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por
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Camonianas

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Públio Athayde
2
Capa: Torre do Rosário
grafismo de um
óleo sobre tela de
Públio Athayde

Este texto foi revisado, preparado e composto


pela Editora Keimelion.

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keimelion@gmail.com
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http://editorakeimelion.blogspot.com/
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(31)3244-1245
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©Públio Athayde
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Públio Athayde
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A Camões

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Bem árduo empenho tomo sobre os ombros!...
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Posso eu cantar a glória
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Do vate, que causou ao mundo assombros


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Celebrando a memória
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Dos feitos de um heroico e nobre povo?


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Eu, bardo obscuro deste mundo novo?!


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(...)
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Bernardo Guimarães1

1 Este poema foi escrito em 1880 a pedido da Revis-


ta Brasileira, em comemoração do terceiro centenário
da morte de Camões.
Públio Athayde
4

Uma celebração camoniana


Ângelo Oswaldo 2

Quatro sonetos de Luís de Camões dão ori-


gem a 56 composições em que o poeta Pú-
blio Athayde desenvolve sugestões de cada
um dos versos da significativa tetralogia.

Tomado como primeira frase dos novos po-

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emas, o verso do grande luso é o mote que
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conduz o desempenho do sonetista ouro-


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pretano no virtuosismo de uma delicada, di-


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fícil e audaciosa operação.


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Com domínio das artes poéticas e conheci-


mento atilado do estilo, vocabulário e gra-
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mática da era quinhentista, Públio Athayde


celebra a admiração pela herança maior da
poesia de língua portuguesa ao desdobrar,
verso a verso, a emoção e o engenho do vate.

2 Prefeito de Ouro Preto, Ministro e Secretário de


Cultura do Estado de Minas Gerais, nos governos
Itamar Franco.
Públio Athayde
5
Como num jogo de espelhos em galeria de
ecos, as estrofes redimensionam o encan-
tamento do verso camoniano, auscultando-
lhe a sonoridade e mergulhando em sua
paixão.

"Agoas claras que das fontes vem", os sone-


tos escritos entre 1996 e 1998 revelam a e-

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rudição notável e a fina sensibilidade do au-

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tor.
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Ao evocar "despojos doces do meu bem pas-


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sado", ele restabelece o culto do amor tal


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como ensinado pelo sacerdote supremo da


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alma gentil. Oferece-nos uma realização


admirável, que rende merecida e necessária
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homenagem a Camões, na aurora do quinto


centenário da transplantação da língua por-
tuguesa para as terras luminosas de Pindo-
rama.

Públio Athayde
6

CAMONIANAS 1

Alegres campos, verdes arvoredos,


claras e frias agoas de cristal,
que em vós as debuxais ao natural
discorrendo d’altura dos rochedos!

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Silvestres montes, ásperos penedos,
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compostos em concerto desigual!


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Sabei que, sem licença do meu mal,


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já não podeis fazer meus olhos ledos.


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E pois já me não vedes como vistes,


nem m’alegram verduras deleitosas,
O

nem as agoas claras que das fontes vem,

semearei em vós lembranças tristes,


regando-vos com lágrimas saudosas,
e nascerão saudades do meu bem.

Luiz de Camões
Públio Athayde
7

CAMONIANA 1.01

Alegres campos, verdes arvoredos,


Têm tanto vosso encanto que vos vejo;
Que tão inspiradores, de sobejo,
Trazem do olvido líricos enredos.

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Perdidos em instante doce os medos,
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Tanta lembrança meiga de desejo


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Que teve de seu gozo aquele ensejo,


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Quando tomei de vossas mãos frios dedos.


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Mas tais prados agora são distantes,


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Alcançar não podemos que num sonho:


O

Era tanta delícia a juventude,

A primeira emoção de dois infantes,


Rediviva nos versos que componho,
Mas em verdade morta, o tempo ilude.

