Reflexões em Louisville:
Movimento Cristão Apologético em Conversação
Este artigo foi publicado no Trinity Journal (Outono '98, p. 179 – 205). Nota: O Trinity
Journal é um dos mais respeitáveis periódicos da comunidade evangélica mundial.
Gostaria de incluir este artigo aqui pois é a opinião de dois eruditos evangélicos que
estudaram o Mormonismo. Apesar de suas intenções principais são de despertar e chamar os
evangélicos à batalha, eles reconhecem em suas conclusões de que “editores evangélicos
precisam cessar de publicar trabalhos que são desinformados, enganosos ou de alguma
maneira inadequados”, o que é um grande avanço no relacionamento inter-religioso e um
‘puxão de orelha’ naqueles que gostam de publicar acusações contra outras religiões as quais
pejorativamente chamam de seitas (vou chamá-los nesta tradução de anti-sectários, acho que
seria a melhor tradução para “anticultists”, do Inglês).
Carl Mosser e Paul Owen 1997 Encontro Anual da Sociedade Evangélica de Far West, 25 de
Abril de 1997.
Seção A: Mormonismo
O título deste trabalho reflete cinco conclusões que chegamos concernentes aos debates
Mórmon-evangélicos. O primeiro é que existem, contrário a popular percepção evangélica,
legítimos eruditos Mórmons. Usamos o termo "erudito" no seu sentido formal de "intelectual,
especialista; habilitado em investigação intelectual; treinado em línguas antigas". 2 De uma
forma geral, os acadêmicos Mórmons podem ser divididos em quatro categorias: tradicionais,
neo-ortodoxos, liberais e culturais. Estamos nos referindo ao maior e mais influente das quatro
categorias – eruditos Mórmons tradicionais. É um fato que Santos dos Últimos Dias não são um
grupo antiintelectual como as Testemunhas de Jeová. Mórmons, em distinção a grupos como as
TJs, produzem trabalho que possuem mais do que a mera aparência de erudição. A segunda
conclusão a que chegamos é que eruditos Mórmons e apologistas (nem todos os apologistas são
eruditos) têm, com vários níveis de sucesso, respondido a maioria do usual criticismo
evangélico. Freqüentemente estas respostas adequadamente refutam criticismo particulares
(menores). Onde o criticismo não tem sido refutado a questão tem usualmente assumido
características muito mais complexas.
Uma terceira conclusão a que chegamos é que atualmente existem, até onde estamos
cientes, nenhum livro de perspectiva evangélica que interaja com escritos eruditos e
apologéticos SUD contemporâneos. 3 Numa pesquisa em vinte recentes publicações evangélicas
criticando o Mormonismo descobrimos que nenhuma interage com este crescente corpo de
literatura. Apenas um punhado demonstra alguma ciência de trabalhos pertinentes. Muitos dos
autores promovem criticismo que há muito tempo tem sido refutado; alguns são sensacionalistas
enquanto outros são simplesmente ridículos. Um grande número destes livros clama ser "o livro
definitivo" sobre a questão. Que eles não realizam nenhuma tentativa de interagir com trabalhos
acadêmicos SUD contemporâneos é um estigma sobre a integridade dos autores e leva alguém a
se perguntar sobre suas credibilidades.
Nossa quarta conclusão é que o nível acadêmico dos evangélicos está perdendo o debate
com os Mórmons. Nós estamos perdendo a batalha e não o estamos sabendo. Nos anos recentes
a sofisticação e erudição da apologética SUD tem crescido consideravelmente enquanto as
respostas evangélicas não. 4 Aqueles com as habilidades necessárias para esta tarefa raramente
demonstram um interesse nestas questões. Freqüentemente eles nem mesmo sabem que existe
uma necessidade. Na maior parte isto é devido inteiramente à ignorância de literatura relevante.
Finalmente, nossa quinta conclusão é que a maioria dos envolvidos nos movimentos
contra-seitas possui falta de habilidade e treinamento necessário para responder à apologética
acadêmica Mórmon. A necessidade é grande de treinados eruditos evangélicos bíblicos,
teólogos, filósofos e historiadores para examinar e responder ao crescente corpo de literatura
produzido por tradicionais apologistas e eruditos SUD.
Nós percebemos que nossas cinco conclusões podem ser controversas. Não obstante,
tendo lido uma imensa quantidade de literatura publicada (tanto de "fonte" SUD quanto não
SUD) por intelectuais Santos dos Últimos Dias 5; tendo lido uma grande quantidade de material
apologético produzido pela Fundação para Pesquisa Antiga e Estudos Mórmons (FARMS); e
tendo lido ou examinado a maioria dos trabalhos evangélicos sobre Mormonismo, achamos que
nós estamos justificados em nossas conclusões. A erudição dos escritores Mórmons é
freqüentemente rigorosa. No mínimo seus trabalhos merecem um exame mais cuidadoso. Além
do mais, tivemos um grande número de oportunidades para conversar com vários líderes
acadêmicos SUD. No último verão nós até mesmo passamos três dias na BYU (A universidade
Mórmon) assistindo a Conferência Internacional sobre os Pergaminhos do Mar Morto com o
apoio da FARMS/BYU. Por causa de nossas oportunidades de interagir com eruditos SUD
acreditamos que possamos (em parte) ver de onde eles vêm e onde estão aquartelados.
Então o que os eruditos apologistas SUD estão tentando provar? De que maneiras
intelectualmente plausíveis estão eles apoiando seus singulares sistema doutrinário e cânon de
escrituras? A maior parte deste trabalho é devotada a ilustrar a resposta para esta questão. Os
objetivos Mórmons são bem direcionados. Primeiramente, eles acreditam ser o Livro de
Mórmon um texto antigo escrito por um povo de linhagem Judaica. Um número de estudos tem
sido feitos que tentam revelar técnicas literárias Hebraicas, características lingüísticas, padrões
culturais e outros marcadores que, argúem-se, Joseph Smith não teria sido capaz de fabricar.
Segundamente, Santos dos Últimos Dias acreditam que outros textos antigos foram restaurados
através de Joseph Smith (e.g. os livros de Moisés e Abraão na Pérola de Grande Valor).
