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HISTÓRIA, DESENVOLVIMENTO E PERSPECTIVAS DO CRISTIANISMO PARA O SÉCULO XXI

VERSÃO ATUALIZADA EM ABRIL DE 2005

Í N D I C E:
I. INTRODUÇÃO VI. TENDÊNCIAS REFORMISTAS
II. AS ANTIGAS REFERÊNCIAS AO CRISTIANISMO VII. TENDÊNCIAS SUCESSÓRIAS
III. AS ORIGENS DO CRISTIANISMO VIII. O SUCESSOR DE JOÃO PAULO II

IV. A PRESENÇA DO CRISTIANISMO NO SÉCULO IX. CONCLUSÕES


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V. TENDÊNCIAS DO CRISTIANISMO NO SÉCULO X. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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I. INTRODUÇÃO:

Tudo começou com uma vida curta e dramática. Um carpinteiro da Palestina - na época, uma insignificante província do
Império romano - abandona a sua casa e inicia uma pregação. A princípio ele falou para um grupo de discípulos, depois para
multidões cada vez maiores. Muitos outros pregadores tinham aparecido, num meio judaico sempre pronto a rebelar-se contra
o jugo romano. Mas esse dizia coisas diferentes. Pregava a virtude da mansidão, mandava você dar a outra face a quem lhe
tivesse batido,mandava amar os nossos inimigos.

Em seguida, disse que era o filho de Deus - o que fez com os próprios parentes o considerassem louco. A história parecia
definitivamente encerrada quando esse candidato a profeta foi pregado numa cruz. Mas logo em seguida seus discípulos
começaram a dizer que ele tinha ressuscitado. E aquelas pregações feitas em dois ou três anos de andanças pela Palestina
foram reunidas em quatro livros, sem nenhuma pretensão de rigor histórico ou científico.

O Império romano afinal tomou conhecimento do fenômeno, quando ele desembarcou na capital do mundo civilizado. Parecia
um combate absolutamente desigual, que uma ou duas ondas repressivas liquidariam facilmente.

Mas em vez disso, foi o próprio Império que, num período extremamente curto, assumiu oficialmente a nova religião vinda da
Palestina.

A existência de Cristo e de sua igreja, o Cristianismo, não é um evento isolado do mundo. Ele nasceu num tempo
determinado, num contexto histórico determinado e em condições históricas determinadas que servem como pano
de fundo para o estabelecimento da sua igreja. É exatamente nesse pano de fundo (Cristo e o contexto histórico em
que nasceu) que podemos encontrar as melhores evidências e os melhores vestígios da atuação divina que
transformou e deu forma à natureza e mensagem da igreja cristã.

Leia Marcos 1:15 e Gálatas 4:4. Estes textos revelam que Jesus Cristo não nasceu numa época qualquer, mas ao
chegar a "plenitude dos tempos". Como as profecias messiânicas não apontam para uma data da vinda do
Messias, não se podem interpretar esses textos como fazendo alusão ao cumprimento de uma profecia específica.

De acordo com os estudiosos, a interpretação adequada de "plenitude dos tempos"


é: "tempo certo", "momento ideal", "ocasião propícia" designada por Deus, mas
não revelada nas profecias escritas.

Assim, temos a seguinte definição técnica para a expressão "plenitude dos


tempos": época ou contexto histórico cuja realidade (acontecimentos) foi
tremendamente favorável ao objetivo da vinda de Cristo ao mundo, que é a
anunciação e propagação universal do Evangelho do Reino de Deus.
Passados dois mil anos, o Cristianismo é hoje a maior religião do mundo, de caráter monoteísta e congregando perto de dois
bilhões de seres humanos e dividida em numerosas correntes.

Assim, não estamos diante de um fato simplesmente histórico, cujo conteúdo esgotou-se ao longo do tempo.

Ao contrário, temos diante de nós uma verdade espiritual que permanece até os nossos dias, contra a qual não pode haver
nenhum tipo de resistência, pois há dois mil anos, a humanidade encontra-se perante o filho de Deus, o Deus homem, o filho
do homem.

Durante muito tempo, esse esforço de compreensão seguiu caminhos divergentes, porém, o Cristianismo está em nós, de
uma forma indelével e marcante, triunfante em todo o seu conteúdo espiritual e histórico.

A trajetória do Cristianismo assistiu, ao longo da história, diversos tipos de relatos, especialmente porque a idade moderna
tinha contas a acertar com a Idade Média - período em que a religião, intimamente ligada ao poder temporal, fora pretexto
para muitos abusos.

Voltaire é um exemplo típico do intelectual moderno que partiu ao assalto do Cristianismo, para ele, sinônimo de
obscurantismo (embora ele ainda acreditasse em Deus).

Estudos históricos e científicos procuravam mostrar que não havia confiabilidade no relato dos Evangelhos; que, assim como o
Antigo Testamento, eles exibiam incongruências; que tudo aquilo podia ser apenas uma invenção.
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No século XIX, serviu de modelo imensamente festejado a “Vida de Jesus”, escrita por Ernest Renan. Renan simpatizava
com a figura, mas apresentava um Jesus Cristo despido de todos os atributos da divindade: um suave profeta, um homem de
boa vontade, dedicado a estabelecer a concórdia entre os homens. Do seu lado, as igrejas cristãs diziam que a ciência
histórica não tem o que fazer nesse terreno; que a fé é o único modo de penetrar nos mistérios da religião.

Esse diálogo de surdos, hoje, está modificado. A pesquisa sobre o Jesus histórico - o homem de carne e osso que viveu num
tempo e lugar bem determinados - tem o apoio das igrejas cristãs, católicas e evangélicas, além de centros de estudos, como
o Instituto Bíblico de Jerusalém. O sentimento religioso, por outro lado, apesar das pressões atuais, conhece uma
surpreendente reabilitação neste início de século.

Esperava-se que a modernidade tecnológica fosse gradativamente anulando a presença de Jesus Cristo. Mas tudo aponta para
uma direção oposta. Vivemos neste início de século, uma renovação do sentimento religioso. Não se trata somente do
crescimento de seitas e da reaparição de temas místicos impulsionados pelos ares de mudança de milênio. A religiosidade que
agora ganha força é, sobretudo aquela que resgata a herança cristã.

Há uma transformação muito grande do Cristianismo, que tem, crescido também, como um fenômeno social, diz a
pesquisadora do Instituto Superior de Estudos Religiosos (Iser), Clara Mafra.

Até mesmo na Igreja Católica está mudança é visível. É uma resposta direta aos estímulos oferecidos, especialmente pela
mídia, para melhorar a imagem pessoal ou compensar frustrações íntimas, cujo formato já nasce obituando e nunca para de
matar.

Parafraseando Winston Chuchill, poderíamos até dizer que o Cristianismo pode ser a pior forma de religião, mas, depois de
todas as demais religiões.

II. AS ANTIGAS REFERÊNCIAS AO CRISTIANISMO:

No capítulo 17 do livro de Atos dos Apóstolos, conforme descrição feita a partir do versículo 23 até o versículo 26, as mais
antigas referências ao Cristianismo, remontam à Grécia arcaica, onde de acordo com a citada narrativa, São Paulo quando am
Atenas, passando pelo antigo porto de Faleron, encontrou um pequeno templo pagão; ao entrar viu gravadas na ara esta
citação “Agnostô Theô”, cuja tradução significa “Ao Deus desconhecido”.

Tinham os gregos a intuição consciente ou inconsciente de que as tradicionais divindades veneradas pelas massas ignaras não
eram símbolos e sombras de alguma realidade suprema, inacessível aos sentidos e ao intelecto; que o Deus verdadeiro devia
ser ultra-sensível e ultra-inteligível existindo para além do tempo e espaço, sem figura nem forma, como os antigos filósofos
haviam ensinado em suas profundas lucubrações metafísicas. Possivelmente, foi através do encontro de São Paulo com essa
inscrição, que o Cristianismo pode ter iniciado a sua expansão, pois o reflexo desse momento, marcou de modo indelével o
espírito do grande apóstolo, que discursou aos atenienses nos seguintes termos:

“Atenienses! Estou a ver que sob todos os respeitos sois de uma grande religiosidade. Tanto assim que,
perambulando pelos arredores e contemplando os vossos santuários, encontrei um altar com esta inscrição” Ao
Deus desconhecido ”. Ora o que cultuais sem o conhecer, isto é que vos venho anunciar. Deus que fez o mundo e
tudo o que nele existe, o Senhor do céu e da terra não habita em templos fabricados por mãos humanas, nem é
servido por mãos de homens, como se de alguma coisa houvesse mister: pois é ele que a todos dá a vida, a
respiração e tudo o mais”.

Esse pode ser o primeiro registro do encontro da filosofia pagã da Grécia com o Cristianismo.

III. AS ORIGENS DO CRISTIANISMO:

A partir do quarto século, criou-se a tradição de que Pedro teria sido o chefe espiritual da Igreja de Roma, ou mesmo chefe da
igreja universal; historicamente, consta apenas que Simão Pedro, juntamente com Paulo de Tarso, foram visitar os cristãos
romanos a atrozmente perseguidos por Nero, que, por algum tempo, pregaram o Evangelho em Roma e acabaram mártires
da fé.

A sua chegada à metrópole romana se deu, provavelmente, na primeira do ano 67 da era cristã, e a sua morte no verão do
mesmo ano; a tradição fixou o dia 29 de junho como o dia da sua morte, embora esta data seja incerta.

Quanto à alegação de ter Pedro sido nomeado por Jesus chefe da igreja, nem o próprio Pedro nem Paulo jamais se referem
em suas cartas a essa nomeação, e ainda no século V, Santo Agostinho, no seu sermão 76, nega que as palavras do mestre
“teu és Pedro” se refiram à pessoa do pescador Galileu, porquanto a pedra da igreja é Cristo.