Belo Horizonte, 14 de setembro de 1996.

Públio Athayde
8

CAMONIANA 1.02a

Claras e frias agoas de cristal,


Vertem correndo céleres d’um fio
Que morrerá na serra, antes do rio,
Lembram que vosso amor me foi fatal.

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Teve a força do início sem igual,
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Mas logo se tornou fonte no estio,


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Finada como chama sem pavio,


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Vossa paixão que tive me fez mal.


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Gélida e fluida, lembra a fantasia


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De vossa mão que um dia eu vos pedi,


O

Sem ter aceite per vossa mercê.

Eu levava amor, só em mim que trazia;


Vós, amor, m’iludistes, e perdi
A vossa fé, per juras sem porquê.

Belo Horizonte, 14 de setembro de 1996.

Públio Athayde
9

CAMONIANA 1.03

Que em vós as debuxais ao natural


Destas vistas preciosas que são tais,
Encantos e memórias tantas mais,
Que atormentam de forma sem igual!

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Quadros criados pela imagem mental,
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Mesmo se nos parecem ser tão reais,


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Nutrem-se d’emoção que m’inspirais,


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Fazendo-me, num só tempo, bem e mal.


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Traço vosso sublime esboço cria,


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E diante de meus olhos ele vem


O

Antes que a realidade o faça pó.

Iludindo-vos e a mim cada dia,


A vossa saüdade diz também:
- Não façais o retrato, tende dó.

Belo Horizonte, 27 de agosto de 1996.

Públio Athayde
Públio Athayde
Este e outros livros estão disponíveis para compra
pelo sistema de impressão sob demanda! Estou
preparando para disponibilizar todos meus trabalhos.
Com o apoio de meus leitores, milhares, que se
dispuseram a ler meus trabalhos nas versões e-book.
Agora eles podem ser impressos!
Acesse http://clubedeautores.com.br/ e pesquise por
meu nome.
Se este link estiver disponível, ele vai diretamente à
minha página lá: http://migre.me/at4p

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Articulando
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Coletânea de artigos. Alguns são


artigos leves, outros bem mais
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profundos. Alguns têm origem


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em trabalhos acadêmicos e
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foram simplificados para essa


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edição, estando disponíveis


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inclusive pela internet, suas


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versões completas e anotadas.


Há artigos bem recentes e
outros de mais de dez anos.
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Novo livro publicado. Não


necessariamente novos textos,
pois se trata de uma coletânea
de Públio Athayde:
"Juntei alguns artigos espalhados (mentira: estavam todos
na mesma pasta do computador), selecionei bastante
(outra mentira: coloquei tudo que era pertinente) e
organizei esse livrinho eletrônico com o que prestava (ou
eu pensei assim). O bacana é a facilidade, o baixo custo
(zero) e a provisoriedade: tudo pode e vai ser revisado
montes de vezes e nunca estará perfeito."
O objetivo deste
Manual Keimelion 2010
para redação acadêmica
é subsidiar a produção de textos
científicos, fornecer elementos
para que os aspectos linguísticos e
formais não constituam grandes
obstáculos ao trabalho. Espera-se
que aqui se encontrem algumas
indicações de procedimentos a
serem seguidos ou evitados. São
fornecidas sugestões de

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es irid a.
apresentação dos trabalhos, de

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acordo com as usuais formatações e regras de referência. Note-
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se que há enormes variações entre as diferentes instituições
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quanto a esses aspectos. As formas propostas são síntese


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simplificada das exigências genéricas. Este trabalho é fruto de


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minha experiência como revisor, atuando especificamente com


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teses e dissertações ao longo de mais de dez anos.


