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GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS EM ATERROS

SANITÁRIOS
PREVENÇÃO DE RISCOS PROFISSIONAIS CONTRA AGENTES BIOLÓGICOS
EM ATERROS SANITÁRIOS NOS AÇORES – Caso de Estudo Ilha Terceira

Marcelo Gil Simões*

A gestão de resíduos em Ilhas foi uma questão abordada por consultores de seis
Estados – Membros da União Europeia durante o ano de 1994 e a primeira metade de
1995, sob a coordenação da Unidade de Política de Gestão de Resíduos da Comissão
Europeia (CE, 1996).
Este objectivo teve um esforço duplo: descrever as actuais práticas de gestão de
resíduos em várias ilhas das costas europeias e, propor soluções alternativas sempre
que se justificasse possível (CE, 1996).

Destas actividades resultou o Manual de Código de Prática para a Gestão de


Resíduos em Ilhas (“Codes of Practice For Waste Management on Islands”), destinado
a auxiliar as autoridades locais das ilhas europeias (incluindo os Açores) na
elaboração dos planos de gestão de resíduos.

Entre os problemas mais frequentes encontram-se :


- Os custos de transporte dos resíduos recicláveis para o continente;
- A falta de infra-estruturas;
- As flutuações da população sazonal;
- As condições climatéricas;
- A vulnerabilidade ambiental;
- A falta de espaço e de infra-estruturas para a eliminação dos resíduos (CE, 1996).

A identificação, por origem, é importante, dado que apenas conhecendo a


produção e o tipo de resíduos por sector será possível determinar qual o conjunto de
medidas de prevenção, reutilização ou valorização que poderá ser mais facilmente
aplicável.
Fig.1. Histograma representativo de tipos de resíduos e quantitativos relativos a
2002 (Fonte:SMAH)

A gestão dos resíduos está orientada para a redução da quantidade e perigosidade


dos resíduos, bem como da sua valorização, por forma a que nos aterros apenas se
faça deposição de resíduos correspondentes à fracção residual dos processos
produtivos e dos sistemas de valorização que não tenham solução no âmbito das
tecnologias actuais (Instituto dos Resíduos, 1999).

Segundo o Decreto-Lei n.º 239/97 de 9 de Setembro, a gestão de resíduos visa,


preferencialmente, a prevenção ou redução da produção ou nocividade dos resíduos
nomeadamente através da reutilização e da alteração dos processos produtivos, por
via da adopção de tecnologias mais limpas, bem como a sensibilização dos agentes
económicos e dos consumidores. Subsidiariamente, a gestão de resíduos visa
assegurar a sua valorização, nomeadamente através de reciclagem, ou a sua
eliminação adequada.

Neste contexto, as disposições comunitárias consideram prioritárias i) a


implementação da política dos “3R´s (redução, reciclagem, reutilização) e ii) a
eliminação de todos os resíduos não reutilizáveis, através dos seguintes mecanismos:

• prevenção à formação de resíduos e à resolução do problema na origem;


• incentivo à reutilização e reciclagem de resíduos através, por exemplo, da
recolha selectiva;
• estabelecimento de prioridades relativamente aos fluxos de resíduos.
A Gestão adequada de resíduos é um desafio inadiável para as sociedades modernas.
O desenvolvimento das actividades económicas em que existe o risco de exposição a
agentes biológicos, aumenta significativamente, designadamente em resultado do
desenvolvimento das biotecnologias através das quais se procede a sua produção e
utilização, e nomeadamente a sua recolha após utilização e deposição como resíduo
em destino final.

Os trabalhadores do Aterro Intermunicipal da Ilha Terceira podem estar expostos a


agentes biológicos com riscos para a sua saúde em muitas actividades, mas com toda
a certeza, durante a actividade de recolha e tratamento de resíduos de várias origens,
sejam urbanos ou industriais devido à grande diversidade de materiais e suas origens.

Nos termos do DL 441/91, de 14-11, o empregador deve garantir a organização das


actividades de prevenção dos riscos profissionais (art.º 13º) necessárias a
assegurar aos trabalhadores as condições de segurança, higiene e saúde em todos os
aspectos relacionados com o trabalho (art.º 8.º). Para tanto, deverá definir e dotar-se
de meios físicos, técnicos e humanos adequados aos tipos de riscos a que os
trabalhadores estão expostos (incluindo os factores de riscos potencial resultantes,
nomeadamente, da inovação tecnológica e da flexibilidade), à distribuição dos riscos
na empresa ou no estabelecimento e à dimensão da empresa.

