“O absoluto está em cada um”, dizem os Upanishads Chandogya, “TAT TUAM ASI” ou
“ISSO ÉS TU”. O Divino dentro de cada um através do SEU representante
microcósmico –o eu individual– chamado Jiva.
No Bhagavad Gita, o senhor Krishna descreve o Jiva como “a minha própria parte
eterna”, e afirma que “a alegria do yoga chega ao yogui que é um com Brahman”.
No ano 150 aC., o yogui Patanjali explicou as oito vias que guiam as práticas do yoga
desde a ignorância à iluminação. As oito vias são como uma escada. Eis:
- Autocontrole (yama)
- Prática religiosa (niyama)
- Posturas (asana)
- Exercícios de respiração (pranayama)
- Controle dos sentidos (pratyahara)
- Concentração (dharana)
- Contemplação profunda (dhyana)
- Iluminação (samadhi).
Há gente que retrata Jesus, inclusive, como um yogui, como actualmente podemos ver
em imagens de Jesus em conventos, capelas e presbitérios –Jesus está representado
em posturas de yogui!.
Dizer que Jesus é “um yogui” é negar a sua divindade, santidade e perfeição intrínseca
e insinua que Ele tinha uma natureza imperfeita sujeita à ignorância e à ilusão (maya),
e que necessitou de ser libertado da sua condição humana mediante a prática e a
disciplina do yoga.
O yoga é incompatível com a espiritualidade cristã porque é panteísta (ao dizer “Deus
é tudo e tudo é Deus”), e sustenta que existe uma realidade única e tudo o resto é
ilusão ou maya. Se só existe uma realidade e tudo o mais é ilusório, não pode haver
nenhuma relação nem amor.
Todo o Cristianismo é sobre relações com Deus e entre os homens. “Amarás ao Senhor,
teu Deus, com todo o teu coração com toda a tua alma e com toda a tua mente. Este é
o principal e o primeiro mandamento. O segundo é este: Amarás ao próximo como a ti
mesmo” (Mt 22, 37-39).
No Hinduísmo, o bem e o mal, tal como a dor e o prazer são ilusórios (maya) e,
portanto, irreais. Vivekananda, o ícone mais respeitado do Hinduísmo moderno, dizia:
“o bem e o mal são um e o mesmo” (Vivekananda, The Yogas and other Works,
publicado por Ramakrishna Vivekananda Centre, NY, 1953).
No Cristianismo, a questão controvertida do pecado como uma ofensa contra a
santidade de Deus é inseparável para a nossa fé, porque o pecado é a razão pela qual
necessitamos de um Salvador. A Encarnação, a Vida, a Paixão, a Morte e a
Ressurreição de Jesus são para nós meios de salvação, isto é, meios para nos
livrarmos do pecado e das suas consequências. Não podemos ignorar esta diferença
fundamental na hora de absorver na Espiritualidade Cristã o yoga e outras técnicas de
meditação orientais.
No melhor dos casos o yoga é uma prática pagã e, no pior, uma prática oculta.
Esta é a religião do anti-Cristo (o homem que se faz Deus) e pela primeira vez na
história está a ser praticada freneticamente no mundo ocidental e na América.
É ridículo que mestres de yoga tragam, inclusive, uma cruz ou algum símbolo cristão,
enganem a gente, dizendo que o yoga não tem nada a ver com o Hinduísmo e dizem
que é só uma questão de aceitar outras culturas. Outros tentaram mascarar o yoga
com apelativos cristãos, denominando-o “yoga cristão”.
Esta não é uma questão de aceitar a cultura de outro povo, é uma questão de aceitar
outra religião que é irrelevante para a nossa religião e de aceitar outros conceitos
religiosos.
Espalhado no Ocidente
É uma pena que o yoga se tenha espalhado tão freneticamente a partir dos Jardins de
Infância até todo o tipo de instituições de medicina, psicologia, etc., chamando-se a si
mesmo ciência, quando não o é em absoluto; e está a vender-se sob a etiqueta de
“terapia de relaxamento”, “auto-hipnose”, “visualização criativa”, “centering”, etc.
O Hata Yoga, que está amplamente difundido na Europa e na América como método de
relaxamento e como exercício não esgotante, é um dos seis sistemas reconhecidos do
Hinduísmo ortodoxo, que na sua origem é religioso e místico, e é a forma mais
perigosa de yoga (cf. Dave Hunt, The seduction of Christianity, pág. 110).
A filosofia e a prática do yoga estão baseadas na crença de que o homem e Deus são
um. Ensina-se a pôr a ênfase em si mesmo, em lugar de [a colocar] no Único e
verdadeiro Deus. Anima-se os que participam a buscar as respostas para os problemas
e questões da vida na sua mente e na sua consciência, em vez de buscar soluções na
Palavra de Deus através do Espírito Santo, como acontece no Cristianismo. Deixa-se a
pessoa, sem lugar para dúvidas, exposta ao engano do inimigo de Deus que busca
vítimas a quem possa arrancar de Deus e da Igreja (cf. I Pe 5, 8).
Nos últimos oito anos, preguei a Palavra de Deus principalmente nos países europeus
que em tempos foram o berço do cristianismo e donde saíram evangelizadores e
missionários, mártires e santos.
Podemos chamar a Europa de cristã, agora? Não é certo que a Europa tem apagado da
sua vida todos os valores e conceitos cristãos? Porque se envergonha a Europa de
reconhecer as suas raízes cristãs? Onde estão os valores morais e a ética que desde há
séculos se praticavam na Europa e que foram levados a outras civilizações e culturas
através da proclamação valente do Evangelho de Cristo? Pelos seus frutos conhecereis
a árvore!
Do yoga ao demoníaco
Nos meus retiros carismáticos, a maioria dos participantes vêm com diferentes
problemas morais, espirituais, físicos ou psíquicos para serem libertados e sanados e
para receberem uma vida nova mediante a força do Espírito Santo.
Com toda a sinceridade do meu coração, posso dizer que entre 80 a 90% dos
participantes estiveram no yoga, no Reiki, na reencarnação, etc., que são práticas
religiosas orientais. Ali perderam a fé em Jesus Cristo e na Igreja. Na Croácia, Bósnia,
Alemanha, Áustria e Itália tive casos claros em que os indivíduos possuídos pelo poder
da obscuridade gritavam “Eu sou Reiki”, “Eu sou o sr. Yoga”. Eles mesmos se
identificavam com estes conceitos como se fossem pessoas, enquanto eu dirigia uma
oração de sanação por eles. Posteriormente, tive que fazer uma oração de libertação
sobre eles para os libertar da possessão do maligno.
Por isso, um cristão não pode em nenhum caso aceitar a filosofia e a prática do yoga,
já que o Cristianismo e o yoga são dois pontos de vista que se excluem mutuamente.
O Cristianismo vê o pecado como o principal problema do homem, considera-o como
um fracasso na hora de se ajustar tanto aos critérios como ao carácter de um Deus
moralmente perfeito. O homem está distanciado de Deus e necessita da reconciliação.
A solução é Jesus Cristo, “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Pela morte
de Jesus na cruz, Deus reconciliou consigo o mundo. Agora chama os homens a
receber em liberdade todos os frutos da sua salvação só através da fé em Cristo.