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Camonianas
Quatro sonetos de Luís de Camões
O

dão origem a 56 composições em


que o poeta Públio Athayde
desenvolve sugestões de cada um
dos versos da significativa
tetralogia. Tomado como primeira
frase dos novos poemas, o verso do
grande luso é o mote que conduz o
desempenho do sonetista ouro-
pretano no virtuosismo de uma
delicada, difícil e audaciosa
operação.
Confissões
“confissões/ foram tantas/ nas
lições/ que me cantas”. Mais
poesias de Públio Athayde; desta
vez, poesia confessional. Crônica
completa de um amor do passado
em sonetos livremente acrósticos.
Todo ilustrado com fotos de Ouro
Preto antigas.

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om e
Dirceu
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Sonetos Bem(e)Ditos
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Quatorze versos cada poema de


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vário amor absolutamente


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bandido. Uma contorção de quem


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subtrai a Musa ao tango para


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trazê-la a um sabá orgírico em


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ritmo de seresta. Poesia-tese é a


resposta que Doroteu nos
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oferece...
Marília & Dirceu
Um triângulo de dois vértices
Teatro. Drama em um ato de
Públio Athayde sobre textos de
Tomas Antônio Gonzaga, José
Benedito Donadon-Leal e Públio
Athayde. Ao fundo do palco vêem-
se a casa de Marília e, em último
plano, o IItacolomi, nos lados,
altares "barrocos" com ícones
gregos mencionados no texto; alguns móveis, dois leitos e

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adereços de época, velas acesas, luzes cambiantes entre os

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vários ambientes de cena.
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Sonetos para Ser entendido


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“É o próprio título que talvez forneça a principal chave de leitura


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dos textos: algo como uma ascese para


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se chegar ao entendimento e ser um


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entendido em paz neste mundo. O


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leitor, além disso, deve se manter


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atento, tal como o poeta nos adverte o


poema “De atalaia”: “Porque coisa
escondida existe / Até no mais óbvio do
O

chiste.” [...] Como sabemos, o cômico, a


ironia, o grotesco, o escatológico, o
blasfemo, o chulo são territórios
considerados menos nobres na
literatura, ainda sob o império do apolíneo. São raros, portanto,
os autores que levam a sério a pesquisa desses territórios e
sabemos de sua luta para terem as respectivas obras
reconhecidas. [...] Encerro no poema “Pátria”, da sessão
“Sonetos infantis”, que foi escrito quando Públio era ainda um
menino e acreditava em tantas coisas importantes. É porque no
centro do riso mora uma pungência insofismável. " Ronald Polito
Eu Ouro Preto
Tópicos de História: Arquitetura,
Música, Documento, Conservação
Públio Athayde
Este livro congrega seis artigos com
uma temática comum apaixonante:
Ouro Preto. Os olhos do historiador
ouropretano convergem para a
paisagem, a arquitetura, a música e o
povo desta cidade, para as relações
destes elementos nos tempos
passado e presente de modo inequivocamente passional, mesmo

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considerada a abordagem metódica e a pretensa erudição. A

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paixão, confessa no primeiro artigo (Eu “Ouro Preto”), se
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desdobra em considerações topográficas sobre os templos
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coloniais (Adequação retórico-arquitetônica da Paróquia de


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Nossa Senhora do Pilar de Ouro Preto). A mesma paixão visceral


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que aguça os ouvidos para sons reais e imaginários (Música


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colonial, cérebro retórico e êxtase religioso) relê a poesia


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arcádica situando física e politicamente as referências do poeta


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detrator (As cartas chilenas: carta terceira, notas de leitura).