A partir do século IV, quando Constantino Magno unificou o império romano, derrotando seu rival Maxencio, acentuou-se a
tendência de centralização da hierarquia eclesiástica em Roma, a partir daí sede única do império. E esta centralização civil
iniciou a centralização religiosa, quando, até então, cada chefe espiritual local governava o seu rebanho independente de
Roma. Jerusalém, Antioquia e Éfeso foram os primeiros centros do Cristianismo, mas sem a idéia de um pontificado único e
infalível. Pedro deve ter vindo a Roma, também no ano 67 da era cristã, acabando por morrer mártir como Paulo. A idéia de
que ele tenha residido em Roma, ou até sido bispo nesta cidade, é insustentável à luz dos documentos do primeiro século.
Apenas no século IV, quando a igreja começa a ser hierárquica e política, é que alguns cristãos começaram a advogar esta
idéia. Nem Pedro nem Paulo mencionam em suas epístolas, uma estadia em Roma do ex-pescador da Galiléia.

Atualmente, porém os Cristãos crêem que Pedro foi o primeiro papa, nomeado pelo próprio Cristo, e que permaneceu em
Roma cerca de 25 anos como pontífice.
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IV. A PRESENÇA DO CRISTIANISMO NO SÉCULO XX:

Apesar da divisão em numerosas correntes, o cristianismo tem o predomínio do catolicismo, que congrega cerca de dois
bilhões de seres humanos.

Até 1958, quando o Papa Pio XII faleceu, a igreja católica tinha uma presença conservadora. Com o falecimento de Pio XII, foi
eleito para sucede-lo, no dia 28 de Outubro de 1958 o Cardeal Ângelo Roncalli, patriarca de Veneza então com 76 anos, que
escolheu o título de João XXIII.

A sua eleição travou-se entre conservadores e progressistas, porém, a eleição do Cardeal Roncalli, consagrou a corrente
progressista. A igreja trocava a liderança do aristocrático e ultraconservador Eugenio Pacelli, Pio XII, de uma família de
grandes juristas, erudito e eloqüente, por uma liderança que logo se mostrou disposto a dar novos rumos à igreja ,
quebrando tradições.

De saída, adotou um nome forte, mas desprezado há séculos: o último que o escolhera, João XXIII, morreu em 1334.

João XXIII (Ângelo Roncalli), se tornaria responsável pelos maiores avanços da igreja católica no século XX, reconhecendo,
pelo Concílio Vaticano II, os sindicatos, o papel social do Estado e a democracia constitucional, estendo a mão abertamente
para líderes de outras grandes religiões do mundo e abolindo a obrigatoriedade do latim nas liturgias. João XXIII governou a
igreja, por um período de quase 5 anos, vindo a falecer em 3 de junho de 1963, antes de completar cinco anos de papado,
mas deixou marcas profundas. A Teologia da Libertação, que sacudiria a igreja na América Latina, foi inspirada em seu
espírito reformador. O governo de João XXIII marcou a maior presença da igreja no mundo temporal, surgindo daí a divisão
entre progressistas e conservadores, que nunca mais terminou.

O sucessor de João XXIII foi o Cardeal italiano Giovanni Battista Montini, eleito em 21 de junho de 1963; eleito papa,
escolheu o título de Paulo VI, sendo considerado o sucessor natural de João XXIII – Paulo VI foi o primeiro Cardeal nomeado
por João XXIII em 1958. A ele coube administrar a herança do “aggiornamento” da igreja, iniciado pelo seu antecessor,
tendo também como missão encerrar o Concílio Vaticano II, que terminou em 1965, e que marcou um período de reformas
profundas na igreja católica. Paulo VI governou a igreja de 1963 até 1978, por um período de 15 anos, vindo a falecer em 6
de agosto do mesmo ano. Autoproclamado “Papa peregrino”, foi o primeiro chefe da igreja a entrar num avião.

Usou os meios de comunicação de massa para divulgar seu pensamento e participou ativamente dos problemas seculares.

Em janeiro de 1964, menos de um ano depois de ser eleito Papa, Paulo VI viajou a Terra Santa, em sua política de
reaproximação com outras religiões.

Um beijo e um abraço trocados com o patriarca Atenágoras selaram o encontro entre as igrejas Ortodoxa Grega e Apostólica
Romana, separadas por cerca de mil anos – fazia mais de 500 anos que seus líderes não se encontravam. Paulo VI também
foi o primeiro a visitar a Ásia, a África, a América Latina e a sede da ONU, empenhando-se pela paz e pelo desenvolvimento
do terceiro mundo; essa “entrada no mundo” provocou divisões dentro da igreja – e foi a partir daí que se começou a falar de
“igreja progressista” em oposição a correntes que seriam mais conservadoras.

Coube a Paulo VI administrar esses conflitos – e há quem diga que, temperamento sensível, ele sofreu muito com isso,
porque às vezes as discussões internas alcançavam temperaturas elevadas.

Por essas mesmas razões, a eleição do Papa seguinte foi acompanhada com enorme interesse: o novo papa penderia à direita
ou à esquerda? Daria mão forte aos “progressistas” ou aos “conservadores”?

O conclave encerrou-se a 26 de agosto de 1978, com a eleição de Albino Luciani, patriarca de Veneza, que escolheu o nome
de João Paulo I – sinal claro de que ele se considerava um continuador dos Papas do Concílio Vaticano II. O que o mundo viu,
nos minutos que se seguiram à eleição, foi um sorriso inefável, de uma personalidade que prometia, com a sua doçura, jogar
um bálsamo sobre as feridas da igreja.

Este sinal luminoso, entretanto, durou apenas 33 dias: João Paulo I morria a 28 de setembro de 1978, sendo sepultado na
cripta da Basílica de São Pedro.

Um fato tão inesperado produziu, obviamente, mil interpretações; alguns diziam que supersensível, o Papa não teria
agüentado o peso que subitamente desabava sobre os seus ombros; outros diziam que o papa teria sido vítima de um complô
arquitetado pela CIA.

Livros chegaram a ser escritos sobre isso; mas as pessoas sensatas nunca levaram esta hipótese a sério.

E, de novo, estava a igreja sem comando, devolvida às suas perplexidades. Um segundo conclave terminou a 16 de outubro
de 1978 – desta vez, o resultado deixou a todos boquiabertos: pela primeira vez em mais de 400 anos, um não-italiano era
escolhido para o trono de São Pedro; e mais que isso, um Papa da Europa Oriental: Karol Wojtyla, arcebispo de Cracóvia na
Polônia.

O impacto dessa escolha ia fazer história. O catolicismo na Polônia está misturado à própria identidade nacional, e ajudou a
nação polonesa a atravessar séculos de opressão, porém, acima de tudo, esta era uma escolha que atravessava a Cortina de
Ferro – naquele momento, ainda em plena vigência; o catolicismo polonês jamais se dobrara totalmente à opressão do regime
comunista. O que ia acontecer agora, quando a Polônia tinha o seu primeiro Papa?

A resposta veio em pouco tempo, quando João Paulo II realizou, em 1979, a primeira viagem à sua terra natal. O primeiro
dado político, neste caso, é que Varsóvia, para horror de Moscou, sentiu-se incapaz de dizer não à viagem. O segundo dado,
não menos significativo, é que, iniciada a visita, e sem que qualquer incidente desafiasse abertamente a ordem pública, o
sistema comunista parecia uma folha na tempestade entre as ondas de entusiasmo que a visita do Papa despertava. Acabada
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a visita, a Polônia era um outro país; e ninguém se surpreendeu quando, em 1980, o movimento sindical solidariedade,
liderado por Lech Walesa, confrontou o regime com uma firmeza até então impensável.
Logo se percebeu que o Papa polonês vinha trazer e propor um “retorno às bases” - a uma experiência autêntica da religião –
o que na sua Polônia natal, sempre fora condição de sobrevivência nacional.

Neste sentido, a sua aparição naquele já longínquo de 1978 foi providencial.

Além disso, há um jogo dialético na sucessão dos Papas, pois João Paulo II chegou a Roma num momento em que o impacto
renovador do Concílio Vaticano II produzia perplexidades. Tudo parecia possível; podia-se falar, sem exagero, numa “crise de
identidade” da Igreja.

Depois disso, ele dedicou-se a fazer História em alto estilo. Mas, por trás do homem carismático, estava o homem de oração;
e daí parece vir uma força imensa. Ele poderia dizer como Gandhi: “Eu nunca fui outra coisa senão um homem de oração”.

Também houve quem considerasse uma seqüência natural desses fatos o atentado contra o Papa em 13 de maio de 1981, em
plena Praça de São Pedro. O terrorista turco Ali Agca nunca confessou os verdadeiros motivos do seu crime, mas diversas
pistas levavam aos serviços secretos da Bulgária, que poderiam estar agindo em sintonia com a KGB.

João Paulo II recuperou-se do atentado, e a partir daí, alguma coisa parecia trincada nas antigas fortalezas socialistas. Onze
anos depois da eleição de Karol Wojtyla, vinha abaixo o muro de Berlim, e dois anos depois, a União Soviética encerrava a
sua existência – um desfecho que ninguém poderia sonhar naqueles dias de 1978. Seria, talvez um exagero dizer que João
Paulo II é o responsável pela queda das bastilhas comunistas. Ele mesmo, com humor característico, desmente a hipótese, e
diz: “Eu apenas dei uma forte sacudida na árvore, e os frutos podres vieram ao chão”.