A lei (DL 26/94, de 01-02, na sua versão enumerada anexa ao DL 109/2000, de 30/06)
considera, para o efeito, possibilidade diversificadas ao nível organizacional, de entre
as quais o empregador poderá optar ou fazer combinações, de forma a organizar os
serviços de prevenção da sua empresa.

Os objectivos gerais a atingir para um Plano de Prevenção em Resíduos Sólidos


Urbanos visam essencialmente:

1) Proceder à identificação dos riscos previsíveis, na concepção das instalações,


dos locais e processos de trabalho, combatendo-os na origem, anulando-os ou
limitando os seus efeitos, de forma a garantir um nível eficaz de protecção aos
trabalhadores;

2) Integrar no conjunto das actividades dos Serviços Municipalizados da Câmara


Municipal de Angra do Heroísmo a avaliação dos riscos de trabalho na
segurança e saúde dos trabalhadores, com vista a adopção de futuras medidas
de prevenção de riscos profissionais (“Plano de Prevenção dos Riscos
Profissionais na Divisão de Resíduos Sólidos Urbanos”).

O Aterro Sanitário Intermunicipal da Ilha Terceira apresenta uma área total de 39 ha e


compreende instalações de apoio, bolsas e zonas específicas para o depósito
temporário de outros resíduos. Os resíduos sólidos urbanos domésticos são
depositados nas bolsas de recepção de resíduos. Actualmente, já foram exploradas e
encerradas quatro bolsas com uma área total de 36 707 m 2, encontrando-se a quinta
bolsa, com 10 252 m2, em fase de exploração. A futura bolsa a explorar apresenta uma
área de 11 652 m2. A área total disponível no aterro sanitário é de 219 708 m2.

As instalações de apoio existentes no aterro são as seguintes : casa da báscula, casa


do guarda, pavilhão oficinal, armazém de papel/papelão, parque de viaturas e canil
intermunicipal.

Fig.1. Instalações de apoio do Aterro

Na báscula de pesagem electrónica são registados todos os resíduos que dão entrada
no aterro sanitário. Estes registos fornecem informação precisa sobre o tipo de resíduo
depositado, o produtor, a data e hora do depósito e o peso do resíduo. Os resíduos
sólidos são então depositados em diferentes zonas consoante a sua origem: os
resíduos sólidos domésticos e os resíduos equiparados a urbanos são depositados na
bolsa em exploração. Existem zonas destinadas ao depósito temporário de entulhos,
sucatas, pneus, óleos usados, vidros e resíduos verdes.

O sistema de recolha de resíduos sólidos no concelho de Angra do Heroísmo


compreende a recolha indiferenciada dos RSU porta-a-porta, a recolha selectiva das
fileiras papel, plástico e vidro por ecopontos e a recolha selectiva de outros resíduos
(monstros, óleos e pilhas) realizada por viaturas do SMAH quando solicitada pelo
produtor dos resíduos.

a) Recolha indiferenciada dos RSU porta-a-porta


A remoção normal consiste no despejo de contentores recuperáveis ou não, no interior
da viatura, tendo como principais inconvenientes:
-» O desenvolvimento de poeiras prejudiciais à saúde dos trabalhadores, verificando-
se frequentemente, o espalhamento de resíduos no chão o que obriga a que a limpeza
das ruas seja sempre feita após a remoção.

Fig.2. Viatura de recolha RSU

Esta recolha é realizada diariamente em todo o concelho de Angra do Heroísmo, nos


seguintes horários dos Serviços Municipalizados:
• Das 7h00 às 13h00 (excepto em alguns feriados e tolerâncias de pontos);
• Ao Domingo esta recolha é efectuada apenas às unidades hoteleiras sitas em
toda zona citadina.
Na remoção hermética, os recipientes contendo os resíduos dispõem de uma tampa e
são adaptáveis ao orifício da porta traseira da camioneta, evitando-se assim a
dispersão de poeiras e derrames de resíduos.

b) Recolha selectiva das fileiras de papel, plástico e vidro por ecopontos


Os materiais recolhidos selectivamente por ecopontos são sujeitos a triagem manual e
posterior enfardamento no armazém de papel/papelão, onde são finalmente
armazenado e enviados para valorização por uma firma especializada.