E

Ainda com os olhos voltados para o passado, e nada é mais


presente no passado que a morte, abstrair de algumas lápides os
resquícios das paixões de outras épocas é tarefa inglória e
O

fascinante (Aqui jazem os restos do irmão J.F.C. falleciddo),


tanto quanto querer apontar nos requícios já arqueológicos da
mineração aurífera (Curral de Pedras: abandono e omissão) as
tensões vividas em uma época anterior cujas marcas estão por
todo lado, cravadas na essência da brasilidade. A retórica da
história clama em coros dissonantes e cada vagido é repleto de
significâncias, todas elas se articulando para dar significado ao
que somos. Cada olhar sobre a Ouro Preto de outrora completa a
visão que temos de nós mesmos, quer como agentes de uma
existência em contínua construção, quer como amantes do
pretérito edificado em magnífica herança.
As Quatro Estações
Mimeses
Este trabalho apresenta as mimeses
transversais entre duas leituras
contemporâneas de duas obras do
século XVIII e discute a invenção
baseada em emulações sobre As
Quatro Estações, de Antonio Vivaldi. O
engenho focado é um conjunto
pictórico capaz de representar
simultaneamente as Quatro Estações

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como ciclo temporal e metáfora das fases da vida. A composição

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pictórica integra elementos formais da iconografia antiga a
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elementos da linguagem plástica contemporânea tendo como
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referenciais: a iconografia de Cesare Ripa e o trabalho de Amílcar


ed se e

de Castro. A proposta inclui aspectos transdisciplinares entre


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poesia, a música e a pintura. Uma das leituras, a literária, feita


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nos últimos anos do século passado, e outra o Programa


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Iconográfico, mais recente ainda, dos primeiros anos do XXI. Essa


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sobreposição de mimeses, além da emulação entre artes


E

distintas, compreende a transversalidade da leitura


interpretativa. O objetivo do Programa Iconográfico em questão
não foi fazer doutrina da percepção sensorial, estética ou
O

intersemiológica. A pretensão foi a da produção artística. Ao


cabo do processo, esse livro discute a investigação que resultou
na pintura e os resultados dela.
Adquira livros, presenteie livros.
Acesse http://clubedeautores.com.br/ e pesquise por
meu nome: Públio Athayde
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16

CAMONIANA 1.10

Nem m’alegram verduras deleitosas,


Ou paisagens pictóricas agrestes.
Nem m’encantam as vagas de ciprestes,
Ou bucólicas plagas tão saudosas.

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Nem m’animam as flores olorosas,
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Cujo perfume apenas vós tivestes.


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Nem m’afastam saudades incontestes,


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De ter lágrimas minhas dolorosas.


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Nem m’assustam escarpas deste abismo,


E

De onde vejo o infinito sem sentido,


O

Nem m’afastam dali vossas lembranças.

Mas tanta imagem pura, o romantismo,


Nem m’espelha do corpo repartido
As mais rudes memórias, nem mais mansas.

Belo Horizonte, 4 de setembro de 1996.

Públio Athayde
17

CAMONIANA 1.11

Nem as agoas claras que das fontes vêm,


Trazem vida, perfume primaveril,
Poderão despertar coração eril
Que palpita jamais per ter alguém.

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Nem a brisa soave pode também,
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Mesmo lufada per Eros pueril,


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Romper insano este vínculo heril


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Que prende só o corpo, não o mantém.


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Nem a garoa gelada, à noite fria,


E

Sereno impiedoso d’inverno suão,


O

Vai gelar mais que golpe deste olhar.

Nem o sol mudará um único dia


Desta vida de só dizer que não,
Nem a noite, nem estrelas, nem luar.

Belo Horizonte, 29 de agosto de 1996.

Públio Athayde
18

CAMONIANA 1.12

Semearei em vós lembranças tristes,


Tão tristes quanto minha saüdade,
De cujas memórias, em tenra idade,
Relembro a promessa de que fugistes.

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Mas serão lembranças minhas que ruístes,
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D’amor prometido sem ser verdade,


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Em presença de dolo sem piedade


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Que nem vossa indiferença remistes.


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A promessa de fazer semeadura


E

De lembranças que nunca vos demovem


O

Faço agora qu’estais perto da morte;

Não vos faria noutra ocasião, criatura,


Nem daria a vós gozos que me comovem,
Outra alegria que meu sofrer comporte.

