Educação: Novos E Velhos Desafios
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Educação - Daniele Lopes Oliveira
Apresentação
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Esta obra consiste no segundo Volume da Coleção Educação (Novos e Velhos Desafios), e contém artigos de autoras que permeiam as políticas, instrumentos e processos de gestão da educação no Brasil.
O primeiro Capítulo faz profunda reflexão sobre as políticas educacionais e o sistema nacional de educação, permeia o ensino superior no brasil do séc. XIX aos dias atuais, a composição ensino superior no brasil, o sistema de avaliação do ensino superior, as primeiras faculdades e aborda também a redemocratização política com uma nova dinâmica do sistema de educação superior.
O segundo Capítulo resgata a memória e história pela identificação do patrimônio histórico cultural em aparecida de Goiânia em Goiás, passando pelo breve relato sobre a cidade e aprofundando na apresentação do seu patrimônio histórico cultural.
POLÍTICAS EDUCACIONAIS E O SISTEMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO:
Direito à Educação, Educação Superior e Sistema Nacional de Avaliação, Formação e Valorização dos Profissionais da Educação de Professores no Plano Nacional de Educação (2011-2020)
Daniele Lopes Oliveira
Pós-Doutorado e Doutora em Educação pela PUC Goiás. Graduada em História pelo Centro Universitário Internacional – Uninter. danielelopes_oliveira@outlook.com. http://lattes.cnpq.br/2405365578681576. ID Lattes: 2405365578681576.
Introdução
A reforma das universidades brasileiras é um dos temas mais polêmicos da atualidade. No sentido de contribuir com o debate, o presente trabalho apresenta uma reflexão histórica do processo de estruturação do ensino superior no Brasil, construída a partir de uma pesquisa bibliográfica.
Estabelecendo relações com as políticas educacionais de cada período histórico e a formação do sistema nacional de avaliação e valorização dos profissionais da educação de professores, discutindo o plano nacional de educação (2011-2020).
A dinâmica do processo desembocou na reforma
do modelo universitário vigente, tendo em vista que este é resultado da reforma universitária da década de sessenta e, principalmente, em decorrência do modelo sócio-político-econômico adotado no Brasil nas últimas décadas.
Porém, a reforma universitária ora proposta pelos governos até o atual, não contemplam as reivindicações dos estudantes, professores e profissionais em educação, estando a serviço da manutenção do status quo vigente, assentado num modelo neoliberal, que disto a por completo dos objetivos constitucionais, onde o direito à educação gratuita e de qualidade é direito de todos os cidadãos brasileiros.
O Ensino Superior no Brasil: do séc. XIX aos dias atuais
Nos dias atuais muito se discute a quantidade e qualidade de cursos de nível superior no Brasil. No Brasil até final do séc. XIX existiam 24 (vinte e quatro) estabelecimentos de ensino superior, com cerca de 10.000 (dez mil) estudantes.
Ao contrário das Américas Espanhola e Inglesa, que tiveram acesso ao ensino superior ainda no período colonial, o Brasil teve que esperar até o final do século XIX para ver surgir as primeiras instituições culturais e científicas deste nível, quando da vinda da Família Imperial ao país. Já a primeira universidade surgiu somente em 1912. Portugal tinha apenas dois grandes objetivos quando aportou em terras brasileiras: suas prioridades eram a fiscalização e a defesa.
Durante trezentos anos, as únicas iniciativas na área de educação vieram dos jesuítas, mais voltados para a catequese religiosa. Os altos funcionários da Igreja e da Coroa e os filhos dos grandes latifundiários tinham que ir à Europa para obter formação universitária, e o destino era principalmente Coimbra.
Iniciativas isoladas, como o curso superior de Engenharia Militar no Rio de Janeiro, que surgiu no final do século XVII, não podem ser consideradas como o ingresso do Brasil no ensino superior já que, para todos os efeitos, era um estabelecimento português.
