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31/1/2008 

 
   

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 Carolina Rocha de Araujo | Professora de Direito 
Direito do Trabalho  2 
 

Princípios 
1. CONCEITO  ‐  Sérgio  Pinto  Martins  afirma  que  “princípios  são  proposições  básicas  que 
fundamentam  as  ciências.  Para  o  Direito,  o  principio  é  seu  fundamento,  a  base  que  irá 
informar  e inspirar normas jurídicas”. 

2. Para Júlio Fabrinne Mirabete os Princípios Gerais do Direito são “premissas éticas extraídas da 
legislação e do ordenamento jurídico em geral. São eles estabelecidos com a consciência ética 
do povo em determinada civilização, e podem suprir lacunas e omissões da lei , adaptados as 
circunstanciais do caso concreto.” 

3. Assim, os princípios completam o ordenamento jurídico em suas lacunas como define o art. 4º 
da LICC. 

3.1.  ”Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e 
os princípios gerais de direito.” 

3.2. Art.  8º  da  CLT  ‐  As  autoridades  administrativas  e  a  Justiça  do  Trabalho,  na  falta  de 
disposições  legais  ou  contratuais,  decidirão,  conforme  o  caso,  pela  jurisprudência,  por 
analogia,  por eqüidade  e  outros princípios e  normas  gerais  de direito,  principalmente  do 
direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas 
sempre  de  maneira  que  nenhum  interesse  de  classe  ou  particular  prevaleça  sobre  o 
interesse público. (grifo nosso). 

PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO 
1. Principio da Proteção: proteção jurídica do empregado em face da superioridade econômica 
do  empregador,  buscando  equilibrar  esta  diferença.  Este  princípio  ainda  se  desdobra  em 
outros três que veremos a seguir: 

¾  “in  dúbio  pro  operário”:  Significa  que  nos  casos  de  dúvida  o  aplicador  da  lei  devera 
aplicá‐la de maneira mais favorável ao empregado. 

 OBS:  Este  princípio  não  devera  ser  aplicado  nos  casos  em  que  a  sua  utilização  afrontar 
claramente  a  vontade  do  legislador,  ou  versar  sobre  matéria   da  qual  será  necessário 
apreciação de provas.  

1.2.    Princípio  da  condição  mais  benéfica:  Este  princípio  e  uma  aplicação  do  principio 
constitucional do direito adquirido: 

¾ Art.  5ª  ,  XXXVI  CF/88  –   a   lei   não   prejudicará  o  direito   adquirido,   o   ato  jurídico 
perfeito e a coisa julgada.     

 Assim  o  trabalhador  que  já  conquistou  um  direito  não  poderá  ter  seu  direito  atingido 
mesmo que sobrevenha uma norma nova que não lhe e favorável.  

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¾ Súmula‐51 ‐ Norma Regulamentar. Vantagens e opção pelo novo regulamento. Art. 
468  da  CLT.  (RA  41/1973,  DJ  14.06.1973).  Nova  redação  em  decorrência  da 
incorporação  da  Orientação  Jurisprudencial  nº  163  da  SDI‐1  ‐  Res.  129/2005,  DJ 
20.04.2005)  

I. As  cláusulas  regulamentares,  que  revoguem  ou  alterem  vantagens  deferidas 


anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração 
do regulamento. (ex‐Súmula nº 51 ‐ RA 41/1973, DJ 14.06.1973). 
 
II. Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por 
um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro. (ex‐OJ nº 163 ‐ 
Inserida em 26.03.1999). 
 
1.3. Principio da aplicação da norma mais favorável:  Este princípio foi desdobrado em:       
   
1.3.1. Principio  da  elaboração  de  normas  mais  favoráveis:  Vem  ditar  ao  legislador,  que 
este  ao  elaborar  uma  lei  ,  deve  analisar  seus  reflexos  e  visar  melhorias  para  as 
condições sociais e de trabalho do empregado.       
1.3.2. Principio  da  hierarquia  das  normas  jurídicas:  Este  vem  ditar  que 
independentemente da hierarquia das normas jurídicas, deverá ser aplicada sempre a 
mais  benéfica  ao  trabalhador.  Assim  por  exemplo  se  em  uma  convenção  ficar 
decidido férias de 45 dias, assim ocorrerá mesmo que na CF esteja dispostos 30 dias. 
9 Exceção: normas de caráter proibitivo.  
1.3.3. Principio  da  interpretação  mais  favorável:  Quando  existir  uma  obscuridade  no 
texto legal, deverá se aplicar a lei de forma que melhor se acomode aos interesses do 
trabalhador. 
5. Principio  da  irrenunciabilidade  dos  direitos  trabalhistas:  art.  9º  da  CLT  c/c  o  art.  7º  VI  da 
CF/88 que aliás traz a única ressalva a este principio:  
¾ Art.  9º  CLT  ‐  Serão  nulos  de  pleno  direito  os  atos  praticados  com  o  objetivo  de 
desvirtuar,  impedir  ou  fraudar  a  aplicação  dos  preceitos  contidos  na  presente 
Consolidação.    
¾ Art.  7.º  São  direitos  dos  trabalhadores  urbanos  e  rurais,  além  de  outros  que  visem  à 
melhoria de sua condição social.     (...)       
¾ VI ‐ irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; 

6 – Principio da Primazia da Realidade: Este princípio faz referência ao principio da verdade real 
que está no direito processual penal. Sua aplicação no direito do trabalho vem demonstrar a maior 
valoração que possui o fato real do que aquilo que consta em documentos formais. 

7‐    Principio da continuidade da relação de emprego: Este princípio determina que salvo prova 
em  contrário,  presume‐se  que  o  trabalho  terá  validade  por  tempo  indeterminado.  As  exceções 
serão os contratos por prazo determinado e os trabalhos temporários.  

¾ Súmula 212 TST: Despedimento. Ônus da prova ‐ O ônus de provar o término do contrato de 
trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois 
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o  princípio  da  continuidade  da  relação  de  emprego  constitui  presunção  favorável  ao 
empregado. (Res. 14/1985, DJ 19.09.1985). 

7.1.  princípio  da  proibição  da  despedida  arbitrária  ou  sem  causa:  Como  conseqüência  deste 
principio  temos  o  principio  da  proibição  da  despedida  arbitrária  ou  sem  causa  o  conforme 
dispõe art. 7º , I da CF/ 88:   

¾  Art. 7.º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social:      
¾  I  – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem  justa  causa,  
nos  termos  de  lei  complementar,   que  preverá  indenização  compensatória,  dentre 
outros direitos;  

8‐    Outros Princípios: 

a)       Principio  da  razoabilidade  –  o  aplicador  da  lei  deverá  se  basear  pelo  bom  senso, 
ponderando todos os fatos para ser razoável na aplicação do texto legal. 

b)      Principio da boa‐fé – este princípio dita que as partes devem pactuar sempre de forma 
honesta, sem que haja qualquer  tipo de malícia nesta relação.  

c)      Principio da não ‐ discriminação ‐ é um desdobramento do princípio da isonomia, mas é 
garantido pela carta magna em seu art. 7º , XXX e XXXI. 

 d)      Principio  da  irredutibilidade  do  salário  –  é  um  desdobramento   do  principio  da 
irrenunciabilidade de diretos, e baseia‐se no que esta disposto no art. 7º, VI da CF.  

 
e)      Principio da autonomia da vontade – segundo este  princípio a vontade entre as partes 
que firmam uma relação empregatícia é livre, salvo quando há ofensa à ordem jurídica  ou ao 
interesse publico.  

 f)      Principio da forca obrigatória dos contratos – este principio reforça a idéia do Pacta sunt 
servanda, assim o contrato empregatício se torna lei entre as partes.  