Belo Horizonte 5 de setembro de 1996.

Públio Athayde
19

CAMONIANA 1.13

Regando-vos com lágrimas saudosas,


Choro já vossa vida quase extinta
Nesta cena que rude a morte pinta,
Vosso seio imagino imerso em rosas.

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Carpindo-vos lembranças gloriosas,
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Temo que mais minh’alma se ressinta,


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Não d’amor deste corpo, qu’é uma finta,


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Mas da companhia vossa e tantas prosas.


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Eu creio que ao chorar vossa partida


E

Sofro por vos não ter junto, por perto,


O

Mas eu padeço ainda, no momento,

Por saber que fôreis em minha vida,


Menos segura alegria pois, decerto,
A única que me sempre foi tromento.

Belo Horizonte, 2 de setembro de 1996.

Públio Athayde
20

CAMONIANA 1.14

E nascerão saudades do meu bem.


E que dores virão! Não terão fim.
E hão de sofrer desgosto tanto assim.
E que serão só dúvidas, desdém.

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Nasça o que nascer, dito será amém.
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Venha o que vier, será dito que sim.


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Sofra o que sofrer, mesmo será assim.


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Seja o que for, será o mesmo também.


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Nascida a desventura que quiser,


E

Quando longe virei dizer de vós:


O

Haveis, lembranças minhas, de se haver.

Nascendo trama, dúvida qualquer,


Minha fé no melhor que pera nós
Há de ser, há de vir, há de nascer.

Belo Horizonte, 30 de agosto de 1996

Públio Athayde
21

CAMONIANAS 2

Alma minha gentil, que te partiste


tão cedo deste corpo descontente,
repousa tu no nos Ceos eternamente
e vida eu cá na terra sempre triste.

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Se lá no assento Etéreo onde sobiste,
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memória deste mundo se consente,


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não te esqueças daquele amor ardente


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que já nos olhos meus tão puro viste.


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E

E se vires que pode merecer-te


algu’a cousa a dor que me ficou
O

da mágoa, sem remédio, de perder-te,

Pede a Deos, que teus anos encurtou,


que tão cedo de cá me leve a ver-te,
quão cedo dos meus olhos te levou.

Luiz de Camões
Públio Athayde
22

CAMONIANA 2.01

Alma minha gentil, que te partiste


Deixaste-me à mercê de minha sorte,
D’onde estás tua lembrança me conforte,
Por mais qu’este lugar d’agora diste.

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Pelo que foste em vida toda quis-te
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Comigo amor sublime, meu consorte,


ed se e

Não hei de esquecer teu corpo na morte,


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Ainda que certo, não mais ele existe.


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Matéria que desfeita não importa,


E

Existirás em mim eternamente,


O

Na memória qu’inteira te reporta.

O canto que te guardo em minha mente


Traz-me distante desta vida morta
A que tu me levaste quando ausente.

Belo Horizonte, 31 de agosto de 1996.

Públio Athayde
23

CAMONIANA 2.02

Tão cedo deste corpo descontente,


Em despeito do amor que conquistaste,
Perdeste o fio e o prumo, também a haste,
Porque ficaste cedo demais doente.

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Destes males de que foste paciente,
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Dores e alegrias vieram, que contraste,


ed se e

Pois não importou dor que suportaste,


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Teu amor sempre esteve em ti presente.


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Da medicina não te faltava arte


E

Que desse o mundo, a vida contra a morte,


O

Nem dos Ceos o socorro, ou doutra parte.

Mas nem se tivesse sido mais forte,


Teria podido vir o amor salvar-te
Do destino traçado de tua sorte.

Belo Horizonte, 1 de setembro de 1996.

Públio Athayde
24

CAMONIANA 2.03

Repousa tu nos Ceos eternamente


Pois mereces descanso destas penas.
Que tão sofrida dor sentias apenas
A de teu corpo, que tinhas dolente.

