seja, o prprio escritor est "dialogando" com o leitor. Isso faz com que a crnica
apresente uma viso totalmente pessoal de um determinado assunto: a viso do cronista.
O carter episdico
O lirismo
(trecho da crnica O amor acaba. Paulo Mendes Campos. In: O amor acaba. Editora
Civilizao Brasileira Rio de Janeiro, 1999, pg. 21)
O dilogo
O texto vira uma prosa toa, uma conversa fiada. H crnicas totalmente escritas em
forma de dilogo. Na verdade, a reproduo do dilogo a forma mais fiel de representao de
uma situao presente. O dilogo faz a cena acontecer em nossa frente.
O cronista pode at construir suas frases como se fossem versos, sugerindo nele um flash da
situao. Lidos como poema, os versos descaracterizam o tom da poesia, que sempre foi
dominada pelo tom srio.
(...)
E essa vem direto de Minas: "Justia manda vigilante dividir o prmio da Mega Sena com a
ex-mulher". Azar na sorte. Isso o que eu chamo de ter azar na sorte! Diretas J! Eu quero
votar pra papa. Se der um papa argentino, o Corinthians j tem estdio: o Vaticano! E, se der o
d. Claudio, ele gacho! Papa gacho! Vai liberar o churrasco na Semana Santa! E, se der o
papa alemo, o Rubinho vai chegar em segundo. E eu j disse que papa argentino no d certo
porque o cara j pensa que Deus! E por que no o padre Marcelo pra papa? AGITA ROMA!
Missa com trio eltrico e aquele monte de cardeal velhinho danando a "Aerbica de Jesus".
mole? mole, mas sobe!
(...)
( trecho retirado do Caderno Ilustrada da Folha de S. Paulo, de 15/04/2005. caputrado
do site: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1504200503.htm)
"Ovo"