Fontes 
• Constituição:    Os  direitos  dos  trabalhadores  foram  resguardados  pela  primeira  vez  em 
diplomas constitucionais na carta magna  de 1934, a partir daí todas as outras versaram sobre 
o tema. Na atual constituição se encontra dispostos nos art. 7º a 11.          

¾ Competência: A competência para legislar sobre tal matéria é privativa da União conforme 
art.22 da CF/88. 

2. Leis:  

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¾ Exemplos 

a) Decreto‐lei 5452/43 (Consolidação das Leis do Trabalho‐ CLT): Não se trata de 
um código, mas sim de uma reunião sistematizada de varias leis esparsas sobre 
direito do trabalho; 

b) Lei 5889/73: dispõe sobre trabalhador rural; 

c) Lei 5859/72: dispõe sobre os empregados domésticos. 

3. Atos do Poder Executivo 

¾ Exemplos: 

a) Medidas Provisórias (MPs):  poder usado pelo Presidente da Republica (art.62 
CF/88); 

b) Portarias  e  ordens  de  serviço:  Atos  expedidos  pelo  Ministério  do  Trabalho 
(art.87, parágrafo único, II, CF/88). 

4. Sentenças Normativas:  

¾ Conceito:  Decisões  proferidas  pelos  Tribunais  do  Trabalho  (TRTs  ou  TST)  que  tem  o 
escopo de dirimir os dissídios coletivos (no art. 114, parágrafo 2o, da CF/88). 

¾ Efeito: tem efeito erga omnes, atinge a toda categoria econômica patronal envolvida e 
seus respectivos trabalhadores. 

5. Convenções e acordos  coletivos: (art. 7º da CF/88) 

¾  Art.  7º  São  direitos  dos  trabalhadores  urbanos  e  rurais,  além  de  outros  que  visem  à 
melhoria de sua condição social: 

¾ XXVI ‐ reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; 

¾ Convenção – são pactos entre dois ou mais sindicatos ‐> Sindicato Patronal X Sindicato 
profissional  dos  Trabalhadores  a  respeito  de  condições  de  trabalho  para  a  categoria 
(art. 611 da CLT)  

¾ Acordos  –  são  aqueles  pactos  firmados  entre  uma  ou  mais  de  uma  empresa  e  o 
sindicato da categoria profissional a respeito de condições de trabalho (parágrafo 1o do 
art. 661 da CLT). 

6. Regulamentos das empresas  

¾ Conceito: São em geral normas internas da empresa, que vem determinar e regulamentar 
tópico como promoções, disciplina, gratificações.  

¾ Estas normas são aplicadas para os atuais funcionários, bem como aqueles que porventura 
forem admitidos no quadro da empresa. 

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¾ Normalmente  estas  normas  são  formuladas   pelo  empregador,  mas  não  existe  nenhuma 
restrição sobre a participação de empregados. 

7. Disposições contratuais (art.444 da CLT)                

¾ Conceito:  São clausulas incluído no acordo bilateral de trabalho as quais dão origem aos 
direitos e deveres do empregado e empregador. 

¾ Estas  disposições  não  poderão  contrapor  a  proteção  do  trabalho,  as  convenções,  os 
acordos coletivos e as decisões das autoridades competentes (art.444 da CLT).  

8. Usos e Costumes                 

¾ Conceito:  Estão  entre  as  fontes  mais  importantes,  pois  acabam  se  fortalecendo  pela 
reiterada aplicação pela sociedade de certa conduta, e assim dando origem a norma legal.  

¾ No campo do direito do trabalho esta pode estar sendo aplicada em certa empresa, certa 
categoria ou ate mesmo no sistema trabalhista.              

¾ Exemplo:   gratificação natalina que acabou se tornando tão comum que foi transformado 
no atual 13o salário pela lei 4090/62. 

9. Normas internacionais 

¾ Exemplos: 

¾  Tratados  e  Convenções  proferidos  pela  Organização  Internacional  do  Trabalho  (OIT),  


que podem ser ratificados ou não pelos países signatários.   

¾ OBS: O Brasil é um signatário da OIT, e a ratificação das convenções e de competência 
do Congresso Nacional, conforme esta disposto nos art. 49, I e 50 , parágrafo 30 da CF/ 
88. 

10. HIERARQUIA  

¾ No campo do direito do Trabalho a norma que ocupa o ápice da pirâmide de hierarquia 
é  aquela  a  qual  beneficie  mais  o  trabalhador  (Principio  da  hierarquia  das  normas 
jurídicas). 

               

¾ Art. 619 da CLT: Nenhuma disposição de contrato individual de trabalho que contrarie 
normas da Convenção ou Acordo coletivo de Trabalho poderá prevalecer na execução 
do mesmo, sendo considerada nula de pleno direito. 
¾ Art.  623  da  CLT:  Será  nula  de  pleno  direito  disposição  de  Convenção  ou  Acordo  que, 
direta  ou  indiretamente,  contrarie  proibição  ou  norma  disciplinadora  da  política 
econômica  financeira  do  governo  ou  concernente  a  política  salarial  vigente,  não 
produzindo quaisquer efeitos perante autoridades e repartições publicas, inclusive para 
fins de revisão de preços e tarifas de mercadorias e serviços. 

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Direitos Constitucionais (art.7º, CF/88) 
Art. 7º. São  direitos  dos  trabalhadores  urbanos  e  rurais,  além  de  outros  que  visem  à 
melhoria de sua condição social:    

I ‐   relação  de  emprego  protegida  contra  despedida  arbitrária  ou  sem  justa  causa,  nos 
termos  de  lei  complementar,  que  preverá  indenização  compensatória,  dentre  outros 
direitos;      

II ‐  seguro‐desemprego, em caso de desemprego involuntário;     

III ‐  fundo de garantia do tempo de serviço (FGTS);  

IV ‐   salário  mínimo,  fixado  em  lei,  nacionalmente  unificado,  capaz  de  atender  às  suas 
necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, 
lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe 
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;    

V ‐  piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;   

VI ‐  irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;  

VII ‐   garantia  de  salário,  nunca  inferior  ao  mínimo,  para  os  que  percebem  remuneração 
variável;  

VIII ‐   décimo  terceiro  salário  com  base  na  remuneração  integral  ou  no  valor  da 
aposentadoria;     

IX ‐  remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; 

         X ‐  proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;       

 XI ‐   participação  nos  lucros,  ou  resultados,  desvinculada  da  remuneração,  e, 
excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;  

XII ‐   salário‐família  pago  em  razão  do  dependente  do  trabalhador  de  baixa  renda  nos 
termos da lei;  

XIII ‐   duração  do  trabalho  normal  não  superior  a  oito  horas  diárias  e  quarenta  e  quatro 
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo 
ou convenção coletiva de trabalho;   

 XIV ‐   jornada  de  seis  horas  para  o  trabalho  realizado  em  turnos  ininterruptos  de 
revezamento, salvo negociação coletiva;       

XV ‐  repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;     

XVI ‐  remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento 
à do normal;   

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XVII ‐   gozo  de  férias  anuais  remuneradas  com,  pelo  menos,  um  terço  a  mais  do  que  o 
salário normal;  

XVIII ‐  licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e 
vinte dias;   

XIX ‐  licença‐paternidade, nos termos fixados em lei;         

XX ‐   proteção  do  mercado  de  trabalho  da  mulher,  mediante  incentivos  específicos,  nos 
termos da lei;     

XXI ‐  aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos 
termos da lei;     

XXII ‐  redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e 
segurança;  

XXIII ‐   adicional  de  remuneração  para  as  atividades  penosas,  insalubres  ou  perigosas,  na 
forma da lei;    

XXIV ‐  aposentadoria;        

XXV ‐   assistência  gratuita  aos  filhos  e  dependentes  desde  o  nascimento  até  seis  anos  de 
idade em creches e pré‐escolas;   

XXVI ‐  reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;       

XXVII ‐  proteção em face da automação, na forma da lei;  

XXVIII ‐   seguro  contra  acidentes  de  trabalho,  a  cargo  do  empregador,  sem  excluir  a 
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;     

XXIX ‐   ação,  quanto  aos  créditos  resultantes  das  relações  de  trabalho,  com  prazo 
prescricional  de  cinco  anos  para  os  trabalhadores  urbanos  e  rurais,  até  o  limite  de  dois 
anos após a extinção do contrato de trabalho;  

XXX ‐  proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão 
por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;     

XXXI ‐  proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do 
trabalhador portador de deficiência; 

XXXIII ‐   proibição  de  trabalho  noturno,  perigoso  ou  insalubre  a  menores  de  dezoito  e  de 
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 
quatorze anos;   

XXXIV ‐  igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e 
o trabalhador avulso.    