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Tens a alma em paraíso docemente
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Do sofrer descansando, tu serenas


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A lembrar de memória alegrias plenas,


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Em que éramos tu e eu a mesma gente.


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Eu te sofro alegria de ter perdido,


E

Tenho agora do inferno nesta vida.


O

Resta rogar a Deus mais um pedido:

Possa-m’Ele apressar minha partida,


Dando à vida inovado esse sentido,
Que seja o d’encontrar morto a saída.

Belo Horizonte, 6 de setembro de 1996.

Públio Athayde
25

CAMONIANA 2.04

E vida eu cá na terra sempre triste.


Outra que não me resta alternativa
Restar silente per que tempo viva,
Sofrendo desde aqui que tu partiste.

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Tu me deste esta cruz que trago em riste,
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Hei de portá-la a toda parte altiva,


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Como troféu eterno desta diva:


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Serve pera que minha dor se aviste.


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Teu destino que foi meu per boa parte,


E

Já não é mais o mesmo que me leva,


O

Do tempo d’alegria, tanta ventura.

Meu calvário que sofro a cantar-te,


Na vida de que já não tenho ceva,
Foi tua partida rápida tão dura.

Belo Horizonte, 18 de setembro de 1996.

Públio Athayde
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.c o
acordo com as usuais formatações e regras de referência. Note-
ut dq os
se que há enormes variações entre as diferentes instituições
ea r a am

quanto a esses aspectos. As formas propostas são síntese


ed se e

simplificada das exigências genéricas. Este trabalho é fruto de


ub e d
cl d ar

minha experiência como revisor, atuando especificamente com


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teses e dissertações ao longo de mais de dez anos.


tp o m
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E

Camonianas
Quatro sonetos de Luís de Camões
O

dão origem a 56 composições em


que o poeta Públio Athayde
desenvolve sugestões de cada um
dos versos da significativa
tetralogia. Tomado como primeira
frase dos novos poemas, o verso do
grande luso é o mote que conduz o
desempenho do sonetista ouro-
pretano no virtuosismo de uma
delicada, difícil e audaciosa
operação.
Confissões
“confissões/ foram tantas/ nas
lições/ que me cantas”. Mais
poesias de Públio Athayde; desta
vez, poesia confessional. Crônica
completa de um amor do passado
em sonetos livremente acrósticos.
Todo ilustrado com fotos de Ouro
Preto antigas.

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es irid a.
om e
Dirceu
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Sonetos Bem(e)Ditos
ed se e
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Quatorze versos cada poema de


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vário amor absolutamente


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bandido. Uma contorção de quem


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subtrai a Musa ao tango para


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trazê-la a um sabá orgírico em


E

ritmo de seresta. Poesia-tese é a


resposta que Doroteu nos
O

oferece...
Marília & Dirceu
Um triângulo de dois vértices
Teatro. Drama em um ato de
Públio Athayde sobre textos de
Tomas Antônio Gonzaga, José
Benedito Donadon-Leal e Públio
Athayde. Ao fundo do palco vêem-
se a casa de Marília e, em último
plano, o IItacolomi, nos lados,
altares "barrocos" com ícones
gregos mencionados no texto; alguns móveis, dois leitos e

.b m:
es irid a.
adereços de época, velas acesas, luzes cambiantes entre os

om e
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vários ambientes de cena.
ea r a am

