EMENTA
Elementos da semiótica. Cognição humana. Semiótica e comunicação visual. Teoria
da comunicação aplicada ao design gráfico.
OBJETIVOS
1. Discutir, de modo introdutório, algumas das mais fundamentais questões ligadas
ao problema da investigação semiótica do mundo, entre elas as questões da língua,
da linguagem e da cognição humanas.
2. Apresentar e discutir os alcances práticos de uma divisão das estratégias
projetivas do design gráfico segundo o ponto de vista semiótico das diferentes
linguagens praticadas pelos designers ao longo da construção de sua própria
história.
2. Apresentar, à guisa de fundamentação teórica da divisão do design gráfico, duas
das principais vertentes teóricas que procuram dar conta dos fatos da linguagem,
Semiologia e Semiótica, e discutir a profundidade e o alcance de seus modelos
teóricos de Signo face a especificidade do fenômeno do Design Gráfico.
PROGRAMA
1. Língua, Linguagem, Cognição: Semiótica
2. Linguagens do Design Gráfico
3. Fundamentação Teórica
3.1. Introdução à Semiologia
3.1.1.Ferdinand de Saussure
3.1.2.Lingüística, Semiologia, Estruturalismo
3.1.3.O Modelo Lingüístico-Semiológico de Signo
3.2. Introdução à Semiótica
3.2.1.Charles Sanders Peirce
3.2.2.O Pragmatismo ou Pragmaticismo
3.2.3.A Semiótica ou Teoria Geral dos Signos
3.2.4.O Modelo Semiótico de Signo
METODOLOGIA
Aulas expositivas com auxílio de quadro-negro, retroprojetor, vídeo-cassete e
projetor de imagens digitais.
SISTEMA DE AVALIAÇÃO
Participação nas discussões dos itens do programa e desenvolvimento de um
trabalho de leitura e crítica semiótica de produtos do design gráfico.
BIBLIOGRAFIA MÍNIMA
PIGNATARI, Décio. Semiótica e Literatura. São Paulo: Cultrix. [1974]
SANTAELLA, Lúcia. O Que é Semiótica. São Paulo: Brasiliense. (Primeiros
Passos,103) [1983]
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
IBRI, Ivo Assad. Kósmos Noētós. São Paulo: Perspectiva. (Estudos, 130) [1992]
FERRARA, Lucrécia D'Aléssio. A Estratégia dos Signos. São Paulo: Perspectiva.
(Estudos, 79) [1981]
PEIRCE, Charles Sanders. The Collected Papers of Charles Sanders Peirce.
EUA: InteLex Corporation. (Past Masters) [1931-35, 1958 – edição eletrônica
reproduzindo Vols. I-VI, ed. Charles Hartshorne e Paul Weiss, Cambridge, MA:
Harvard University Press, 1931-1935 e Vols. VII-VIII, ed. Arthur W. Burks, mesma
editora, 1958].
PEIRCE, Charles Sanders. Escritos Coligidos. São Paulo: Abril Cultural. (Os
Pensadores) [1931-35, 1958]
PEIRCE, Charles Sanders. Semiótica. São Paulo: Perspectiva. (Estudos, 46) [
1931-35, 1958]
PEIRCE, Charles Sanders. Semiótica e Filosofia. São Paulo: Cultrix. [1931-35,
1958]
SANTAELLA, Lúcia. A Teoria Geral dos Signos. São Paulo: Ática. [1995]
SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de Lingüística Geral. São Paulo: Cultrix. [
1916]
SHANNON, Claude & WEAVER, Warren. Teoria Matemática da Comunicação.
São Paulo: Difel [1948]
BIBLIOGRAFIA CORRELATA
FERRARA, Lucrécia D'Aléssio. Design em Espaços. São Paulo: Rosari. [2002]
PÉNINOU, G. Semiótica de la Publicidad. Barcelona: Gustavo Gilli.
SANTAELLA, Lúcia. Semiótica Aplicada. São Paulo: Pioneira Thomson Learning.
[2002]
2001
ERNEST FISCHER
• “a linguagem surgiu juntamente com os instrumentos” [1959: 30]
PIERRE LÉVY
• “André Leroi-Gourhan demonstrou que a história da hominização se confunde
com a de seus instrumentos e sua língua, essas duas grandes formas culturais
que progridem sempre conjuntamente (1).” [Lévy 1991: 18]
_________________
EZRA POUND
• “os poetas [criadores de linguagem] são as antenas da raça”
2001
2001
COMMARQUE, uma pequena caverna perto de Lascaux: “elusive engraving – a horse’s head more than two feet long” [Pfeiffer ©1982: 137]
V
“Na escala da história da humanidade, a distinção entre escrita e
E
desenho (ou artes plásticas em geral) é algo bastante recente.”
[LÉVY ©1991, Pierre. A Ideografia Dinâmica.]
CA
VE
PECH-MERLE, próxima de Lascaux: “hand sillouettes and spoted horses, head of right-hand horse fitting into similarly shaped rock projection” [Pfeiffer ©1982: figura 13]
figura 1 OD_S
figura 2 OI_S
figura 3 S_II
figura 4 S_ID
figura 5 S_IF
A Lingüística
• a LINGÜÍSTICA MODERNA criada por Saussure é uma Teoria Geral dos Signos
Lingüísticos pois esta ciência tem, por objeto de estudo, todas as manifestações
conhecidas das mais diversas línguas humanas
• é por isso que se pode “conceber uma ciência que estude a vida dos signos no
seio da vida social"; "chamá-la-emos SEMIOLOGIA (do grego SEMEION =
SIGNO)”: “ela nos ensinará em que consistem os signos e que leis os regem"
[Saussure ©1916: 24]
• a lingüistica "não é senão uma parte dessa ciência geral" [Saussure ©1916: 24],
mas é apenas a principal parte dessa ciência geral, pois ela lida com a língua,
que é “apenas o principal dentre os sistemas de signos que exprimem idéias” [cf.
Saussure ©1916: 24], do qual devem ser deduzidas as leis gerais aplicáveis aos
outros sistemas de signos que também exprimem idéias, pois a língua deve ser
tomada como “norma de todas as outras manifestações de linguagem” [Saussure
©1916: 16-7]
• nos anos 50, quando teve início a grande onda estruturalista (vide Claude Levi-
Strauss), franceses, búlgaros e italianos iniciaram uma verdadeira corrida no
sentido de criar a semiologia que Saussure não havia criado
• os primeiros semiologistas não fizeram outra coisa senão tentar transpor todos os
esquemas e conceitos da lingüística para os demais sistemas de signos (visuais,
musicais, cinematográficos, arquitetônicos, têxteis, do vestuário; etc.)