Como resultado, eruditos Mórmons têm tomado uma grande quantidade de interesse no
estudo de Pseudoepígrafes do Velho Testamento, nos Pergaminhos do Mar Morto e nos textos
de Nag Hammadi. O objetivo aqui é salientar características que estes antigos documentos
compartilham com suas próprias literaturas sagradas. Em terceiro lugar, é uma convicção da
Igreja SUD que o Cristianismo primitivo sofreu uma apostasia substancial a partir do primeiro
século até o fim do segundo século. Esta apostasia é usualmente igualada ao processo da
Helenização pós-apostólica. Sob esta teoria eles mantêm que as originais doutrinas da antiga
Igreja não foram todas perdidas de uma só vez. Destarte Santos dos Últimos Dias têm tomado
um interesse especial nas crenças e práticas da primitiva Igreja pós-apostólica. Atenção especial
tem sido dada aos escritos dos Patriarcas Patrícios num esforço para demonstrar semelhanças
com a prática e crença Mórmon. Essas similaridades não são intencionadas a mostrar que os
primitivos Cristãos eram protomórmons, mas antes mostrar que remanescentes de crença
verdadeiramente pré-helenizada permaneceram por um tempo após a apostasia. A esse respeito,
acadêmicos Mórmons (junto com muitos eruditos não SUD) têm tomado grande interesse na
"bifurcação dos caminhos" entre Judaísmo e Cristianismo.
Sem dúvidas existem falhas no trabalho de Nibley, mas a maioria dos contra-sectários
não possui as ferramentas para as demonstrarem. Poucos tentaram 10. Está além do escopo
deste trabalho criticar a metodologia de Nibley ou descrever o cerne de sua apologética. 11
Quaisquer que sejam as falhas que possam existir em sua metodologia, Nibley é um erudito de
alto calibre. Muitos dos seus mais importantes ensaios primeiramente apareceram em periódicos
acadêmicos tais quais o "Revue de Qumran, Vigilae Christianae, Church History, e o Jewish
Quartely Review. 12 Nibley também tem recebido louvor de eruditos não SUD tais como Jacob
Neusner, James Charlesworth, Cyrus Gordon, Raphael Patai e Jacob Milgrom. 13 O ex-reitor da
"Divinity School" de Harvard, George MacRae, certa vez lamentou enquanto ouviu-o palestrar,
"É uma obscenidade para um homem conhecer tudo aquilo! 14" Nibley não tem trabalhado em
um mosteiro. É assombroso que poucos eruditos evangélicos estão cientes de seu trabalho. À
luz do respeito que Nibley tem ganhado no mundo erudito não SUD é ainda mais assombroso
que contra-sectários possam tão negligentemente dispensar seu trabalho.
Por muitos anos Nibley pode ter sido o único erudito conservador do
Mormonismo de reputação. Todavia, devido à influência de Nibley como um professor
motivador, hoje existem muitos mais. Durante os anos que Nibley lecionou na BYU muitos
estudantes SUD seguiram o seu exemplo ao saírem para adquirir um grau necessário a fim de
ganhar uma audiência na comunidade acadêmica. Por exemplo, Stephen E. Robinson foi para
Universidade Duke para adquirir um Ph.D em Estudos Bíblicos sob a tutela de W.D. Davies e
James Charlesworth. 15 Outros seguiram em diferentes direções: S. Kent Brown tomou um
doutorado da Universidade Brown, focalizando sua pesquisa nos textos de Nag Hamadi; C.
Wilfred Griggs recebeu um Ph.D. em história antiga pela Universidade da Califórnia em
Berkeley e é um especialista em antiga Cristandade Egípcia; 16 sob a supervisão de David Noel
Freedman e Frank Moore Cross, Kent P. Jackson obteve um doutorado em estudos do Oriente
Próximo pela Universidade de Michigan após completar sua dissertação na linguagem Amonita;
17 Avraham Gileadi obteve seu Ph.D com R. K. Harrison servindo como primeiro leitor de sua
dissertação concernente a estrutura literária de Isaías; 18 Stephen D. Ricks recebeu um
doutorado em Religiões do Oriente Próximo da Universidade de Berkeley, Califórnia e União
Teológica Graduada sob Jacob Milgrom; 19 Donald W. Parry recebeu seu Ph.D em Hebreu em
conjunto com a Universidade Hebraica de Jerusalém e a Universidade de Utah; John Gee está
atualmente completando um Ph.D em Egiptologia na Universidade Yale (já completou). Muitos
mais exemplos de eruditos Mórmons com idênticas credenciais poderiam ser alistados.
Atualmente uma outra tropa de tradicionais intelectuais Mórmons, em parte fundeados pelos
camaradas de Hugh Nibley da FARMS, está obtendo graus elevados de estudo em Oxford,
Duke, Claremont, UCLA, Universidade da Carolina do Norte – Chapel Hill, Universidade
Católica da América e em outros lugares. Seus campos de estudo são bastante relevantes: Novo
Testamento, Siríaco, Cristandade Primitiva, culturas e linguagens do Oriente Próximo e outras
disciplinas. A significância destes fatos é simples: Mórmons possuem o treinamento e
habilidades para produzirem robustas defesas de sua fé.
Por exemplo, Paul Y. Hoskisson (Prof. Assistente de Escritura Antiga na BYU) escreveu
um importante trabalho intitulado, “Evidências Textuais para o Livro de Mórmon 20".
Hoskisson começa seu estudo apontando: "A fim de que o material no Livro de Mórmon seja
evidência suficiente para um "vorlage" do Oriente Próximo, conforme estou utilizando
adequadamente o termo aqui, precisa ser demonstrado que o material do texto é de uma
antiguidade do Oriente Próximo e que isto não estava disponível para Joseph Smith.”21 O
ponto a ser feito é que enquanto certas características do texto pudessem ser explicadas como
apontando para uma origem do antigo Oriente Próximo, nem todas de tais evidências
qualificariam como suficiente evidência. Vemos então um erudito SUD tentando estabelecer
algum controle metodológico para o que constitui “prova” no debate do Livro de Mórmon. O
primeiro item de evidência examinada relaciona-se com a declaração, “suas almas se
expandiram” em Alma 5:9. No contexto o significado parece aproximar-se de “eles ficaram
contentes,” à luz do paralelismo estrutural com a frase ‘e cantaram o amor que redime’ para
celebrar sua liberdade 22.”Hoskisson indica que a Bíblia do Rei Tiago não usa a palavra alma
em conjunção com expandir, embora o Livro de Mórmon fala também da alma dilatar-se e
inchar-se em Alma 32:28 e 34 (respectivamente). Ele acrescenta: "Esta frase parece ser não
usual. Por que deveria uma alma expandir-se? Se esta frase é única no Inglês do Livro de
Mórmon, poderia a frase refletir um antigo padrão do Oriente Próximo ao invés de ter suas
origens no Inglês?"23 Após indicar uma falta de evidência para esta frase em qualquer extensão
de fonte Inglesa pré-1830, ele segue para apontar exemplos desta metáfora em fontes
Ugaríticas e Acadianas. Todavia, completamente esta não é caracterizada como sendo uma
evidência suficiente, pois a frase "expandir a alma" ocorre em Alemão, e o Inglês pertence as
línguas do grupo Germânico. Hoskisson admite: “Portanto, embora a frase ‘expandir a alma’
não ocorra em qualquer texto Inglês pré-1830 prontamente disponível, e embora seja uma
autêntica frase semítica do Oriente Próximo, uma vez que ela é atestada em alemão, devemos
concluir que a frase ‘suas almas se expandiram’ é antes uma melhor evidência necessária para
um autêntico padrão semítico do Oriente Próximo para o Livro de Mórmon, mas não é
evidência suficiente”24.