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Parágrafo único. São  assegurados  à  categoria  dos  trabalhadores  domésticos  os  direitos 


previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como a sua integração à 
previdência social.   

y Direitos dos Trabalhadores domésticos: (incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV) 

¾ salário mínimo; 

¾ irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; 

¾ décimo terceiro salário; 

¾ repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos 

¾ gozo de férias;  

¾ licença à gestante; 

¾ licença‐paternidade; 

¾ aviso prévio; 

¾ Aposentadoria.  

Relação de Trabalho e relação de emprego 
Requisitos 
¾ Relação  de  Trabalho:  Corresponde  a  qualquer  vínculo  jurídico  por  meio  do  qual 
uma pessoa natural executa obra ou serviço para outrem, mediante o pagamento 
de uma contraprestação. 

¾  Podemos afirmar que a relação de trabalho é o gênero da qual a relação de 
emprego é a espécie. 

¾ Premissa: Toda relação de emprego corresponde a uma relação de trabalho, 
mas nem toda relação de trabalho corresponde a uma relação de emprego.  

¾ Relação de emprego: 

¾ Requisitos: 

a) Trabalho prestado por pessoa físico; 

b) Pessoalidade:  é intuitu personae  em  relação  ao  empregado,  exceto 


para o empregador doméstico; 

c) Não  eventualidade:  habitual,  contínuo,  duradouro  em  que  o 


empregado, em regra, se integra aos fins sociais desenvolvidos pela 
empresa; 

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d) Onerosidade: remuneração; 

e) Subordinação: o trabalhador recebe ordens do empregador. Trata‐se 
de subordinação jurídica, e não econômica e financeira. Possibilidade 
do empregador aplicar penalidade. 

f) Alteridade:  Os  riscos  da  atividade  econômica  pertencem  única  e 


exclusivamente ao empregador e nunca ao empregado. 

¾ Tipos de Relação de Trabalho: 

a) Trabalho  autônomo:  Inexistência  de  dependência  ou  subordinação 


jurídica  entre  o  prestador  e  o  respectivo  tomador.  Ex:  pintor 
autônomo, o eletricista autônomo, etc. 

¾ Tomador de serviço: pessoa jurídica de Direito Privado, órgão 
público, direto ou indireto, pessoa física, instituição sem fins 
lucrativos, cooperativas, etc.  

b) Trabalhador  avulso:  pessoa  física  que  presta  serviço  sem  vínculo 


empregatício,  de  natureza  urbana  ou  rural,  a  diversas  pessoas, 
sindicalizadas ou não, com intermediação obrigatória do sindicato ou 
do  OGMO  (Órgão  Gestor  de  Mão  de  Obra).Lei  8.630/93  (Lei  de 
Modernização dos Portos). 

¾ Ex:  Estivadores,  conferentes,  vigias portuários,  arrumadores, 


trabalhadores de blocos, etc.  

¾ Não  há  vínculo  permanente  entre  o  trabalhador  portuário 


avulso  e  o  tomador  de  serviço,  mas  apenas  uma  relação  de 
trabalho autônoma.  

c) Trabalho eventual: trabalho realizado de forma esporádica, de curta 
duração  e,  em  regra,  não  relacionado  com  a  atividade  fim  da 
empresa.  Não  há  a  continuidade  na  prestação  de  serviços,  sendo 
realizado em caráter precário. 

¾ Ex: trabalhador que não exerce seu labor permanentemente, 
mas  em  caráter  eventual,  fazendo  “bico”,  atua  hoje  como 
pintor,  hoje  como  ajudante  de  pedreiro,  depois  com 
eletricista. 

d) Estágio  (Lei  6.494/77,  Regulamentada  pelo  Decreto  nº  87.497/82: 


Trabalhador estudante. Não há vínculo trabalhista.  

¾ Finalidade:  Sua  principal  finalidade  é  desenvolver  o 


estudante  nas  atividades  profissionais  com  finalidade 
pedagógica.  

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Direito do Trabalho  11 
 

e) Trabalho  voluntário  (Lei  9.608/98:  Atividade  não  remunerada, 


prestada  por  pessoa  física  a  entidade  pública  de  qualquer  natureza 
ou  a  instituição  privada  de  fins  não  lucrativos,  que  tenha  objetivos 
cívicos, educacional, científicos, recreativos ou de assistência social, 
inclusive mutualidade”. Não há vínculo empregatício por lhe faltar o 
requisito da onerosidade. 

Contrato Individual de Trabalho (Arts. 442/456 da CLT) 
• Conceito (art. 442/456):  Haverá contrato de trabalho sempre que uma pessoa física se obriga 
a realizar atos, executar obras ou prestar serviços para outra e sob dependência desta, durante 
um  período  determinado  ou  indeterminado  de  tempo,  mediante  o  pagamento  de  uma 
remuneração. 

¾ É  contrato  de  direito  privado,  consensual,  sinalagmático  (perfeito),  comutativo,  de  trato 
sucessivo, oneroso e , regra geral, do tipo dos contratos de adesão. 

¾ Elementos Essenciais:  

a) agente capaz; 

b) Objeto lícito; 

c) Forma prescrita e não defesa em lei. 

¾ Requisitos Essenciais: 

a) Continuidade; 

b) Subordinação; 

c) Pessoalidade; 

d) Imparcialidade: o empregado não participa dos riscos da atividade da 
empresa, mas pode participar dos lucros (art.2º‐ Alteralidade). 

¾ Requisito Não Essencial: EXCLUSIVIDADE.  

• Classificação 
¾ Quanto à forma:  

a) Tácito; 

b) Expresso; 

c) Verbal; 

d) Escrito (art.442 da CLT). 

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Direito do Trabalho  12 
 

¾ Quanto à duração (art.443 da CLT): 

1.  Por  prazo  determinado  (§1º):  Contrato  de  trabalho  cuja  vigência  dependa  de  termo 
prefixado  ou  da  execução  de  serviços  especificados  ou  ainda  da  realização  de  certo 
acontecimento suscetível de previsão aproximada. 

¾ Só será válido em se tratando (§2º): 

a) de  serviço  cuja  natureza  ou  transitoriedade  justifique  a 


predeterminação  do  prazo.  Ex:  fabricação  de  produtos  em 
determinados períodos, como ovos de Páscoa e Panetone. 

¾ Transitoriedade  da  função  do  empregado,  e  não  das 


atividades econômicas da empresa. 

b) de  atividades  empresariais  de  caráter  transitório.  Ex:  feira  de 


exposição. 

¾ Transitoriedade da atividade econômica da empresa.  

¾ Os  contratos  de  trabalho  relacionados  nas  alíneas  “a”  e  “b” 


podem  ter  duração  máxima  de  2  (dois)  anos,  podendo  ser 
divididos  em  dois  períodos    contínuos,  desde  que  a  soma 
deles  não  pode  ultrapasse  o  limite  de  duração.  (art.445  da 
CLT). 