- ROLAND BARTHES (fotografia, moda)
- CHRISTIAM METZ (cinema)
- JEAN BAUDRILLARD (O Sistema dos Objetos)
- ALGIRDAS-JULIEN GREIMAS
- UMBERTO ECO
- JULIA KRISTEVA
- TZVETAN TODOROV
- JACQUES DERRIDA (GRAMATOLOGlA: aceitação da escrita como um sistema
de signos e não apenas um cômodo instrumento de registro)
"o signo lingüistico une não uma coisa e uma palavra, mas um conceito e uma
imagem acústica" [SAUSSURE ©1916: 80]
/k a /z a /
acústica”
[Ferdinand
de
SAUSSURE
Curso de
Lingüística
Geral]
s i g n o = c o n c e it o + im a g e m a c ú s t i c a
s i g n o s e m i o l ó g i c o = > r e la ç ã o a r b i t r á r i a
SAUSSURE:
• "o signo lingüistico é o total resultante da associação de um significante com um
significado" [©1916: 81]
SAUSSURE:
• "o signo lingüistico é arbitrário", "sua natureza é a de um signo convencional"
(diferente de um "signo natural") [©1916: 81]
• "o laço que une o Ste com o Sdo é arbitrário" [©1916: 81]
• "o Ste é imotivado, arbitrário em relação ao Sdo." [©1916: 83]
/ KA / ZAZ / / A / MA / RE / LAZ /
→
SAUSSURE:
• "o significante, sendo de natureza auditiva desenvolve-se no tempo, tem um caráter
linear" [©1916: 84]
LINGUAGEM =
{[(LINGÜÍSTICA: Sistemas de Signos Lingüísticos ou Línguas)
SEMIOLOGIA: Sistemas baseados na Arbitrariedade do Signo] +
[SISTEMAS “HETERÓCLITOS” DE SIGNO]}
D O
S
TE
S
figura SEMIOL05
• "o estudo estrutural das línguas naturais forneceu aos semiologistas métodos
aplicáveis às outras práticas semióticas (foi por este método lingüístico que a
Semiologia se formou antes de encontrar sua razão de ser no estudo das
práticas semióticas que não seguem o que a lingüística crê ser a lógica do
discurso natural, regulamentada pelas normas da comunicação falada utilitária,
i. é, pela gramática" [Kristeva, ESI: 26])
SE
Semiótica
MI
ÓT
• Charles Sanders PEIRCE 1839-1914
• Collected Papers 1938-1951
IC
A
PRAGMATISMO
• 1845 “... químico ele já era, desde os seis anos de idade” [Santaella
©1983: 20]
1
Ciência que estuda a forma e as dimensões da Terra. [Koogan Larousse]
2
Parte da Física que trata dos pesos e medidas. [Koogan Larousse]
3
Estudo dos espectros luminosos. Fis. [Koogan Larousse]
notas para SEMIÓTICA E COGNIÇÃO [albertoPUPPI] UNIVALI2003 29
tarde, sabia a Crítica da Razão Pura de cor” [Santaella ©1983: 24 – grifos meus];
e continuou a fazê-lo semanalmente até o fim de sua vida;
• por volta dos 34 anos elaborou a sua Semiótica pela primeira vez e a ela voltou
continuadamente ao longo de 40 anos (morreu aos 74 anos), pensando e
repensando suas idéias e conceitos desta que era uma parte apenas do seu
completo e complexo sistema filosófico
• Darwin
• embora não tenha publicado livros, uma pequena parte de sua obra (“12.000
páginas” [Santaella ©1983: 28]) foi publicada esparsamente sob a forma de
artigos em jornais e revistas americanos (especializados em filosofia ou não, como
a revista Mecânica Popular!?), porém, a maior parte dela permaneceu inédita
durante mais de 30 anos após a sua morte;
OBJETIVO GERAL:
• “criar a Doutrina das Categorias, que tem por função realizar a mais radical
análise de todas as experiências possíveis” [Id: 36]
“Insatisfeito com as categorias aristotélicas, consideradas como categorias mais
lingüísticas do que lógicas, profundamente influenciado por Kant, mas
considerando suas categorias, extraídas da análise lógica da proposição, como
sendo materiais e particulares e não formais e universais, Peirce dedicou grande
parte de sua existência à elaboração, aperfeiçoamento e ampliação do campo de
aplicação das suas categorias universais, categorias estas que não brotaram
nem de pressupostos lógicos, nem da língua, mas do exame atento e
perscrutante da "experiência" ela mesma.”
"Com Hegel, Peirce manteve relações contraditórias. Desprezava seu idealismo
absoluto ao mesmo tempo que o considerava "o mais grandioso dentre todos os
filósofos que já existiram". Via as categorias hegelianas como puramente
materiais e também particulares, mas enxergava, nos três estágios do
pensamento formulados por Hegel, profundas semelhanças com suas categorias
fenomenológicas universais.“
"Isso não pode nos levar a apressadamente afirmar, contudo, que o pensamento
peirceano tenha qualquer débito para com Hegel. É Pierce quem diz: "Embora
meu método apresente uma similaridade muito geral com o de Hegel, seria
historicamente falso considerá-lo uma modificação do método hegeliano. Ele veio
à luz através do estudo das categorias kantianas e não das hegelianas."