No interior da Igreja católica, sua atuação não foi menos carismática, tendo; em mais de um quarto de século, João Paulo II
quebrou vários recordes da história da Igreja Católica no século XX:

• Realizou 1001 audiências públicas;


• Publicou 101 documentos apostólicos;
• Realizou 102 viagens ao exterior para visitar 129 países;
• Fez 476 canonizações;
• Escreveu e publicou 14 encíclicas;
• 13 exortações apostólicas;
• 11 constituições apostólicas;
• 28 Motu próprio.
• Proclamou 1.314 beatos

O Papa João Paulo II completou 84 anos no dia 18 de Maio de 2004, com 25 anos, 6 meses e 8 dias, sendo o quarto mais
longo pontificado da história à frente do trono de São Pedro, sendo apenas superado por Pivô VI; apenas três pontífices
permaneceram no governo da Igreja, por mais tempo do que João Paulo II. Em ordem ascendente estão: Leão XIII (15 anos e
5 meses), Pio IX (31 anos, 7 meses e 21 dias) e São Pedro (com data imprecisa). João Paulo II é o 263º papa da Igreja.

No dia 16 de Outubro de 2004, o papa João Paulo II completou, 26 anos como líder supremo da Igreja Católica Apostólica
Romana. Este é o terceiro maior pontificado da história. Ontem, o papa recebeu uma homenagem que seria impensável
décadas atrás: um espetáculo apresentado pelo coral do Exército russo, o antigo Exército Vermelho da União Soviética, cujo
império João Paulo II ajudou a desmontar.

O polonês Karol Wojtyla, cardeal da Cracóvia, foi eleito papa em 16 de outubro de 1978. Tinha 58 anos, e adotou o nome de
João Paulo II em homenagem a seu antecessor João Paulo I. Wojtyla foi o papa mais jovem do século 20 e o primeiro não
italiano em mais de 400 anos. Em 14 de março deste ano seu papado passou a ser o terceiro mais longo, só superado pelo de
São Pedro e o de Pio IX.
João Paulo II foi também o primeiro Papa a visitar a prisão (em dezembro de 1983, ocasião que esteve com o turco Ali Agca,
que praticou um atentado contra a sua vida, em 1981, na Praça de São Pedro.

João Paulo II concretizou três grandes sonhos em seu Pontificado, incluindo ver o colapso do comunismo e anunciar o terceiro
milênio. A realização do terceiro sonho veio com a viagem à Terra Santa, em 2000, visitando Israel e os territórios palestinos,
pedindo a paz

No dia 18 de Maio de 2002 João Paulo II canonizou a primeira santa brasileira, Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus,
que fundou a Congregação das irmãzinhas da Imaculada Conceição, em 1890, no município catarinense de Nova Trento.
Madre Paulina nasceu na Itália, com o nome de Amábile Visintainer, e veio para o Brasil no mesmo ano, junto com uma
amiga Virgilia Nicolodi, que viria a adotar o nome de Madre Matilde.

Além disso, recusou-se a fazer qualquer tipo de opção simplista entre “progressistas” e “conservadores”; em muitos casos, a
sua pregação social foi ainda adiante do que tinha sido semeado no Concílio Vaticano II.

Mas o que ele deixou claro, desde a primeira hora, é que não abriria mão do que constitui a identidade fundamental da igreja
(esta pode ter sido, de fato, a sua missão principal , em termos de igreja), pois João II é um fundamentalista em relação aos
dogmas do catolicismo.

Por isso ele recusou-se a aceitar a pregação de um certo tipo de teologia (correntes da chamada Teologia da Libertação) onde
a influência do marxismo era demasiado visível.

A pressão exercida pelo frade brasileiro Leonardo Boff deriva diretamente dessa orientação; proibido de ensinar em nome da
Igreja, Boff optou por seguir o seu próprio caminho, rompendo com o Vaticano.
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Fisicamente debilitado menos pela idade do que pelos efeitos de um atentado e de um pontificado tão intenso, João Paulo II
ainda foi capaz de eletrizar multidões em sua última viagem ao Brasil, em 1997, provando que, entre as suas diversas
qualidades, está um carisma extraordinário.

V. TENDÊNCIAS DO CRISTIANISMO NO SÉCULO XXI:

Os avanços da igreja católica advindos do Concílio Vaticano II persistem no pontificado de João Paulo II;

Dois fatos recentes refletem a forte influência e a liderança de João Paulo II, sobre a alta hierarquia da igreja católica.

O primeiro deles deu-se a 21 de fevereiro de 2001, quando no mais importante consistório de seus 22 anos à frente da igreja
católica, João Paulo II sagrou 44 novos Cardeais, sendo 11 latino-americanos; dos 11 latino-americanos, dois são brasileiros,
aumentando consideravelmente o número de membros do Colégio Cardinalício e as chances de que seu sucessor seja
originário de um país do Terceiro Mundo.

Com o consistório, elevou-se a 184 o número de cardeais, dos quais 135 têm direito a votar na eleição do próximo Papa por
terem menos de 80 anos. Do total, apenas dez não foram designados por João Paulo II, reforçando o controle que ele exerce
sobre a alta cúpula da igreja.

O número máximo de eleitores estabelecido pelo Papa Paulo VI é de 120. João Paulo II manteve a regra ao longo de seu
pontificado, mas suspendeu-a temporariamente nesse consistório; nos próximos meses vários Cardeais completarão a idade-
limite de 80 anos e perderão seu direito a voto, o que trará gradativamente o número de eleitores de volta ao patamar
estipulado por Paulo VI.

A nova correlação de forças aumenta as possibilidades de que o futuro líder de mais de um bilhão de católicos saia de um
país em desenvolvimento. Dos 44 novos Cardeais, onze são latino-americanos, o grupo que recebeu o maior impulso. Com
isso, pela primeira vez n história, os europeus deixaram de ser maioria absoluta no colégio dos Cardeais, com 65 dos 135
votos. Somando-se os 27 Cardeais-eleitores da América Latina, com os 13 da África e os 13 da Ásia, o mundo em
desenvolvimento chega a 53 integrantes da cúpula da igreja.

- É um momento de mudanças, muitas mudanças – disse o recém sagrado Cardeal hondurenho Dom Oscar Rodríguez
Maradiaga, arcebispo de Tegucigalpa e considerado um papável pelos vaticanistas.

O segundo fato, tão significativo e importante quanto o primeiro, deu-se a 20 de Maio de 2001, quando o Papa João Paulo II,
convocou o sexto consistório do seu pontificado. Participaram desse conclave 183 cardeais, entre eles o seu sucessor. O futuro
Papa ainda não tem nome, nem nacionalidade, mas já tem uma missão: conduzir a Igreja Católica no novo milênio. A
reunião extraordinária convocada por Karol Wojtyla, no crepúsculo de 23 anos do seu pontificado, foi considerada um ensaio
geral para o conclave, a assembléia de Cardeais que elegerá o seu substituto.

O jornal “La Reppublica”, de Roma, resumiu o clima da reunião; “O futuro Papa chegou a Roma com outros Cardeais”. Para o
jornal, o candidato ideal é “alguém que conheça bem os problemas do Terceiro Mundo e a crise de fé no Ocidente, e que seja
a favor das reformas, mas sem desagradar aos tradicionalistas.”

Oficialmente a batalha pela sucessão papal não começa até a morte do Papa, mas fontes no Vaticano consideram que uma
luta já está sendo travada entre dois blocos: liberais e conservadores.

O consistório é o primeiro desde que o Colégio de Cardeais aumentou, há alguns meses atrás, com a inclusão de dezenas de
novos membros. Entre as nomeações, a mais notável foi a de Karl Lehmann, Bispo de Mainz e presidente da Conferência
Alemã de Bispos, um liberal que freqüentemente se choca com o Papa. A nomeação foi vista como um reajuste na balança do
poder para o próximo conclave. Lehmann e o Cardeal Joseph Ratzinger, conservador ferrenho, são vistos como articuladores
na escolha do futuro Papa.

O consistório foi aberto com a análise do Jubileu do Milênio, antecedendo as discussões sobre o futuro da Igreja. Os principais
temas abordados durante o concílio incluem globalização, filosofias ecológicas propostas à Igreja, biotecnologia e hedonismo.
O Papa abriu a reunião, pedindo aos Cardeais que discutissem em forma de colegiado os desafios que emergem para a Igreja
no novo milênio.

Dentre todos os Cardeais que participaram do consistório, vinte e três nomes emergem como os mais cotados para a sucessão
papal; liberais ou conservadores, dogmáticos ou progressistas, os religiosos apontados como prováveis sucessores de João
Paulo II têm origens, trajetórias e qualidades distintas:

1) ROGER ETCHEGARAY – Ex-presidente do Conselho Vaticano para Justiça e Paz e ex-arcebispo de Marselha. Destacou-se
pelo criativo trabalho pastoral.

2) FRANCIS ARINZE – nigeriano, 72 anos. Filho de chefe tribal nigeriano, mostrou-se hábil na expansão do catolicismo na
África; O seu nome tem despontado como um dos favoritos, principalmente por seu diálogo com os muçulmanos, religião
predominante na Nigéria; as relações com o Islã podem ser cruciais para a Igreja nos próximos 25 anos, dizem os
especialistas. Embora o conclave não pareça inclinado a eleger um negro, seria uma escolha segura por ser um conservador.
Em matéria de ortodoxia católica, é um conservador entre os conservadores, com especial animosidade em relação à
homossexualidade. É o quarto da hierarquia vaticana como prefeito da Congregação para o Culto Divino e a disciplina dos
sacramentos; é um especialista nos assuntos da Cúria.
No aspecto doutrinário se destaca pela intransigência – acha que ativistas gays e políticos católicos favoráveis ao aborto não
devem receber a comunhão.
Prega a abstinência sexual como única forma válida de luta contra a Aids, doença que devasta o continente africano.
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3) CARLO MARIA MARTINI – italiano, tem 78 anos. Foi Arcebispo de Milão, a maior diocese da Europa; era um dos
favoritos à sucessão de João Paulo II, porém, aposentou-se por estar sofrendo do Mal de Parkson. Não poderá concorrer à
sucessão papal. Para substituí-lo à frente da diocese de Milão, foi nomeado um Cardeal italiano, mais conservador, com
tendências ao centro.