¾ Ultrapassado  o  prazo  o  contrato  de  trabalho  passa  a  ser 


considerado por prazo indeterminado (art. 451 da CLT). 

c) Contrato de experiência: Tem duração máxima de 90 (noventa) dias, 
podendo  também  ser  fracionado  em  dois  períodos,  desde  que  a 
soma deles não ultrapasse o limite máximo de duração.  

¾ Ultrapassado  o  prazo  o  contrato  de  trabalho  passa  a  ser 


considerado por prazo indeterminado (art. 451 da CLT).  

2. Por prazo Indeterminado (Regra): Tem data de início certa, porém, sem prazo fixo para 
o término. 

¾ Considera‐se por prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro de 6 
(seis)  meses,  a  outro  contrato  por  prazo  determinado,  salvo  se  a  expiração 
deste  dependeu  da  execução  de  serviços  especializados  ou  da  realização  de 
certos acontecimentos (art. 452 da CLT). 

¾ Ao término  do prazo pactuado e permanecendo o empregado no desempenho 
de  suas  atribuições,  transformar‐se‐á  em  contrato  por  prazo  indeterminado, 
com plena vigência de todas as demais disposições contratuais. 

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Direito do Trabalho  13 
 

• Características: 
a) Bilateral:  É  a  participação  do  sujeito  ativo  (empregador),  podendo  ser 
pessoa  física  ou  jurídica  e  do  sujeito  passivo  (empregado), 
necessariamente pessoa física.É necessário haver duas partes,´podendo 
o empregador ser coletivo, mas o empregado somente individual. 

b) Consensual:  Deve  haver  consentimento  entre  as  partes,  independente 


da formalidade, ser escrito ou verbal. 

c) Oneroso:  A  Relação  contratual  não  pode  ser  gratuita,  devendo  ser 


expressa quanto ao pagamento pela prestação do serviço. 

d) Sucessivo:  É  de  trato  sucessivo  aquele  contrato  que  permite  haver 


continuidade na relação de trabalho . 

e) Não solene: não é revestido de solenidade ou forma específica, podendo 
ser tácito ou expresso (escrito ou verbal) . 

¾ Exceção:  contrato  de  aprendizagem  (10.097/00);  trabalho 


temporário (6.019/74), atleta profissional de futebol (6.354/76).  

Alteração do Contrato de Trabalho (Arts.468/470 da CLT) 
• Alteração unilateral e bilateral: 
¾ Alteração  bilateral  (Regra):  Nos  contratos  individuais  de  trabalho  só  é  lícita  a 
alteração  das  respectivas  condições  por  mútuo  consentimento,  e  ainda  assim 
desde  que  não  resultem,  direta  ou  indiretamente,  prejuízos  ao  empregado, 
sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia (art. 468 da CLT). 

¾ Retorno ao cargo efetivo: Não se considera alteração unilateral a determinação 
do  empregador  para  que  o  respectivo  empregado  reverta  ao  cargo  efetivo, 
anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança.  

¾ Transferência  (art.469  da  CLT):  Ao  empregador  é  vedado  transferir  o 


empregado,  sem  a  sua  anuência,  para  localidade  diversa  da  que  resultar  do 
contrato,  não  se  considerando  transferência  a  que  não  acarretar 
necessariamente a mudança do seu domicílio. 

9 Exceções:  

I. Não  estão  compreendidos  na  proibição  deste  artigo  os 


empregados  que  exerçam  cargos  de  confiança  e  aqueles  cujos 
contratos  tenham  como  condição,  implícita  ou  explícita,  a 
transferência,  quando  esta  decorra  de  real  necessidade  de 
serviço (§2º). 

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Direito do Trabalho  14 
 

II. É  licita  a  transferência  quando  ocorrer  extinção  do 


estabelecimento em que trabalhar o empregado (§2º). 

III. Em  caso  de  necessidade  de  serviço  o  empregador  poderá 


transferir  o  empregado  para  localidade  diversa  da  que  resultar 
do contrato, não  obstante as restrições do artigo anterior, mas, 
nesse  caso,  ficará  obrigado  a  um  pagamento  suplementar, 
nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o 
empregado  percebia  naquela  localidade,  enquanto  durar  essa 
situação. 

¾ Despesas  (art.470  da  CLT):  As  despesas  resultantes  da  transferência  correrão 
por conta do empregador.  

• O jus variandi: é o poder que o empregador tem de praticar alterações nas condições ou no 
conteúdo do pacto laboral, sem que disto resulte prejuízo ou direito do trabalhador a posterior 
reclamação.  

Suspensão e Interrupção do Contrato de Trabalho (Art.471/476‐A) 

• Caracterização e Distinção 
1. SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO  

1. É  a  sustação  temporária  dos  principais  efeitos  do  contrato  de  trabalho  em 
relação às partes, em virtude de um fato relevante juridicamente, preservando 
assim, o contrato de trabalho. 

2. Características: 

o sustação da execução do contrato de trabalho permanecendo o vínculo 
entre as partes; 

o preservação  da  vigência  do  contrato  do  trabalho,  pois  a  sustação  é 


ampla e bilateral; 

o Durante a sustação, as cláusulas contratuais não se aplicam, pois não se 
paga salários, não se presta serviços, não se computa tempo de serviço, 
não produz recolhimento e outros; 

o o  empregador  (unilateralmente),  não  pode  romper  o  contrato  de 


trabalho, a não ser que se faça justo o motivo legal tipificado (art.471 da 
CLT).  

3. Hipóteses de Suspensão: 

a) Suspensão por Motivo Estranho a Vontade do Empregado: 

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Direito do Trabalho  15 
 

9 afastamento  previdenciário,  por  motivo  de  doença,  a 


partir do 16º dia (auxílio‐doença)‐ art. 476, CLT;  

9 afastamento  previdenciário,  por  motivo  de  acidente  do 


trabalho,  a  partir  do  16º  dia  (auxílio‐doença)‐  art.  476, 
CLT; parágrafo único do art. 4º, CLT;  

9 aposentadoria  provisória,  sendo  o  empregado 


considerado incapacitado para o trabalho.‐ art. 475, CLT; 
Enunciado n. 160 TST;  

9 por motivo de força maior;  

9 para  cumprimento  do  encargo  público  obrigatório‐  art. 


483, parágrafo 1º da CLT; art. 472, CLT;  

9 Para  prestação  de  serviço  militar  –  art.  4º  parágrafo 


único, CLT; 

b) Suspensão por Motivo Lícito Atribuível ao Empregado 

9 participação pacifica em greve – art. 7º, Lei n. 7.783/89;  

9  encargo  público  não  obrigatório‐  art.  472,  combinado 


com o art. 483, parágrafo 1º, CLT;  

9 eleição  para  cargo  de  direção  sindical  –  art.  543, 


parágrafo 2º, CLT;  

9 eleição  para  cargo  de  diretor  de  sociedade  anônima  – 


Enunciado n. 269, TST;  

9 Licença  não  remunerada  concedida  pelo  empregador  a 


pedido do empregado, para resolver motivos particulares. 
Deve ser bilateral‐ Enunciado n. 51, TST; 

9 afastamento para qualificação profissional do empregado 
– MP n. 1.709‐4, de 27.11.1998; 

c) Suspensão por Motivo Ilícito atribuível ao Empregado  

9 suspensão disciplinar‐ art. 474, CLT;  

9 suspensão de empregado estável ou garantia especial de 
emprego, para instauração de inquérito para apuração de 
falta  grave,  sendo  julgada  improcedente‐  art.  494,  CLT; 
Súmula n. 197, STF.  

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Direito do Trabalho  16 
 

o Efeitos  da  Suspensão  do  Contrato  de  Trabalho:  O  principal  efeito  é  a 


sustação  das  obrigações  contratuais  (pagar  salário  e  prestar  serviço), 
durante o período de suspensão. 

4. Garantias: 

5. dispensa injusta ou desmotivada no período da suspensão do contrato.  