"Foi só depois de ter elaborado sua própria doutrina das categorias é que Peirce
veio a se dar conta de suas semelhanças genéricas com os estágios hegelianos,
o que, para ele, só servia como mais uma comprovação de que suas categorias
estavam no caminho certo.” [Id: 36-7]
METODOLOGIA:
• “A Fenomenologia, como base fundamental para qualquer ciência, meramente
observa os fenómenos e, através da análise, postula as formas ou propriedades
universais desses fenômenos.” [Id: 38]
“Devem nascer daí as categorias universais de toda e qualquer experiência e
pensamento. [Id: 38]
“Numa recusa cabal a qualquer julgamento avaliativo a priori, a Fenomenologia é
totalmente independente das ciências normativas.” [Id: 38]
OBS:
• “Embora o termo fenomenologia ou "phaneroscopia", conforme Peirce preferia
chamar, só tenha sido por ele empregado por volta de 1902 [63 anos], quando da
construção arquitetônica de seu sistema, a preocupação fenomenológica
constituiu-se na base fundamental de toda sua filosofia, e já comparecia como
investigação primordial desde seus escritos em 1867 [28 anos].” [Id: 36]
• “Através de sua fenomenologia pretendia gerar uma fundamentação conceitual
para uma filosofia arquitetônica, baseada em uns poucos conceitos, simples e
suficientemente vastos a ponto de dar conta do "trabalho inteiro da razão
humana". Esses conceitos, a partir dos 58 anos [1897], Peirce estava certo de tê-
los atingido com as suas categorias.” [Id: 39]
“Nessa medida, sem uma inteligibilidade cuidadosa e acurada das categorias
peirceanas, assim como de sua phaneroscopia (descrição dos Phanerons ou
notas para SEMIÓTICA E COGNIÇÃO [albertoPUPPI] UNIVALI2003 43
fenômenos), muito pouco pode toda sua teoria ser compreendida, principalmente
a Semiótica, que da Fenomenologia extrai todos os seus princípios.” [Id: 39]
CATEGORIAS CENOPITAGÓRICAS
(categorias universais da experiência):
1dade SENTIMENTO DE QUALIDADE presente
2dade REAÇÃO/VONTADE passado x presente
3dade REPRESENTAÇÃO/COGNIÇÃO fluxo do tempo
OBJETIVO GERAL:
• “Tendo todas elas por função "distinguir o que deve e o que não deve ser" [Id: 38]
ESTÉTICA
“se define como ciência daquilo que é objetivamente admirável sem qualquer razão
ulterior” [Id: 38]
“é a base para a Ética” [Id: 38]
ÉTICA
“ou ciência da ação ou conduta” [Id: 38]
“da Estética recebe seus primeiros princípios” [Id: 38]
LÓGICA OU SEMIÓTICA
“teoria dos signos e do pensamento deliberado” [Id: 38]
"sob [sic!] ambas, e delas extraindo seus princípios, estrutura-se em três ramos a
ciência Semiótica” [Id: 38]
OBJETIVO GERAL:
• “A Semiótica ou Lógica (...) tem por função classificar e descrever todos os tipos
de signos logicamente possíveis.” [Id: 39]
“Isso parece dotá-la de um caráter ascendente sobre todas as ciências especiais,
dado que essas ciências são linguagens. " [Id: 39]
A Semiótica ou Teoria Geral dos Signos (conforme Peirce); é uma ciência que se
constitui em torno dos fatos do largo espectro da linguagem; abrangendo não só a
língua falada como também a escrita e todo o universo dos signos não-verbais.
4
5.119. “Therefore, if you ask me what part Qualities can play in the economy of the universe, I shall reply that
the universe is a vast representamen, a great symbol of God's purpose, working out its conclusions in living
realities.”
notas para SEMIÓTICA E COGNIÇÃO [albertoPUPPI] UNIVALI2003 47
3.2.4. O MODELO SEMIÓTICO DE SIGNO
M O D E L O T R IÁ D IC O S IM P L IF IC A D O D E S IG N O
ALG U M A ALG O
C O IS A (S IG N O ) ALG UÉM
figura S&D10
“Um signo é algo que substitui algum aspecto ou capacidade de alguma coisa para alguém".
[PEIRCE: 2.228]
• ALGO, não mais uma "imagem acústica" nem mesmo apenas uma "palavra" STE
• ALGUMA COISA, não apenas um "conceito" como SDO
• ALGUÉM; que toma parte ativa no processo de SIGNIFICAÇÃO e não mais uma
coletividade social que o determina e prescreve o seu uso
OBS: ainda assim, esta definição traz uma forte concepção antropocêntrica da questão da
linguagem, idéia simplista à qual Peirce recorria em situações de desilusão com seus
leitores – “Defino al Signo como algo que é determinado em su calidade de tal por otra cosa,
llamada su Objeto, y de modo tal que determine um efecto sobre una persona, efecto que
llamo su Interpretante; vale decir que este último es determinado por el Signo, en forma
mediata. Mi inserción del giro “sobre una persona” es una suerte de dádiva para el
Cancerbero [“a sop to cerberus”], porque he perdido las esperanzas de que se entienda mi
concepción más amplia de la cuestión.” [Peirce 1974: 102-3 – carta para Lady Welby
iniciada em 14 de dezembro de 1908 e continuada em 23 de dezembro do mesmo ano (in
HARDWICK, Charles, ed. Semiotics and Significs. The Correspondence between
Charles S. Peirce and Lady Victoria Welby. Bloomington: Indiana University Press, 1977,
pp.66-73, 73-86.)]
PIGNATARI:
• signo é "toda e qualquer coisa que substitua ou represente outra; em certa medida
e para certos efeitos" [S&L: 13]
• "ou melhor: toda e qualquer coisa que se organize ou que tenda a se organizar
sob a forma de linguagem, verbal ou não" [S&L: 13]
M O D E L O T R IÁ D IC O G E N U ÍN O D E S IG N O
O BJETO IN T E R P R E -
S IG N O
D O S IG N O TA N T E
figura S&D10
"Um Signo, ou Representamen, é um Primeiro que se coloca em tal relação triádica genuína
com um Segundo, chamado seu Objeto, de tal modo que seja capaz de determinar que um
Terceiro, chamado seu Interpretante, assuma com o Objeto do Signo a mesma relação triádica
que o próprio signo assume."
[PEIRCE: 2.274]
S O
A D A P T A Ç Ã O D O D IA G R A M A D E O G D E N & R IC H A R D S P A R A O S IG N O T R IÁ D IC O
O BJETO IN T E R P R E -
S IG N O
D O S IG N O TA N T E
figura S&D115
5
cf. OGDEN, C. K. & RICHARDS, I. A. The Meaning of Meaning.
notas para SEMIÓTICA E COGNIÇÃO [albertoPUPPI] UNIVALI2003 50
A RELAÇÃO TRIÁDICA GENUÍNA SEMIOSE
T R IM !!
L ig a ç ã o
T R IM !!
T e le fô n ic a
O S
L ig a ç ã o A lg u é m q u e r
T R IM !! f a la r c o m ig o .
T e le fô n ic a
O S I1
L ig a ç ã o A lg u é m q u e r V o u a te n d e r.
T R IM !! f a la r c o m ig o . ( ...O u n ã o , o u lig a r
T e le fô n ic a a s e c r e tá r ia ...)
O S S I2
L ig a ç ã o A lg u é m q u e r V o u a te n d e r. V o u d iz e r
T R IM !! f a la r c o m ig o .
( . . . O u n ã o , o u lig a r
T e le fô n ic a a s e c r e tá r ia ...) “ A lô ! ” .
O S S S I3
A lg u é m q u e r V o u a te n d e r. S e re i p o u c o
L ig a ç ã o V o u d iz e r
T R IM !! f a la r c o m ig o .
( . . . O u n ã o , o u lig a r e f u s iv o p a r a
T e le fô n ic a a s e c r e tá r ia ...) “ A lô ! ” .
s e r b re v e .
