.
de captação; uso das melhores práticas disponíveis de irri-
gação; depleção do lençol freático; recuperação do lençol
Os insumos para a produção, como o etanol para
freático, entre outros.
o biodiesel, devem, sempre que possível, serem pro-
- Ar: Emissões de poluentes locais e regionais; Emissão
duzidos na região.
de gases de efeito estufa; Poluição sonora; Odor; entre
outros.
No caso da produção organizada em torno de
- Solo: Tratamento de efluentes; Resíduo sólidos; Erosão;
contratos de fomento ou de integração, estes devem
Compactação; Contaminação; Sanilização; entre outros;
ser construídos de forma democrática, transparente,
com a participação de sindicatos da categoria e com a
- Biodiversidade e Ecossistemas: Compatibilidade com
definição de salvaguardas que protejam adequadamen-
biomas nativos; Monitoramento de populações de espéci-
te os contratados da agricultura familiar, além de incor-
es – fauna e flora – endêmicas, em adaptação e em
porar a exigência de fornecimento de sementes certifi-
extinção local ou definitiva; Conectividade entre fragmen-
cadas por parte da empresa integradora.
tos remanescentes; Criação de zonas tampão; Alteração
de período de reprodução e crescimento; Antecipação ou
Para todos os trabalhadores envolvidos, deve-
retardamento dos períodos de migração de pássaros e/ou
se incorporar a exigência junto aos empregadores da
insetos; Distribuição geográfica de populações; Alterações
legislação trabalhista e ao direito inalienável de associ-
em ciclos reprodutivos de espécies; Variação das taxas de
ação e sindicalização dos agricultores familiares.
infecção de espécies hospedeiras e aumento de vetores;
entre outros.
As atividades da cadeia produtiva devem bus-
car incorporar todos os possíveis produtos que gerem
Possíveis indicadores da sustentabilidade do ma-
recursos para as comunidades, como no exemplo na
nejo ambiental podem ser: o consumo de água; as medi-
produção de biodiesel, o óleo vegetal comestível, a uti-
das de emissões de poluentes à at-
lização da torta e fibras de cocos como o de babaçu.
mosfera; o volume da deposição
de resíduos ao solo; a perda
Possíveis indicadores da sustentabilidade da
de solo; compactação e de
organização da produção são: fração da renda da
erosão de solos; medidas
cadeia produtiva do biocombustível incorporada pela
de impacto sobre a
agricultura familiar; nível de satisfação com os contratos
biodiversidade; emissões
vigentes; quantidade de produtos elaborada pela
líquidas de CO2.
agricultura familiar ao longo da cadeia produtiva.
4.5 Segurança alimentar
Em termos de eficiência energética, deve-se bus-
car o melhor aproveitamento da combustão da biomassa
Deve-se evitar que a expansão da produção de ole-
ou do biocombustível, por exemplo, mediante
aginosas para a produção de biodiesel, e de outras cultu-
acoplamento de geração elétrica com turbinas a vapor
ras para a produção de etanol e florestas energéticas, pro-
ou substituição de máquinas de baixa eficiência. O ba-
mova a extrema especialização dos territórios, ou seja, o
lanço de carbono deve ser negativo, ou no mínimo o
surgimento de regiões totalmente voltadas para a produ-
mais próximo de nulo, em todo o ciclo de vida do proje-
ção de biocombustíveis e, com isto, diminua localmente a
to.
produção de alimentos, o que pode construir cenários regi-
onais de aumento de custos de alimentação e escassez
Entre os indicadores a serem considerados
relativa. As práticas para a sustentabilidade devem prever
estão: aplicação de tecnologias limpas; inovação
este cenário incorporando metas específicas de seguran-
tecnológica; capacidade de reprodução da tecnologia
ça alimentar que promovam, por exemplo, práticas de
empregada; origem dos equipamentos; existência de
consorciamento entre oleaginosas ou outras culturas
royalties e de licenças tecnológicas; necessidade de
bioenergéticas com culturas alimentares de subsistência.
assistência técnica internacional; variação do emprego
de energia sustentável; co-geração; entre outros.
Possíveis indicadores de segurança alimentar são:
tamanho das propriedades e diversidade das culturas
produzidas; relação entre as espécies bioenergéticas e 4.7 Recursos para P&D, C&T+I
alimentares; relação entre o consumo interno e externo das
culturas produzidas. Os investimentos em P&D e C&T+I devem ser
utilizados para a superação da dependência tecnológica.
4.6 TTecnologia
ecnologia Possíveis indicadores são: quantidade de recur-
sos, de instituições envolvidas e de pesquisadores en-
volvidos.
Os aspectos de desenvolvimento da ciência e de
transferência e apropriação das tecnologias pelas comuni-
dades locais devem se fazer presente, a tecnologia apreen- 4.8 Uso e qualidade da bioenergia
dida deve se coadunar às potencialidades das realidades
locais e não divergir delas. Pelo seu potencial de impacto sobre populações
O emprego de tecnologias apropriadas implica tradicionais e biomas, a energia da biomassa deve ser
envolvimento das comunidades, descentralização da ge- destinada a fins que também contribuam para a
ração dos recursos energéticos e de energia, contribuição sustentabilidade do país. É importante que esta energia
do projeto para a autonomia energética e superação supra usos finais de grande eficiência e que contribua
tecnológica. para a expansão do mercado interno e da renda
nacionais. Empreendimentos energo-intensivos, por
A transferência tecnológica não deve ser somente exemplo, devem ser excluídos e modos de transporte
vertical, mas também horizontal, seja entre comunidades mais eficientes devem ser privilegiados.
como entre países do Sul com características
biogeográficas e realidades regionais semelhantes. Possíveis indicadores para usos finais eficientes
são: taxas de redução do consumo por unidade de
O desenvolvimento das tecnologias deve prever o produto; capacidade de redução, reuso e reciclagem
envolvimento institucional para o desenvolvimento de P&D dos insumos nas atividades fim para qual a energia é
e visar a replicabilidade das suas aplicações e experiênci- destinada; inclusão do gerenciamento da demanda no
as, sobre tudo possibilitar e ampliar as transferências horizonte de planejamento dos projetos.
tecnológicas Sul-Sul.
5- Quadro sintético de critérios e indicadores de sustentabilidade para a
energia da biomassa