Fig.3.Operação de recolha dos ecoponto


A recolha é efectuada em todos os ecopontos distribuídos pelos concelhos de Angra
do Heroísmo e Praia da Vitória segundo horários e trajectos previamente estipulados
pelos superiores.
Durante este trabalho foram realizadas verificações dos horários e trajectos dos
ecopontos. No mapa de trajecto dos ecopontos, pode-se verificar que os percursos
dos ecopontos constituem factores de elevada relevância na prevenção de riscos de
acidentes durante as operações de recolha dos ecopontos, visto que constituem uma
solução em termos de higiene e segurança na remoção de resíduos selectivamente.

Entre os factores influentes na recolha dos ecopontos, pude verificar que existem dois
factores climáticos importantes, que originam situações perigosas, na qual conduzem
à situações de risco aos trabalhadores, sendo de referir:

a) o vento -» durante a operação de recolha dos ecopontos, o movimento efectuado


pela grua deve ser condicionado e efectuado em segurança, com a acção do vento
originam-se balanços que podem conduzir a queda dos ecopontos originando
ferimentos ou contusões nos trabalhadores (riscos físicos).

O vento transporta poeiras e gases contidos nos ecopontos que podem originar
doenças profissionais existentes na zona envolvente dos trabalhadores.

b) a chuva -» nas operações de recolha de papel, a chuva exerce uma influência


nefasta na actividade do operador da grua, dado que a quantidade de água misturada
com o papel provoca um empapamento do resíduo dificultando a sua saída para a
viatura colectora dos ecopontos.

Gráfico 1. Quantidade de resíduos dos Ecopontos


Segundo o gráfico acima, pode-se concluir que a maior quantidade de resíduos
produzidos equivalem ao papel/cartão, considerado como uma fonte de reciclagem, na
qual é enviada posteriormente para o Continente.

Na cidade de Angra do Heroísmo o papel e o cartão são recolhidos numa viatura de


caixa aberta sem grua, não se encontrando unicamente afecta a esta tarefa.

Fig.4. Operação de recolha do papel/cartão

O papel e cartão são recolhidos e conduzidos à estação de armazenamento e


enfardamento, de modo a ser acondicionado e o seu volume substancialmente
reduzido através da compactação. Esta operação processa-se toda no armazém de
papel/cartão, que posteriormente serão analisados e identificados os riscos biológicos
mais importantes que afectam os trabalhadores
.
c) Recolha especial de outros resíduos (monstros, óleos e pilhas)

A recolha especial é efectuada por uma viatura própria com sistema de elevação, da
competência dos S.M.A.H. Esta recolha não tem itinerários definidos e é feita sempre
que solicitada pelo detentor, visto serem resíduos com características especiais
(natureza, características, peso e dimensão) e, por isso, não poderem ser objecto de
remoção normal.
Fig. 5. Operação de recolha de óleos usados

Estes resíduos após serem recolhidos, são conduzidos ao aterro sanitário onde são
pesados e depositados em locais específicos dentro da área do aterro, aguardando
soluções de valorização.

A sucata é uma vez por ano, compactada e enfardada por uma empresa especializada
para o efeito e enviada em contentores para reciclagem.

Gráfico .2. Quantidade de sucata entrada e exportada no Aterro Intermunicipal (SMAH,2003)

Cerca de 1686,8 ton/ano de sucata foram enviadas para a reciclagem em 2000,


aumentando para 1876,0 ton/ano em 2001, sendo que em 2002 baixou para 1716,0
As operações de recolha de sucata são efectuados por trabalhadores que utilizam
luvas de borracha (EPI´s adequados) para o levantamento de sucatas (máquinas de
lavar, fogões, etc.).

Os maiores riscos que os trabalhadores sofrem são os riscos ergonómicos, devido a


sobrecarga física e excessiva no levantamento incorrecto das sucatas.
Fig.6. Operação de recolha de monstros

Os óleos usados são de igual modo recolhidos pelas viaturas de recolha especial dos
Serviços Municipalizados, em bidões e depositados numa zona criada para o efeito no
aterro sanitário, ou são os próprios produtores desses óleos que se encarregam de os
levar ao aterro sanitário.