É um grande defensor do ecumenismo entre as Igrejas cristãs e do diálogo com outras grandes religiões mundiais. Foi ele que
articulou o encontro de João Paulo II com os chefes das Igrejas Ortodoxas Russa e Turca. Graças às suas posições
progressistas fez muitos inimigos nos movimentos conservadores ligados a João Paulo II, como o Opus Dei. Suas cartas
pastorais foram traduzidas para várias línguas.

Mantém boas relações com o judaísmo e com os ortodoxos; é considerado um progressista.

Escreveu junto com Humberto Eco o livro “Em que crêem os que não crêem”, no qual debate amplamente a fé cristã. No
Brasil, o livro foi publicado pela Editora Record.

Apesar de estar aposentado, o Cardeal Martini está à frente da ala reformista da Igreja, que deverá ter significativa influência
na eleição do sucessor de João Paulo II. O cardeal Martini chegou a ser considerado o favorito na linha sucessória do
Vaticano, mas perdeu posições na lista depois de ter deixado o cargo de arcebispo de Milão, em 2002, e revelado que, como
João Paulo II, também sofre o mal de Parkinson. Intelectual jesuíta e lingüista, é considerado pacificador, habilidoso
organizador e liberal. Afirmou que temas controversos, como controle de natalidade e mulheres sacerdotes, poderiam ser
vistos sob uma luz diferente no futuro, o que abalou os conservadores.

4) JEAN-MARIE LUSTIGER – Arcebispo de Paris; nasceu judeu, mas se converteu ao catolicismo. Sua eleição poderia ser
considerada uma afronta aos judeus.

5) BERNARDIN GANTIN – Nativo de Banin e negro; pode ser preterido por um europeu.

6) JOSEPH RATZINGER – alemão, 77 anos, conservador e um dos homens mais poderosos no Vaticano, mas a sua
candidatura pode fracassar por não ser italiano; é considerado um ultraconservador – de acordo com a imprensa, São Pedro
pode ser considerado mais moderno do que ele; desde 1981 é o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, ex-Santo
Ofício.
Exerce forte influência sobre a Cúria, onde acumula as funções de Presidente da Pontifícia Comissão Bíblica e da Comissão
Teológica Internacional.
Atualmente é o decano do Colégio dos Cardeais. Foi professor de teologia em universidades alemãs.
Durante o Concílio Vaticano II acompanhou de perto o trabalho dos bispos, estando no movimento progressista. O papa Paulo
VI o promoveu a Cardeal e Arcebispo de Munique e Freising em 1977.
Em 2004 enviou aos bispos do mundo inteiro uma mensagem de “colaboração do homem e da mulher na Igreja e no mundo”
na qual explicava que a maternidade é a principal função da mulher na sociedade.
Em 2000, ano do Jubileu, enquanto muitos católicos se esforçavam no diálogo entre as religiões cristãs, elaborou o
documento “Dominus Iesus” que dizia que a única Igreja de Cristo é a Igreja Católica, causando um enorme furor entre as
correntes progressistas católicas.
Joseph Ratzinger bateu de frente com o teólogo brasileiro Leonardo Boff, defensor do movimento da Teologia da Libertação,
resultando no seu abandono do sacerdócio.
Joseph Ratzinger tem velado zelosamente pela pureza do dogma católico desde 1981, quando João Paulo II o nomeou
prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé (ex-Santo Ofício). Sua trajetória teve uma virada considerável depois de ele
ser nomeado cardeal de Munique em 1977.
Sua posição teológica se afastou da linha progressista defendida no Concílio Vaticano II, tomando um caminho mais
conservador.
Ratzinger se tornou o grande repressor dos teólogos e religiosos dissidentes, cerca de 140 pessoas . Disse não ao sacerdócio
feminino e à presença de homossexuais na Igreja, lançando um golpe considerável contra o processo de diálogo com outras
igrejas cristãs. É chamado nos círculos vaticanos “cão de guarda” da doutrina católica, e também considerado o Torquemada
de João Paulo II.

7) CAMILLO RUINI – italiano, 74 anos. Vigário geral de Roma e presidente da Conferência dos bispos da Itália; é um dos
cardeais mais influentes da Igreja. É conservador e pode ser um nome de consenso.
Manteve estreitas ligações com João Paulo II, a quem se assemelha nas posições doutrinárias conservadoras.
É um dos mais ferrenhos defensores da rigidez do Vaticano em relação ao aborto e à união de homossexuais. Tem boa relação
com a Opus Dei. Se for eleito, acredita-se que vá ratificar a doutrina moral e teológica da Igreja em seus aspectos mais
rígidos e deixar de lado iniciativas de maior apelo popular, como encontros ecumênicos. Politicamente sempre apoiou os
partidos italianos de direita e chegou a defender o envio de tropas ao Iraque.

8) PIO LAGHI – Prefeito da Congregação para a Educação Católica. Diplomata experiente, mas foi considerado passivo no
desaparecimento de presos políticos quando era Núncio Apostólico na Argentina.

9) ÂNGELO SODANO – italiano, 77 anos. Foi secretário de Estado do Vaticano de 1990 até o falecimento de João Paulo II;
foi praticamente o segundo homem na hierarquia do Vaticano; pelo posto que ocupou, exercendo grande influência junto a
João Paulo II, e junto a Cúria Romana. É uma peça importante na estrutura do Vaticano com muitos inimigos. Nos anos 70, foi
núncio apostólico no Chile, sem se opor a Augusto Pinhochet, de quem se considera amigo, tendo apoiado uma diocese que
ajudava as vítimas da repressão. Em 2002, apresentou sua demissão, mas João Paulo II pediu que ficasse, o que o alçou ao
status de forte candidato a papa. Caiu em desgraça ao admitir uma renúncia de João Paulo II, durante a piora de seu estado
de saúde. Além disso carece de experiência pastoral, valorizada pelos cardeais na escolha do líder da Igreja.
Sua longa carreira diplomática conta com experiências no Equador e no Uruguai e como núncio apostólico no Chile, onde
organizou o encontro do papa com o General Augusto Pinochet em 1987.
Hábil diplomata, viajou para diversos países transmitindo a mensagem do papa e verificando pessoalmente as situações
locais.
Todas as autoridades mundiais, depois de serem recebidas pelo papa, se encontravam com Sodano para aprofundar as
negociações com o Vaticano.
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Como não há conclave sem que o secretário de Estado esteja entre os favoritos, a continuidade do pontificado de João Paulo
II, teria continuidade com o Cardeal Ângelo Sodano.

O último secretário de Estado a chegar ao papado foi Pio XII em 1939.

O Cardeal Sodano divide com o Cardeal alemão Joseph Ratzinger a aproximação papal e a presença na Cúria Romana; o
grupo do Cardeal Sodano está do lado oposto ao estilo de João Paulo II, pois, não tolera a idéia fixa de João Paulo II sobre a
importância do mea-culpa da Igreja Católica pelos seus erros históricos.

10) STANISLAW DZIWISZ – Polonês, 65 anos, secretário pessoal do papa desde quando Karol Wojtyla era arcebispo de
Cracóvia.

Na hierarquia do Vaticano, Dziwisz consta como Prefeito Adjunto da Casa Pontifícia.


Como amigo pessoal de João Paulo II, é o único ouvinte dos segredos do papa, revelados em polonês.
Foi ordenado ao sacerdócio em 1963 e promovido a bispo em 1998. Em 2003 o papa o nomeou arcebispo de São Leão, uma
arquidiocese honorífica.

Considerando a dificuldade de comunicação do Pontífice, os vaticanistas comentam que Dziwisz tem o controle de suas
palavras e acabou erguendo um muro polonês que o circunda.

11) DIONIGI TETTAMANZI – italiano, 71 anos. É o Arcebispo de Milão. Nos últimos cem anos, todas as vezes que o
Arcebispo de Milão esteve entre os papabili, foi eleito papa pelo conclave (Pio XI e Paulo VI). O seu nome passou a ser
lembrado entre a população italiana; o principal motivo seria a união dos setores reformistas e moderado da Igreja Católica,
mas arriscar um palpite pode ser prematuro, pois, o próprio João Paulo II não deixou de ser uma surpresa em 1978.
Intelectual, ex-reitor do seminário e escritor (ajudou João Paulo II a escrever algumas de suas encíclicas). Tem muitos
amigos e também alguns inimigos. Suas posições ora conservadoras, ora liberais, fazem dele um mediador entre as forças
que disputam o poder no Vaticano.
Em 2001, quando era cardeal de Gênova e a cidade sediou a tumultuada reunião do G8, Tettamanzi saiu em defesa de
sindicalistas e jovens rebeldes que protestavam. No entanto, apoiou a controversa encíclica de Paulo VI, de 1968, contra o
uso de anticoncepcionais.

12) CRISTOPH SCHOENBORN – austríaco, 60 anos. É considerado um homem de ampla capacidade intelectual, lingüista,
bom comunicador, um teólogo completo, especialista em filosofia e psicologia.
Acima de tudo, é tido como profundamente religioso.
Entretanto, poucos no Vaticano gostariam de um pontificado que pudesse durar três décadas ou mais.
Pertence à Ordem dos Dominicanos, fundada na Espanha na Idade Média, por Domingos de Gusmão. Os Dominicanos foram
encarregados pelo papa Gregório IX de conduzir a Inquisição.
Cristoph Schoenborn é conservador e ajudou a escrever a nova versão do catecismo universal católico.
Ganhou pontos ao ascender à frente da diocese de Viena num momento turbulento, quando seu antecessor, o
ultraconservador cardeal Hans Hermann Groer, estava envolvido num escândalo de abuso sexual.