O S S S S I4
A lg u é m q u e r V o u a te n d e r. S e re i p o u c o
L ig a ç ã o V o u d iz e r
T R IM !! f a la r c o m ig o . ( . . . O u n ã o , o u lig a r e f u s iv o p a r a
T e le fô n ic a a s e c r e tá r ia ...) “ A lô ! ” .
s e r b re v e .
O S S S S S I
figura S&D24
2.274. “The triadic relation is genuine, that is its three members are bound together by it in a way that
does not consist in any complexus of dyadic relations. That is the reason the Interpretant, or Third,
cannot stand in a mere dyadic relation to the Object, but must stand in such a relation to it as the
Representamen itself does. Nor can the triadic relation in which the Third stands be merely similar to
that in which the First stands, for this would make the relation of the Third to the First a degenerate
Secondness merely. The Third must indeed stand in such a relation, and thus must be capable of
determining a Third of its own; but besides that, it must have a second triadic relation in which the
Representamen, or rather the relation thereof to its Object, shall be its own (the Third's) Object, and
must be capable of determining a Third to this relation. All this must equally be true of the Third's
Thirds and so on endlessly; and this, and more, is involved in the familiar idea of a Sign; and as the
term Representamen6 is here used, nothing more is implied.” [274-7, 283-4, 292-4 are from “Syllabus”,
c. 1902, no part of which was ever published (cf. note to ch. 1)]
6
2.274. “A Sign is a Representamen with a mental Interpretant. Possibly there may be Representamens that are not Signs. Thus, if a
sunflower, in turning towards the sun, becomes by that very act fully capable, without further condition, of reproducing a sunflower which
turns in precisely corresponding ways toward the sun, and of doing so with the same reproductive power, the sunflower would become a
Representamen of the sun. But thought is the chief, if not the only, mode of representation.”
2.275. “.Namely, while no Representamen actually functions as such until it actually determines an Interpretant, yet it becomes a
Representamen as soon as it is fully capable of doing this; and its Representative Quality is not necessarily dependent upon its ever actually
determining an Interpretant, nor even upon its actually having an Object.” [274-7, 283-4, 292-4 are from “Syllabus”, c. 1902, no part of
which was ever published (cf. note to ch. 1)] – grifos meus
notas para SEMIÓTICA E COGNIÇÃO [albertoPUPPI] UNIVALI2003 51
OS NÍVEIS DE ANÁLISE DOS SIGNOS
N ÍV E L S IN T Á T IC O D E A N Á L IS E D O S S IG N O S
S IG N O
N ÍV E L S E M Â N T IC O D E A N Á L IS E D O S S IG N O S
O B JE TO S IG N O
D O S IG N O
N ÍV E L P R A G M Á T IC O D E A N Á L IS E D O S S IG N O S
S IG N O IN T E R P R E -
TA N TE
figura S&D12
“Os princípios e analogias da Fenomenologia nos permitem descrever como devem ser as divisões
das relações triádicas” [2.233] e consequentemente dos signos. Os signos, triádicos, “são divisíveis
em três tricotomias” [2.243].
• Isto é, os Signos Triádicos podem ser analisados, ou seja, divididos em três níveis distintos de
complexidade crescente, os chamados níveis Sintático, Semântico e Pragmático (termos criados
por Charles Morris7 a partir da obra de Peirce). [Cherry, ACM: 30]
7
MORRIS, Charles W. “Foundations of the theory of signs”: International Encyclopedia of Unified Science
Series. Vol. I, n. 2. Chicago: University of Chicago Press, 1938.
MORRIS, Charles W. Signs, Language and Behavior.
notas para SEMIÓTICA E COGNIÇÃO [albertoPUPPI] UNIVALI2003 52
DIVISÕES TRICOTÔMICAS DOS SIGNOS
N ÍV E L S IN T Á T IC O P R IM E IR A D IV IS Ã O D O S S IG N O S
Q U A L IS S IG N O S
S IN S IG N O S
L E G IS S IG N O S
N ÍV E L S E M Â N T IC O S E G U N D A D IV IS Ã O D O S S IG N O S
ÍC O N E S
O B JE TO ÍN D IC E S
D O S IG N O S ÍM B O L O S
N ÍV E L P R A G M Á T IC O T E R C E IR A D IV IS Ã O D O S S IG N O S
REM AS
D IC E N T E S IN T E R P R E -
AR G UM EN TO S TA N TE
figura S&D13
NO NÍVEL SINTÁTICO, o nível dos Signos considerados única e exclusivamente em sua relação para
consigo mesmos, eles podem ser divididos em três categorias conforme sua constituição individual
enquanto fenômenos existentes no universo: “uma mera qualidade, um fato existente ou uma lei geral”
[Peirce: 2.243], ou seja, QUALISSIGNOS, SINSIGNOS ou LEGISSIGNOS, respectivamente.
NO NÍVEL SEMÂNTICO, o nível dos Signos considerados sob o modo como eles se relacionam com seus
Objetos, eles também podem ser divididos em três categorias estabelecidas a partir da observação de que
eles têm diferentes modos de substituir ou, melhor, de representar seus Objetos: isto é, se eles os
representam “através de algum caráter próprio a eles mesmos, através de alguma relação existencial com
estes seus Objetos ou de sua relação para com um Interpretante” [Peirce: 2.243], ou seja, ÍCONES,
ÍNDICES ou SÍMBOLOS, respectivamente. 8
NO NÍVEL PRAGMÁTICO, o nível dos Signos considerados sob o ponto de vista dos efeitos interpretantes
que os Signos determinam a partir da sua própria constituição e das suas relações para com seus Objetos,
eles são igualmente divididos em três categorias estabelecidas a partir da observação de que há três tipos
de efeitos interpretantes possíveis de ser determinados por eles: “se o seu Interpretante os representa
como um Signo de possibilidade, como um Signo de fato ou como um Signo de razão” [Peirce: 2.243], ou
seja, REMAS, DICENTES ou ARGUMENTOS (ou, ainda, Signos Remáticos, Signos Dicentes ou Signos
Argumentais).