Seguindo essa discussão, Hoskisson providencia três exemplos de que ele acha são
“suficientes” evidências: 1) o repetido uso do cognato acusativo no Livro de Mórmon (e.g. 2
Néfi 5:15; Mosías 9:8; 11:13; 23:5); 2) A ocorrência do nome judeu Alma numa transação de
terra encontrada em Nahal Hever, datando do tempo da revolta de Bar-Kochba ; 25 e 3) o
conceito das águas oceânicas como sendo as fontes dos rios, o que é típico do antigo
pensamento do Oriente Próximo, e ocorre em I Néfi 2:9. Um segundo estudo que gostaríamos
de dar uma olhada foi realizado por C. Wilfred Griggs (Professor Associado de Clássicos,
História e Escritura Antiga e diretor de Estudos Antigos da Universidade Brigham Young). Seu
trabalho é intitulado, "O Livro de Mórmon como um Livro Antigo." 26 Ele começas seu estudo
ao lançar um desafio aos críticos do Livro de Mórmon: "Ele declara ser um livro antigo, e ele
precisa ser examinado e criticado nos termos em que declara...Desde que ninguém poderia
dentro do possível inventar uma obra do tamanho do Livro de Mórmon que representasse
acuradamente uma antiga sociedade do Oriente Próximo..., sujeitar o livro ao teste de
integridade histórica seria uma tarefa bem fácil para qualquer especialista engajar." 27 Griggs
continua com uma reclamação que poderíamos concordar é de alguma forma justificável: "É
esta dimensão de criticismo histórico, no entanto, que tem sido negligenciada nas tentativas de
estabelecer o livro como uma fraude." 28 Como um exemplo de alguma coisa paralelo ao Livro
de Mórmon, Griggs indica a descoberta de 1958 por Morton Smith da atribuída carta de
Clemente de Alexandria a um certo Teodoro. O conteúdo desta carta era previamente
desconhecido do mundo acadêmico, e não há nenhuma menção de Teodoro em quaisquer dos
extensos escritos de Clemente. A data da cópia, que foi descoberta no monastério de Mar Saba,
perto de Jerusalém, foi facilmente estabelecida como perto de 1750. Todavia, após um estudo
detalhado deste documento com outras antigas fontes, Morton Smith concluiu que isto foi
verdadeiramente uma carta autêntica de Clemente. Griggs comenta: "Se um texto de duas
páginas e meia podem licitar 450 páginas (a extensão do estudo de Morton Smith) de análise e
comentário numa tentativa de determinar sua autenticidade, não se esperaria menos a partir do
mundo erudito no caso do Livro de Mórmon."29
Griggs vai adiante a partir daí para um exame do sonho da Árvore da Vida registrado
em I Néfi 8-15 contra o panorama de textos Mediterrâneos que datam aproximadamente do
tempo de Leí. (sexto século AC). Sua discussão menciona numerosos exemplos de textos
religiosos e mágicos escritos em tabuletas de ouro, prata e bronze. De interesse particular são as
tão chamadas "placas de ouro Órficas" que datam aproximadamente do quinto século AC e que
têm sido encontradas em áreas esparsas como Itália, Grécia e Creta 30. Eruditos concordam que
estas placas de ouro demonstram influência estrangeira, mas não chegaram a um consenso
quanto ao que foi tal influência. Griggs nota, entretanto, "A influência foi certamente do antigo
Oriente Próximo, mesmo se não existe nenhum acordo de onde as idéias foram originalmente
encontradas" 31. Tendo percebido isto, o restante do exame envolve uma comparação dos rituais
conectados com estas placas aos materiais no Livro Egípcio dos Mortos e no sonho de Leí no
Livro de Mórmon, a mais possível e plausível explicação para as características internas
compartilhadas pelo Livro de Mórmon é que o Egito do sétimo/sexto século AC é o lugar
comum de coalizão para as duas tradições"32.
Não há espaço aqui para um estudo detalhado de exemplos adicionais de defesa erudita
para o Livro de Mórmon. Mas existem muito mais que realmente merecem atenção. John Welch
(professor de Hebreu na BYU e um membro da Equipe Internacional de Edição dos
Pergaminhos do Mar Morto) tem publicado um estudo exaustivo sobre estruturas poéticas
hebraicas no texto do Livro de Mórmon 34. Roger R. Kelleer, um ex-ministro Presbiteriano
armado com um Ph.D em Estudos Bíblicos pela Universidade Duke, escreveu uma monografia
argüindo sobre as bases de usos distintos de palavras segundo as quais o Livro de Mórmon não
pode ser um produto de um simples autor do século dezenove, mas antes é um produto de vários
escritores antigos 35. John Tvedtness, gerente sênior de projetos da FARMS, tem escrito estudos
técnicos sobre Hebraísmos e variantes de Isaías no Livro de Mórmon 36. Vários estudos
envolvendo análise de estrutura literária crítica também requerem alguma atenção. Stephen D.
Ricks, Professor de hebreu e linguagens semíticas na BYU, escreveu um artigo detalhado
discorrendo sobre a coroação do Rei Benjamim em Mosías 1-6 contra um cenário de um tratado
de literatura do antigo Oriente Próximo 37. Blake T. Ostler tem examinado o relato da visão de
Leí em I Néfi 1 contra um cenário das "formas literárias de um chamado" em teofanias similares
na Bíblia Hebraica e Pseudoepígrafe do Velho Testamento 38. Existem muito mais exemplos
que poderiam ser mencionados, mas isto deve ser suficiente para demonstrar que acadêmicos
SUD estão produzindo pesquisa séria que necessita desesperadamente de ser criticamente
examinada por uma informada perspectiva evangélica.
O espaço não permite uma extensa discussão do uso SUD das pseudoepígrafes do Velho
testamento, dos Apócrifos do Novo Testamento e dos textos de Nag Hammadi 55. Todavia,
vários estudos merecem menção. Hugh Nibley num trabalho do tamanho de um livro sobre a
existente literatura de Enoque 56. Stephen E. Robinson, em um artigo muito sério, menciona
vários pontos interessantes: O uso aparente de Paulo da Sabedoria de Salomão, que ensina sobre
a existência pré-mortal das almas (8:19 ff.) e sobre a criação do mundo a partir de matéria não
organizada (11:17); a Narrativa de Zósimo (também conhecida como a História dos Recabitas) a
qual contém uma interessante tradição sobre Judeus deixando Jerusalém no tempo de Jeremias,
e viajando através do oceano para uma terra de promessa; 57 o Testamento de Adão (3:1-5), que
contém um relato semelhante ao que se encontra em Doutrina e Convênios 107:53-56; e o
Evangelho de Filipe que descreve um rito de iniciação de três estágios os quais correspondem às
três câmaras do templo de Jerusalém 58. Em outro estudo interessante, S. Kent Brown compara
os títulos Homem de Santidade e Homem do Conselho em Moisés 6:57 e 7:35 com material na
Bíblia Hebraica e dois documentos posteriores, Eugnostos, o Abençoado e A Sofia de Jesus
Cristo 59.