Somente em 1808, com a vinda da família real, é que surgiu o primeiro interesse de se criar escolas médicas na Bahia e no Rio de Janeiro: em fevereiro de 1808 surge o Colégio Médico-Cirúrgico da Bahia e em abril do mesmo ano a cadeira de Anatomia é criada no Hospital Militar do Rio de Janeiro.
Em 1810, o Príncipe Regente assinou a carta de Lei de 4 de dezembro, criando a Academia Real Militar da Corte, que anos mais tarde se converteria na Escola Politécnica; o Decreto de 23 de fevereiro de 1808, que instituiu uma cadeira de Ciência Econômica; e o Decreto-Lei de 12 de outubro de 1820, que organizou a Real Academia de Desenho, Pintura, Escultura e Arquitetura Civil, depois convertida em Academia das Artes.
Desde 1808, a admissão dos candidatos às escolas superiores estava condicionada à aprovação nos chamados exames preparatórios
, prestados no estabelecimento de ensino procurado pelo dito candidato.
A partir de 1837, os concluintes do curso secundário do recém criado Colégio Pedro II passaram a ter o privilégio de matricula, sem exames, em qualquer escola superior do Império.
Também por volta de 1837, diante das pressões das elites, os exames preparatórios
passaram a ser realizados perante juntas especiais nas capitais das províncias, passando a não ter mais validade instantânea, mas sim permanente.
Estes exames deixaram de ser aplicados de forma integrada e em um único momento, o estudante passou a ser examinado por disciplina no tempo e lugar mais convenientes para si, o que facilitou o acesso não só para as elites como também para os filhos de operários.
A situação permaneceu inalterada até a Proclamação da República, em 1889, quando o regime federalista permitiu e incentivou a criação de faculdades estaduais públicas e privadas.
A partir de alterações na legislação, a República fomentou o ideal de livre ensino positivista, segundo o qual todos os cidadãos deveriam ter as mesmas oportunidades educacionais.
Junto com a Constituição de 1891, vieram reformas educacionais que transformaram o Colégio Pedro II em Ginásio Nacional, convertido em modelo para a criação de novas escolas públicas. Neste sentido, o acesso à educação pública e gratuita foi estendido ao ensino superior, principalmente para os concluintes das escolas que mantivessem os mesmos parâmetros do Ginásio Nacional.
Desde que estas escolas públicas se submetessem a fiscalização federal, seus estudantes tinham direito ao ingresso no ensino superior sem precisar prestar exames
.
Em 1901, o privilégio foi estendido aos colégios privados, criando uma ampla demanda por novas faculdades, fazendo surgirem inúmeros centros de ensino superior privados, embora não tivessem se quer o status de faculdade.
Para termos uma ideia deste crescimento, entre 1891 e 1910, foram criados no Brasil vinte e sete escolas superiores, dentre as quais: nove de medicina, obstetrícia, odontologia e farmácia; oito de direito, quatro de engenharia; três de economia; e três de agronomia.
No entanto, a busca da população por prestigio e poder através do diploma, junto com a facilitação do acesso, trouxe consigo um problema: o excesso de diplomados, muito além da capacidade do mercado de absorver esta mão de obra. O que motivou uma nova reforma educacional, em uma tentativa de conter o acesso ao nível superior.
A reforma Rivadário Corrêa, nome do titular do Ministério da Justiça e dos Negócios Interiores, originou o Decreto-Lei n.º 8.659 de 5 de abril de 1911, normatizando o ensino médio e superior.
Os concluintes do ensino médio, incluindo o Ginásio Nacional, deixaram de gozar do privilégio de ingresso direto no ensino superior. Os estabelecimentos de ensino superior federal passaram a ser considerados corporações autônomas, devendo cobrar taxas para os exames de admissão, matricula, curso, uso da biblioteca e emissão de certificado.
Esta era uma forma de tentar incentivar uma manutenção financeira independente do poder público. A sistemática dos exames de admissão também foi modificada, passando a constar de uma única forma escrita sobre línguas e ciência, tendo novamente validade apenas imediata.
A tentativa de diminuir o número de diplomados não surtiu efeito, ao contrário, multiplicou as faculdades privadas, conduzindo a