Gráfico.3. Quantidade de óleo entrada e exportada no Aterro Intermunicipal (SCMAH,2003)

Pode-se verificar pelo gráfico acima representado, que a quantidade de óleo usado
aumentou gradualmente nos últimos três anos, sendo de referir que apenas uma parte
foi valorizada no ano de 2002, cerca de 48000 l/ano, sendo os restantes 55600 l/ano
depositado no Aterro, constituindo um sério risco de incêndio, devido a grande
quantidade de carga incendiária, que poderá num futuro próximo acarretam situações
de possíveis incêndios ou explosões.

A zona de armazenagem dos óleos usados está remodelada contendo três tanques
metálicos de elevada capacidade assentos em pilares de betão armado e o chão
revestidos de betão. Para esses tanques são transferidos todos os óleos que dão
entrada no aterro, de forma a minimizar os riscos de contaminação do solo por esses
óleos.

Fig.7. Zona de armazenagem de óleos usados

As pilhas são armazenadas num contentor de 800 kg que se encontra num armazém
do papel/cartão, pretendendo-se encontrar as quantidades necessárias de forma a
proceder-se ao seu encaminhamento para valorização/reciclagem.

A forma mais fiável para recolher dados qualitativos da produção de resíduos de um


aglomerado populacional é recorrendo a pesagens sistemáticas dos resíduos
produzidos.

Para que um plano de prevenção esteja funcional necessita-se de uma recolha e


análise de toda a informação técnica actual relativa a instalações, locais, equipamento
e processos de trabalho a ter em conta na elaboração de projectos de prevenção.

A partir dos dados obtidos de registos dos SMAH, foi feita uma análise de riscos
baseada na recolha de dados, com o objectivo de se reunir um conjunto de informação
que pudesse contribuir para um melhor conhecimento das características quantitativas
de resíduos produzidos na Terceira, tanto dos resíduos sólidos urbanos como os de
outra natureza.
Gráfico.3. Valores quantitativos de resíduos no Aterro em 2002 (SMAH,2003)

Verificando o gráfico acima, pude constatar que a maior quantidade de resíduos que
deram entrada em 2002 foram de entulho (70064,49 ton/ano), resíduo doméstico
(29263,24) e matéria orgânica (3666,81 ton/ano) no Aterro Intermunicipal, originando
um risco de exposição a agentes biológicos maior nos trabalhadores sujeitos à todas
as actividades de recolha, transporte e tratamento de resíduos sólidos

Gráfico.4. Valores quantitativos de resíduos no Aterro em 2003

Em relação ao 1º semestre de 2003, podemos verificar que os resíduos mais


produzidos na ilha Terceira são o entulho ( 39028,26 ton ) (provavelmente devido ao
volume crescente na área de construção civil); os resíduos domésticos ( 14890,87) e
finalmente a matéria orgânica (2232.77 ton).

Sendo assim, pode-se resumir em termos de higiene e segurança do trabalho quais os


principais riscos associados aos tipos de resíduos no Aterro Sanitário, nas quais são:
Resíduos Entulho Resíduo Matéria orgânica
Riscos
doméstico

Físicos Temperaturas Temperaturas Temperaturas


altas altas altas

Químicos Poeiras Fumos e cheiros Gases e vapores

Vírus, bactérias, Vírus, bactérias, Vírus, bactérias,


Biológicos fungos e fungos e fungos e
parasitas parasitas Parasitas
Quadro 1. Relação entre os resíduos e os riscos (quadro conclusivo do plano de prevenção)

*Técnico Superior de Higiene e Segurança no Trabalho


Formador em Higiene e Segurança do Trabalho, formado pelas Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração
de Jesus da Casa de Saúde do Espírito Santo
Trabalho final do Curso Técnicos Superiores de Higiene e Segurança do Trabalho de Marcelo Gil Simões
Com o título:
“Plano de Prevenção de Riscos Profissionais na Divisão de Resíduos Sólidos Urbanos (R.S.U) do Aterro
Intermunicipal de Angra do Heroísmo”.
Contactos para mais informações: 968226133/295333152

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