Prof. Roberto Ventura Definição Rocha ígnea potássica, ultrabásica, rica em voláteis, que ocorre em diatremas e diques. Apresenta textura inequigranular resultante de megacristais inseridas em uma matriz mais fina, formada predominantemente por olivina, flogopita, carbonato, serpentina, clinopiroxênio, monticelita, apatita, espinélio, perovskita e ilmenita (Clement et al., 1984) - Formam-se por meio de fusão parcial da astenosfera (profundidades > 150 km). Durante sua rápida ascensão o magma transporta fragmentos do manto e da crosta.
- Diamantes não se cristalizam no magma kimberlítico, são
derivados de peridotitos e eclogitos no manto sem convecção, onde a P, T e ƒO2 permitem a sua estabilidade.
- Magma kimberlítico apenas irá transportar os diamantes para
a superfície ao passar por porções do manto enriquecidas neste mineral.
preenchidos pelo material da fragmentação, ao invés de câmaras magmáticas. Mecanismo de ascensão A ascensão do magma kimberlítico tem uma sequência de processos, incluindo: 1) Fraturamento (aumento de um material saturado em fluidos); 2) Propagação e avanço; 3) Assimilação; 4) Ascensão e alargamento; 5) Recuperação e fechamento.
Processo repetido continuamente à
medida que o magma crescente e quimicamente evolutivo se move progressivamente através da isostasia do manto durante todo o tempo carregando carga do manto na forma de xenólitos e xenocristais (Fig. 5A). Fábrica Kimberlítica 1) Os xenocristais derivados do manto são continuamente fornecidos ao magma por desagregação rápida de xenolitos mantélicos devido à descompressão ao longo do caminho de 2-7 km (0,5 m/s)!!!!! 2) Os xenocristais ficam envolvidos no fluido turbulento; • A assimilação eficiente da Opx causa uma queda na solubilidade em CO2 e efervescência espontânea de um fluido rico em CO2 no fundo do manto que aumenta a flutuabilidade e faz com que o magma fique mais enriquecido em SiO2. 3) A ascensão rápida e acelerada promove um aumento nas taxas de descompressão e os grãos de olivina vão se fraturando, permitindo a infiltração de um fluido rico em carbonato que sela as essas fraturas. 4) Depois, os xenocristais de olivina passam da parte mais rica em gases para a parte mais rica em líquido, gerando mais fraturas por descompressão e infiltradas por um fluido rico em sílica e formando uma camada de sílica que sobrepõem as de carbonato; • A assimilação de Opx pelo fluido carbonatítico resulta em uma composição do magma kimberlítico que leva à saturação e cristalização de olivina em profundidades rasas (<25 km); • Na profundidade do manto superior, a subida do magma acelera devido a aumentando a produção e expansão de fluidos de CO2 para criar um magma completamente fluidizado e sólidos em suspensão. A alta energia de interações partícula-partícula promovem mecanismos mecânicos eficientes que causam o arredondamento de xenocristais. 5) Xenocristais e xenólitos vão se assentando continuamente através da coluna de magma para se acumular na base do pacote de kimberlito ascendente. A cauda de magma, rica em cristais, forma intrusões hipabissais e fluxo efusivo, ou é deixado para trás no dique colapsado dentro do manto. Seção hipotética em um cráton arqueano, com uma faixa móvel antiga e uma zona de rift mais recente. A geoterma baixa do cráton leva a uma menor profundidade da transição grafite-diamante no centro da figura, favorecendo a incorporação de diamantes dos peridotitos e eclogitos (antiga placa subductada) pelo magma kimberlítico (“K”), e em menor escala orangeíticos (“O”) e lamproítico (“L”). Melilititos (“M”) são gerados por fusão parcial mais extensa da astenosfera, e dependendo da profundidade, podem também conter diamante. Nefelinitos (“N”) e carbonatitos associados são gerados por fusões parciais mais rasas e não contêm diamante. REFERÊNCIAS PEREIRA, R. S., CRÁTON DO SÃO FRANCISCO, KIMBERLITOS E DIAMANTES. 2007. R.C.Brett, J.K.Russell, G.D.M.Andrews T.J.Jones, THE ASCENT OF KIMBERLITE: INSIGHTS FROM OLIVINE; Joseph R. Smyth, Fabrizio Nestola, DIAMONDS AND WATER IN THE DEEP EARTH. Mitchell (1995) Kimberlites, Orangeites, and Related Rocks. Plenum. New York. Winter (2001) An Introduction to Igneous and Metamorphic Petrology. Prentice Hall.