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Prova Material, Real ou Objectiva

Mestrado Ciências Forenses 2009/2010


ISCS-N

Paula Cristina Cabral


Introdução. Considerações Gerais

 Prova material

 A demonstração da realidade de um facto ou da existência de um acto jurídico, se


processa através da análise e da interpretação de acções ou omissões, lugares,
coisas ou pessoas.

 O rápido desenvolvimento das áreas do saber aplicado, como a Criminalística, a


Polícia Científica e a Polícia Técnica, actuando com distintos níveis de complexidade
analítica, todas elas concorrem, num incessante recurso a metodologias e conteúdos
multidisciplinares próprios, para a demonstração lógica dos factos probandos, i.e.,
para uma abordagem científica da prova.

 A prova material resulta de um processo de análise e interpretações científicas, em


que o raciocínio, nas suas várias formas, intervém para ligar entre si:
Introdução. Considerações Gerais

 Prova material

 A) Elementos identificados (p.ex. vestígios lofóscopicos identificados na porta do


automóvel com o vestígio lofóscopico identificado no revólver abandonado no local
do crime,…)
 B) Elementos identificados com hipóteses de trabalho deduzidas pela investigação
(i.e. : o DNA do cabelo encontrado nas mãos da vítima com o DNA de um universo
de indivíduos com determinado perfil, ou simplesmente com determinados
antecedentes; as impressões moldadas pelo rasto de um pneu com as impressões
de pneus de determinado conjunto de viaturas,…

 Estas operações são geradoras de elevados padrões de segurança probatória que


resultam, no caso de prova documental, da directa aplicabilidade de presunções não
ilidíveis e no caso de prova pericial, do saber da experiência de especialistas e ou
peritos que recorrem de forma sistemática ao método e à instrumentação próprias
das várias ciências ou áreas do saber científico.
Introdução. Considerações Gerais

 Prova Pericial

 Objecto e Fim

 ARTº 151º a ARTº 163º do Código Processo Penal

No artº 151 CPP, enuncia desde logo o objecto e o fim da prova pericial:

“…tem lugar quando a percepção ou a apreciação dos factos exigirem especiais


conhecimentos técnicos, científicos e artísticos.”

 Principal elemento caracterizador da perícia : recurso ao juízo técnico, científico ou


artístico i.e., ao conhecimento e ao método de um vasto e diversificado conjunto de
ciências, saberes e técnicas, no sentido de identificar caracterizar e demonstrar
determinados factos penalmente relevantes.
Introdução. Considerações Gerais

 Prova Pericial

 Objecto e Fim

 Objectivo:

 Determinar a ilicitude e/ou punibilidade de uma conduta e/ou resultado;


 Identificar a autoria dessa conduta ou resultado;
 Fixar o tipo de crime, qualificando-o, privilegiando-o, ou ainda, determinar
circunstancias atenuantes ou agravantes.

Suscita a questão, SABER SE O PERITO NÂO È MAIS DO QUE UMA


TESTEMUNHA QUALIFICADA
Introdução. Considerações Gerais

 Prova Pericial

 Objecto e Fim
 Objectivo:
 Perito TESTEMUNHA QUALIFICADA , i.e. alguém que munido de
comnecimentos especiais e meios técnicos, se limita a interpretar uma
realidade que os seus sentidos apreendem.

 Quanto à natureza jurídico e material da figura do perito, saber também, se no


limite, quais os critérios que permitem distinguir a prova pessoal da prova
material.