13) GIOVANNI BATTISTA RE – italiano 71 anos. O seu nome passou a ser lembrado depois da sua exoneração do posto de
substituto da Secretaria de Estado do Vaticano. Era idéia de João Paulo II nomeá-lo como subsecretário de Estado, mas o
grupo de comando não suportou a idéia de um homem de confiança do papa com tantos poderes.
Conhece como poucos o funcionamento interno do Vaticano. Isto pode tanto ajuda-lo, como prejudica-lo na disputa pelo
papado. Os cardeais podem estar procurando um administrador que fique no Vaticano e arrume a casa, depois do papado de
João Paulo II, caracterizado por muitas viagens.
Giovanni Battista Re vem trabalhando na burocracia do Vaticano desde 1979, tendo assumido posições-chaves no
Secretariado de Estado.
Em 2002 João Paulo II o nomeou chefe da Congregação dos Bispos. A falta de experiência com as dioceses fora de Roma é
considerada o seu ponto fraco.

14) GODFRIED DANNEELS – belga, 71 anos. O arcebispo de Bruxelas é um dos principais defensores da divisão do poder
entre o Vaticano e os bispos católicos do mundo. Na polêmica questão do uso de preservativos para combater a Aids, diz
preferir que os soropositivos se abstenham do sexo. Se, no entanto, ele praticarem sexo sem preservativo, estarão violando
o sexto mandamento “Não matarás”.
A afirmação abriu um precedente na campanha da Igreja contra a contracepção. Danneels também já se mostrou favorável à
nomeação de mais mulheres em funções importantes na hierarquia do Vaticano, mas não chegou a dizer que concorda com a
ordenação de mulheres.

15) JOSÉ DA CRUZ POLICARPO – português, 69 anos. É o cardeal de Lisboa e pertence à ala mais moderada dos cardeais
do conclave. Assim como fez João Paulo II, prega o diálogo entre as religiões, incluindo as não-cristãs e valoriza os ideais de
outras crenças.
Recentemente, permitiu que uma conferência ecumênica fosse realizada em Fátima, um dos maiores centros de peregrinação
católica. Por causa dessa e de outras atitudes, Policarpo já foi criticado por setores mais conservadores da Igreja. Pouco
conhecido fora de Portugal, ele tem se destacado por fazer uma ponte entre as dioceses da Europa e da América Latina.

16) NICOLÁS DE JESUS LOPEZ RODRIGUEZ – dominicano, 68 anos. É um conservador doutrinário e um ferrenho opositor
da Teologia da Libertação. Emergiu como uma das principais figuras da Igreja na América Latina depois de se tornar arcebispo
de São Domingos, na república dominicana em 1981.
Sua mensagem tem sido de posições sócio-econômicas progressistas, de um lado, e de conservadorismo doutrinário de outro.
Ex-presidente da Comissão de Justiça e Paz dos bispos dominicanos, foi operacionalmente importante na abertura de um
centro de ajuda para iimigrantes haitianos e camponeses dominicanos. Um ponto contra ele, é a sua falta de experiência na
burocracia do Vaticano.
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17) IVAN DIAS – indiano, 68 anos. Arcebispo de Bombaim na Índia. Passou a maior parte da vida adulta servindo à Igreja
fora da Índia.
Isto explicaria o fato de ser um prelado asiático mais em sintonia com o pensamento conservador do Vaticano do que com
idéias sobre um papel mais social da Igreja.
Os católicos representam apenas 1,8% da população indiana, e enfrentam problemas com grupos nacionalistas hindus.
Ivan Dias reflete as opiniões de João Paulo II de que a Igreja tem o direito de converter fiéis na Índia.
Rejeitou advertências de que o proselitismo poderia conduzir a perseguição.
Ivan Dias tem defendido a mensagem conservadora do Vaticano sobre assuntos morais, denunciando o aborto e os atos
homossexuais.

18) CLÁUDIO HUMMES – brasileiro, 70 anos.


É o arcebispo de São Paulo. Compartilhava com João Paulo II a fidelidade à tradição e aos dogmas da Igreja, mas ao mesmo
tempo tem posição mais flexível em relação a mudanças no mundo.
Apesar de não ser da linha progressista, conquistou o respeito dos movimentos sindicais. Nos anos 70, era bispo de Santo
André, na região industrial do ABC paulista e abrigou sindicalistas perseguidos pelo governo militar, durante as greves do
metalúrgicos.
Defende a Igreja das críticas por condenar o homossexualismo e os métodos contraceptivos, mas admite que esta deve estar
aberta a grandes questões do mundo atual e preparada para ser mais flexível diante dos avanços da ciência e da luta por
direitos das minorias.

19) OSCAR RODRIGUEZ MARADIAGA – hondurenho , 62 anos. É considerado um defensor dos pobres e acredita que a
solução para países em desenvolvimento está na justiça social.
Critica a dívida externa e diz que os países pobres não deveriam continuar com uma dívida que já pagaram com juros. Foi
ordenado sacerdote em 1970 e tornou-se bispo em 1978.
Além de espanhol, fala inglês, francês, alemão, italiano, português, grego e latim. Costuma dizer o que pensa, seja em casa
ou no exterior.
Numa visita a Roma, em 2002, afirmou que João Paulo II deveria ter a coragem de renunciar. Também já demonstrou que
gostaria que o próximo papa fosse do terceiro mundo.

20) JORGE MARIO BERGOGLIO – argentino, 68 anos. É o primeiro jesuíta a tornar-se cardeal da Argentina. É considerado
um moderado na doutrina e um reformista no âmbito social. Nascido em uma família de classe média de origem italiana,
convive desde a infância com problemas respiratórios, que o obrigam a viver com apenas um pulmão desde os 20 anos.
Em 1958 se uniu à Companhia de Jesus (Jesuítas).
Sua candidatura ao papado foi mencionada pela primeira vez em novembro de 2002, pelo vaticanista Sandro Magister. O
cardeal Camilo Ruini, um dos mais influentes da Itália, também o reconheceu como um possível candidato à sucessão de João
Paulo II.

21) ANGELO SCOLA – italiano, 63 anos. É o primeiro cardeal da Comunhão e Libertação, um dos movimentos da Igreja que
contaram com o apoio de João Paulo II.
Nomeado em 2003, é tido como um conservador de mente aberta e um bom administrador.
Scola que fala inglês fluentemente, foi professor e reitor na Universidade Laterana.
Em 1955, tornou-se diretor do Instituto João Paulo II para o casamento e a família. Diz-se que teria ajudado João Paulo II a
escrever várias encíclicas recentes, nas quais o papa reiterou sua defesa ferrenha das idéias católicas tradicionais em termos
morais.
Seu pai era caminhoneiro e ele costuma dizer que tem muito orgulho de vir de uma família pobre.

22) DARIO CASTRILLON HOYOS – colombiano, 74 anos. É um dos principais candidatos da América Latina, por ser um dos
mais experientes, e está na faixa de idade preferida pelo Vaticano.
É conservador e habilidoso, atuando com destaque ao desviar as Igrejas do continente da teologia da libertação.
Foi nomeado por João Paulo II no comando da Congregação do Clero, que lida com os padres de todo o mundo. Foi
extremamente leal a João Paulo II.
Em 1997 foi acusado de aceitar dinheiro de traficantes de drogas na Colômbia, porém, segundo ele, uma pessoa que quis
mudar de vida, doou tudo o que tinha à Igreja.

23) ENNIO ANTONELLI – italiano, 68 anos. É arcebispo de Florença; foi nomeado cardeal por João Paulo II em 2002. é
membro do Conselho Pontifício para os Laicos e para a comunicação social. Declarou recentemente que o novo papa seguirá
as linhas traçadas por João Paulo II, de fidelidade ao Concílio Vaticano II, uma nova evangelização, um diálogo ecumênico e
inter-religioso, com especial atenção aos jovens e à família, incluindo a defesa dos direitos humanos e da paz.
Durante a guerra no Iraque, liderou vigílias com grupos muçulmanos, o que lhe valeu acusações de ser antiamericano. Fala
italiano, francês, inglês e um pouco de alemão. Foi secretário-geral da Conferência dos bispos italianos.

Apesar dessa relação de 23 cardeais considerados como candidatos potenciais à sucessão de João Paulo II, prevalece a antiga
máxima vaticana “QUEM ENTRA PAPA, SAI CARDEAL”.

Assim é possível que nenhum dos 23 arrolados, seja eleito e surja um nome inesperado, vindo do anonimato, conforme
aconteceu com Karol Wojtyla (João Paulo II), em 1978.
Vamos aguardar os acontecimentos.

Os vaticanistas acreditam que se o sucessor de João Paulo II não for um Cardeal italiano, a tradição estará de tal modo
quebrada que não será restabelecida tão cedo.

A sua relativa juventude é um dos fatores que o fazem um possível candidato a sucessão do Papa João Paulo II, pois há
indícios de que o Colégio Cardinalício teme entregar a condução da Igreja a um homem idoso e doente. Outra característica
que o favorece é a estrita observância da ortodoxia institucional. Quando Roma fala, ele não discute.

Surpreendentemente, no dia 28 de Setembro de 2003, João Paulo II, anunciou a nomeação de 31 novos Cardeais, dentre
eles, três da América Latina – um deles é Dom Eusébio Sheid de 70 anos, arcebispo do Rio de Janeiro.
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Os 31 novos Cardeais foram ordenados no dia 21 de Outubro de 2003, data que coincide com o novo consistório convocado
pelo Papa.