Escritores SUD não estão sozinhos em notar os vários paralelos entre estes textos
antigos e a literatura Mórmon. James H. Charlesworth, em uma palestra proferida na
Univerdade Brigham Young intitulada, " Messianismo nas Pseudoepígrafes e no Livro de
Mórmon", aponta para o que ele descreve como "paralelos importantes...que merecem um
exame cuidadoso." Ele cita exemplos de 2 Baruque, 4 Esdras, Salmos de Salomão e o
Testamento de Adão. 60 Se a autoridade líder mundial em escritos pseudoepígrafos acha que
tais exemplos merecem "cuidadoso exame," deve ser sábio para os evangélicos começarem a
fazer alguns exames. George Nickelsburg têm também percebido um mais interessante paralelo
entre o Qumrâmico Livro dos Gigantes e o Livro SUD de Moisés na Pérola de Grande Valor. 61
Harold Bloom da Universidade Yale ficou perplexo em como explicar os muitos paralelos entre
os escritos de Joseph Smith e antiga literatura apocalíptica, pseudoepígrafa e cabalística. Ele
escreve, "O gênio religioso de Smith sempre se manifestava através do que pode ser nomeado
como acuidade carismática, seu senso real de relevância que governava paralelos bíblicos e
Mórmons. Eu posso apenas atribuir ao seu gênio ou daemon sua fantástica recuperação de
elementos da antiga teurgia Judaica que haviam cessado de estar disponível ao Judaísmo e
Cristianismo normativo, e que apenas havia sobrevivido em tradições esotéricas improváveis de
terem tocado Smith diretamente" 62.
Mórmons têm escrito vários estudos nesta área 65. Como sempre, Hugh Nibley liderou
o caminho 66. Ele começou com um livro publicado sob o título, O Mundo e os Profetas. Este
livro é o transcrito editado de uma série de palestras originalmente divulgadas para uma rádio de
audiência SUD entre Março 7 e Outubro 17, 1954 intitulado, "Tempo Justifica os Profetas" 67.
Neste livro, de acordo com o prefácio por R. Douglas Phillips, Nibley "descreve com grande
clareza o processo pelo qual a Igreja mudou de uma organização com profetas inspirados para
uma totalmente diferente e estranha instituição construída sobre a sabedoria dos homens. Ele
mostrou como profetas foram substituídas por eruditos, revelações por filosofia, prédica
inspirada pela retórica" 68. Qualquer que seja o que alguém possa pensar sobre as conclusões de
Nibley, a amplitude de conhecimento mostrada nestas palestras é, francamente, intimidadora.
Nelas ele discorre centenas de passagens de Papia, Clemente, Ignácio, Ireneu, Clemente de
Alexandria, Origines, Atanásio, Augustinho e Crisóstomo (entre outros). No estilo clássico de
Nybley com todas as referências pessoalmente traduzidas a partir dos originais latinos e gregos.
Em resposta aos tópicos que temos estado discutindo alguém pode fazer a asserção de
que eles são simplesmente irrelevantes para a questão em pauta. Afinal, se os Mórmons não
podem sustentar suas crenças na Bíblia não importa se eles encontram ou não apoio para elas
entre os Pergaminhos do Mar Morto (PMM), pseudoepígrafes ou história da Igreja. Sem a
Bíblia não importa se eles estão usando seus conhecimentos em história do Oriente Próximo,
culturas e linguagens para defender um possível cenário de fundo do Oriente Próximo para o
Livro de Mórmon. Nós concordamos que há verdade nesta objeção. Mas, as questões não são
tão simples e não podem ser dispensadas desta maneira.
Uma das questões fundamentais debatidas por evangélicos e Mórmons é sobre a própria
interpretação da Bíblia. Ambos os partidos clamam que a Bíblia é a Palavra de Deus. Ambos
clamam acreditar em cada verso da Bíblia 84. Ambos os partidos reclamam apoio bíblico para
sua religião. Então, teoricamente, a maior parte do debate poderia ser resolvida por um apelo à
Bíblia. Mas antes que isso pudesse ser feito deveria haver concordância nas regras básicas da
hermenêutica. Parece em grande parte que evangélicos e Mórmons estão de acordo que a Bíblia
deveria ser interpretada de acordo com o seu senso gramático-histórico. Escrevendo sobre as
similaridades da visão evangélica e SUD sobre a natureza das escrituras, Stephen E. Robinson
diz, “Nós [SUD] tomamos as escrituras como sendo literalmente verdadeiras, e mantemos o
simbólico, figurativo ou a interpretação alegórica ao mínimo, aceitando os eventos miraculosos
como históricos e os ensinamentos morais e éticos como comprometedores e válidos” 85. Esta
declaração é muito próxima da Declaração de Chicago em Hermenêutica Bíblica 86. A questão
então não é de metodologia.
Embora a maior parte da energia está sendo dispensada no estudo dessas outras áreas,
Mórmons não negligenciaram estudos bíblicos apropriados. Um exemplo que deveria fazer
eruditos evangélicos do Velho Testamento cientes dos seus camaradas SUD foi o trabalo escrito
em honra de R. K. Harrison. Produzido em 1988 por uma casa de publicação evangélica,
“Apostasia de Israel e Restauração” contém vários trabalhos de vários líderes eruditos
evangélicos assim como três trabalhos escritos por Mórmons (entre outros). O volume foi
editado por nenhum outro senão Avraham Gileadi 87. E como a erudição dos autores SUD se
saiu em comparação? O trabalho deles não é de forma alguma inferior 88. De fato, pelo menos
um teólogo evangélico citou em concordância com esses trabalhos em seus próprios escritos 89.
Isto nos chama atenção de que estranhamente nenhum erudito evangélico pensou que fosse
esquisito para Mórmons editarem e contribuírem para este livro. Parece-nos que alguém teria
investigado para ver se esses Mórmons estiveram usando suas habilidades em defesa de sua fé.
Como foi feito este próprio livro, realmente apóia, de maneira bem sutil o Mormonismo.
Primeiramente, todos os três ensaios SUD emprestam apoio a algum aspecto da teologia SUD
90. Em segundo lugar, o tema do livro e seu título refletem a crença mórmon de que a história
humana é uma série de apostasias e restaurações da verdadeira fé (a última sendo a Restauração
da Igreja por Joseph Smith).
