INTRODUÇÃ0
Projetar é fácil quando se sabe o que fazer. O método
projetual não é mais do que uma série de operações
necessárias, dispostas por ordem lógica, ditada pela
experiência. O seu objetivo é o de se atingir o melhor
resultado com o menor esforço.No campo do design não
se deve projetar sem um método, pensar de forma
artística procurando logo a solução, sem se ter feito uma
pesquisa para se documentar acerca do que já foi feito de
semelhante ao que se quer projetar; sem saber que
materiais utilizar para a construção, sem ter precisado
bem a sua exata função.
A criatividade não significa improvisação sem método
.O método projetual para o designer não é nada de
absoluto nem definitivo; é algo que se pode modificar- se.
E isso liga-se à criatividade do projetista que, ao aplicar o
método, pode descobrir algo para melhorá-lo. Portanto,
as regras do método não bloqueiam a personalidade do
projetista mas, pelo contrário, estimulam-no a descobrir
coisas que, eventualmente, poderão ser úteis aos
outros.É preciso saber se um problema tem solução ou
não. O problema não se resolve por si só. Entretanto, ele
já contém a maior parte dos elementos para a sua
solução. É necessário, portanto, conhecê-los e utilizá-los
no projeto de solução.
Para o desenvolvimento de produtos, há uma vasta
quantidade de métodos e técnicas que visam resolver os
problemas e questões que envolvem o entorno material
dos produtos existentes e em desenvolvimento, mas não
se pode dizer que há um método ou técnica únicos que
atendam a todas as situações possíveis. Cada designer se
identifica com um método e/ou técnica específica e cada
desenvolvimento projetual requer uma situação
diferente.Cada produto de design é resultado de um
processo de desenvolvimento determinado por condições
e decisões. Desse modo, a metodologia projetual não tem
o objetivo de estabelecer um único método de design e
nem tão pouco deve ser confundida com receita de bolo,
que quando seguida, proporciona um resultado
previamente estabelecido.
Antes de mais nada é importante fixar na memória a
diferença entre metodologia, método de
desenvolvimento de projeto e técnica de
desenvolvimento de projeto.
Separar em "áreas" específicas cada um dos itens pode ser uma boa forma de
agir. Conteúdo, público alvo, objetivo, metodologia, atividades, avaliação, aspectos
ergonômicos de utilização como adequação de linguagem, repertório
interpretativo e comunicação visual - adequação de cores, tipologia, etc., são
alguns dos aspectos que devem ser levados em consideração nessa etapa do
desenvolvimento do projeto.
Método de Bruno Munari
Dividir em categorias específicas ajuda a orientar uma ação mais efetiva a cada
ponto, no cumprimento dos objetivo.
CD - COLETA DE DADOS: Depois de identificarmos os componentes do nosso
problema e os subdividirmos em sub problemas, iniciamos a fase de coleta de
dados.Colher dados significa procurar conhecer cada parte do todo de um
projeto, separadamente.
Por exemplo, pode-se fazer uma pesquisa de materiais já desenvolvidos para
em outros suportes, quais as características deles. Conhecer os materiais não
significa tomar como exemplos, mas sim, saber o que já foi feito e daí, procurar
conhecer o que efetivamente dá ou não resultados. Com isso, corre-se menos
risco de errar. Pode-se procurar conhecer a maioria dos recursos do suporte que
estamos trabalhando, como linguagens, tecnologias, etc.
AD - ANÁLISE DE DADOS: Depois de se colherem os dados devem-se analisá-los.
Então, a análise mostra o que se deve ou não fazer, usar, aproveitar, enfim, é a
análise dos dados que permite estabelecer o passo seguinte: Criatividade.
Método de Bruno Munari
C – CRIATIVIDADE: Como se pode observar no diagrama, a IDEIA dá agora lugar
a um novo conceito: a criatividade.É o conceito de criatividade, ao contrário do
de idéia que ocupa, assim, a seqüência de passos no desenvolvimento de
materiais para .Enquanto IDEIA somente está relacionada ao "fantástico" a
fantasia, o sonho, a criatividade processa-se de acordo com um método definido
e mantém-se nos limites impostos pela análise dos dados colhidos.
Criatividade, bem aplicada, e dentro do programa de objetivos traçados e
definidos pelos passos anteriores do processo de desenvolvimento pode agregar
valores diferenciais a um projeto.
MT - MATERIAIS E TECNOLOGIAS: A fase chamada de Materiais e Tecnologias
pode, a princípio, parecer uma repetição da fase de coleta de dados, o que não é
verdade. A coleta de dados pode até mostrar possibilidades, é uma fase de
conhecimento das opções inclusive de materiais e tecnologias, mas é somente
depois da aplicação da criatividade que se efetivam escolhas definitivas tanto
em materiais como em relação as tecnologias mais adequadas aos objetivos
projetos.
Escolher tecnologias e recursos só porque "estão na moda", pode ser um erro
grave.