Esses novos Cardeais passam a fazer parte do Colégio Cardinalício, que atualmente tem 164 integrantes, dos quais 109
Cardeais eleitores, que podem votar no conclave (em que um novo papa é eleito), por terem menos de 80 anos, como
determina o Código do Direito Canônico.

Com os novos nomeados, o Colégio Cardinalício passará a ter 195 integrantes, dos quais 135 eleitores, o que supera uma
regra determinada por Paulo VI e alterada por João Paulo II, de limitar o conclave a 120 cardeais, com a idade-limite de 80
anos.

O código de Direito Canônico da Igreja, diz que os padres com idade superior a 80 anos perdem o direito de voto, mas podem
ser votados.

Além de dom Eusébio Oscar Scheid, sete brasileiros fazem parte do Colégio Cardinalício; dois deles tem mais de 80 anos
(Dom Eugênio de Araújo Salles e Dom Paulo Evaristo Arns); cinco são eleitores: Dom Serafim Fernandes de Araújo, Dom
Aloísio Lorscheider, Dom José Falcão Freire, Dom Geraldo Majella Agnelo e Dom Cláudio Hummes.

VI. TENDÊNCIAS REFORMISTAS:

O Concílio Vaticano II (1962 – 1965) concluiu que a Igreja além de vertical é também horizontal. Os 2.500 bispos reunidos
naquela época disseram que a condução da Igreja deveria ser colegiada, ou seja, com a participação dos bispos no Governo
da Santa Sé. Porém, desde então, pouco foi feito para democratizar a sua estrutura.

João Paulo II, na época do Concílio era Bispo de Cracóvia e estava ao lado dos conservadores. Quanto foi eleito Papa, ele não
tocou no assunto.

Em 1995 voltou a falar do assunto na encíclica “Ut Unum Sint” (para que sejam uma só coisa), dizendo que o Papado poderia
ser reformado, mas não fez nada para isso. “É uma tarefa que não podemos recusar e que eu não posso concluir sozinho”,
disse.

Partiu do Cardeal Carlo Maria Martini, feito Cardeal por João Paulo II, e que estava à frente da maior diocese da Europa, até
renunciar, por motivos de saúde, a proposta para debater a supremacia do poder papal, que atualmente é quase uma
monarquia absoluta. Para o Cardeal Martini, o problema não é só de caráter teórico.

- Temos que fazer uma distinção entre o fato doutrinário e o modo concreto do exercício do poder. Não existe uma
maneira única de exercitar o Papado afirmou ele.

O Cardeal Martini também discordava abertamente da posição do Papa contra a ordenação de mulheres, por exemplo.

Mas o Cardeal Martini não parou por aí. Em uma declaração dada a uma emissora italiana de rádio, disse que é necessário um
“confronto entre todos os bispos sobre as questões nevrálgicas colocadas nos últimos 40 anos”. O Cardeal afirmou não
afirmou quais seriam tais questões, mas dentro da Igreja existem temas incômodos como o celibato dos padres, o sacerdócio
das mulheres, a utilização dos métodos anticoncepcionais, o divórcio, a união sem o matrimônio, a consideração dos
homossexuais pela Igreja, além das relações com os cristãos ortodoxos.

Para enfrentar todos estes problemas, o Ex-Arcebispo de Milão pediu, no sínodo dos Bispos europeus, a convocação de um
novo Concílio. Segundo o Cardeal Montini, estas reuniões continentais dos Bispos – os sínodos – não são suficientes para
trazer a Igreja Católica aos tempos atuais, porque têm só um valor de consulta. As declarações de Martini foram feitas em
Jerusalém – talvez ele queira dizer que o Papado deve voltar a Jerusalém, para assumir uma forma de fidelidade ao
Evangelho, disse o jornalista Giancarlo Zizola.

Segundo Zizola, O Cardeal Martini ainda representa a ala reformista da igreja, que se prepara para enfrentar um choque
interno com os conservadores no próximo conclave, a assembléia de Cardeais que deverá eleger o sucessor de João Paulo II.

Mesmo o conservador Cardeal Joseph Ratzinger, que é ainda é dos homens mais influentes do Vaticano, reconhece que podem
ser mudados alguns poderes e competências reservados aos Papas, como a nomeação de Bispos ou a decisão em causas
matrimoniais dos católicos.

- O fato de que um determinado dever tenha sido exercitado pelo Papa numa determinada época, não significa que
deve ser sempre reservado ao Pontífice – disse.

Nas bases da Igreja, há um grande desejo de democracia.

O movimento internacional “Nos Somos Igreja”, com mais de três milhões de seguidores, mandou uma carta ao Papa pedindo
mudanças. Afirmando que “os fiéis católicos não são mais crianças”, eles querem compartilhar o peso e responsabilidade nas
decisões da Igreja.

Poderá um Papa mais moderno, mudar as diretrizes de João Paulo II? É possível. A Igreja romana certamente se atualiza, ou
já estaria morta, ainda que não ao ritmo da História profana.

Este é o mistério do papado, e do próprio catolicismo: Não é o pensamento de João Paulo II, ou de Pio XX ou de João XXIII –
a não ser nos aspectos acessórios. No núcleo é algo muito diferente de uma posição pessoal.

VII. TENDÊNCIAS SUCESSÓRIAS:


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A surpresa para a sucessão papal pode vir da análise de uma fórmula de transição, que associa ao Papa um conselho de
Cardeais próximos a ele, em número muito pequeno e capazes de atuar como seus suplentes no caso de João Paulo II ficar
fisicamente impossibilitado de levar adiante a sua missão.

Como disse o jornal católico francês “La Croix, vem ganhando espaço a idéia de um” conselho regente “ou” conselho da coroa
“. O consistório realizado em maio de 2001 foi também um miniconcílio”.

O concílio é a reunião, com poderes de decisão, dos arcebispos do mundo inteiro. Ao longo dos últimos quatro séculos, houve
apenas três concílios.

A este respeito, o Jornal do Brasil do dia 17 de Maio de 2002, publicou uma entrevista do cardeal Joseph Ratzinger, prefeito
da Congregação para a Doutrina da Fé, que admite a possibilidade do papa João Paulo II renunciar, caso seu estado de saúde
continue se deteriorando.

Uma vez eleito, um papa normalmente fica no cargo até morrer. Segundo o código canônico, porém, pode renunciar se julgar
esta opção a melhor para a Igreja.

Poucos papas abdicaram do trono de São Pedro. O último foi Gregório XII, no século 15.

Vozes autorizadas, como a do Cardeal Carlo Maria Martini, se elevam regularmente em favor da convocação de uma
assembléia deliberativa que discuta todas as dificuldades doutrinais e disciplinares que afetam a Igreja hoje, como por
exemplo, as questões ligadas ao seu funcionamento, de tão prementes que são no interior da Igreja e pelo fato de que nunca
foram discutidas coletivamente.

Entre elas figuram a questão da “colegialidade” que o Concílio Vaticano II quis restaurar, beneficiando as Igrejas locais
amordaçadas pela Cúria; o papel das conferências episcopais nacionais, limitadas, em seus países a um papel de coordenação
e representação; os sínodos que deveriam ser uma expressão da “colegialidade”, mas atuam como câmaras de registro de
propostas que nunca serão divulgadas, exceto as que o Papa escolhe manter.

É possível que também seja abordada a questão tabu da primazia do Papa: em sua encíclica “Ut unum sint”, de 1995, João
Paulo II surpreendeu ao pedir a discussão do tema.

Outra questão fundamental, que João II começa a tentar resolver, mas que certamente será tarefa para o seu sucessor, é a
reconciliação com as Igrejas ortodoxas, que rejeitaram a supremacia de Roma nos cismas dos séculos XI e XII. A maior
dificuldade para uma união é soberania do Papa, que os ortodoxos não admitem. João Paulo II vem tentando se aproximar da
Igreja Ortodoxa, conforme demonstrou através da visita de 5 dias feita à Ucrânia em junho de 2001, onde coexistem três
Igrejas Ortodoxas: a Igreja Ortodoxa ligada ao patriarcado de Moscou, a Igreja Ortodoxa do patriarcado de Kiev e a Igreja
Ortodoxa Autônoma.

Além das comunidades ortodoxas, existem no país duas Igrejas católicas: a Igreja Católica Grega e a Igreja Católica do Rito
Latino. Foi a sua 94ª viagem.

As Igrejas Ortodoxas estão separadas da Igreja Católica Romana desde o cisma de 1054, no século XI.

O importante, o espantoso, é que, de um papa para outro nunca houve ruptura – nem naqueles tempos loucos da
Renascença: o Papa podia errar, como todo ser humano, mas a doutrina estava lá, preservada intocada.

Cada época tem a sua coleção de problemas - e os de hoje são tão complicados quanto os de qualquer época.

O relacionamento da Igreja Católica com o mundo é altamente dialético, que percorre o caminho dos opostos, convidando à
comunhão; é um diálogo, como o que Deus entabulou com Abraão e Moisés. Não cabe à Igreja adaptar-se ao mundo, ma se
ela não sabe mais falar ao mundo, onde fica o diálogo que é a própria história do cristianismo?

As respostas e ações relativas a essas e outras questões, definirão identidade da Igreja Católica do terceiro milênio e
certamente influenciarão a escolha do próximo Papa.

Conforme ressaltado o sexto consistório também serviu, segundo os analistas como um pré-conclave (assembléia de Cardeais
para a escolha do Papa), onde os futuros eleitores do sucessor de João Paulo II puderam exprimir e trocar pontos de vista.

Os Cardeais evitaram, no entanto, fazer comentários sobre a parte política do encontro.