Parece que há uma infundada pressuposição entre evangélicos de que não existe
nenhum respeitável erudito bíblico SUD. Isto freqüentemente cega as pessoas de perceberem o
trabalho que os eruditos SUD tem realizado. Ainda, assim como os teólogos acima
mencionados, os evangélicos citam eruditos Mórmons em apoio mais do que eles pensam. Isto
não quer dizer que a prática de per si esteja errada (não está), ou de que eruditos Mórmons não
possam algumas vezes salientar pontos válidos. (Há uma analogia aqui com citações
evangélicas de liberais eruditos Católicos e Judeus) O ponto a que queremos chegar é que: É
inconsistente para evangélicos insistirem de que grupos heterodoxos como os Mórmons não
possuam nenhum erudito bíblico, e então se utilizarem desses mesmos eruditos cuja existência
eles negam. 91
Secção B: Evangelismo
Conclusão
Os sentimentos que tentamos expressar neste artigo são adequadamente
atestados nas palavras de um proeminente teólogo evangélico com as quais nós iremos
concluir:
___________________________________
1. Isto para não dizer que não tem havido nenhuma mudança importante na teologia dos
Santos dos Últimos Dias. Mais notavelmente, Santos dos Últimos Dias estão
enfatizando a papel da graça na salvação, a pessoa de Cristo, e a centralidade do Livro
de Mórmon na formulação da doutrina. É esta última ênfase que assegura que o
Mormonismo não abandonará completamente seus históricos distintivos.
2. Cf. O Dicionário Oxford de Inglês 2a ed., s.v. “scholar”& “scholarly.” É claro, um método
erudito não garante conclusões corretas.
3. Jerald e Sandra Tanner, Respondendo Eruditos Mórmons 2 Vols. (Cidade do Lago Salgado:
Utah Light House Ministry, 1994, 1996) pode parecer ser uma exceção. No entanto, este
trabalho é primeiramente uma resposta a várias revisões de seus livros que aparecem em
Revisão de Livros sobre o Livro de Mórmon. Os Tanners são estudantes assíduos da história
Mórmon, mas não têm as habilidades necessárias para uma refutação em larga escala dos
trabalhos acadêmicos Mórmons. A única verdadeira exceção é Francis J. Beckwith e Stephen E.
Parrish, O Conceito Mórmon de Deus: Uma Análise Filosófica (Lewiston, NY: Edwin Mellen
Press, 1991). O foco deste livro é bem restrito. É também difícil de obter. Para revisões SUD
veja David L. Paulsen e Blake T. Ostler em Filosofia da Religião 35 (1994): 118-120; James E.
Faulconer em BYU Studies (Outono 1992): 185-195; e especialmente Blake T. Ostler em
FARMS Revisão de Livros 8 no. 2 (1996): 99-146.
5. A maioria dos intelectuais SUD é afiliada à Universidade Brigham Young ou a alguns de seus
campos satélites. Contudo, esta declaração resumida inclui uns poucos eruditos SUD que
lecionam em faculdades e universidades não SUD. Philip L. Barlow, Ph. D (Harvard) é um
exemplo de erudito Mórmon que leciona em uma instituição não-Mórmon. Ele ensina no
departamento de teologia da Faculdade Hanover (Presbiteriana).
6. FARMS está atualmente trabalhando numa coleção de 20 volumes das obras de Nibley, dez
das quais estão já publicadas (abrev. CWHN).
7. Truman Madsen, prefácio para Nibley em :Timely and the Timeless: Ensaios Clássios de
Hugh W. Nibley, editado por Madsen (Provo: Centro de Estudos Religiosos da BYU, 1978), ix.
8. Ibid., xiv.
10. De fato, a única interação evangélica substancial que vimos até esta data é o trabalho de 56
páginas (espaço simples) de James White disputando sobre a sintaxe própria do pronome authV
em Mateus 16:18. Este artigo pode ser adquirido do sítio da Internet dos Ministros do Alfa &
Omega.
11. Para uma curta crítica da metodologia de Nibley a partir de uma perspectiva SUD veja Kent
P. Jackson em Estudos BYU 28 no. 4 (Outono 1988): 114-119.
12. Referências específicas podem ser encontradas em John M. Lundquist e Stephen D. Ricks,
eds., Pelo Estudo e Também pela Fé: Ensaios em Honra de Hugh W. Nibley (Cidade do Lago
Salgado: Desret Book Co. e FARMS, 1990), lxviii-lxxxvii.
13. Veja as contribuições por esses homens no volume um do clássico de Nibley "Pelo Estudo e
Também pela Fé".
14. Veja Philip L. Barlow, Mórmons e a Bíblia (Oxford: Oxford University Press, 1991), 147 n.
105.
15. As dissertações de Robinson foram publicadas como O Testamento de Adão: Um exame das
Tradições Gregas e Siríacas (SBL Série de Dissertações; Chico, CA: Scholars Press, 1982).
Outras obras incluem: "A História Apócrifa de Melquisedeque," Periódico para o Estudo do
Judaísmo no Período Persa, Helenístico e Romano 18 (Junho 1987): 26-39; "O Testamento de
Adão e a Liturgia Angélica [4QsirSabb], "Revue de Qumran 12 (1985): 105-110; "O Testamento
de Adão: Um atual 'Arbeitbericht'," Periódico paara o Estudo de Pseudoepígrafes 5 (Outubro,
1989): 95-100. Ele tem também contribuído para o Dicionário Bíblico Anchor e para as
Pseudoepígrafes do Velho Testamento.
16. Veja C. Wilfred Grigs, Cristandade Egípcia Primitiva: De Suas Origens até 451 D.C., Séries
de Estudos Cópticos, ec. Martin Krause, no, 2 (New York: E. J. Brill, 1990). Este livro será
discutido abaixo.
18. Para um exemplo de seu trabalho em Isaías veja Avraham Gileadi, A Mensagem Literária de
Isaías (New York: Hebraeus Press, 1994). É significante que este livro recebeu endossos de
doutores como David Noel Freedman e R. K. Harrison.
19. Para um exemplo do alto conhecimento de Rick com as linguagens Semíticas, veja seu
Léxico do Inscricional Oatabaniano (Roma: Editrice Pontifício Instituto Bíblico, 1989).
20. Paul Y. Hoskisson, "Evidências Textuais para o Livro de Mórmon," no Livro de Mórmon:
Primeiro Néfi, O Fundamento da Doutrina, ed. Monte S. Nyman e Charles D. Tate, Jr (Provo:
BYU Centro de Estudos Religiosos, 1988), 283-95.
23. Ibid.
25. Hoskisson nota: "Desde a publicação do Livro de Mórmon, outros nomes Semíticos
orientais terminando com Aleph (primeira letra do alfabeto hebreu) apareceram, indicando que o
terminal Aleph em Alma não é único de seu nome" (p. 249 n. 29). Em apoio ele cita um estudo
pelo companheiro Santo dos Últimos Dias Kent P. Jackson, "Nomes Pessoais Amonitas no
Contexto do Onomasticon Semítico Oriental," em "A Palavra do Senhor Seguirá Adiante:
Ensaios em honra de David Noel Freedman em Celebração do Seu Sexagésimo Aniversário ed.