O quadro abaixo sintetiza os critérios tanto gerais – critérios básicos e válidos para
qualquer tipo de empreendimentos – quanto específicos para os casos de projetos que envol-
vam o uso da bioenergia expostos anteriormente.
Apresenta também – para cada critério considerado – quais seriam as situações ideais, ou recomenda-
ções para seu pleno cumprimento, bem como as condicionantes para o seu alcance. As restrições dizem respeito
às situações que não podem ser consideradas em acordo com os critérios de sustentabilidade propostos.

Critério Recomendações Condicionantes Restrições Indicadores


Controle Social aceitação local sobre para informação e capacitação energia destinada a participação da população local e de entidades
quem e para o que da autoprodução de empresas socioambientais nacionais na concepção projeto
energia; geração de energia energo-intensivas
para comunidades isoladas
sem energia
Participação na tomada de poder de deliberação tanto informação e capacitação, consultas públicas sem número, locais, caráter e formas de consulta, forma
decisão de beneficiados como de espaços políticos para compromisso com a de publicidade, acesso à informação, linguagem e
atingidos participação com caráter inclusão de demandas e idioma utilizados
deliberativo sem qualquer efeito
deliberativo
Forma de Gestão Cooperativas, associações capacitação para gestão de agronegócio tradicional, estrutura da organização e formas de tomadas de
comunitárias cooperativas, financiamento contratos de fomento ou decisão, número de votantes / tomadores de decisão,
(Pronaf / BNDES) integração que criam envolvimento de entidades representativas de
condições injustas de trabalhadores locais,
trabalho e de negociação participação da mulher
Geração emprego e renda agricultura familiar; capacitação para formação agronegócio de capital número de empregos por unidade de energia (cadeia
emprego para a população de cooperativas; intensivo, concentração de produtiva, instalação e operação), participação nos
local; criação de condições sensibilização e capacitação renda e terra, população lucros do empreendimento, geração de novas
de emprego da juventude das famílias com local envolvida apenas no oportunidades e fontes de renda locais, relação entre
informação técnica e trabalho de mão de obra os postos de trabalho locais antes e depois do
política pouco qualificada empreendimento, índices de aumento de poder
aquisitivo da população local.
Inclusão social capacitação e treinamento Repartição de benefícios empreendimentos isolados número de famílias antes sem acesso á energia
na tecnologia; dos empreendimentos com da vizinhança; rompimento beneficiadas pelo empreendimento, medidas da
envolvimento de vizinhos e população local de padrões tradicionais de qualidade e conformidade dos re-assentamentos
membros da cadeia subsistência e cultura involuntários – quando necessários e aceitos – ,do
produtiva; impacto na qualidade de vida das comunidades, os
sustentação social às programas sociais, em especial de saúde e educação,
famílias envolvidas; a avaliação e o monitoramento epidemiológico, a
promover melhoria da contribuição para o acesso a serviços e infra-
qualidade de vida da estrutura para as populações locais de educação,
mulher e do jovem energia, coleta de lixo, esgoto sanitário, etc, a
contribuição para a alfabetização de adultos e à
educação ambiental e os indicadores de redução da
violência e da vulnerabilidade das mulheres e jovens
Igualdade de Gênero valorização e colocação da Educação melhoria na qualidade do ar interno das residências,