9 garantia  de  retorno  do  empregado  ao  cargo  anterior 


ocupado, após o fim da suspensão (art. 471, CLT);  

9 garantia  do  salário  e  dos  direitos  alcançados  neste 


período do tempo;  

9 garantia  da  impossibilidade  do  rompimento  do  contrato  


de trabalho, por ato unilateral do empregador. 

6. Prazo para Retorno após a Suspensão do Contrato de Trabalho  

9 Com a sustação da causa suspensiva do contrato, deve o 
empregado  retornar  ao  serviço  e  dar  continuidade  ao 
contrato  de  trabalho  imediatamente,  mas  havendo 
inexistência  de  qualquer  convocação  empresarial 
expressa, pode‐se considerar o prazo para retornar de 30 
(trinta)  dias,  após  a  sustação  da  causa  suspensiva  (art. 
472, parágrafo 1º, CLT).  

9 Caso  não  retorne  ao  serviço,  dá‐se  a  demissão  por  justa 


causa por abandono de emprego (art. 482, “i”, CLT).  

2. INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO  

¾ Conceito:  É  a  sustação  temporária  da  principal  obrigação  do 


empregado (prestação do serviço e disponibilidade perante o empregador) 
no contrato de trabalho, em virtude de um fato relevante juridicamente, no 
qual todas as cláusulas contratuais são mantidas. É a interrupção de modo 
restrito e unilateral.  

¾ Característica: A principal característica é a continuidade de vigência 
de todas as obrigações contratuais. 

¾ Hipóteses de Interrupção do Contrato de Trabalho 

9 encargos  públicos  específicos,  tais  como;  comparecimento  judicial 


como jurado (art. 430 CPP), ou como testemunha (art. 822, CLT) e o 
comparecimento judicial da própria parte  (Enunciado n. 155, TST);  

9 afastamento  do  trabalho  por  motivo  de  doença  ou  acidente  do 
trabalho, até 15 dias;  
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9 os  chamados  descansos  trabalhistas,  desde  que  remunerados,  tais 


como;  intervalos  interjornadas  remunerados  ,  descansos  semanais 
remunerados, descansos em feriados e descanso anual (férias);  

9 licença‐maternidade da empregada gestante;  

9 aborto, durante afastamento até duas semanas (art. 395, CLT);  

9 licença remunerada concedida pelo empregador;  

9 interrupção dos serviços na empresa, resultante de causas acidentais 
de força maior (art. 61, parágrafo 3º, CLT);  

9 hipóteses de afastamento remunerado (art. 473, CLT):  

¾ por dois dias consecutivos, em caso de falecimento de cônjuge, 
ascendente,  descendente,  irmão  ou  pessoa  que  viva  sob  sua 
dependência  econômica  (declarada  na  CTPS  da  empregado), 
sendo que a CLT, concede nove dias para o empregado professor, 
no  caso  de  falecimento  do  cônjuge,  pai,  mãe  ou  filho  (art.  320, 
CLT);  
¾ até três dias consecutivos, em virtude de casamento; já no caso 
de empregado professor será de nove dias (art. 320 parágrafo 3º, 
CLT);  
¾ por  cinco  dias,  m  face  da  licença‐paternidade  (art.  7º,  XIX, 
combinado com art. 10, parágrafo 1º ADCT, CF/88); 
¾ por um dia, em cada 12 meses de trabalho, em caso de doação 
de sangue devidamente comprovada;  
¾ no período de apresentação ao serviço militar;  
¾ nos  dias  em  que  o  empregado  estiver  prestando  vestibular, 
devidamente comprovado (art. 473,VII, CLT);  
¾ Quando tiver que comparecer a juízo (art. 473, VII,CLT). 
¾ Efeitos:  O  principal  efeito  da  interrupção  é  a  sustação  restrita  das 
obrigações  contratuais  (prestar  serviço  e  disponibilidade  perante  o 
empregador).  
¾ Garantias:  
9 retorno  do  empregado  ao  cargo  ocupado  após  o  fim  da  causa 
interruptiva (art. 471,CLT),  

9 garantia  do  recebimento  pelo  empregado  do  salário  e  direitos 


alcançados ao retornar as atividades laborais.  

¾ Prazo para Retorno após a Suspensão do Contrato de Trabalho  

9 Ao  sustar  a  causa  interruptiva,  o  empregado  deve  retornar  as 


suas  obrigações  bilaterais  do  contrato  imediatamente,  os 
benefícios dado ao empregado não permite ampliar tal prazo.  
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¾ As causas de dispensa por justa causa: 

9 A  dispensa  por  justa  causa  no  período  da  suspensão  ou 


interrupção  do  contrato  se  dá,  quando  o  empregado, 
comprovadamente, cometer ato lesivo à honra ou boa forma, ou 
ofensas físicas contra o empregador (art. 482, “k”, CLT).  

¾ Pedido de demissão:  
9 Existe  também  o  pedido  de  demissão  no  período  suspensivo  do 
contrato,  no  qual  este  pedido  terá  que  ter  a  assistência  sindical 
ou administrativa ou de jurisdição voluntária. É um ato nítido de 
pura e simples renúncia (art. 500, CLT).  

Rescisão do Contrato de Trabalho (art. 477 à 486 da CLT) 
• Justas causas (art. 482: 
¾ Requisitos:  

¾ Imediatidade:  A  dispensa  deverá  ser  imediata,  caso 


contrário, estará caracterizado o perdão. 

¾ Gravidade: A falta deve ser grave. 

¾ Causalidade: trata‐se de nexo causal entre a falta e dispensa. 

¾ Duplicidade  de  punição:  Requisito  negativo,  devendo  estar 


ausente.  

• Justas causas (art. 482: 
¾ Requisitos:  

¾ Imediatidade:  A  dispensa  deverá  ser  imediata,  caso 


contrário, estará caracterizado o perdão. 

¾ Gravidade: A falta deve ser grave. 

¾ Causalidade: trata‐se de nexo causal entre a falta e dispensa. 

¾ Duplicidade  de  punição:  Requisito  negativo,  devendo  estar 


ausente.  

f) embriaguez habitual ou em serviço;  

g) violação de segredo da empresa;   

h) ato de indisciplina ou de insubordinação;   

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Direito do Trabalho  19 
 

i) abandono de emprego;  

j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra 
qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo 
em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;  

k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas 
contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de 
legítima defesa, própria ou de outrem;  

l) prática constante de jogos de azar  

m) atos  atentatórios  contra  a  segurança  nacional,  devidamente 


comprovada em inquérito administrativo.  

• Despedida indireta: (art. 483 da CLT) 
¾ Caso em que o empregador é quem comete falta grave, podendo o 
empregado entrar com ação de rescisão indireta do contrato. 

¾ Comprovada  a  falta  do  empregador,  o  empregado  terá  direito  a 


receber  todas  as  verbas  que  receberia  em  caso  de  despedida  sem 
justa causa.  

¾ Principais  atos  que  caracterizam  a  justa  causa  para  rescisão  do 


contrato de trabalho pelo empregado: 

a) forem  exigidos  serviços  superiores  às  suas  forças, 


defesos  por  lei,  contrários  aos  bons  costumes,  ou 
alheios ao contrato; 
b) for  tratado  pelo  empregador  ou  por  seus  superiores 
hierárquicos com rigor excessivo;  
c) correr perigo manifesto de mal considerável;  
d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;  
e) praticar  o  empregador  ou  seus  prepostos,  contra  ele 
ou  pessoas  de  sua  família,  ato  lesivo  da  honra  e  boa 
fama;  
f) o  empregador  ou  seus  prepostos  ofenderem‐no 
fisicamente, salvo em caso de legítima defesa, própria 
ou de outrem;  

g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por 
peça  ou  tarefa,  de  forma  a  afetar  sensivelmente  a 
importância dos salários.  