 Maioria dos casos, as variáveis interpretativas de que o perito dispõe serem


nulas ou muito escassas, limitando a analisar e não interpretar de acordo com
uma metodologia e um conjunto de procedimentos pré-definidos e uniformes,
que o conduzem a uma conclusão científica. (juízo de probabilidade) (exes:
determinação grupo sanguíneo, perfil DNA, domínio da balística,…)
Introdução. Considerações Gerais

 Prova Pericial

 Objecto e Fim
 Objectivo:

 Ainda que, nalguns casos, se possa configurar a obtenção de conclusões distintas


entre si, no plano objectivo, discutir-se-á sempre
 a correcção e a adequação do método e dos meios utilizados,
 A competência e actuação técnica do perito e nunca num plano
subjectivo
 As diferentes formas através das quais, apreendeu, representou e
interpretou a realidade, pois que esta apresenta uma dimensão unívoca
que não admite diferentes representações.
 Por tal,
Em sede de valor probatório – Artº 163 CPP, presume subtraído à livre
convicção do magistrado o juízo técnico, científico e artístico em que se
fundamenta a prova pericial.
Introdução. Considerações Gerais

 Prova Pericial

 Objecto e Fim
 Objectivo:

 Quer o legislador, garantir que toda e qualquer diligência relativamente a um juízo


científico, só releva, se for devidamente fundamentada num plano igualmente
científico.

 Tais considerações, não impedem que o perito, enquanto especialista e conhecedor


de determinada matéria, não possa ou deva ser chamado a interpretar factos, a
tecer juízos de probabilidade ou a produzir conclusões, num plano
predominantemente subjectivo e pessoal.

 Só que, neste caso, entramos no domínio da prova pessoal, agindo o perito com
testemunha qualificada, designadamente nos termos previstos do ARTº 130º nº 2
al) b do CPP, =» Depoimento totalmente subsumível ao poder de livre apreciação e
avaliação de prova do julgador, não se aplicando a presunção do ARTº 163 CPP.
Prova Pericial

Art. 163º
Valor da Prova Pericial
1 – O juízo técnico, científico ou artístico inerente à prova pericial presume-se subtraído à livre
apreciação do julgador.
2 – Sempre que a convicção do julgador divergir do juízo contido no parecer dos peritos, deve
aquele fundamentar a divergência.

Deste modo,
o legislador quer garantir que toda e qualquer divergência relativamente a um juízo de valor
científico, só releva, se for devidamente fundamentada num plano igualmente científico.

não impedem que o perito , enquanto especialista, não possa ou deva ser chamado a
interpretar factos, a tecer juízos de probabilidade ou a produzir conclusões, num plano
predominantemente subjectivo e pessoal.
Prova Pericial

 Admissibilidade e Regime Geral


Artº 154 CPP – REALIZAÇÃO DA PERÍCIA

 É ordenada, oficiosamente ou a requerimento, pela autoridade judiciária competente,


.contendo o nome dos peritos e a indicação sumária do objecto da perícia, bem como,
precedendo audição dos peritos, se possível, a indicação do dia, hora, e local em que se
efectuará (nº1)

 É competente para ordenar a perícia, no âmbito do inquérito, o Ministério Píblico – Artº.


270º nº 1 al. b) do CPP.

 É competente para ordenar a perícia, no âmbito da instrução, o Juíz – Artº. 290º nº 1 e 2


do CPP.

A autorização para a realização das perícias relativas a características físicas ou psíquicas


das pessoas (sempre que não haja consentimento destas na sua realização) passou a
ser nos termos do Artº 154 CPP da competência exclusiva do juiz, já não só na
instrução como também na fase do inquérito.
Prova Pericial

 Admissibilidade e Regime Geral


Artº 154 CPP – REALIZAÇÃO DA PERÍCIA

Os nºs 3 e 4 do Artº 270 CPP, reconhecem a possibilidade do Ministério Público, no âmbito


do inquérito, delegar nas autoridades de polícia criminal a faculdade de ordenar a efectivação
de perícia relativamente a determinados tipos de crime, em caso de urgência ou de perigo na
demora, nomeadamente quando a perícia deva ser realizada conjuntamente com exame de
vestígios.

 Exceptuam-se, desta possibilidade, as perícias que envolvam a


 realização de autópsia médico-legal,
 a prestação de esclarecimentos e
 a realização de nova perícia nos termos do Artº 158,CPP, bem como, as perícias relativas a
características físicas ou psíquicas das pessoas, ex vi Artº 154 nº 2 CPP.

