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Detalhes do Processo

Dados do Processo
Processo 001.08.616770-8
Classe Possessórias em Geral(Reintegração, Manutenção,
Interdito) / Cível (Área: Cível)
Distribuição Livre - 16/09/2008 às 14:25
8ª Vara Cível - Foro Regional I - Santana
Local Físico 01/12/2008 06:04 - Arquivo do Cartório - maq-6
Juiz Fabio Guidi Tabosa Pessoa
Valor da ação R$ 73.000,00
Observações feitosa
Partes do Processo (Principais)
Participação Partes e Representantes
Reqte Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo
- Bancoop
Advogado ALEXANDRE CESTARI RUOZZI
Reqdo Álvaro da Silva Pires
Advogado DANIEL AMORIM ASSUMPÇÃO NEVES

VISTOS.

A COOPERATIVA HABITACIONAL DOS BANCÁRIOS


DE SÃO PAULO BANCOOP, devidamente qualificada na inicial, ajuizou a
presente ação contra ALVARO DA SILVA PIRES e ALZIRA DOS RAMOS
PIRES, pelo rito ordinário, buscando a reintegração na posse do imóvel situado na
rua José Martins Borges, nº 189, Tremembé, nesta Capital. Aduziu, para tanto, ter
firmado com os réus Termo de Adesão e Compromisso de Participação visando a
construção da unidade imobiliária em tela pelo sistema de cooperativa, ficando
estimado o preço deR$ 75.000,00 mas vindo os cooperados a inadimplir com as
obrigações a seu cargo, a despeito de a cooperativa ter honrado o compromisso de
executar a obra e transmitir aposse do imóvel. Ponderou ainda a autora ter notificado
os réus para efeito de constituição em mora, persistindo o inadimplemento e sendo
eles, por isso excluídos dos quadros da cooperativa, permanecendo entretanto na
posse do imóvel e esbulhando a posse da autora a partir de agosto de 2008, razão
pela qual requereu o decreto de reintegração na posse, bem como a condenação dos
demandados ao pagamento de indenização, calculada em percentual sobre o valor do
imóvel, desde o esbulho até a efetiva desocupação. Juntou, com a preambular, os
documentos de fls. 19/67.

Adiantaram-se os réus e compareceram espontaneamente aos autos, apresentando a


contestação de fls. 69/104, na qual anunciaram a existência de
ação civil pública acerca do empreendimento.

Pelo despacho de fls. 173, outrossim, foi determinado o aditamento da petição


inicial, no sentido da indicação da origem e composição dodébito dado por
inadimplido, sobrevindo em atendimento a manifestação de fls.175/178, com o
esclarecimento de que teriam os réus deixado de pagar as parcelas da arrecadação
excedente feita por conta da superação do preço estimado da obra.
É O RELATÓRIO.
Passo a decidir.

A hipótese é de trancamento liminar do feito, sem a prolação de despacho inicial de


conteúdo positivo, por não estar presente uma das condições da ação.

Com efeito, o pedido principal formulado é de reintegração de posse,


diretamente, nada requerendo a autora (bancoop) quanto ao negócio propriamente
dito entre as partes e partindo da premissa de que já rompido o vínculo existente no
plano extrajudicial, o que determinaria a caracterização desde logo da ofensa
possessória, pela falta de restituição do imóvel.

A questão não comporta entretanto tratamento sob esse enfoque.

Sem que caiba aqui discutir se o liame cooperativo simples pode ser desconstituído,
na generalidade dos casos, por manifestação unilateral da cooperativa valendo-se de
cláusula resolutória expressa, o fato é que a hipótese dos autos não versa sobre o
inadimplemento puro e simples de contribuições gerais devidas por cooperado;
o ingresso dos réus na cooperativa se deu, apenas e exclusivamente, em função do
negócio aquisitivo documentado a fls. 45/53, que tem por objeto bem imóvel, e as
obrigações dadas por descumpridas são justamente as relativas a essa aquisição.

A par disso, a “exclusão dos quadros sociais” com que acena a cooperativa não tem
o significado de um desligamento puro e simples dos cooperados, envolvendo mais
que isso, e claramente, o rompimento do próprio negócio relativo à aquisição do
imóvel.

Em relação a esse, contudo, por sua própria natureza não se concebe a possibilidade
de resolução unilateral, cumprindo à autora que obtivesse decreto desconstitutivo em
juízo, por meio do devido processo legal, mormente em se considerando a conclusão
a esta altura das obras e a entrega da unidade aos adquirentes.
Agrava-se o quadro, outrossim, quando se tem em conta que o inadimplemento
afirmado (pela bancoop) não é do valor estimado para a aquisição da unidade no
instrumento particular firmado, mas de parcelas extras que, aliás, somam quantia
superior ao próprio valor projetado.

Vem daí que a perspectiva de reintegração de posse dependeria, no caso, do prévio


rompimento do ajuste, sendo decorrência lógica desse ato e não comportando
apreciação na pendência do contrato entre as partes.
Ausente, pois, o interesse processual para o requerimento imediato do interdito
possessório.

Pelo exposto, INDEFIRO a petição inicial, com fundamento no art. 295, III, do
Código de Processo Civil, dando por extinto o processo a teor do art. 267, I, do
mesmo Código. Arquivem-se os autos, oportunamente, com as cautelas de
estilo.
P.R.I.São Paulo, 26 de novembro de 2008.
FABIO GUIDI TABOSA PESSOA
JUIZ DE DIREITO

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