Cada unidade experimental constou de um vaso As taxas de colonização radicular não foram
com capacidade para 3,0 kg de solo seco. A afetadas (P > 0,05) pela aplicação de fosfato de
inoculação da MA foi realizada adicionando-se rocha (Tabela 1). Provavelmente, este fato foi
10 g de inóculo/vaso (raiz + esporos + solo), conseqüência da aplicação de doses
contendo aproximadamente 500 esporos/50 g de relativamente pequenas, já que, geralmente, a
solo, o qual foi colocado numa camada uniforme adubação fosfatada, notadamente com fontes
cerca de 5 cm abaixo do nível de plantio. solúveis, diminui a formação de micorrizas,
Aplicou-se 5 ml de uma suspensão de solo livre bem como a proliferação de esporos (Mosse,
de esporos e micélios, a fim de assegurar a 1973). Da mesma forma, Costa et al. (1992)
presença de outros microrganismos naturais do não detectaram efeito depressivo da aplicação
solo. de fosfato natural de Araxá sobre a colonização
de raízes de L. leucocephala inoculadas com
As doses de fosfato de rocha foram aplicadas Scutellospora heterogama.
antes da semeadura e uniformemente
misturadas com o solo. O plantio foi realizado Os teores de nitrogênio não foram afetados (P
com sementes previamente lavadas com > 0,05) pela adubação fosfatada, na presença
hipoclorito de sódio. Após o desbaste, foram de MA, enquanto que na ausência de
deixadas três plantas/vaso. O controle hídrico foi micorrização, o maior teor foi obtido com a
feito diariamente, através da pesagem dos aplicação de 200 kg de P2O5/ha. Já, a maior
vasos, mantendo-se o solo em 80% de sua absorção de nitrogênio ocorreu com a
capacidade de campo. Após doze semanas de aplicação de 200 kg/ha de P2O5/ha, na
cultivo, as plantas foram cortadas rente ao solo, presença de MA. Os maiores teores e
postas para secar em estufa à 65ºC, por 72 quantidades absorvidas de fósforo foram
horas, sendo, a seguir, pesadas e moídas em verificados com a aplicação de fosfato de
peneira de 2,0 mm. As taxas de colonização rocha, independentemente da dose e da
radicular foram avaliadas através da observação, inoculação de MA (Tabela 1). Gerdemann e
ao microscópio, de 20 fragmentos de raízes com Trappe (1974) verificaram que as hifas do
2 cm de comprimento, clarificadas com KOH e fungo que colonizavam o córtex estendem-se
tingidas com azul de tripano em lactofenol, no solo adjascente, podendo atingir distâncias
segundo a técnica de Phillips e Hayman (1970). consideráveis (16 cm) da superfície da raiz,
aumentando, deste modo, a interface raiz-solo,
além de fazerem a comunicação das raízes
Resultados e Discussão absorventes com zonas não esgotadas em
nutrientes.
A inoculação de MA proporcionou um incremento
de 56,2% na produção de matéria seca (MS),
comparativamente ao tratamento testemunha. A Conclusões
aplicação de fosfato de rocha, na ausência da
micorrização, não afetou (P > 0,05) os A inoculação de MA e a aplicação de fosfato de
rendimentos de MS, independentemente da dose rocha, isoladas ou conjuntamente, promoveram
utilizada, contudo, com a inoculação de MA o acréscimos significativos no rendimento de
maior rendimento foi obtido com a aplicação de matéria seca e absorção de fósforo e nitrogênio
200 kg/ha de P2O5/ha (Tabela 1). Resultados da leguminosa. A aplicação de fosfato de rocha
semelhantes foram relatados por Costa et al. aumentou a eficiência de resposta à inoculação
(1992) avaliando o efeito de MA, na presença ou de MA, sendo constatado efeito significativo de
não de adubação fosfatada, em Leucaena doses de fósforo.
leucocephala. Segundo, Ázcon-Aguilar e Barea
(1978), bactérias solubilizadoras de fosfatos
estão presentes na rizosfera micorrízica atuando
sinergisticamente com os endófitos. Deste modo,
as MA ao aumentarem a absorção de fósforo,
favorecem a dissociação química do fosfato
insolúvel visando estabilizar sua concentração
na solução do solo.
Resposta de Cassia rotundifolia à inoculação de micorriza arbusculares e adubação com fosfato de rocha 3
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1ª Impressão 2002 Medeiros
Tiragem 100 exemplares