mulher como ator horas de trabalho doméstico liberadas para a mulher,
fundamental em todas as inclusão de programas e políticas para a mulher e o
etapas dos processos jovem
Adequação legal respeito às legislações Transparência publicidade das auditorias
municipal, estadual,
nacional e a acordos
internacionais;
Financiamento crédito rural para a financiamento Pronaf e do financiamento ao programas e linhas de crédito, condições de
agricultura familiar BNDES, acesso à terra agronegócio intensivo financiamento público
g , g g p
Uso da Terra respeito a zoneamento existência de ZEE e de ocupação de áreas descentralização e diversificação dos sistemas
econômico ecológico; Avaliação Ambiental impróprias, sobre- produtivos em uma área / região, tamanho das áreas
região classificada como Estratégica para região, exploração de ecossistemas, contínuas de monoculturas, distância da fonte
adequada por avaliação bacia ou bioma, definição extrema especialização dos energética até o seu local de consumo, distância
ambiental estratégica; de limites ecológicos para o territórios percorrida e tempo gasto pelos trabalhadores no
definição de limites de desenvolvimento de empreendimento e tempo necessário fora de sua
ocupação dos biomas, atividades econômicas nos terra para o manejo de suas culturas de subsistência
diversificação e biomas, proteção de áreas
descentralização das naturais
atividades econômicas
Origem da biomassa aproveitamento de resíduos; monoculturas; transgênicos; percentagem dos resíduos sobre o total da biomassa
produtos da agroecologia e alteração de biomas utilizada no projeto.
da agricultura familiar naturais
Manejo ambiental Incorporação das melhores capacitação dos produtores, desertos verdes, degradação área monocultura, perda de solo, emissões no ar e na
práticas disponíveis: das unidades de extensão e e perda de solos, água
diversidade das culturas, assistência ao trabalhador contaminação ambiental;
sistemas agroflorestais, rural formas de produção com
agroecologia, permacultura, agrotóxicos extremamente
minimização ou eliminação perigosos e persistentes
do uso de agrotóxicos,
diminuição da perda de solo
Organização da produção / cooperativas, agricultura contratos de integração participação na renda da cadeia produtiva do
relações de trabalho familiar biocombustível incorporada pela agricultura
familiar; nível de satisfação com os contratos
vigentes
Segurança alimentar produção consorciada zonas de produção
monoculturais
Tecnologia geração e produção relação entre trabalhadores locais/externos
descentralizada; envolvidos na manutenção do projeto;
apropriação tecnológica aplicação de tecnologias limpas, inovação
pela população local; novas tecnológica; capacidade de reprodução da tecnologia
tecnologias capazes de empregada; origem dos equipamentos; existência de
diminuir pressão da geração royalties e de licenças tecnológicas; necessidade de
de energia sobre biomas; assistência técnica internacional; variação do
transferência horizontal emprego de energia sustentável; co-geração
(entre comunidades) de
tecnologias e
conhecimentos;
contribuição para
diversificação da matriz
energética
Uso da bioenergia mudanças na matriz de taxas de redução do consumo, aumento dos
transporte para modos mais potenciais de conservação em usos finais,
eficientes; promoção da capacidade de redução, reuso e reciclagem dos
eficiência energética insumos na atividades fim para qual a energia é
destinada, inclusão do gerenciamento da demanda
no horizonte de planejamento dos projetos

Diagramação: Daniele Sallaberry

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