8
“(…) deve-se observar que, enquanto o signo denota o objeto, não precisa de especial inteligência ou razão da parte de seu intérprete para
ler o signo e distinguir um signo do outro, o que se faz necessário são percepções sutis e familiaridade com os concomitantes habituais de
tais aparências, e com as convenções do sistema de signos (em jogo – n.a.). Para conhecer o objeto, o que é preciso é a experiência prévia
{i.e., “experiência colateral” [8.178-9] – n.a.} desse objeto” [8.181].
notas para SEMIÓTICA E COGNIÇÃO [albertoPUPPI] UNIVALI2003 53
DIVISÕES TRICOTÔMICAS DOS SIGNOS NÍVEL SINTÁTICO (S-S)
Q U A L IS S IG N O
S IN S IG N O
L E G IS S IG N O
figura S&D14
Q U A L IS S IG N O
figura S&D14
“É uma Qualidade que é um Signo. Ela não pode agir aqui e agora enquanto
signo enquanto não estiver fisicalizada; mas não é a fisicalização que a
caracteriza como Signo”. [Peirce: 2.244 – grifos meus]
“É U M A
Q U A L ID A D E
Q U E É U M
S IG N O ”
[2 .2 4 4 ]
Q U A L IS S IG N O
figura S&D14
O D O R ES,
SABO R ES,
C O RES, SO N S,
TEXTU R AS,
M A T IZ E S , T O N S ,
TER NU R AS ETC
[ Q U A L ID A D E S
S IG N IF IC A N T E S ]
Q U A L IS S IG N O
figura S&D14
S IN S IG N O
figura S&D14
“(Onde a sílaba sin é tomada com o sentido de “aquilo que é uma só vez”, como em
singular, simples, etc.) é uma coisa ou evento realmente existente que é um Signo.
Esta coisa ou evento só pode existir através de suas qualidades; portanto
envolve um qualissigno ou, melhor, vários qualissignos. Porém, estes
qualissignos são de um tipo peculiar, eles são do tipo que só constituem um
signo se estiverem realmente fisicalizados.” [Peirce: 2.245 – grifos meus]
“É U M A C O IS A
O U EVENTO
R EALM EN TE
E X IS T E N T E
Q U E É S IG N O ”
[2 .2 4 5 ]
S IN S IG N O
figura S&D14
UM CACO DE
V ID R O , U M P E D A Ç O
D E M A D E IR A , U M A
M AÇ Ã, Q U ALQ U ER
C O IS A
[F A T O S O U
EVENTO S
S IG N IF IC A N T E S ]
S IN S IG N O
figura S&D14
L E G IS S IG N O
figura 1S&D14
“É uma lei que é um Signo. Esta lei é usualmente estabelecida pelos seres humanos. Todo
Signo convencional é um Legissigno (mas não o inverso). O Legissigno não é um simples
objeto, mas um tipo geral que, tem se concordado, deve ser significante. Todo
Legissigno significa através de uma instância de sua aplicação, que deve ser chamada uma
Réplica {ou Instância [cf. 4.537]} dele. Assim, a palavra “ele”, por exemplo, aparecerá
normalmente um punhado de vezes numa mesma página. Ela é, em todas as suas
ocorrências, uma e a mesma palavra, o mesmo legissigno. Cada instância singular dela é
uma Réplica. A Réplica é um Sinsigno. Então, todo Legissigno requer Sinsignos. Porém,
estes não são Sinsignos ordinários, porque estas ocorrências peculiares são vistas como
significantes. Nem mesmo a Réplica seria significante se não fosse a lei.” [Peirce: 2.246 –
grifos meus]
“É U M A L E I
(O U T IP O
G ER AL O U
FO R M A) Q U E
É U M S IG N O ”
[2 .2 4 6 ]
L E G IS S IG N O
figura S&D14
T O D O S O S S IG N O S
C O N V E N C IO N A IS E
A S “R É P L IC A S ” O U
“ IN S T Â N C IA S ” D A S
L E IS N A T U R A IS
[ L E IS , T IP O S G E R A IS
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S IG N IF IC A N T E S ]
L E G IS S IG N O
figura S&D14
ÍC O N E
ÍN D IC E
ro s a
S ÍM B O L O
figura S&D15
ÍC O N E
figura S&D15
ÍC O N E
figura S&D15
s f r o n z ip á u d ic o
ÍC O N E
figura S&D15
9
O Ícone é um Signo que mantém com os Objetos que ele representa uma RELAÇÃO NECESSÁRIA
através de SIMILARIDADES POSSÍVEIS de serem estabelecidas através de uma relação NÃO-
ARBITRÁRIA.
10
Ícones Semióticos ≠Ícones Bizantinos, dos Ícones Pop e dos Ícones “GUI”.
notas para SEMIÓTICA E COGNIÇÃO [albertoPUPPI] UNIVALI2003 59
NÍVEL SEMÂNTICO (O-S) ÍNDICE
ÍN D IC E
figura S&D15
“Um Índice é um Signo que se refere ao Objeto que ele denota em virtude de
ser realmente afetado por aquele Objeto. Ele não pode, portanto, ser um
Qualissigno porque as Qualidades são o que elas são independentemente de
qualquer outra coisa. No entanto, desde que o Índice é afetado pelo Objeto, ele tem,
necessariamente, alguma Qualidade em comum com este Objeto e é em respeito a
isto que ele se refere ao Objeto. Portanto, o Índice envolve um tipo de Ícone, muito
embora um Ícone de uma variedade bastante peculiar; e, além disso, o Índice não é
caracterizado pela mera semelhança com seu Objeto, mesmo naqueles aspectos
que fazem dele um Signo, mas sim pela sua real e atual modificação provocada pelo
Objeto” [Peirce: 2.248 – grifos meus] 11
11
O Índice é um Signo que mantém com o Objeto que ele representa uma RELAÇÃO NECESSÁRIA
como a do Ícone, porém não através de similaridades possíveis, mas sim através ou da relação bruta
da causa-e-efeito físicos ou através de uma SIMILARIDADE PROVÁVEL (i.é, IDENTIDADE), ambas
relações também NÃO-ARBITRÁRIAS.
[Cf. “Escritos Não Publicados” (cap. 1, seção “Interpretantes Lógicos”) e “Correspondência (A Lady
Welby – Dez Classes de Signos + Triângulo)” para colher citação direta a respeito da “identidade”.]
notas para SEMIÓTICA E COGNIÇÃO [albertoPUPPI] UNIVALI2003 60
NÍVEL SEMÂNTICO (O-S) SÍMBOLO
ro s a
S ÍM B O L O
figura S&D15
AURÉLIO ELETRÔNICO
Rosa [Do lat. rosa.] S. f.
1. A flor da roseira. 2. A flor das rosáceas. 3. A parte rosada das faces. 4. Mulher muito bonita. 5. Pega de
latão usada pelos encadernadores para dourar os livros. 6. Rosácea 1 (1). 7. Geom. Rosácea 1 (3). 8. Mus.