Sonetos para Ser entendido


ed se e

“É o próprio título que talvez forneça a principal chave de leitura


ub e d

dos textos: algo como uma ascese para


cl d ar
:// po pl

se chegar ao entendimento e ser um


tp o m

entendido em paz neste mundo. O


ht livr xe

leitor, além disso, deve se manter


E

atento, tal como o poeta nos adverte o


poema “De atalaia”: “Porque coisa
escondida existe / Até no mais óbvio do
O

chiste.” [...] Como sabemos, o cômico, a


ironia, o grotesco, o escatológico, o
blasfemo, o chulo são territórios
considerados menos nobres na
literatura, ainda sob o império do apolíneo. São raros, portanto,
os autores que levam a sério a pesquisa desses territórios e
sabemos de sua luta para terem as respectivas obras
reconhecidas. [...] Encerro no poema “Pátria”, da sessão
“Sonetos infantis”, que foi escrito quando Públio era ainda um
menino e acreditava em tantas coisas importantes. É porque no
centro do riso mora uma pungência insofismável. " Ronald Polito
Eu Ouro Preto
Tópicos de História: Arquitetura,
Música, Documento, Conservação
Públio Athayde
Este livro congrega seis artigos com
uma temática comum apaixonante:
Ouro Preto. Os olhos do historiador
ouropretano convergem para a
paisagem, a arquitetura, a música e o
povo desta cidade, para as relações
destes elementos nos tempos
passado e presente de modo inequivocamente passional, mesmo

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es irid a.
considerada a abordagem metódica e a pretensa erudição. A

om e
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paixão, confessa no primeiro artigo (Eu “Ouro Preto”), se
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desdobra em considerações topográficas sobre os templos
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coloniais (Adequação retórico-arquitetônica da Paróquia de


ed se e

Nossa Senhora do Pilar de Ouro Preto). A mesma paixão visceral


ub e d

que aguça os ouvidos para sons reais e imaginários (Música


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colonial, cérebro retórico e êxtase religioso) relê a poesia


tp o m

arcádica situando física e politicamente as referências do poeta


ht livr xe

detrator (As cartas chilenas: carta terceira, notas de leitura).


E

Ainda com os olhos voltados para o passado, e nada é mais


presente no passado que a morte, abstrair de algumas lápides os
resquícios das paixões de outras épocas é tarefa inglória e
O

fascinante (Aqui jazem os restos do irmão J.F.C. falleciddo),


tanto quanto querer apontar nos requícios já arqueológicos da
mineração aurífera (Curral de Pedras: abandono e omissão) as
tensões vividas em uma época anterior cujas marcas estão por
todo lado, cravadas na essência da brasilidade. A retórica da
história clama em coros dissonantes e cada vagido é repleto de
significâncias, todas elas se articulando para dar significado ao
que somos. Cada olhar sobre a Ouro Preto de outrora completa a
visão que temos de nós mesmos, quer como agentes de uma
existência em contínua construção, quer como amantes do
pretérito edificado em magnífica herança.
As Quatro Estações
Mimeses
Este trabalho apresenta as mimeses
transversais entre duas leituras
contemporâneas de duas obras do
século XVIII e discute a invenção
baseada em emulações sobre As
Quatro Estações, de Antonio Vivaldi. O
engenho focado é um conjunto
pictórico capaz de representar
simultaneamente as Quatro Estações

.b m:
es irid a.
como ciclo temporal e metáfora das fases da vida. A composição

om e
r/
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pictórica integra elementos formais da iconografia antiga a
.c o
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elementos da linguagem plástica contemporânea tendo como
ea r a am

referenciais: a iconografia de Cesare Ripa e o trabalho de Amílcar


ed se e

de Castro. A proposta inclui aspectos transdisciplinares entre


ub e d

poesia, a música e a pintura. Uma das leituras, a literária, feita


cl d ar

nos últimos anos do século passado, e outra o Programa


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Iconográfico, mais recente ainda, dos primeiros anos do XXI. Essa


ht livr xe

sobreposição de mimeses, além da emulação entre artes


E

distintas, compreende a transversalidade da leitura


interpretativa. O objetivo do Programa Iconográfico em questão
não foi fazer doutrina da percepção sensorial, estética ou
O

intersemiológica. A pretensão foi a da produção artística. Ao


cabo do processo, esse livro discute a investigação que resultou
na pintura e os resultados dela.
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meu nome: Públio Athayde
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