Carol L. Meyers and M. O'Connor (Winona Lake, IN: Eisenbrauns, 1983), 507-21. Também,
Hoskisson, "Uma Introdução à Relevância de uma Metodologia para um Estudo dos Nomes
Próprios no Livro de Mórmon," em 'Pelo Estudo e Também pela Fé, 2:126-35.
26. C. Wilfred Griggs, "O Livro de Mórmon como um Livro Antigo," em Autoria do Livro de
Mórmon: Nova Luz sobre Origens Antigas, ed. Noel B. Reynolds (Provo: BYU Centro de
Estudos Religiosos, 1982), 75-101.
28. Ibid.
34. Donald W. Parry, O Texto do Livro de Mórmon Reformatado de acordo com Padrões
Paralelísticos (Provo: FARMS, 1992).
35. Roger R. Keller, Autores do Livro de Mórmon: Suas Palavras e Mensagens (Provo: Centro
de Estudos de Religião – BYU, 1996).
36. Veja John Tvedtnes, “O Pano de Fundo Hebraico do Livro de Mórmon,” em Redescobrindo
o Livro de Mórmon ed. John L. Sorenson e Melvin J. Thorne (Cidade do Lago Salgado: Deseret
Book Co. e FARMS, 1991), 77-91; idem, “Variantes de Isaías no Livro de Mórmon,” em ‘Isaías
e os Profetas’ed. Monte S. Nyman (Provo: Centro de Estudos Religiosos da BYU, 1984), 165-
77.
39. Veja por exemplo Joseph Fitzmyer, “Os Pergaminhos de Qumran e o Novo Testamento após
Quarenta Anos,” ‘Revue de Qumran Tome 13’ (Outubro 1988): 609-620.
40. Donald W. Parry, Andrew Skinner, Dana M. Pike, Stephen J. Pfann [sic] e David Rolph
Seely.
41. Veja Florentino Garcia Martinez e Donald W. Parry [SUD], eds. Uma Biografia dos Achados
no Deserto de Judá, 1970-1995 (New York: E. J. Brill, 1996); Emmanuel Toy, Stephen J. Pfann
[SUD {sic}], eds. Os Pergaminhos do Mar Morto em Microficha (Autoridade de Antiguidades
de Israel, 1993); idem, Volume Acompanhante para os Manuscritos do Mar Morto na Edição de
Microficha (Autoridade de Antiguidades de Israel, 1995); Donald W. Parry [SUD], “Recontando
Samuel: Ecos dos Livros de Samuel nos Pergaminhos do Mar Morto,” Revue de Qumran Tomo
17 (1996): 293-306; Stephen J. Pfann [SUD {sic}], “4QDaniel” (4Q115): uma Edição
Preliminar com Notas Críticas,” Revue de Qumran Tomo 17 (1996): 37-72; David Rolph Seely
[SUD], "O 'Coração Circumciso" em r!434 Barki Nafshi," Revue de Qumran Tomo 17 (1996):
527-536; Dana M. Pike [SUD], eds., Descobertas no deserto da Judéia XXXIII (Oxford:
Clarendon Press, a ser lançado); Donald W. Parry [SUD] e Stephen D. Ricks [SUD], eds.,
Pesquisa Atual e Desenvolvimentos Tecnológicos nos Pergaminhos do Mar Morto (New York:
E. J. Brill, 1996). Deste volume veja: Donald W. Parry [SUD], "4Qsama e o Tetragramaton"
(pp. 106-125); Dana M. Pike [SUD], "O Livro de Números em Qumran: Textos e Contextos"
(pp. 166-194); David Rolph Seely [SUD], "Os Textos de Barki Nafshi Texts (4Q434-439)" (pp.
194-214); Scott R. Woodward [SUD], e outros, "Análise de Fragmentos de Papiros do Deserto
da Judéia Usando Técnicas de DNA" (pp. 215-238); Donald W. Parry [SUD] e Steven Booras
[SUD], "Os Pergaminhos do Mar Morto, Projeto de Database em CD-ROM" (pp. 239-250).
Este último ensaio descreve o lançamento do banco de dados para computadores da Biblioteca
de Referência Eletrônica dos Pergaminhos do Mar Morto Vol. II produzido pela FARMS e
BYU. Colaboradores adicionais ao projeto incluem a Oxford University Press, E.J. Brill, Israel
Antiquities Authority e o Ancient Biblical Manuscript Center.
42. Interesse SUD nos pergaminhos pode ser visto em projetos de pesquisa tais como Robert A.
Cloward, Os Apócrifos do Velho Testamento, Pseudoepígrafes e os Pergaminhos do Mar Morto:
Uma Seleta Bibliografia de Textos Adicionais e Traduções em Inglês (Robert A. Cloward, 1988,
disponível pela FARMS); e mais Donald W. Parry e Dana M. Pike, eds., Perspectiva SUD nos
Pergaminhos do Mar Morto (Provo: FARMS, a ser lançado). Em conversações pessoais os
eruditos Mórmons têm descrito os seguintes como pobres exemplos de uso SUD dos
pergaminhos: Vernon W. Mattson, Os Pergaminhos do Mar Morto e Outras Importantes 2a
edição (Salt Lake City: Buried Record Productions, 1979); Eugene Seaich, Mormonismo, os
Pergaminhos do Mar Morto e os Textos de Nag Hammadi (Midvale, UT: Sounds of Zion, 1980);
Keith Terry e Steve Biddulph, Pergaminhos do Mar Morto e a Conexão Mórmon (Maasai:
1996). Nós concordamos que exista uma vasta diferença qualitativa entre estes escritos e
aqueles mencionados acima. Entretanto, estes últimos exemplos verdadeiramente ilustram o fato
de que o interesse Mórmon nos Pergaminhos está crescendo a um nível popular. Edições dos
PMM estão prontamente disponíveis para os leigos comprarem na maioria das livrarias SUD.
43. Hugh W. Nibley, "Mais Vozes do Pó", em Velho Testamento e Estudos Relacionados CWHN
vol. 1 (Salt Lake City: Deseret Book Co. e FARMS, 1986), 243.
45. Nibley, "Os Pergaminhos do Mar Morto: Algumas Perguntas e Respostas", em Velho
Testamento e Estudos Relacionados, 250.