Boca circular e ornamentada no tampo dos instrumentos de cordas dedilháveis da família do alaúde, e que
também se encontra nos cravos, clavicórdios, e nas espinetas dos sécs. XV e XVI; rosácea, roseta. 9. Bras.,
MG. Chulo. O anus. S. m. 10. V. cor-de-rosa (3). Adj. g. e 2 n. 11. Que é cor-de-rosa; róseo: 12. Diz-se da cor-
de-rosa:
“Um Símbolo é um Signo que se refere ao Objeto que ele denota em virtude de
uma lei, usualmente uma associação de idéias gerais, as quais determinam que o
Símbolo seja interpretado como referente ao Objeto. Ele é, assim, ele mesmo um
tipo geral ou lei, isto é, um Legissigno. Como tal, ele age através de uma Réplica.
Mas não apenas ele próprio é geral, o Objeto ao qual ele se refere também tem uma
natureza geral. Agora, aquele que é geral tem sua razão de ser justificada nas
instâncias que ele determinará. Deve haver, portanto, instâncias existentes do que o
Símbolo denota, embora nós devamos entender aqui por “existente”, existente no
universo imaginário possível ao qual o Símbolo se refere. O Símbolo será, através
da associação ou outra lei, indiretamente afetado por aquelas instâncias; e, assim, o
Símbolo envolverá um tipo de Índice, muito embora um Índice de uma variedade
muito peculiar. Não será de modo algum verdade, no entanto, que o menor efeito
destas instâncias sobre o Símbolo contará para o seu caráter significante” [Peirce:
2.249 – grifos meus]12
12
O Símbolo é um Signo que mantém com os Objetos que ele representa uma RELAÇÃO
ARBITRÁRIA através de uma CONTIGÜIDADE IMPOSTA através de uma lei ou hábito de uso.
notas para SEMIÓTICA E COGNIÇÃO [albertoPUPPI] UNIVALI2003 61
DIVISÕES TRICOTÔMICAS DOS SIGNOS NÍVEL PRAGMÁTICO (S-I)
IN T E R P R E T A N T E
O BJETO
D O S IG N O E M O C IO N A L
(E F E I T O S IG N IF IC A T IV O )
REM A
IN T E R P R E T A N T E
O BJETO
D O S IG N O E N E R G É T IC O
(E F E I T O S IG N IF IC A T IV O )
D IC E N T E
IN T E R P R E T A N T E
O BJETO
D O S IG N O L Ó G IC O
(E F E I T O S IG N IF IC A T IV O )
ARG UM EN TO
figura S&D16
IN T E R P R E T A N T E
O BJETO
D O S IG N O E M O C IO N A L
(E F E IT O S IG N IF IC A T IV O )
REM A
figura S&D16
O Rema é um Signo que determina, como seu Interpretante, uma “mera qualidade
de sentimento” [Peirce: 8.332], que deve “importar em muita coisa a mais do que
aquele sentimento de reconhecimento” [5.475]. A este interpretante Peirce o
chama de “Interpretante Emocional” [5.475]: “o primeiro e apropriado efeito
significativo de um signo é um sentimento produzido por ele” [5.475]; “quase
sempre há um sentimento que interpretamos como evidência de que nós
compreendemos o efeito do signo, embora a base de verdade seja, neste caso,
freqüentemente muito leve” [5.475]; “em alguns casos, este é o único efeito
significativo que o signo produz” (...) “assim, a execução de uma peça de música de
concerto é um signo (...) ela veicula, e foi composta para veicular as idéias musicais
do compositor; mas estas consistem, usualmente, numa mera série de sentimentos”
[5.475 – grifos meus].
" é u m s ig n o q u e ,
p a ra o s e u
O BJETO In te r p r e ta n te , é IN T E R P R E T A N T E
u m S ig n o d e
D O S IG N O D O S IG N O
P o s s ib ilid a d e
q u a lita tiv a "
[2 .2 5 0 ]
REM A
figura S&D16
O BJETO
é u m a P o s s ib ili-
"o m ú o n " IN T E R P R E T A N T E
d a d e q u a lita tiv a D O S IG N O
REM A
figura S&D16
IN T E R P R E T A N T E
O BJETO
D O S IG N O E N E R G É T IC O
(E F E IT O S IG N IF IC A T IV O )
D IC E N T E
figura S&D16
“Se um signo produz qualquer posterior efeito significativo próprio, ele o fará
através da mediação do interpretante emocional, e tal efeito posterior irá sempre
envolver um esforço. Eu o chamo de Interpretante Energético.” [5.475] “O esforço
pode ser do tipo muscular, como é o caso no comando “Ordinário, marche!”; mas
ele é muito mais usualmente um exercício sobre o Mundo Interior, um esforço
mental. Ele nunca pode ser o significado de um conceito intelectual, desde que ele é
um ato singular, enquanto que tal conceito é de natureza geral.” [5.475]
" é u m s ig n o
q u e , p a ra o s e u
O BJETO In te rp r e ta n te , é IN T E R P R E T A N T E
D O S IG N O u m S ig n o d e D O S IG N O
e x is t ê n c ia a t u a l"
[2 .2 5 1 ]
D IC E N T E
figura S&D16
D IC E N T E
figura S&D16
" d ir e it a , v o lv e r !"
