Presidente da Comissão Executiva Instaladora Presidente do Conselho Pedagógico Conselho Geral Transitório Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo
Moção aprovada em reunião geral
1. O modelo de avaliação do desempenho aprovado pelo Decreto -
Regulamentar 2/2008 não está orientado para a qualificação do serviço docente, como um dos caminhos a trilhar para a melhoria da qualidade da Educação, enquanto serviço público; 2. O modelo de avaliação instituído pelo referido Decreto - Regulamentar destina-se, sobretudo, a institucionalizar uma cadeia hierárquica dentro das escolas e a dificultar ou, mesmo, impedir a progressão dos professores na sua carreira; 3. O estabelecimento de quotas na avaliação e a criação de duas categorias que, só por si, determinam que mais de 2/3 dos docentes não chegarão ao topo da carreira, completam a orientação exclusivamente economicista em que se enquadra o actual estatuto de carreira docente que inclui o modelo de avaliação decretado pelo ME; 4. Paradoxalmente, a aplicação do actual modelo de avaliação do desempenho está a prejudicar o desempenho dos professores e educadores por via da despropositada carga burocrática e das inúmeras reuniões que exige; 5. O modelo de avaliação reveste-se de enorme complexidade e é objecto de leituras tão difusas quanto distantes entre si e que nem o próprio Ministério da Educação consegue explicar devidamente; 6. A instalação do modelo revela-se morosa, muito divergente nos ritmos que é possível encontrar e dificultada ainda pela falta de informação cabal e inequívoca às perguntas que vão, naturalmente, aparecendo; 7. Este modelo de avaliação promove e incentiva à competição desmedida entre colegas de profissão, inviabilizando o trabalho cooperativo, absolutamente necessário para um exercício de funções com qualidade; 8. Um sistema de avaliação de professores tão arbitrário, injusto e cientificamente incorrecto irá influenciar a graduação profissional dos docentes, algo que não é de todo aceitável; 9. Este modelo de avaliação penaliza, nos critérios de obtenção de Muito Bom ou Excelente, o uso de direitos como sejam o de faltas por motivos de maternidade, por doença, para cumprimento de obrigações legais e por nojo; 10.E com que legitimidade impõe o Ministério da Educação aos professores um processo de avaliação que lhes consome o tempo e a alma em reuniões, papéis e relatórios, em prejuízo da sua vida pessoal, familiar e, sobretudo, profissional? Porque, quer queiramos quer não, os principais lesados são os alunos; 11.Violação do artigo 37º do CPA - “ no fórum da DGHRE, foi feita a seguinte pergunta sobre a publicação do despacho de delegação de competências de avaliação: “ É necessário que o despacho de delegação de competências de avaliação proferido pelo Presidente do Conselho Executivo seja publicado em Diário da República para ter efeito legal, ou um despacho interno será o suficiente? “ RE’: Delegação de Competências by dgrhe – Quarta, 2 Outubro 2008, 05.30 : ‘ Sim, os actos de delegação de poderes estão sujeitos a publicação no Diário da República, tal como está estipulado no artigo 37º do código de Procedimento Administrativo. ’ O que significa que os actos praticados antes disso são ilegais?!! Sendo os elementos dos órgãos acima citados docentes e não juristas, pedimos a confirmação da data a ter em conta para a produção de efeito de alteração na lei do Orçamento para 2009, no que concerne a não obrigatoriedade de publicação em Diário da República da delegação de competências de professor avaliador; 12.É evidente um clima de contestação e indignação dos professores e educadores; 13.O próprio Conselho Científico da Avaliação dos Professores (estrutura criada pelo ME) nas suas recomendações, critica aspectos centrais do modelo de avaliação do desempenho como a utilização feita pelas escolas dos instrumentos de registo, a utilização dos resultados dos alunos, o abandono escolar ou a observação de aulas, como itens de avaliação; 14.O Ministério da Educação assumiu com os Sindicatos de Professores a revisão, este ano lectivo, do modelo instituído pelo Decreto Regulamentar 2/2008;
Assim, os signatários, dada a confusão instalada, baseada nas várias
notícias propagadas na comunicação social, nomeadamente, as entrevistas da Senhora Ministra da Educação, Senhor Primeiro Ministro e senhores secretários de estado da Educação, informam:
a) A participação dos docentes neste processo de avaliação fica
suspensa;
b) Fica sem efeito todo o material até agora produzido e já
distribuído;
c) Os prazos estabelecidos, são todos adiados, até à reformulação
deste processo de avaliação;
d) Os coordenadores de departamento, não poderão mandar publicar
em Diário da República a delegação de competências noutros colegas avaliadores – medida prevista no Orçamento de Estado para 2009, com retroactivos a Janeiro de 2008. Abrantes, 20 de Novembro de 2008