46. William J. Hamblin, "Um Apologista para os Críticos: Premissas e Metodologias de Brent
Lee Metcalfe", Revisão de Livros sobre o Livro de Mórmon 6 no. 1 (1994): 484-485. Hamblin
está se referindo ao fragmento do Livro dos Gigantes rQ203, rQ530 e 6Q8. Para uma extensa
discussão deste e outros paralelos veja Hugh W. Nibley, "Igrejas no Deserto", de Nibley no
Timely and the Timeless ed. Truman G. Madsen (Provo: BYU Centro de Estudos Religiosos,
1978): 155-86.
47. Gaye Strathearn, "A Experiência da Esposa/Irmã: Apresentação de Jeová a Faraó," em 'Teu
Povo Será meu Povo e Teu Deus Meu Deus ed. Paul Y. Hoskisson (Salt Lake City: Deseret
Book Co., 1994). O artigo contém uma extensa discussão destes e outros textos.
48. Isto é achado ser significante, pois é um exemplo de Judeus batizando por imersão antes do
Novo Testamento, mostrando desta forma não ser a prática no Livro de Mórmon um
anacronismo.
49. O ponto aqui é ilustrar distintivamente ordenanças Cristãs com raízes no Judaísmo pré-
cristão.
50. Stephen E. Robinson, "Cenário de fundo para os Testamentos", The Ensign (Dezembro
1982).
51. James H. Charlesworth, ed., Pseudoepígrafes do Velho Testamento (New York: Doubleday,
1985).
52. Ênfase Acrescentada. Perceba como o Mormonismo e listado aqui com três das grandes
religiões mundiais. Veja nota 105 abaixo.
54. Veja S. Kent Brown e outros, "A Tradução de Joseph Smith da Bíblia: Um Painel", em
Escrituras para o Mundo Moderno ed. Paul R. Cheesman e C. Wilfred Griggs (Provo: BYU
Centro de Estudos Religiosos, 1984), 81-83.
55. Para um bom exemplo de como eruditos Mórmons se utilizam tais fontes, notem em
especial os cautelosos ensaios por Stephen E. Robinson e S. Kent Brown em Escritos Apócrifos
e os Santos dos Últimos Dias ed. C. Wilfred Griggs (Provo: BYU Centro de Estudos
Religiosos, 1986).
56. Hugh Nibley, O Profeta Enoque CWHN vol. 2 (Cidade do Lago Salgado: Deseret Book Co.
e FARMS, 1986).
57. Neste, especialmente veja John W. Welch, "A Narrativa de Zózimo e o Livro de Mórmon"
BYU Estudos 22 (Verão, 1982): 311-332
61. W. D. Davies writes: "Como um paralelo no corpus de Enoque, George Nickelsburg chamou
minha atenção para 4QEnGiants... 8.3: prsgn lwh'tny [n] (''the copy of the sec[on]d tablet')." W.
D. Davies, "Rwflexões sobre o 'Cânon' Mórmon", Harvard Theological Review 79:1-3 (1986):
51 n. 18. O paralelo aqui é com Moisés 6:46: "Pois um livro de memórias temos escrito entre
nós, segundo os padrões dados a nós pelo dedo de Deus."
62. Harold Bloom, A Religião Americana (New York: Simon & Schuster, 1992), 101 (ênfase
acrescentada).
63Veja Adolph von Harnack, História de Dogmas 7 vols. (New York: Dover, 1961); e Walter
Bauer, Ortodoxia e Heresia na Cristandade Primitiva (Philadelphia: Fortress Press, 1971).
65. Nós não estamos nos referindo aqui ao nível popular do uso dos Patriarcas patrícios
exemplificado nos debates de Van Hale, nem ao extremamente pobre manuseio de fontes em
Michael T. Griffith, Um Senhor, Uma Fé: Escritos dos Primitivos Patriarcas Cristãos como
Evidências da Restauração (Bountiful, UT: Horizon Publishers, 1996). Estes exemplos não
representam a força da apologética SUD a partir da História da Igreja.
66. O trabalho mais importante de Nibley nesta área: The World and the Prophets CWHN vol. 3
(Salt Lake City: Deseret Book Co. and FARMS, 1987) e Mormonism and Early Christianity
CWHN vol. 4 (Salt Lake City: Deseret Book Co. and FARMS, 1987).
67. Estas palestras foram gravadas e estão disponíveis sob o título original na maioria das
livrarias SUD e da FARMS [P.O. Box 7113, University Station, Provo, UT 84602]. Nós
recomendamos a compra destas séries como uma excelente introdução a Nibley. Seu domínio
das fontes Patrícias é o mais impressionante. O Livro contém uns poucos ensaios adicionais e
citações para todas as referências, mas falha em transmitir o completo vigor das palestras
originais.
69. C. Wilfred Griggs, Early Egyptian Christianity: From Its Origins to 451 C.E., Coptic Studies
Series, ed. Martin Krause, no. 2 (New York: E.J. Brill, 1990).
70. Por exemplo, O livro de Griggs é listado em várias bibliografias na Enciclopédia da Igreja
ed. Angeli Di Bernardino, traduzido por Adrian Walford (New York: Oxford University Press,
1992).
79. Griggs nada mais nada menos declara a visão SUD quando escreve, "Assim como era
situação em qualquer lugar da antiga Cristandade, a real ameaça aos crentes era considerada vir
de dentro da organização. Membros da Igreja que haviam se voltado contra a verdadeira fé e
estavam em rebelião (o significado da palavra grega Apostasia) eram uma ameaça muito maior
do que as forças externas." Ele segue esta declaração com uma citação antiga que "identifica os
reais apóstatas com aqueles que detinham autoridade eclesiástica." Ibid., 85.
80. Por causa do constante apelo da Igreja Primitiva à doutrina da teosis (deificação) ser bem
conhecido, nós escolhemos não a incluir neste estudo. Ao invés, escolhemos descrever dois
conhecidos exemplos menores. Deve ser notado, todavia, que a pesquisa SUD neste tópico é
mais extensiva do que mera leitura através dos Patriarcas Patrícios. O mais profundo estudo da
teosis a partir de uma perspectiva Santos dos Últimos Dias é Keith Norman, "Deification: The
Content of Athanasian Soteriology" (Ph.D. dissertation, Duke University, 1980).
81. William J. Hamblin, "Aspects of an Early Christian Initiation Ritual," em By Study And
Also By Faith 1:211.
82. Da significância do Evangelho Secreto de Marcos para os Santos dos Últimos cf. Stephen E.
Robinson , "Are Mormons Christians?" (Salt Lake City: Bookcraft, 1991), 99-101.
83. Veja David L. Paulsen, "Early Christian Belief in a Corporeal Deity: Origen and Augustine
as Reluctant Witnesses," Harvard Theological Review 83 no. 2 (1990): 106. Também veja a
réplica de Kim Paffenroth's ("Paulsen on Augustine: An Incorporeal or Nonanthropomorphic
God?") e a contra-réplica de Paulsen ("Reply to Kim Paffenroth's Comment") in Harvard
Theolgoical Review 86 no. 2 (1993): 233-239. Também veja David Paulsen, "Must God Be
Incorporeal?" Faith and Philosophy 6 no. 1 (Jan. 1989): 76-87.
