crime de estupro de vulnerável sob à ótica da Súmula 593 do Supremo Tribunal de Justiça? Objetivo Geral
Analisar qual o tratamento dado na
configuração do crime de estupro de vulnerável sob à ótica da Súmula 593 do Supremo Tribunal de Justiça. Objetivos Específicos
Traçar historicamente o tratamento dado ao
crime de estrupo na legislação do Brasil;
Detalhar os pontos positivos e negativos da
Lei nº 12.015/2009 no sistema penal brasileiro no que diz respeito ao crime de estrupo;
Analisar de forma comparativa as alterações
do da Lei nº 12.015/2009 em relação a Súmula 593 do Supremo Tribunal de Justiça. Hipótese
Após o advento da Súmula 593 do Supremo
Tribunal de Justiça o “estupro de vulnerável” ficou estabelecido expressamente que não só o consentimento é irrelevante, mas também que hão de ser desconsiderados a experiência sexual anterior e a existência de relacionamento amoroso com o autor do crime. METODOLOGIA
A metodologia foi orientada por uma pesquisa
qualitativa, bibliográfica, documental e jurisprudencial, utilizando como fontes, a doutrina nacional. EVOLUÇÃO DO TRATAMENTO DADO AOS CRIMES DE ESTUPRO ASPECTOS HISTÓRICOS DO ESTUPRO O Código de 1830 O Código de 1890 Código Penal de 1940 LEI DOS CRIMES HEDIONDOS (Lei 8.072/1990) CONCEITO DE ESTUPRO SEGUNDO A LEI Nº 8.069/90 Sujeito Ativo Sujeito Passivo ESTRUPO DE VULNERÁVEL E SUAS IMPLICAÇÕES
Nesse patamar, Martinelli (2014, p. 15),
sintetiza que, de acordo com o artigo 217- A do Código Penal, são vulneráveis para a prática de atividade sexual: “(a) o menor de 14 anos; (b) quem, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato; (c) ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência”. A CONFIGURAÇÃO DO CRIME DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL SOB À ÓTICA DA SÚMULA 593 DO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
AGRAVO REGIMENTAL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. ESTUPRO.
VÍTIMA MENOR DE 14 ANOS. FATO ANTERIOR À VIGÊNCIA DA LEI N. 12.015/2009. CONSENTIMENTO DA VÍTIMA. IRRELEVÂNCIA. PEDIDO NÃO PROCEDENTE. 1. Sob a normativa anterior à Lei n. 12.015/2009, que introduziu o art. 217-A no CPB, era absoluta a presunção de violência no estupro e no atentado violento ao pudor (referida na antiga redação do art. 224, "a", do CPB) quando a vítima não fosse maior de 14 anos de idade, ainda que esta anuísse voluntariamente ao ato sexual. 2. Em qualquer hipótese (anterior ou posterior à Lei n. 12.015/2009), o consentimento da vítima menor impúbere não tem relevância para infirmar a prática do crime de estupro. A questão, antes tratada como presunção legal, passou a integrar o próprio tipo penal (estupro contra vulnerável). 3. Agravo regimental não provido. A CONFIGURAÇÃO DO CRIME DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL SOB À ÓTICA DA SÚMULA 593 DO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
SÚMULA 593 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
"O crime de estupro de vulnerável configura com a
conjunção carnal ou prática de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante o eventual consentimento da vítima para a prática do ato, experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente." CONCLUSÃO
Foi possível concluir que a Súmula 593 do STJ tratou do
estupro de vulnerável, consentimento, experiência sexual e relacionamento amoroso.
Portanto, concluí-se que a Súmula 593 do STJ foi um avanço
em termos de proteção à criança e ao adolescente, permitindo que diversas formas de abuso sejam punidas, vem gerando controvérsia a respeito da relativização no crime de estupro de vulnerável e ainda não chegou ao Supremo Tribunal Federal.
Conclui-se também que para aqueles que queiram namorar
menores de 14 anos, fica o alerta: qualquer ato sexual ou libidinoso, mesmo que consentido ou com menor que já pratica sexo, ou ainda em relacionamento amoroso é crime de estupro de vulnerável. Agora não tem mais explicação. Referências
ABRAMOVAY, Miriam et al. Juventude, violência e vulnerabilidade social
na América Latina: desafios para as políticas públicas. Brasília, UNESCO, BID, 2002
AMÊNDOLA NETO, Vicente. História e evolução do direito penal no
Brasil. Campinas: Julex, 1997
AYRES, José Ricardo de Carvalho Mesquita. José Ricardo de Carvalho
Mesquita; MELLO, Débora Falleiros de; MEYER, Dagmar E. Estermann; VALADÃO, Marina Marcos. “Você aprende. A gente ensina?” Interrogando relações entre educação e saúde desde a perspectiva da vulnerabilidade. In: Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 22(6):1335-1342, jun, 2006.
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte geral. 16.
ed. São Paulo: Saraiva, 2014 “O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário." Albert Einstein