Delegação que pode ser feita por despacho de natureza genérica que indique os tipos de
crime ou os limites das penas aplicáveis aos crimes de investigação, e em termos práticos, é
sujeita a nova validação por parte do Ministério Público num período temporal de 10 dias em
conformidade com os Artºs 58º nºs 2 e 3; 243º nº 3 e 248º nº 1 CPP
Prova Pericial

 Admissibilidade e Regime Geral


Artº 152 CPP – QUEM REALIZA A PERÍCIA

Nº 1 – realizada em estabelecimento, laboratório ou serviço oficial apropriado ou… por perito


nomeado de entre pessoas constantes de listas de peritos existentes em cada comarca ou,
na sua falta ou impossibilidade de resposta em tempo útil, por pessoa de honorabilidade e de
reconhecida competência na matéria em causa.
Nº 2 - Quando a perícia se revelar de especial complexidade ou exigir conhecimentos de
matérias distintas, pode … ser deferida a vários peritos funcionando em moldes colegiais ou
interdisciplinares.

Para além de,


ser realizada oficiosamente, a perícia pode ser ordenada a requerimento de qualquer
sujeito processual e ainda, no caso da perícia psiquiátrica, pelo representante legal do
arguido, do cônjuge não separado judicialmente de pessoas e bens, dos descendentes e
adoptados, dos ascendentes e adoptantes ou na sua falta dos irmãos e seus descendentes e,
ainda da pessoa, análoga às dos cônjuges, conforme o ARTº 159 nº 3 CPP.
Prova Pericial
 Admissibilidade e Regime Geral
Artº 159 CPP – PERÍCIAS MÉDICCO-LEGIAS E FORENSES

Nº 1 – As que se insiram nas atribuições do Instituto Nacional de Medicina Legal realizadas


pelas delegações deste e elos gabinetes médico-legais..
Nº 2 – Exxcepcionalmente, …. Podem ser realizadas por entidades terceiras, públicas ou
privadas, contratadas ou indicadas pelo instituto.
…..

Nos termos deste mesmo artigo,

As perícias que temnham natureza médico-legal e forense são realizadas pelo INML, ou
pelas suas delegações,….
O Art. 160º CPP, estabelece que as perícias realizadas nos termos do Artº 152º CPP e 160º
só podem ser realizadas por entidades terceiras, contratadas pelas entidade que as tivessem
que realizar, se não poderem ter qualquer interesse na decisão a proferir ou ligação com o
assistente ou com o arguido. O nº 2 do referido artigo obriga a entidade que realiza a perícia
a comuinicar à autoridade judiciária competente a não observância do prazo estipulado para
a perícia..
Prova Pericial
 Admissibilidade e Regime Geral

Artº 160-A CPP – REALIZAÇÃO DE PERÍCIAS

Nº 1 – As perícias referidas nos Artºs 152 e 160 podem ser realizadas….desde que aquelas não
tenham qualquer interesse na decisão a proferir ou ligação com o assistente ou com o
arguido.
Nº 2 - ….designação de novo perito
Prova Pericial
 Tipos de Perícias

Responder a cada um dos distintos e irrepetíveis circunstancialismos que caracterizam a


prática criminal, dir-se-á que todas as perícias são admissíveis, desde que

 respeitem o principio da legalidade e


 legitimidade da prova, i.e.

Que o seu objecto, a sua natureza, e os processos que utiliza, não sejam proibidos
por lei nos termos doas artºs 125 e 126º CPP.,

Para além do regime geral, a lei processual penal, por razões que se prendem com
o respeito pela dignidade da pessoa humana tipifica e estabelece um regime de
admissibilidade rigoroso, relativamente a perícias que têm por objecto a própria
pessoa humana, a saber: as médico-legais, e, muito particularmente as perícias
psiquiátricas, assim como as perícias sobre a personalidade (artºs 159 e 160 CPP)

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