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O documento discute como a televisão e a indústria cultural constroem sistemas de significados (videologias e mitologias) que mascaram as condições históricas reais e impõem modelos de subjetividade. A sociedade do espetáculo, descrita por Debord, expandiu esse processo para dominar toda a vida social através da mercadoria e das imagens. O indivíduo é alienado em consumidor passivo de uma subjetividade reificada e padronizada.
Deskripsi Asli:
Seminário sobre livro VIDEOLOGIAS, de Maria Rita Kehl e Eugênio Bucci
O documento discute como a televisão e a indústria cultural constroem sistemas de significados (videologias e mitologias) que mascaram as condições históricas reais e impõem modelos de subjetividade. A sociedade do espetáculo, descrita por Debord, expandiu esse processo para dominar toda a vida social através da mercadoria e das imagens. O indivíduo é alienado em consumidor passivo de uma subjetividade reificada e padronizada.
O documento discute como a televisão e a indústria cultural constroem sistemas de significados (videologias e mitologias) que mascaram as condições históricas reais e impõem modelos de subjetividade. A sociedade do espetáculo, descrita por Debord, expandiu esse processo para dominar toda a vida social através da mercadoria e das imagens. O indivíduo é alienado em consumidor passivo de uma subjetividade reificada e padronizada.
Neologismo inspirado no termo Mitologias, conforme usado por Roland
Barthes, referente ao sistema de significaes construdo pela televiso. O mito cristaliza determinados significados sob os significantes, mascarando as condies histricas e contingentes. Essa operao no aleatria, mas remete a conceitos que j existiam, e que foram capturados e paralisados, investindo para a manuteno do lao social. O mito uma fala roubada e restituda. Simplesmente, a fala que se restitui no a mesma que foi roubada: trazida de volta, no foi colocada no lugar exato. esse breve roubo, esse momento furtivo de falsificao, que constitui o aspecto transpassado da fala mtica. (BARTHES).
O espetculo como meio de subjetivao
Maria Rita Kehl
O espetculo como meio de subjetivao
Reviso da atualidade do texto A indstria cultural: o esclarecimento como mistificao das massas, de Theodor Adorno e Max Horkheimer, em dilogo com A sociedade do espetculo, de Guy Debord, escrito vinte anos mais tarde.
Da indstria cultural sociedade do espetculo, o que houve foi
um extraordinrio aperfeioamento tcnico dos meios de se traduzir a vida em imagem, at que fosse possvel abarcar toda a extenso da vida social. (p.44)
A televiso a mais espetacular traduo da indstria cultural.
O espetculo o momento em que a mercadoria ocupou toda a vida
social. No se consegue ver nada alm da mercadoria- o mundo que se v o seu mundo. (p.44)
O trabalhador alienado promovido a consumidor, e no apenas das
mercadorias divulgadas nos meios de comunicao, mas de imagens produzidas pela indstria para preencher seu horrio de lazer, continuao da sua vida de trabalho mecanizado.
A realidade das imagens produzidas pela indstria cultural alcanaram o
status de se confundir com a realidade social.
Na indstria, o indivduo ilusrio no apenas por causa da
padronizao do modo de produo. Ele s tolerado na medida em que sua identidade incondicional com o universal est fora de questo. (ADORNO) A indstria cultural visa desacostumar o individuo da prpria subjetividade, a qual dever ser substituda pelos modelos oferecidos. Sua segurana vem da experincia mediada pelo espetculo. A subjetividade reificada. A televiso tornou-se to onipresente e uniforme que suas mensagens, suas imagens e enunciados, terminaram por ser identificados com o desejo do Outro. A visibilidade espetacular prolonga a certeza do olhar do outro, funcionando para reafirmar nossa prpria existncia.
E quanto mais o indivduo convocado a responder como consumidor e
espectador, perde o norte de suas produes subjetivas singulares, mais a indstria lhe devolve uma subjetividade reificada, produzida em srie, espetacularizada.(p.53)
A imagem industrial como fetiche: oferece satisfao aos impulsos
reprimidos. Para Adorno, a indstria cultural trabalhava pela superexposio sexual com objetivo de recalcar a prpria sexualidade. A sociedade do espetculo no vive do recalque, mas do condicionamento da satisfao ao que a indstria cultural oferece.
O desejo social. Desejamos o que os outros desejam ou o que nos
convidam a desejar.(p.61)
A publicidade o aspecto central do espetculo pois se relaciona com a
circulao de mercadorias e com os produtos culturais. Os publicitrios trabalham com o inconsciente do consumidor, indicando quais sero os objetos imaginrios de satisfao dos desejos. O libi de toda a lgica da sociedade do espetculo, como j era nos termos da indstria cultural, a suposta vontade das pessoas, sempre remetidas de volta a si mesmas.