Contudo, há quem admita que o sucessor de João Paulo II deverá pertencer a uma corrente conservadora, pois foi ele quem
indicou 90% dos Cardeais que vão eleger o seu substituto. João Paulo II é muito forte na interpretação fundamentalista dos
símbolos e dos dogmas da Igreja Católica. Ele não quer nenhuma mudança nas posições da Igreja, afirma o teólogo alemão
Eugen Drewermann. O que o Papa diz está dito.

Por outro, existe uma expectativa de que o sucessor de João Paulo II tenha o perfil de João XXIII, que seja um Papa que se
destaque não só pela cultura e capacidade de homem de estado, mas que fale a linguagem do coração. Que se dedique a
curar as feridas ainda abertas neste último século, que faça respirar a Igreja com características mais pobres, sem
preocupações políticas e diplomáticas. Por isso seria interessante um Papa de um país mais pobre.

Uma das expectativas para o próximo Papa, é a convocação de um novo Concílio Ecumênico (Concílio Vaticano III), no qual
poderão ser debatidos alguns temas polêmicos, que fazem parte da ordem do dia na Igreja Católica; temos aqui uma
pequena relação de alguns desses temas que poderão ser debatidos em um possível e próximo Concílio Ecumênico Vaticano
III:

• A questão do celibato;
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• A ordenação sacerdotal feminina;
• Maior liberdade para as Dioceses locais, com a atuação dos Sínodos dos bispos;
• A equalização hagiográfica;
• A questão ecumênica;
• A reaproximação com a Igreja Ortodoxa;
• O relacionamento da Igreja Católica com a Maçonaria;
• A questão dos dogmas.

São temas polêmicos, cuja presença já se faz presente no seio do Catolicismo, ensejando futuros debates a respeito, que
poderão ser concretizados na gestão do próximo Papa, quando se espera a convocação do Concílio Ecumênico Vaticano III,
onde, inclusive a questão da atitude dogmática deverá ser retomada, com vistas a outras formas de expressão da realidade
Cristã.

Agora com a nomeação dos 31 novos Cardeais, João Paulo II já nomeou mais Cardeais do que qualquer outro Papa, de modo
que apenas cinco dos 109 Cardeais com menos de 80 anos – e que tem direito a votar na sucessão papal – não foram por ele
escolhidos.

Com as novas nomeações que foram oficializadas no dia 21 de Outubro de 2003, por ocasião do nono consistório (reunião de
todos os Cardeais), convocado pelo Papa, a Igreja passou a ter 195 Cardeais, um número recorde, dos quais 135 tem direito
a voto. O Consistório coincidiu com as celebrações do aniversário de 25 anos do pontificado de João Paulo II, no dia 16 de
Outubro de 2003.

Estes são os 31 novos Cardeais nomeados por João Paulo II:

1. Arcebispo Jean-Louis Tauran (França), ministro de Relações Exteriores do Vaticano;


2. Arcebispo Renato Martino (Itália), chefe do Conselho de Paz e Justiça do Vaticano;
3. Arcebispo Francesco Marchisano (Itália), autoridade do Vaticano;
4. Arcebispo Julian Herranz (Espanha), autoridade do Vaticano;
5. Arcebispo Javier Lozano Barragan (México), autoridade do Vaticano;
6. Arcebispo Stephen Fumio Hamao (Japão), autoridade do Vaticano;
7. Arcebispo Attilio Nicora (Itália), autoridade do Vaticano;
8. Arcebispo Ângelo Scola (Itália), Arcebispo de Veneza;
9. Arcebispo Anthony Olubunmi (Nigéria), Arcebispo de Lagos;
10. Arcebispo Bernard Panafieu (França), Arcebispo de Marselha;
11. Arcebispo Zubeir Vako (Sudão), Arcebispo de Cartum;
12. Arcebispo Carlos Amigo Vallejo (Espanha), Arcebispo de Sevilha;
13. Arcebispo Justin Francis Rigali (Estados Unidos), Arcebispo de Filadélfia;
14. Arcebispo Keith Michael Patrick O’Brien (Escócia), Arcebispo de Edimburgo;
15. Arcebispo Oscar Scheid (Brasil), Arcebispo do Rio de Janeiro;
16. Arcebispo Ennio Antonelli (Itália), Arcebispo de Florença;
17. Arcebispo Tarcisio Bertone (Itália), Arcebispo de Gênova;
18. Arcebispo Peter Kodwo Appiah Turkson (Gana), Arcebispo de Costa do Cabo;
19. Arcebispo Telesphore Placidus Toppo (Índia), Arcebispo de Ranchi;
20. Arcebispo George Pell (Austrália), Arcebispo de Sydney;
21. Arcebispo Josip Bozanic (Croácia), Arcebispo de Zagreb;
22. Arcebispo Jean-Baptiste Pham Minh Man (Vietnã), Arcebispo da cidade de Ho Chi Minh;
23. Arcebispo Rodolfo Quezada Toruno (Guatemala), Arcebispo da cidade da Guatemala;
24. Arcebispo Philippe Barbarin (França), Arcebispo de Lyon;
25. Arcebispo Peter Erdo (Hungria), Arcebispo de Budapeste;
26. Arcebispo Marc Ouellet (Canadá), Arcebispo de Quebec;
27. Padre George Marie Martin Cottier (Suiça), Teólogo do Vaticano;
28. Gustaaf Joos (Bélgica), prelado de Gand;
29. Tomas Spidlik (República Tcheca), padre jesuíta;
30. Stannislas Nagy (Polônia), padre jesuíta;
31. O nome do último cardeal ainda não foi revelado por João Paulo II.

A lista dos novos Cardeais abrange os seis continentes e inclui religiosos do Vietnã, Nigéria, Gana e índia, o que reflete o
crescimento da Igreja e indicaria a possibilidade de o próximo Papa vir de um país em desenvolvimento.

Da lista fazem parte apenas seis italianos, grupo que diminuiu no Colégio Cardinalício durante o pontificado de João Paulo II,
que é polonês.

O Papa só não divulgou o nome de um Cardeal, mantendo a sua identidade “in pectore”, ou guardada no coração. Isso já
aconteceu várias vezes e geralmente significa que o Cardeal virá de um país onde os católicos são oprimidos.

Uma das surpresas foi a exclusão do secretário do Papa, Monsenhor Stanislao Dziwisz, mas especulou-se que ele poderia ser
o 31º nome; outra foi a exclusão do Arcebispo Sean Patrick O’Malley, convocado para chefiar a arquidiocese de Boston, nos
Estados Unidos, depois de um escândalo de abuso sexual de crianças por religiosos.

Consultado a respeito de um nome para suceder João Paulo II, Dom Eusébio Oscar Scheid, manifestou-se a favor da eleição
de um africano para suceder João Paulo II, devido a situação em que se encontra o continente africano.

A este respeito, um dos nomes cotados para a sucessão papal é o Cardeal africano FRANCIS ARINZE – Filho de chefe tribal
nigeriano, que, mostrou-se hábil na expansão do catolicismo na África; embora o conclave não pareça inclinado a eleger um
negro, seria uma escolha segura por ser um conservador, porém, além dele, foram nomeados três outros Cardeais africanos:
Anthony Olubunmi Okogie da Nigéria, Gabriel Zubeir Vako do Sudão e Peter Kodwo Appiah Turkson de Gana. Deste modo, o
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grupo africano passa agora a contar com quatro prelados, todos em idade de votar e serem votados para suceder João
Paulo II.

Ao que tudo indica, a eleição do sucessor de João Paulo II não será rápida; após João Paulo II não se poderá escolher um
pontífice que fuja da mídia e evite peregrinar pelo mundo, e nem será escolhido um Cardeal muito jovem, para que o próximo
Pontificado não seja tão longo como o atual, nem tão idoso, para que não seja demasiadamente breve.

O escolhido deverá ser um Cardeal entre 65 e 73 anos, poliglota, aberto à mídia e eqüidistante entre o progressismo social e
o fundamentalismo conservador, e que tenha familiaridade com a Cúria Romana; esta tentará retomar seu controle do
papado, perdido com João Paulo II, porém, entre os italianos poucos se enquadram nesse perfil.

As expectativas em torno da sucessão de João Paulo II, existem desde os anos 90, quando a saúde do papa começou a
declinar; os especialistas em assuntos do Vaticano, são quase unânimes em afirmar que o sucessor de João Paulo II, deverá
ser alguém capaz de comandar a Igreja nas mudanças dos tempos.

A nacionalidade do novo papa e a idade não deverão contar muito na sucessão papal.

No entanto, são conjecturas. O principal eleitor o ESPÍRITO SANTO costuma surpreender como nas eleições do bom Papa
João XXIII, na de João Paulo II, o Papa sorriso, e na de João Paulo II, o polonês que derrubou um monopólio italiano de 500
anos.

“Só o Espírito Santo sabe quem será o sucessor de João Paulo II; só ele sabe quem entre os Cardeais presentes
ao consistório será o eleito”, disse o Cardeal mexicano Dom Juan Sandoval Iñiguez.

João Paulo II faleceu no dia 02 de Abril de 2005, às 21,37 minutos (hora de Brasília), devido a problemas de saúde que
vinham se agravando progressivamente, após ter governado a Igreja durante 26 anos e 5 meses (de 1978 até 2005).

Foi o segundo papado mais longo da história da Igreja, sendo precedido por Leão XIII, que governou a Igreja durante 25 anos
(de 1878 até 1903 e por Pio IX que governou a Igreja durante 32 anos, de 1846 até 1878.

Deixa para o seu sucessor um grande legado, que dificilmente poderá ser igualado. Caberá aos 117 Cardeais, membros do
Colégio Cardinalício, com idade até 80 anos, idade limite para receber votos, a tarefa de escolher o sucessor de João Paulo II.