¾ Morte do empregador: 

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Direito do Trabalho  20 
 

9 No  caso  de  morte  do  empregador  constituído  em  empresa 


individual,  é  facultado  ao  empregado  rescindir  o  contrato  de 
trabalho.  
9 Quando  cessar  a  atividade  da  empresa,  por  morte  do 
empregador,  os  empregados  terão  direito,  conforme  o  caso,  à 
indenização a que se referem os arts. 477 e 497  
¾ Morte do empregado:  extingue‐se o contrato de trabalho. 
• Dispensa arbitrária ou Sem justa causa: 
¾ Art.  477:  É  assegurado  a  todo  empregado,  não  existindo  prazo 
estipulado  para  a  terminação  do  respectivo  contrato,  e  quando 
não haja ele dado motivo para cessação das relações de trabalho, 
o direito de haver do empregador uma indenização, paga na base 
da maior remuneração que tenha percebido na mesma empresa.  

¾ Indenizações:  (multa  de  40  %,  aviso  prévio,  férias  mais  1/3,  13º 
salário, levantamento do FGTS). 
• Culpa recíproca: 
¾  Ocorre  quando  empregador  e  empregado  contribuem  para  a 
rescisão  do  contrato  de  trabalho.  Ex:  ambos  se  agridem  
fisicamente. 

¾ Art.  484  da  CLT:  da  Havendo  culpa  recíproca  no  ato  que 
determinou  a  rescisão  do  contrato  de  trabalho,  o  tribunal  de 
trabalho  reduzirá  a  indenização  à  que  seria  devida  em  caso  de 
culpa exclusiva do empregador, por metade.  

• Indenização     
¾ Aviso  Prévio:  A  parte  que  der  causa  a  rescisão  do  contrato  fica 
sujeita  à  obrigação  de  pagar  ou  conceder,  à  outra  parte,  aviso‐
prévio. 

¾ Despedida sem justa causa: Se a iniciativa de extinguir o contrato 
de trabalho for do empregador, este terá de pagar ao empregado 
também  uma  indenização  compensatória,  além  das  parcelas 
rescisórias, conforme previsto no art. 7º, I, da CF.         

¾ Valor  da  indenização:  Até  que  lei  complementar  regule  esta 


matéria, a indenização a ser paga pelo empregador é de 40% do 
FGTS depositado em nome do empregado. 

¾ Culpa  Recíproca:  a  indenização  será  de  20%      sobre  o  FGTS    se 


houver culpa de ambas as partes pela rescisão (art.10,  do ADCT). 

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Direito do Trabalho  21 
 

Aviso Prévio (art. 487/491, da CLT)     
¾ Art.  487.  Não  havendo  prazo  estipulado,  a  parte  que,  sem  justo  motivo, 
quiser  rescindir  o  contrato  deverá  avisar  a  outra  da  sua  resolução  com  a 
antecedência mínima de: 

I. 8 (oito) dias, se o pagamento for efetuado por semana ou tempo 
inferior;  

II. 30 (trinta) dias aos que perceberem por quinzena ou mês, ou que 
tenham mais de 12 (doze) meses de serviço na empresa; 

¾ Art. 7º, XXI, da CF ‐  aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo 
no mínimo de trinta dias, nos termos da lei.  

¾ A  falta  do  aviso  prévio  por  parte  do  empregador:    dá  ao  empregado  o 
direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a 
integração desse período no seu tempo de serviço (§1º). 

¾ A  falta  de  aviso  prévio  por  parte  do  empregado:  dá  ao  empregador  o 
direito de descontar os salários correspondentes ao prazo respectivo. 

¾ Despedida indireta: É devido o aviso prévio na despedida indireta. 

¾  Horas extras habituais: O valor das horas extraordinárias habituais integra 
o aviso prévio indenizado.  

¾ Reajustamento  salarial  coletivo:  O  reajustamento  salarial  coletivo 


determinado  no  curso  do  aviso  prévio,  beneficia  o  empregado  pré‐avisado 
da  despedida,  mesmo  que  tenha  recebido  antecipadamente  os  salários 
correspondentes  ao  período  do  aviso,  que  integra  seu  tempo  de  serviço 
para todos os efeitos legais.  

¾ Horário de trabalho durante o prazo do aviso prévio: 

9 se  a  rescisão  tiver  sido  promovida  pelo  empregador,  será 


reduzido  de  2  (duas)  horas  diárias,  sem  prejuízo  do  salário 
integral.  

9 por  1  (um)  dia,  na  hipótese  do  inciso  I  (pagamento  for 


efetuado por semana ou tempo inferior) 

9 7  (sete)  dias  corridos,  na  hipótese  do  inciso  II  (perceberem 


por quinzena ou mês) 

¾ Reconsideração do ato (art.489): 

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Direito do Trabalho  22 
 

9  se a parte notificante reconsiderar o ato, antes de seu termo, 
à outra parte é facultado aceitar ou não a reconsideração. 

9 Caso  seja  aceita  a  reconsideração  ou  continuando  a 


prestação depois de expirado o prazo, o contrato continuará 
a vigorar, como se o aviso não tivesse sido dado.  

¾ Justa causa pelo empregador (art.490): O empregador que, durante o prazo 
do  aviso  prévio  dado  ao  empregado,  praticar  ato  que  justifique  a  rescisão 
imediata  do  contrato,  sujeita‐se  ao  pagamento  da  remuneração 
correspondente ao prazo do referido aviso, sem prejuízo da indenização que 
for devida. 

¾ Justa causa pelo empregado (art. 491): O empregado que, durante o prazo 
do  aviso  prévio,  cometer  qualquer  das  faltas  consideradas  pela  lei  como 
justas para a rescisão, perde o direito ao restante do respectivo prazo  

Duração do Trabalho (Art.57 à 75 da CLT) 
• Jornada de Trabalho (arts.58 à 65 da CLT) 
¾ a duração normal do trabalho é de 8 horas diárias ou 44 horas semanais (art. 7º, 
inciso XIII, da CF/88). 

¾ Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros 
que visem à melhoria de sua condição social:                    

¾ duração  do  trabalho  normal  não  superior  a  oito  horas  diárias  e 


quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e 
a  redução  da  jornada,  mediante  acordo  ou  convenção  coletiva  de 
trabalho; 
• Conceito: a jornada normal de trabalho será o espaço de tempo durante o qual 
o  empregado  deverá  prestar  serviço  ou  permanecer  à  disposição  do 
empregador, com habitualidade, excetuadas as horas extras;. 

¾ art. 7º, XIII, da CF: sua duração deverá ser de até 8 horas diárias, e 
44 semanais; 

¾ Turno  ininterrupto  de  Revezamento:  a  jornada  deverá  ser  de  6 


horas. 

¾ Redução legal da jornada: poderá ser feita pelas partes, de comum 
acordo, por convenção coletiva e pela lei. 
¾ Redução  da  jornada  com  diminuição  do  salário:  é 
inquestionavelmente  lícita,  uma  vez  que  a  CF/88  permite,  pela 
negociação, a redução da jornada. 