Método de Bruno Munari
E – EXPERIMENTAÇÃO: É nesta fase que começamos a "testar" o material.
É na experimentação que se conseguem solucionar problemas que antes pareciam
insolúveis.Na experimentação pode-se aplicar um conceito de uma área pouco
explorada, como forma de otimizar resultados. A área artística se utiliza mais de
experimentações que a maioria das outras áreas, porém, se respeitados limites de
"bom senso", a experimentação pode trazer grandes progressos. A fase de
experimentação vem, claramente, antes do modelo final de projeto, no sentido de
permitir testagem de materiais, tecnologias e métodos para melhor atingir
objetivos.Não visa substituir o que já foi feito, nem tem a pretensão de inovar
sempre, mas sim de certificar que as escolhas tenham sido feitas levando-se em
conta todas as possibilidades e tenha-se optado pelos mais adequados.
Não é uma fase imprescindível ao projeto, mas é bastante interessante se fazer
experimentações criativas. Pode-se obter resultados além dos esperados com a
utilização dita "normal" dos meios e ferramentas.
M – MODELO: Chega-se, enfim, ao modelo.Depois de todas as fases anteriores
tem-se agora, um modelo pronto.Um modelo é algo que sintetiza as idéias em
relação a um objetivo.
Método de Bruno Munari
Até esta fase, não fez nada que se assemelhe a uma "solução" efetiva, mas
temos dados suficientes para afirmar que as hipóteses de erros estão bem mais
reduzidas.Podemos, agora, estabelecer as relações entre os dados recolhidos,
agrupar os subproblemas e efetivar a construção dos esboços para a elaboração
do modelo que pretendemos aplicar como solução efetiva ao nosso problema
inicial.
Ao procedermos a redação, montagem do modelo, temos a segurança de
estarmos trabalhando com dados testados, de resultados comprovados ou, no
mínimo, objetivos efetivamente atingidos.
Os modelos demonstram as possibilidades reais de uso de materiais,
técnicas e metodologias. São, portanto, o resultado de um trabalho consistente
de elaboração.
Passaremos a seguir, para as fases finais: verificação, retificação, correções e,
por fim, a SOLUÇÃO, que é a elaboração adequada do material para os objetivos
esperados.
Método de Bruno Munari
V – VERIFICAÇÃO:
A fase de verificação de um projeto se torna necessária pela a necessidade
de comprovação de eficiência de um material desenvolvido antes da efetiva
aplicação.
É na verificação que se observam as falhas, caso existam, e se corrigem as
mesmas. Pode também, haver possibilidade de existência de dois ou mais
modelos e é na verificação que se decide por este ou aquele, depois de
testados os funcionamentos. Apresenta-se o modelo a certo número de
possíveis usuários, e pede-se que dêem seu parecer sobre o ou os modelos
apresentados. É neste momento também que se "fecham" questões quanto a
conteúdos controversos ou a permanência ou não de determinada
tecnologia.
Desenho Final
O desenho final é, então, uma síntese de dados levantados ao longo de
todo um processo que envolve fases distintas.Portanto é a obra resultante de
diversas áreas agregadas em torno do objetivo principal.
Método de Baxter
Planejamento do produto
Nas empresas, deve-se considerar o momento da empresa e definir qual
produto será desenvolvido para atingir a meta da empresa. É importante
descrever a especificação da oportunidade, com questionamentos básicos
sobre o projeto, como por exemplo como o mesmo se destacará no mercado,
ou o que fará com que as pessoas comprem o produto e assim por diante.
Define-se ainda as restrições do projeto e do processo produtivo. Ainda nesta
etapa, são realizados a coleta de dados teóricos e de mercado, incluindo
abordagem com potenciais usuários/consumidores, e planejamento criterioso
do estilo.
Projeto conceitual
Após um criterioso e bem elaborado planejamento e a especificação da
oportunidade, inicia-se o projeto conceitual para geração de muitos
conceitos. Alguns conceitos são pré-selecionados e analisados segundo
alguns critérios, mas não são verificados aqui restrições práticas. Feito isso,
faz-se um novo planejamento para próximas etapas, atribuindo tarefas a cada
membro da equipe de desenvolvimento e cronograma.
Método de Baxter
Projeto de configuração
Vemos uma mesa como um objeto diferente do que apenas a soma de suas partes
SETE FUNDAMENTOS BÁSICOS
Você já notou como uma série de luzes piscantes
parecem se mover de vez em quando, como sinais de neon
e luzes natalinas? De acordo com a Gestalt, esse
movimento aparente acontece por que nossas mentes
preenchem a informação que falta.
A crença é de que o inteiro é maior do que a soma de
suas partes individuais levou ao descobrimento de
diferentes fenômenos que ocorrem durante a percepção.
As leis básicas da Gestalt são usadas com uma
freqüência altíssima hoje em dia no design, assim como
em outras áreas do conhecimento humanos (como
arquitetura, artes, moda, etc.).