"a ro s a é u m a
O BJETO flo r " IN T E R P R E T A N T E
é u m a c o is a o u " e lia s é
e v e n t o e x is t e n te D O S IG N O
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"ro s a é u m a c o r"
D IC E N T E
figura S&D16
IN T E R P R E T A N T E
O BJETO
D O S IG N O L Ó G IC O
(E F E IT O S IG N IF IC A T IV O )
ARG UM ENTO
figura S&D16
" é u m s ig n o
q u e , p a ra o s e u
O BJETO In te rp re ta n te , é IN T E R P R E T A N T E
D O S IG N O u m S ig n o d e D O S IG N O
u m a le i"
[2 .2 5 2 ]
ARG UM ENTO
figura S&D16
“Um Argumento é um Signo que, para seu Interpretante, é um Signo de uma lei. Ou, talvez
nós pudéssemos dizer que um Rema é um Signo que é compreendido como representante
de seu Objeto meramente em suas características; que um Dicissigno é um Signo que é
compreendido como representante de seu Objeto com respeito à sua existência atual; e que
um Argumento é um Signo que é compreendido como representante de seu Objeto
em sua característica de Signo.” [Peirce: 2.252]
“A peculiaridade dela (da Proposição ou Dicissigno: NA) reside no seu modo de significar; e
dizer isto é o mesmo que dizer que sua peculiaridade reside na sua relação para com seu
Interpretante. A Proposição professa ser realmente afetada pelo existente atual ou lei real
aos quais ela se refere. O Argumento tem a mesma pretensão, mas esta não é a principal
pretensão do Argumento. O Rema não tem tal pretensão.” [Peirce: 2.252] “O Interpretante
do Argumento representa-o como uma instância de uma classe geral de Argumentos, cuja
classe, no todo, sempre vai tender à verdade. É esta lei, de alguma forma, que o
13
Ex: “Todo humano é mortal.”, “Elias é um homem.”, portanto “Elias é mortal”. – cf. 5.308: “Silogismo
completo” (efeito significativo = Interpretante Lógico)
notas para SEMIÓTICA E COGNIÇÃO [albertoPUPPI] UNIVALI2003 67
Argumento faz surgir; e este “surgimento” é o modo de representação próprio dos
Argumentos. O Argumento deve, portanto, ser um Símbolo ou seja, um Signo cujo Objeto
seja uma Lei ou Tipo Geral. Ele deve envolver um Símbolo Dicente, ou Proposição, que é
denominada sua Premissa; porque o Argumento só pode fazer surgir a lei fazendo-a surgir
numa instância. Esta Premissa é, no entanto, bastante diferente em força (i.é, em sua
relação para com seu Interpretante) de uma proposição similar meramente assertada; além
disto, isto está longe de constituir todo o Argumento. Isto porque uma outra proposição,
chamada a Conclusão, requerida para completar o Argumento, representa completamente o
Interpretante e da mesma maneira tem uma força peculiar, ou relação para com o
Interpretante.” [Peirce: 2.253 – grifos meus]
" é u m s ig n o
q u e , p a ra o s e u
O BJETO In te rp re ta n te , é IN T E R P R E T A N T E
e m s u a c a ra c te rís
tic a d e s ig n o , d e le i
u m S ig n o d e D O S IG N O
u m a le i"
[2 .2 5 2 ]
ARG UM ENTO
figura S&D16
"H u m a n o s s ã o
m o r t a is ."
O BJETO " E lia s é IN T E R P R E T A N T E
e m s u a c a ra c te rís
tic a d e s ig n o , d e le i h u m a n o ." D O S IG N O
" E lia s é
m o r t a l. "
ARG UM ENTO
figura S&D16
1
DADE
M ÔNADA Q U A L ID A D E S
m ônada
2 DADE D ÍA D A FATO S O U E V E N TO S
m ônada
d ía d a
3
DADE
T R ÍA D A L E IS
figura S&D30
Q U A L IS S IG N O S IN S IG N O L E G IS S IG N O
Q U A L IS S IG N O
Q U A L ID A D E S Q U A L ID A D E S L E IS D A S
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(L E IS D A Q U ÍM IC A )
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C O N V E N C IO N A IS
(L E IS D A L ÍN G U A )
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(A C O N S T IT U IÇ Ã O )
(E T C )
figura S&D25_11
Q U A L IS S IG N O S IN S IG N O L E G IS S IG N O
Q U A L IS S IG N O
S IN S IG N O
g
L E G IS S IG N O
figura S&D25_11
ÍC O N E ÍN D IC E S ÍM B O L O
ÍC O N E
ro s a
ÍN D IC E
ro s a
S ÍM B O L O
figura S&D25_22
TER M O : P R O P O S IÇ Ã O S IL O G IS M O
"o m ú o n " P A R T IC U L A R : A B D U T IV O
" a lg u m c is n e é
REM A
p re to "
P R O P O S IÇ Ã O S IL O G IS M O
U N IV E R S A L : IN D U T IV O
D IC E N T E
" n e n h u m c is n e é
p re to "
S IL O G IS M O
ARG UM ENTO
D E D U T IV O
figura S&D25_33
N . S E M Â N T IC O N . S IN T Á T IC O N . P R A G M Á T IC O
ÍC O N E ÍN D IC E S ÍM B O L O Q U A L I S S IG N O S I N S IG N O L E G IS S IG N O
R EM A D IC E N T E AR G U M ENTO
Q U A L ID A D E S Q U A L ID A D E S
Q U A L I S S IG N O
L E IS D A S
“P U R A S ” D OS FATOS OU Q U A L ID A D E S => => =>
ÍC O N E
“M E R A S P O S S I B IL ID A D E S ”
D OS EV E NTOS (T E O R I A D A C O R ) IN T E R P R E TA N T E S IN T E R P R E TA N T E S IN T E R P R E TA N T E S
L Ó G IC O -
R E M A
(H A R M O N IA ) E M O C I O N A IS E N E R G É T IC O -
(M O R F O L O G IA ) G E N U ÍN O S E M O C IO N A I S E M O C IO N A I S ,
(E T C ) R A C IO C Í N I O
A B D U T IV O
FATOS O U L EIS D O S F A T O S
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S IN S IG N O
OU D O S E VE NTO S
O
ÍN D IC E
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D IC E N T E
(L E IS IN D U S T R I A I S )
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(L E I S D A F Í S IC A ) G E N U ÍN O S E N E R G É T IC O S ,
(E T C ) P R O P O S IT A IS R A C IO C Í N I O
IN D U T IV O
L EIS
L E G I S S IG N O
S ÍM B O L O
C O N V E N C IO N A IS =>
AR G U M ENTO
(L E IS D A L ÍN G U A ) IN T E R P R E T A N T E S
( L E I S J U R ÍD I C A S ) L Ó G IC O S
(A C O N S T IT U IÇ Ã O ) G E N U ÍN O S ,
(E T C ) R A C IO C Í N I O