João Paulo II alterou as regras do processo eletivo papal: cada cardeal dá o seu voto secreto por escrito na Capela Sistina.
Depois da contagem, os votos são queimados com substâncias químicas para produzir as famosas fumaças preta (quando não
há vencedor), ou branca (quando o papa é escolhidos).

A votação continua até que um candidato receba pelo menos dois terços dos votos. Se não houver vencedor, depois de cerca
de 30 votações, o novo papa é eleito por maioria simples.

Apesar das especulações em torno do favoritismo de uns quatro ou cinco cardeais considerados “papáveis”, ninguém arrisca
um prognóstico, o que prevalece mesmo é a máxima do Vaticano: quem entra papável, sai cardeal, numa referência de
que nem sempre o Trono de Pedro está reservado aos favoritos.

João Paulo II foi o 266º papa da Igreja. (veja o arquivo “Relação dos papas)”.

VIII. O SUCESSOR DE JOÃO PAULO II:

No dia 19 de Abril de 2005, o Colégio Cardinalício, reunido no conclave realizado na Capela Sistina, para eleger o sucessor de
João Paulo II, elegeu o Cardeal alemão Joseph Ratzinger para suceder a João Paulo II, que escolheu o nome de Bento XVI.

A eleição de Ratzinger, que escolheu o nome de Bento XVI, confirma o papado conservador de João Paulo II, ou seja, a linha
da tradição veio para ficar.

Ratzinger exerceu o cargo de desde 1981 é o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, ex-Santo Ofício, durante 23
anos, desde 1981. Foi implacável nessa função; nesse período puniu 140 religiosos e teólogos, dentre eles o brasileiro
Leonardo Boff, um dos mais destacados defensores da Teologia da Libertação.

Ao que tudo indica, Ratzinger foi eleito com muito mais que os 77 votos – 2/3 do total – necessários; compareceram ao
conclave 117 cardeais de todo o mundo.

A eleição de Ratzinger foi uma das mais rápidas da história, tendo durado apenas dois dias, tendo contado com o apoio e a
influência da “Opus Dei”, uma organização católica espanhola conservadora, considerada uma Igreja dentro da Igreja.

Ratzinger é o primeiro papa alemão eleito desde a Idade Média, cerca de 900 anos, e o segundo papa não italiano eleito
consecutivamente, pois João Paulo I era polonês.

A Igreja que Ratzinger vai dirigir, é a Igreja cujo perfil foi traçado pelo Concílio Vaticano II e configurada por João Paulo II
durante os seus 26 anos de papado, mais universal e menos romana. É uma Igreja mais contextualizada com o presente e os
desafios do futuro. Ratzinger é um conservador. Este será o seu grande desafio – manter a configuração dada por João Paulo
II e continuar avançando, apesar do seu perfil conservador.

Na última missa antes da realização do conclave, Ratzinger leu um sermão que era uma declaração de princípios e que
passaria a valer como um programa de governo, defendendo justamente o que mais divide a Igreja, a resistência da
ortodoxia aos novos tempos.
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Ele vai continuar o conservadorismo de João Paulo II sem à sua simpatia, mantendo a posição intransigente do Vaticano
com relação à prevenção da Aids – que já ceifou milhares de vidas, principalmente no continente africano, combatendo
também as pesquisas biogenéticas, sendo também contra qualquer flexibilização dos dogmas e costumes da Igreja.

Não deixa de ser surpreendente, que logo nas primeiras horas como papa, ele tenha mudado o seu discurso conservador,
adotando uma posição mais moderada e propondo inclusive, um diálogo com as outras religiões, que ele combateu com o
documento “Dominus Jesus”.

Os desafios de Ratzinger são imensos. Logo após a sua eleição, a Espanha, um dos países mais católicos da Europa, onde na
Idade Média a inquisição foi mais forte, anunciou o reconhecimento da união civil entre gays e lésbicas, ignorando as posições
conservadoras da Igreja.

A administração de Ratzinger será menos dinâmica do que a de João Paulo II, dado que ele não tem o carisma do papa
anterior para mobilizar as grandes massas e nem realizar tantas viagens como o papa anterior realizou.

Alguns analistas o situam apenas como um “burocrata da cúria romana”, e não um Pastor. Este aspecto deverá caracterizar o
desenrolar da sua administração. Mas ao mesmo tempo, Ratzinger está numa encruzilhada; a menos que fique no início do
caminho, terá que optar por seguir um dos dois caminhos disponíveis:

retomar o programa de reformas do Concílio Vaticano II, convocando um novo Concílio Ecumênico– ou então – atuar
mantendo a Igreja estacionada, nos moldes da Cúria Romana, que é tradicionalista – isto é, de forma mais centralizada,
voltada apenas para aspectos administrativos e não pastorais. Ele está com 78 anos, sendo um dos papas mais idosos já
eleitos; ao que tudo indica será um curto período de governo – uma etapa de transição – que ainda não se sabe para onde –
deixando para o seu sucessor, a concretização de metas que o conservadorismo retarda.

De certa forma, a sua eleição é apontada apenas como um meio de diminuir a velocidade de inserção da Igreja no mundo
atual. Se ele vier a optar por este rumo, estará apenas adiando e acumulando problemas para o seu sucessor resolver, que,
quando for eleito encontrará um mundo mais transformado do que o atual, perante o qual o conservadorismo da Igreja não
poderá resistir, caso ela queira continuar existindo como instituição e Igreja.

Cabe uma indagação: qual será o tipo de transição que Ratzinger vai colocar em prática? Para onde ele quer levar a Igreja? O
mundo aguarda com expectativa. Vamos esperar e acompanhar os fatos.

A eleição de Ratzinger contrariou a velha lógica do Vaticano, que diz que “quem entra papa, sai cardeal”. Desta vez deu zebra,
que poderá ter mais ou menos listas, de acordo com o desempenho de Ratzinger.

IX. CONCLUSÕES:

O Vaticano mantém hoje relações diplomáticas com 175 países. A última a ser estabelecida foi com o Qatar. Os batizados na
Igreja Católica de 757 milhões em 1978 foram, em 2001, 1 bilhão e 61 milhões.

Especificando por continente: na África registrou-se um aumento de 148% neste período. Na Europa o número permanece
estável. As pessoas que se dedicam às tarefas pastorais na Igreja são 4.270.069, assim distribuídas: 4.649 bispos, 405.067
sacerdotes, dos quais 266.448 diocesanos, 29.204 diáconos permanentes, 54.970 religiosos professos não sacerdotes,
139.078 missionários leigos, 2.813.252 catequistas. Além das religiosas de vida ativa, há 51.973 monges de opção
contemplativa.

Os candidatos ao sacerdócio aumentaram entre 2000 e o ano 2001, passando de 110.583 a 112.244. O aumento significativo
se registra na Ásia, na África e na América, enquanto que na Europa e na Oceania tem havido uma ligeira regressão.

Em outubro de 2004, o Papa João Paulo II celebrou o seu 26º aniversário de pontificado.

Sem dúvida alguma, a Igreja Católica vive em nossos dias, uma Igreja florescente, conseqüência da atuação de João Paulo II
ao longo de 26 anos de papado, embora não faltem sombras decorrentes das limitações humanas de seus integrantes.

Caberá a Ratzinger ampliar essas limitações, inserindo a Igreja no século XXI, buscando tira-la do período medieval. É um
grande desafio, que se não for enfrentado por ele, será dado como herança ao seu sucessor.

APÊNDICE – CONCÍLIO VATICANO II – DOCUMENTOS PROMULGADOS: (16)


Nº: D O C U M E N T O:
1 CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA SOBRE A IGREJA (LUMEN GENTIUM)
2 CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA SOBRE A REVELAÇÃO DIVINA (DEI VERBUM)
3 CONSTITUIÇÃO PASTORAL SOBRE A IGREJA E O MUNDO DE HOJE (GAUDIUM ET SPES)
4 CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA SOBRE A SAGRADA LITURGIA (SACROSANCTUM CONCILIUM)
5 DECRETO SOBRE O ECUMENISMO (UNITATIS REDINTEGRATIO)
6 DECRETO SOBRE AS IGREJAS ORIENTAIS CATÓLICAS (ORIENTALIUM ECCESIARUM)
7 DECRETO SOBRE A ATIVIDADE MISSIONÁRIA DA IGREJA (AD GENTES)
8 DECRETO SOBRE O MUNUS PASTORAL DOS BISPOS DA IGREJA (CHRISTUS DOMINUS)
9 DECRETO SOBRE O MINISTÉRIO E A VIDA DOS PRESBÍTEROS (PRESBYTERORUM ORDINIS)
11 DECRETO SOBRE A ATUALIZAÇÃO DOS RELIGIOSOS (PERFECTAE CARITATIS)
12 DECRETO SOBRE A FORMAÇÃO SACERDOTAL (OPTATAM TOTIUS)
13 DECRETO SOBRE O APOSTOLADO DOS LEIGOS (APOSTOLICAM ACTUOSITATEM)
14 DECLARAÇÃO SOBRE A EDUCAÇÃO CRISTÃ (GRAVISSIMUM EDUCATIONIS)
15 DECLARAÇÃO SOBRE A LIBERDADE RELIGIOSA (DIGNITATES HUMANAE)
16 DECLARAÇÃO SOBRE AS RELAÇÕES DA IGREJA COM AS RELIGIÕES NÃO CRISTÃS (NOSTRA AETATE)
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X. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Revista Brasileira de Teologia – número 1 – 2000:

Artigo: O fracasso e o triunfo do Cristianismo – páginas: 7 até 10;

Jornais: “O Globo” e “Folha de São Paulo” – edições diversas;

A Bíblia Apologética – ICP Editora;

A Biblia de Jerusalém;

Site: www.cancaonova.com.br

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