Os cinco fundamentos básicos da Gestalt - muito usado
hoje em dia em profissões como design,arquitetura, etc. –
são elas:
Continuidade
Semelhança
Proximidade
Pregnância
Fechamento
Unidade
segregação
Lei da Continuidade
Essa lei dita que pontos que estão conectados por
uma linha reta ou curva, são vistos de uma maneira a
seguirem um caminho mais suave. Em vez de ver linhas e
ângulos separados, linhas são vistas como uma só.
Lei da Semelhança
A lei da semelhança dita que eventos que são similares se
agruparão entre si.
Lei da Proximidade
Elementos são agrupados de acordo com a
distância a que se encontram uns dos outros.
Elementos que estão mais perto de outros numa
região tendem a ser percebidos como um grupo.
Lei da Pregnância
É chamado também de lei da simplicidade.
Ela dita que objetos em um ambiente são vistos da
forma mais simples possíveis. Quanto mais simples,
mais facilmente é assimilada
Lei do Fechamento
Elementos são agrupados se eles parecem se
completar. Ou seja, nossa mente ver um objeto completo
mesmo quando não há um.
Lei da Unidade
Uma unidade pode ser consubstanciada num único
elemento, que se encerra em si mesmo, ou como parte
de um todo. Ainda, numa conceituação mais ampla,
pode ser entendida como o conjunto de mais de um
elemento, configurando o "todo" propriamente dito, ou
seja, o próprio objeto. As unidades formais, que
configuram um todo, são percebidas, geralmente,
através de relações entre os elementos (ou sub-
unidades) que as constituem. Uma ou mais unidades
formais podem ser segregadas ou percebidas dentro de
um todo por meio de diversos elementos como: pontos,
linhas, planos, volumes, cores, sombras, brilhos, texturas
e outros, isolados ou combinados entre si.
Lei da Segregação
Segregação significa a capacidade perceptiva de separar,
identificar, evidenciar ou destacar unidades formais em um
todo compositivo ou em partes deste todo.Naturalmente,
pode-se segregar uma ou mais unidades, dependendo da
desigualdade dos estímulos produzidos pelo campo visual
(em função das forças de um ou mais tipos de contrastes). A
segregação pode se feita por diversos meios tais como: pelos
elementos de
pontos, linhas, planos, volumes, cores, sombras, brilhos,
texturas e outros.Para efeito de leitura visual pode-se,
também, estabelecer níveis de segregação. Por exemplo,
identificando-se apenas as unidades principais de um todo
mais complexo, desde que seja suficiente para o objetivo
desejado de análise e/ou interpretação da forma do objeto.
APLICAÇÕES NA ARTE
A tendência à estruturação por exemplo explica a
tendência dos diferentes povos a distinguir grupos de
estrelas e reconhecer constelações no céu; a boa forma ou
configuração ideal mais conhecida é a proporção
áurea dos arquitetos e geômetras gregos que explica
muitas das formas que são agradáveis aos olhos humanos.
As empresas de publicidade e criadores de signos visuais
(marcas) parece que são os maiores usuários da
descoberta dos símbolos que possuem alto poder de
atração (pregnância).
Vários artistas se utilizaram das ilusão de ótica muitas
delas explicadas pela lei da segregação da figura e fundo a
exemplo de Escher e Salvador Dalí ou os discos ópticos
de Marcel Duchamp. A ilusão de perspectiva e proposição
cubista de criação de uma cena com (sob) múltiplos pontos
de vista também são explicados pela teoria da Gestalt.
Através dos estudos realizados e das teorias elaboradas na
escola Gestalt, no início do século XX, referentes a teoria da
psicologia das imagens, foi possível criar condições favoráveis
para a racionalização na construção de projetos
gráficos.Reforça-se a idéia que o todo, é mais que a soma das
suas partes, existindo envolvimento
psicológico.Compreender a construção de imagens é
imprescindível para a elaboração e desenvolvimento de
mensagens visuais, viabilizando a ampliação do acervo de
soluções gráficas autoras de sentidos qualificados.
GESTALT TERAPIA
A partir da teoria da Gestalt e da psicanálise, o médico
alemão Fritz Perls (1893-1970) desenvolveu uma forma de
psicoterapia de orientação gestáltica. A gestaltoterapia
ou terapia Gestalt orienta-se segundo o conceito que o
desenvolvimento psicológico e biológico de um organismo se
processa de acordo com as tendências inatas desse
organismo, que tentam adaptá-lo harmoniosamente ao
ambiente. A prática psicoterapêutica é, normalmente,
realizada em grupo e ao longo das suas sessões destaca-se a
realização de um conjunto de exercício sensório-
motores (que trabalham as áreas sensoriais e motoras do
nosso corpo) e meditativos (de relaxamento).
Estes exercícios pretendem, principalmente, que
os indivíduos descubram novas forças existentes em si,
para poderem ultrapassar as suas dificuldades.