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Direito do Trabalho  23 
 

• Períodos de descanso (arts. 66 à 72 da CLT). 
¾ Intervalo  Interjornada:  Entre  2  (duas)  jornadas  de  trabalho  haverá  um 
período  mínimo  de  11  (onze)  horas  consecutivas  para  descanso  (art.66  da 
CLT) 
¾ a jurisprudência assegura o direito à remuneração como extraordinárias das 
horas  decorrentes  da  inobservância  desse  intervalo  pela  absorção  do 
descanso semanal. 

y Intervalo para repouso e alimentação 
¾ Intervalo Intrajornada:  

¾ a lei obriga o intervalo de 15 minutos quando o trabalho é prestado 
por mais de 4 horas e até 6 horas;  

¾ será de 1 a 2 horas nas jornadas excedentes de 6 horas;  

¾ Estes  intervalos    não  são  computados  na  duração  da  jornada,  salvo 
alguns especiais (vigia).  
¾ Não  concessão  do  intervalo  Intrajornada:  Quando  o  intervalo  para 
repouso e alimentação, previsto neste artigo, não for concedido pelo 
empregador,  este  ficará  obrigado  a  remunerar  o  período 
correspondente  com  um  acréscimo  de  no  mínimo  50%  (cinqüenta 
por  cento)  sobre  o  valor  da  remuneração  da  hora  normal  de 
trabalho.  
• Descanso semanal Remunerado (art.67 da CLT) 
¾ Conceito:  é  a  folga  a  que  tem  direito  o  empregado,  após 
determinado  número  de  dias  ou  horas  de  trabalho  por  semana, 
medida  de  caráter  social,  higiênico  e  recreativo,  visando  a 
recuperação  física  e  mental  do  trabalhador;  é  folga  paga  pelo 
empregador. 

¾ Será  assegurado  a  todo  empregado  um  descanso  semanal  de  24 


(vinte  e  quatro)  horas  consecutivas,  o  qual,  salvo  motivo  de 
conveniência  pública  ou  necessidade  imperiosa  do  serviço,  deverá 
coincidir com o domingo, no todo ou em parte. 

¾ O  trabalho  em  domingo,  seja  total  ou  parcial,  na  forma  do  art.  67, 
será  sempre  subordinado  à  permissão  prévia  da  autoridade 
competente em matéria de trabalho.  

¾ A permissão será concedida a título permanente nas atividades que, 
por sua natureza ou pela conveniência pública, devem ser exercidas 
aos domingos.  

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Direito do Trabalho  24 
 

• Trabalho Noturno (arts. 73 da CLT) 
¾ A Constituição Federal, no seu artigo 7º, inciso IX, estabelece que são 
direitos  dos  trabalhadores,  além  de  outros,  remuneração  do 
trabalho noturno superior à do diurno. 

¾ HORÁRIO NOTURNO: 

y Considera‐se  noturno,  nas  atividades  urbanas,  o  trabalho  realizado 


entre as 22:00 horas de um dia às 5:00 horas do dia seguinte. 

y Nas  atividades  rurais,  é  considerado  noturno  o  trabalho  executado 


na  lavoura  entre  21:00  horas  de  um  dia  às  5:00  horas  do  dia 
seguinte,  e  na  pecuária,  entre  20:00  horas  às  4:00  horas  do  dia 
seguinte. 

¾ HORA NOTURNA  

y A  hora  normal  tem  a  duração  de  60  (sessenta)  minutos  e  a  hora 


noturna,  por  disposição  legal,  nas  atividades  urbanas,  é  computada 
como  sendo  de  52  (cinqüenta  e  dois)  minutos  e  30  (trinta) 
segundos.  

y Nas  atividades  rurais  a  hora  noturna  é  considerada  como  de  60 


(sessenta)  minutos,  não  havendo,  portanto,  a  redução  como  nas 
atividades urbanas. 

¾ TRABALHO NOTURNO DO MENOR (art. 7º, XXXIII)  

y O trabalho noturno dos menores de 18 (dezoito) anos, de ambos os 
sexos, é expressamente proibido pela Constituição Federal. 

¾ ADICIONAL NOTURNO (art.73 da CLT)  

y Salvo  nos  casos  de  revezamento  semanal  ou  quinzenal,  o  trabalho 


noturno terá remuneração superior à do diurno e, para esse efeito, 
sua remuneração terá um acréscimo de 20% (vinte por cento), pelo 
menos, sobre a hora diurna. 

y 25%, tratando‐se de empregados rurais.  

¾ Trabalho extraordinário 
¾ horas  extras:  horas  extras  são  aquelas  que  ultrapassam  a  jornada  normal 
fixada  por  lei,  convenção  coletiva,  sentença  normativa  ou  contrato 
individual de trabalho. 

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Direito do Trabalho  25 
 

¾ Art. 59, da CLT: a duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas 
suplementares,  em  número  não  excedente  de  duas,  mediante  acordo 
escrito entre empregador e empregado, ou mediante convenção coletiva de 
trabalho. 

¾ Efeitos: pagamento de adicional de horas extras de pelo menos 50% (CF, art. 
7º). 

¾ Compensação: a CF, art. 7º, XIII, admite compensação de horas através de 
acordo ou convenção coletiva; a inobservância da forma escrita prejudicará 
a eficácia do acordo (Enunciado 85 do TST). 

¾ significa  que  durante  o  quadrimestre  que  servirá  de  parâmetro  as  horas 
além das normais, serão remuneradas sem adicional de horas extras;  

¾ completados  os  120  dias  o  empregador  terá  que  fazer  o  levantamento  do 
número de horas nas quais o empregado trabalhou durante esse período;  

¾ se  esse  número  não  ultrapassar  o  limite  normal  do  quadrimestre,  não 
haverá nenhum pagamento adicional a ser efetuado;  

¾ Se  ultrapassar,  o  empregador  terá  que  pagar  as  horas  excedentes  com 
adicional. 

¾ Horas  extras  nos  casos  de  força  maior:  força  maior  é  o  acontecimento 
imprevisível, inevitável, para o qual  o empregador não concorreu (art. 501 
da CLT); nesses casos a lei permite horas extras (art. 61 da CLT). 

¾ Horas extras para conclusão de serviços inadiáveis: serviços inadiáveis são 
os que devem ser concluídos na mesma jornada de trabalho; não podem ser 
terminados na jornada seguinte sem prejuízos, em número máximo de até 4 
por dia, remuneradas com adicional de pelo menos 50%. 

¾ Horas  extras  para  a  reposição  de  paralisações:  a  empresa  pode  sofrer 


paralisações decorrentes de causas acidentais ou de força maior; o art. 61, § 
3º,  da  CLT,  autoriza  a  empresa,  a  exigir  a  reposição  de  horas  durante  as 
quais o serviço pode ser prestado, mediante prévia concordância da DRT e 
durante o máximo de 45 dias por ano, com até 2 horas extras por dia. 

¾ Excluídos da proteção legal da jornada de trabalho: nem todo o empregado 
é  protegido  pelas  normas  sobre  a  jornada  diária  de  trabalho;  as  exclusões 
operam‐se em razão da função; são os casos do gerente (art. 62 da CLT) e 
do empregado doméstico (Lei 5859/72). 

Salário Mínimo (arts. 76 à 116 da CLT) 

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Direito do Trabalho  26 
 

• Irredutibilidade e garantia 
¾ Conceito  (art.  76  da  CLT):  Salário  mínimo  é  a  contraprestação  mínima 
devida  e  paga  diretamente  pelo  empregador  a  todo  trabalhador,  inclusive 
ao  trabalhador  rural,  sem  distinção  de  sexo,  por  dia  normal  de  serviço,  e 
capaz  de  satisfazer,  em  determinada  época  e  região  do  País,  as  suas 
necessidades  normais  de  alimentação,  habitação,  vestuário,  higiene  e 
transporte. 

¾ Garantia: Art. 7º, IV, da CF/88: salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente 
unificado, capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua 
família  com  moradia,  alimentação,  educação,  saúde,  lazer,  vestuário, 
higiene,  transporte  e  previdência  social,  com  reajustes  periódicos  que  lhe 
preservem  o  poder  aquisitivo,  sendo  vedada  sua  vinculação  para  qualquer 
fim;   

¾ Irredutibilidade Salarial : é garantia de ordem Constitucional (art. 7º, VI). 

¾ Art. 7º. São  direitos  dos  trabalhadores  urbanos  e  rurais,  além  de 


outros que visem à melhoria de sua condição social. (...)  

