SANITÁRIOS
PREVENÇÃO DE RISCOS PROFISSIONAIS CONTRA AGENTES BIOLÓGICOS
EM ATERROS SANITÁRIOS NOS AÇORES – Caso de Estudo Ilha Terceira
A gestão de resíduos em Ilhas foi uma questão abordada por consultores de seis
Estados – Membros da União Europeia durante o ano de 1994 e a primeira metade de
1995, sob a coordenação da Unidade de Política de Gestão de Resíduos da Comissão
Europeia (CE, 1996).
Este objectivo teve um esforço duplo: descrever as actuais práticas de gestão de
resíduos em várias ilhas das costas europeias e, propor soluções alternativas sempre
que se justificasse possível (CE, 1996).
A lei (DL 26/94, de 01-02, na sua versão enumerada anexa ao DL 109/2000, de 30/06)
considera, para o efeito, possibilidade diversificadas ao nível organizacional, de entre
as quais o empregador poderá optar ou fazer combinações, de forma a organizar os
serviços de prevenção da sua empresa.
Na báscula de pesagem electrónica são registados todos os resíduos que dão entrada
no aterro sanitário. Estes registos fornecem informação precisa sobre o tipo de resíduo
depositado, o produtor, a data e hora do depósito e o peso do resíduo. Os resíduos
sólidos são então depositados em diferentes zonas consoante a sua origem: os
resíduos sólidos domésticos e os resíduos equiparados a urbanos são depositados na
bolsa em exploração. Existem zonas destinadas ao depósito temporário de entulhos,
sucatas, pneus, óleos usados, vidros e resíduos verdes.
Entre os factores influentes na recolha dos ecopontos, pude verificar que existem dois
factores climáticos importantes, que originam situações perigosas, na qual conduzem
à situações de risco aos trabalhadores, sendo de referir:
O vento transporta poeiras e gases contidos nos ecopontos que podem originar
doenças profissionais existentes na zona envolvente dos trabalhadores.
A recolha especial é efectuada por uma viatura própria com sistema de elevação, da
competência dos S.M.A.H. Esta recolha não tem itinerários definidos e é feita sempre
que solicitada pelo detentor, visto serem resíduos com características especiais
(natureza, características, peso e dimensão) e, por isso, não poderem ser objecto de
remoção normal.
Fig. 5. Operação de recolha de óleos usados
Estes resíduos após serem recolhidos, são conduzidos ao aterro sanitário onde são
pesados e depositados em locais específicos dentro da área do aterro, aguardando
soluções de valorização.
A sucata é uma vez por ano, compactada e enfardada por uma empresa especializada
para o efeito e enviada em contentores para reciclagem.
Os óleos usados são de igual modo recolhidos pelas viaturas de recolha especial dos
Serviços Municipalizados, em bidões e depositados numa zona criada para o efeito no
aterro sanitário, ou são os próprios produtores desses óleos que se encarregam de os
levar ao aterro sanitário.
Pode-se verificar pelo gráfico acima representado, que a quantidade de óleo usado
aumentou gradualmente nos últimos três anos, sendo de referir que apenas uma parte
foi valorizada no ano de 2002, cerca de 48000 l/ano, sendo os restantes 55600 l/ano
depositado no Aterro, constituindo um sério risco de incêndio, devido a grande
quantidade de carga incendiária, que poderá num futuro próximo acarretam situações
de possíveis incêndios ou explosões.
A zona de armazenagem dos óleos usados está remodelada contendo três tanques
metálicos de elevada capacidade assentos em pilares de betão armado e o chão
revestidos de betão. Para esses tanques são transferidos todos os óleos que dão
entrada no aterro, de forma a minimizar os riscos de contaminação do solo por esses
óleos.
As pilhas são armazenadas num contentor de 800 kg que se encontra num armazém
do papel/cartão, pretendendo-se encontrar as quantidades necessárias de forma a
proceder-se ao seu encaminhamento para valorização/reciclagem.
A partir dos dados obtidos de registos dos SMAH, foi feita uma análise de riscos
baseada na recolha de dados, com o objectivo de se reunir um conjunto de informação
que pudesse contribuir para um melhor conhecimento das características quantitativas
de resíduos produzidos na Terceira, tanto dos resíduos sólidos urbanos como os de
outra natureza.
Gráfico.3. Valores quantitativos de resíduos no Aterro em 2002 (SMAH,2003)
Verificando o gráfico acima, pude constatar que a maior quantidade de resíduos que
deram entrada em 2002 foram de entulho (70064,49 ton/ano), resíduo doméstico
(29263,24) e matéria orgânica (3666,81 ton/ano) no Aterro Intermunicipal, originando
um risco de exposição a agentes biológicos maior nos trabalhadores sujeitos à todas
as actividades de recolha, transporte e tratamento de resíduos sólidos