D E D U T IV O
figura S&D26
O B JETO O BJETO IN T E R P R E T A N T E IN T E R P R E T A N T E IN T E R P R E T A N T E
D IN Â M IC O IM E D IA T O S IG N O IM E D IA T O D IN Â M IC O F IN A L
figura S&D28
EX:
figura S&D28
OBJETO IMEDIATO
1904 “o Objeto tal como ele é representado” [8.333]
1908 “o Objeto tal como o Signo o representa” [8.343]
1906 “é o Objeto tal como o Signo ele mesmo o representa, e cujo ser é, portanto,
dependente de sua Representação no Signo” [4.536]
OBJETO DINÂMICO
1904 “seu Objeto em si mesmo” [8.333]
1908 “o Objeto realmente eficiente mas não imediatamente presente” [8.343]
1906 “é a Realidade que de algum modo contribui para determinar o Signo à sua
Representação” [4.536]
INTERPRETANTE IMEDIATO
1904 “seu interpretante tal como representado ou como se pretende que seja
entendido” [8.333]
1908 “o Interpretante representado ou significado no Signo” [8.343]
1906 “é o interpretante tal como revelado através do correto entendimento do Signo
em si mesmo, e é ordinariamente chamado de sentido do signo” [4.536]
INTERPRETANTE DINÂMICO
1904 “seu interpretante tal como ele é produzido” [8.333]
1908 “efeito atualmente produzido na mente pelo Signo” [8.343]
1906 “é o efeito atual que o Signo, enquanto um Signo, realmente determina” [4.536]
N ÍV E L S IN T Á T IC O D IV IS Ã O D O S S IG N O S
Q U A L IS S IG N O S
S IN S IG N O S
L E G IS S IG N O S
N ÍV E L S E M Â N T IC O D IV IS Ã O D O S S IG N O S
O B JE TO
D E S C R IT IV O S
D E S IG N A T IV O S
IM E D IA T O C OPULANTES
O I S
ÍC O N E S
O B JE TO
ÍN D IC E S
D IN Â M IC O S ÍM B O L O S
O D S
N ÍV E L P R A G M Á T IC O D IV IS Ã O D O S S IG N O S
H IP O T É T IC O S IN T E R P R E T A N T E
C A T E G Ó R IC O S
R E L A T IV O S
IM E D IA T O
S II
S U G E S T IV O S IN T E R P R E T A N T E
IM P E R A T IV O S
S IG N IF IC A T IV O S D IN Â M IC O
S ID
R EM AS IN T E R P R E T A N T E
D IC E N T E S
AR G UM ENTO S F IN A L
S IF
figura S&D28
Q U A L IS S IG N O Q U A L IS S IG N O S IN S IG N O L E G IS S IG N O
Q U A L ID A D E S Q U A L ID A D E S L E IS D A S
“P U R A S ” D O S FATO S O U Q U A L ID A D E S
(M E R A S P O S S IB IL ID A D E S ) D O S EVEN TO S (T E O R IA D A C O R )
(C O M P O S IÇ Ã O )
(M O R F O L O G IA )
(E T C )
FATO S O U L E IS D O S F A T O S
EVEN TO S
S IN S IG N O
O U DO S EVENTO S
"B R U T O S " (L E IS IN D U S T R IA IS )
(L E IS D A Q U ÍM IC A )
(L E IS D A F ÍS IC A )
(E T C )
g
L E IS
L E G IS S IG N O
C O N V E N C IO N A IS
(L E IS D A L ÍN G U A )
(L E IS J U R ÍD IC A S )
(A C O N S T IT U IÇ Ã O )
(E T C )
figura S&D25_11
D E S C R IT IV O
D E S IG N A T IV O
CO PULANTE D E S C R IT IV O D E S IG N A T IV O COPULANTE
figura S&D25_21
ÍC O N E ÍC O N E ÍN D IC E S ÍM B O L O
ro s a
ÍN D IC E
ro s a
S ÍM B O L O
figura S&D25_22
H IP O T É T IC O
C A T E G Ó R IC O
R E L A T IV O H IP O T É T IC O C A T E G Ó R IC O R E L A T IV O
figura S&D25_31
S U G E S T IV O
IM P E R A T IV O
IN D IC A T IV O S U G E S T IV O IM P E R A T IV O IN D IC A T IV O
figura S&D25_32
TER M O : P R O P O S IÇ Ã O S IL O G IS M O
"o m ú o n " P A R T IC U L A R : A B D U T IV O
" a lg u m c is n e é
REM A
p re to "
P R O P O S IÇ Ã O S IL O G IS M O
U N IV E R S A L : IN D U T IV O
D IC E N T E
" n e n h u m c is n e é
p re to "
S IL O G IS M O
ARG UM ENTO
D E D U T IV O
figura S&D25_33
O D -S O I- S S -S S - II S - ID S - IF
ÍC O N E ÍN D IC E S ÍM B O L O D E S C R IT IV O D E S IG N AT IV O C O PU L AN T E Q U A L IS S I G NO S IN S IG N O L E G IS S I G NO H IP O T É T IC O C AT E G Ó RIC O R E L A T IV O S UG E S T IV O IM P E RA T IV O IN D IC AT IV O R EM A D IC E N T E A R G U M EN T O
O D ID IF
“P U R A S ” D O S FA T O S O U Q U A L ID A D E S
( ME R A S P OS S I B I L ID A D E S ) D O S E V EN TO S (T E O R IA D A C O R ) E M O C IO N A IS E N E R G É T IC O - L Ó G IC O -
G E N U ÍN O S E M O C IO N A IS E M O C IO N A IS
( C O M P O SI Ç Ã O )
[ R A C IO C ÍN I O
(M O R F O L O G IA )
A B D U T IV O ]
(E T C )
ÍC ON E ÍN D I C E S Í MB O L O D ES CRI T IV O D E S IG N A T I V O CO PUL A NT E H I P OT É T IC O C A T E GÓ R IC O R E L A T IV O SUG EST I VO IM P E R A T IV O IN D I C A T I V O REM A DI CEN T E A R GU M E N T O
GE N U Í N O IC ONI C A ME N T E D E GE N E R A D O IC ON I C A ME N T E D E GE N E R A D O GE NUÍ N O D E S C R I T IV A ME N T E D EGE N E R A D O D E S C R I T IV A ME N T E D E GE N E R A D O QU A L I S S IG N O S I N S I GN O L E G IS S IGN O GE N U Í N O H I P OT E T IC A ME N T E D E G E N E R A D O H I P OT E T IC A ME N T E D E G E N E R A D O GE N U Í N O S U G E S T I V A M E N T E D E GE N E R A D O S U G E S T I V A M E N T E D E GE N E R A D O GE N U Í N O R E M A T I C A M E N T E D E GE N E R A D O R E M A T I C A M E N T E D E GE N E R A D O
GE N U Í N O QU A L I T A T IV A ME N T E D E GE N E R A D O
QU A L I T ATIV A ME N T E D E GE N E R A D O
F AT O S O U L EI S D O S FA T O S = > = >
ro s a
E V E N TO S O U D O S E V EN T O S I N T ER P R E T A N TE S I N T ER P R E T A N TE S
"B R U T O S " ( LE I S I N D U S TR I A I S ) E N E R G É T IC O S L Ó G IC O -
( L E I S D A Q U ÍM I C A ) G E N U ÍN O S E N E R G É T IC O S
( LE I S D A F Í S I C A ) [ R A C IO C ÍN I O
I N D U T IV O ]
(E T C )
ÍN D I C E S Í MB O L O D E S IG N A T I V O CO PUL A NT E C A T E GÓ R IC O R E L A T IV O IM P E R A T IV O IN D I C A T I V O DI CEN T E A R GU M E N T O
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figura S&D26
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