    VI ‐   irredutibilidade  do  salário,  salvo  o  disposto  em  convenção  ou 


acordo coletivo;  

Férias 
• Direito a férias e sua duração (art. 129 à 133 da CLT) 
¾ Direito à férias (Art. 129) ‐ Todo empregado terá direito anualmente ao 
gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração  

¾ Garantia Constitucional:  

¾ Art. 7º. São  direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de 
outros que visem à melhoria de sua condição social:    

1. XVII ‐   gozo  de  férias  anuais  remuneradas  com, 


pelo  menos,  um  terço  a  mais  do  que  o  salário 
normal;  

¾ Período aquisitivo: Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do 
contrato  de  trabalho,  o  empregado  terá  direito  a  férias,  na  seguinte 
proporção:   

¾ 30  (trinta)  dias  corridos,  quando  não  houver  faltado  ao 


serviço mais de 5 (cinco) vezes;  

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Direito do Trabalho  27 
 

¾ 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 
(seis) a 14 (quatorze) faltas; 

¾ 18  (dezoito)  dias  corridos,  quando  houver  tido  de  15 


(quinze) a 23 (vinte e três) faltas;  

¾ 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e 
quatro) a 32 (trinta e duas) faltas.  

¾ Cômputo como tempo de serviço: O período das férias será computado, 
para todos os efeitos, como tempo de serviço.  

¾ Trabalho em regime de tempo parcial (art.130‐A): após cada período de 
doze  meses  de  vigência  do  contrato  de  trabalho,  o  empregado  terá 
direito a férias, na seguinte proporção: 

¾ dezoito  dias  (18),  para  a  duração  do  trabalho  semanal 


superior  a  vinte  e  duas  horas  (22),  até  vinte  e  cinco  (25) 
horas;  

¾ dezesseis  dias,  para  a  duração  do  trabalho  semanal 


superior a vinte (20) horas, até vinte e duas horas (22)  

¾ quatorze  dias,  para  a  duração  do  trabalho  semanal 


superior a quinze (15) horas, até vinte (20) horas;  

¾ doze dias, para a duração do trabalho semanal superior a 
dez (10) horas, até quinze (15) horas;  

¾ dez  dias,  para  a  duração  do  trabalho  semanal  superior  a 


cinco (5) horas, até dez (10) horas;  

¾ oito  dias,  para  a  duração  do  trabalho  semanal  igual  ou 


inferior a cinco (5) horas.  

¾ Redução do período de férias em razão de faltas injustificadas: 
O empregado contratado sob o regime de tempo parcial que tiver 
mais  de  sete  (7)    faltas  injustificadas  ao  longo  do  período 
aquisitivo terá o seu período de férias reduzido à metade.  

¾ Não  será  considerada  falta  ao  serviço,  para  os  efeitos  de  concessão  de 
férias (art.131): 

¾ nos casos referidos no art. 473;  

¾ durante  o  licenciamento  compulsório  da  empregada  por 


motivo de maternidade ou aborto;  

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Direito do Trabalho  28 
 

¾ Não  terá  direito  a  férias  o  empregado  que,  no  curso  do  período 
aquisitivo (art.133):  

¾ deixar  o  emprego  e  não  for  readmitido  dentro  de  60 


(sessenta) dias subseqüentes à sua saída;  

¾ permanecer  em  gozo  de  licença,  com  percepção  de 


salários, por mais de 30 (trinta) dias;  

¾ deixar  de  trabalhar,  com  percepção  do  salário,  por  mais 


de  30  (trinta)  dias,  em  virtude  de  paralisação  parcial  ou 
total dos serviços da empresa. 

¾ tiver  percebido  da  Previdência  Social  prestações  de 


acidente de trabalho ou de auxílio‐doença por mais de 6 
(seis) meses, embora descontínuos. 

• Concessão e época das férias (arts. 134 à 138 da CLT) 
¾ Período  Concessivo  (art.134):  As  férias  serão  concedidas  por  ato  do 
empregador,  em  um  só  período,  nos  12  (doze)  meses  subseqüentes  à 
data em que o empregado tiver adquirido o direito. 

¾ Períodos  de  férias:  Somente  em  casos  excepcionais  serão  as 


férias concedidas em 2 (dois) períodos, um dos quais não poderá 
ser inferior a 10 (dez) dias corridos. 

¾  Concessão  aos  menores  de  18  e  aos  maiores  de  50:  Aos 
menores  de  18  (dezoito)  anos  e  aos  maiores  de  50  (cinqüenta) 
anos de idade, as férias serão sempre concedidas de uma só vez.    

¾ Época da concessão das férias (art.136): será a que melhor consulte os 
interesses do empregador.  

¾ Membros  de  uma  mesma  família:  Os  membros  de  uma  família,  que 
trabalharem  no  mesmo  estabelecimento  ou  empresa,  terão  direito  a 
gozar  férias  no  mesmo  período,  se  assim  o  desejarem  e  se  disto  não 
resultar prejuízo para o serviço.  

¾ Época  da  concessão  das  férias  do  menor  de  18  anos:  O  empregado 
estudante, menor de 18 (dezoito) anos, terá direito a fazer coincidir suas 
férias com as férias escolares.  

¾ Concessão  das  férias  fora  do  prazo  (art.137):  Sempre  que  as  férias 
forem  concedidas  após  o  prazo  de  que  trata  o  art.  134,  o  empregador 
pagará em dobro a respectiva remuneração. 

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Direito do Trabalho  29 
 

¾ Fixação  por  sentença  da  época  de  gozo  das  férias:  Vencido  o 
mencionado prazo sem que o empregador tenha concedido as férias, o 
empregado poderá ajuizar reclamação pedindo a fixação, por sentença, 
da época de gozo das mesmas.  

• Remuneração e abono de férias (arts.142 à 145 da CLT). 
¾ Remuneração: 

¾ Art.  142  da  CLT:  O  empregado  perceberá,  durante  as  férias,  a 


remuneração que lhe for devida na data da sua concessão. 

¾ Art. 7º  da  CF: São  direitos  dos  trabalhadores  urbanos  e  rurais, 


além de outros que visem à melhoria de sua condição social:    

¾ XVII ‐   gozo  de  férias  anuais  remuneradas  com,  pelo 


menos, um terço a mais do que o salário normal;  

¾ Salário  for pago  por  hora  com  jornadas  variáveis:  apurar‐se‐á  a  média 


do  período  aquisitivo,  aplicando‐se  o  valor  do  salário  na  data  da 
concessão das férias.  

¾ Salário  pago  por  tarefa:  tomar‐se‐á  por  base  a  media  da  produção  no 
período  aquisitivo  do  direito  a  férias,  aplicando‐se  o  valor  da 
remuneração da tarefa na data da concessão das férias. 

¾ Salário  pago  por  percentagem,  comissão  ou  viagem:  apurar‐se‐á  a 


média percebida pelo empregado nos 12 (doze) meses que precederem 
à concessão das férias. 

¾ Os  adicionais  por  trabalho  extraordinário,  noturno,  insalubre  ou 


perigoso serão computados no salário que servirá de base ao cálculo da 
remuneração das férias. 

¾ Abono de férias: É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do 
período  de  férias  a  que  tiver  direito  em  abono  pecuniário,  no  valor  da 
remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes.  

¾ Prazo  para  requerimento  do  abono:  O  abono  de  férias  deverá  ser 
requerido até 15 (quinze) dias antes do término do período aquisitivo. 

¾ Trabalho  em  tempo  parcial:  as  regras  sobre  o  abono  não  se  aplica aos 
empregados sob o regime de tempo parcial.  

¾ Pagamento: O pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, o 
do abono referido no art. 143 serão efetuados até 2 (dois) dias antes do 
início do respectivo período. 

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Direito do Trabalho  30 
 

¾ O empregado dará quitação do pagamento, com indicação do início e do 
termo das férias.   

  

  

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