84. Recently Stephen E. Robinson escrevera, "Freqüentemente Evangélicos assumem que nós
SUD aceitamos o Livro de Mórmon em lugar da Bíblia, isto é incorreto. Não há um único
versículo na Bíblia que eu não aceite ou creia, embora eu verdadeiramente a forçada
interpretação imposta na Bíblia pela igreja Helenizada após os apóstolos saírem de cena".
Blomberg and Robinson, How Wide the Divide? 59.
88. Os ensaios SUD são Avraham Gileadi, "The Davidic Covenant: A Theological Basis for
Corporate Protection;" Stephen D. Ricks, "The Prophetic Literality of Tribal Reconstruction,"
and John M. Lundquist, "Temple, Covenant, and Law in the Ancient Near East and in the
Hebrew Bible."
89. A citação do ensaio de Stephen D. Ricks "The Prophetic Literality of Tribal Reconstruction"
aparece em Robert L. Saucy, The Case for Progressive Dispensationalism (Grand Rapids:
Zondervan Publishing House, 1993), 226 n. 11.
90. O artigo de Ricks é significativo porque uma coligação literal de Israel para a Terra
prometida foi profetizada por Joseph Smith. [Veja os Ensinamentos do Profeta Joseph Smith ed.
Larry E. Dahl and Donald Q. Cannon (Salt Lake City: Bookcraft, 1997), 329.] À luz da
importância que tomam templos, convênios e leis do evangelho na vida religiosa Mórmon
deveria ser aparente porque Lundquist focalizaria seu estudo neste tópico. O ensaio de Gileadi
também se conecta com a teologia SUD no que diz respeito à salvação vicária.
91. Três recentes exemplos de citações involuntárias podem ser visto em Mark F. Rooker,
"Datando Isaías 40-66: O que Diz a Evidência Lingüística?" Westminster Theological Journal
58 no. 2 (Fall 1996): 307 n. 15 (referenciando um estudo em mudanças de linguagem em
Hebreu bíblico por William J. Adams and L. LaMar Adams); A. Boyd Luter and Michelle V.
Lee, "Philippians as Chiasmus: Key to the Structure, Unity and Theme Questions," New
Testament Studies 41 no. 1 (Jan. 1995): 99 n. 34 (referencia o livro de John W. Welch's em
quiasmos, o qual, incidentalmente, tem um capítulo inteiro sobre quiasmos no Livro de
Mórmon); e, Randall Price, Secrets of the Dead Sea Scrolls (Eugene, OR: Harvest House,
1996), 115 (citando o trabalho de Avraham Gileadi em Isaías).
92. Como autor de muitos estudos nesta área, seu domínio da literatura é demonstrado em John
W. Welch, ed., A Biblical Law Bibliography, Toronto Studies in Theology, no. 51 (Lewiston,
NY: Edwin Mellen Press, 1990).
93. Veja especialmente John W. Welch, "Chiasmus in the New Testament," in Chiasmus in
Antiquity, 211-249.
94. Stephen D. Ricks, "The Magician as Outsider: The Evidence of the Hebrew Bible," em
New Perspectives on Ancient Judaism ed. Paul V. M. Flesher (Lanham, MD: University Press of
America, 1990), 125-134. Este estudo é significante por causa de que as conclusãoes de Rick
poderiam ser usadas em um argumento acumulativo a fim de justificar o uso de mágica por
Joseph Smith.
96. Para um exemplo, veja Richard Lloyd Anderson, Understanding Paul (Salt Lake City:
Deseret Book, 1983).
97. Veja os seguintes inserto de autoria SUD noAnchor Bible Dictionary: Egypt, History of
(Graeco-Roman); Egyptian, the (person); Sayings of Jesus, Oxyrhynchus; Souls, Preexistence
of; Truth, Gospel of [S.K. Brown]; Khirbet Kerak Ware [S.J. Pfann {sic}]; Jaakobah; Jaareshia;
Jaasu; Jaaziah; Jaaziel; Names, Hypocoristic; Names, Theophoric [D.M. Pike]; Abortion in
Antiquity; Sheba (Person); Sheba (Queen of) [S. D. Ricks]; Adam, The Testament of; Baruch,
Book of 4; Joseph, Prayer of [S.E. Robinson]; Arabah; Shur, Wilderness of; Sin, Wilderness of;
Zin, Wilderness of [D.R. Seely]; Rephidim; Succoth [J.H. Seely].
98. Usamos o termo "pessoa leiga" livremente quando se referindo aos Mórmons que não são
eruditos. Tecnicamente todos Mórmons são leigos, pois não possuem um clero profissional.
99. James White, "Of Cities and Swords: The Impossible Task of Mormon Apologetics,"
Christian Research Journal (Summer, 1996): 28-35.
100. John Ankerberg and John Weldon, Behind the Mask of Mormonism: From Its Early
Schemes to Its Modern Deceptions (Eugene, OR: Harvest House, 1992).
102. Não apenas não há nenhuma interação séria com os trabalhos Mórmons neste livro, o
pouco que há é quando citando em segunda mão de Jerald e Sandra Tanner. Uma leitura pela
notas de rodapé torna isso abundatemente claro. Parece que Ankerberg e Weldon, longe de
dispensar milhares de homens-hora e milhares de dólares nesta questão, foram também eles
mesmos bastante indesejosos de gastar alguns dólares e algumas horas lendo um pouco de livros
pertinentes.
104. Ibid. See Brent Lee Metcalfe, ed., New Approaches to the Book of Mormon (Salt Lake
City: Signature Books, 1993). Tem-se tornado comum para evangélicos referirem-se a este
livro. Isto é bem preocupante. Os autores deste volume são, em sua maior parte, naturalistas
ferrenhos. A metodologia que empregam para desmantelar tradicionais perspectivas do Livro de
Mórmon pode ser igualmente utilizada para atacar a Bíblia. David P. Wright, um dos
colaboradores da obra, escreve, "Isto, por acaso, mostra que as conclusões aqui sobre o livro de
Mórmon não podem ser utilizadas para trazer Mórmons à Cristandade fundamentalista. É o
máximo da inconsistência metodológica achar que o método crítico de estudo pode ser aplicado
ao Livro de Mórmon e que seus resultados possam ser aceitos enquanto deixa-se a Bíblia isenta
de um estudo (p. 212 n. 105, ênfase acrescentada). Nós somos deixados a nos perguntar quão
bem Ankerberg e Weldon (entre outros) leram este livro que eles tão entusiasticamente
endossam.
105. Veja Rodney Stark, "The Rise of a New World Faith," Review of Religious Research 26
no. 1 (September, 1984): 18-27. Stark originalmente estimou 265 milhões de Mórmons pelo ano
2080.
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