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Colégio Equipe de Visconde do Rio Branco

Ensino Médio – Redação – 3º ano


Prof. Dr. Leonardo Coelho Corrêa-Rosado

Escrita Formal:
teoria e prática
Para pensar um pouco...
• Há diferenças entre a linguagem do dia-a-dia e
linguagem empregada nas redações do ENEM?

• Que diferenças vocês conseguem notar entre essas duas


formas de linguagem?

• Como se caracteriza, na opinião de vocês, a escrita


formal?

• Que variedade linguística devemos utilizar ao escrever


algum texto em registro formal?

• Que dificuldades vocês têm ao escrever um texto


formal?
Caracterizando...
Quais são as características
gerais da escrita formal?
• Uso da variedade padrão → observação da gramática
padrão (gramática tradicional) da língua portuguesa
→ linguagem formal;

• Informações devem ser claras e objetivas (diretas);

• Organização lógica do conteúdo → as informações


entre parágrafos, bem como aquelas entre períodos
devem estar ordenadas de forma lógica
(causa→efeito; geral→particular; tema→comentário);
• Utilização do vocabulário específico;
• Evitar ambiguidades → um texto formal deve
levar o seu leitor a uma direção;
• Uso adequado de conectores lógicos → observar
se a conjunção utilizada expressa a ideia indicada
no parágrafo;

(a) Contudo, podemos concluir que essa pesquisa...


Contudo → oposição

(a) Portanto, podemos concluir que essa pesquisa...


Portanto → conclusão
• Adequação dos períodos às ideias que se pretende expor:

– Períodos longos e complexos → devem ser usados para


expressar ideias complexas (CUIDADO COM O
QUEÍSMO DESNECESSÁRIO!);

– Períodos longos e simples → devem ser usados para


expressar ideias simples.

(a) “Assim, o modelo ideal encenado no âmbito discursivo


do gênero conselho, em relação à boa esposa, é aquele
que representa a mulher como responsável pela paz
doméstica, pela harmonia conjugal e também como
aquela que não discute, que não se queixa, que não
exige atenção, que não aborrece o marido com “seus
problemas caseiros, brigas com as empregadas e as
malcriações dos filhos”. (ideia complexa sendo
representada por um período complexo)
Aplicando...
Queísmo: um vício de
subordinação a ser evitado
• Queísmo é o nome dado ao uso exagerado do pronome
relativo “que” em certos períodos compostos. Esse vício
consiste, de modo geral, em construir uma oração
subordinada adjetiva para se caracterizar um
substantivo, quando se tem a possibilidade de trocá-la
por um adjetivo ou outra expressão. Se no período já há
outras orações introduzidas pela conjunção que (ou
pelo pronome relativo que) deve-se buscar substituir
um ou alguns deles (c.f. EMEDIATO, 2008, p. 63).
Exemplo

(a) As crianças que passam fome e que não


têm onde morar terminam na criminalidade
que se torna inevitável.

(a’) As crianças famintas e sem moradia


terminam inevitavelmente na criminalidade.
Praticando...
Como evitar o queísmo
desnecessário?
a) Substitua a oração adjetiva por substantivos
seguidos de complementos:

(a) O jornalista que redigiu o artigo sobre a Guerra


no Iraque foi bastante tendencioso.

(a) O jornalista, autor do artigo sobre a Guerra no


Iraque, foi bastante tendencioso.
b) Substitua a oração adjetiva por adjetivos:
(a) Trata-se de um político que não é honesto.

(a) Trata-se de um político desonesto.

c) Substitua a oração desenvolvida adjetiva por uma


oração reduzida de gerúndio ou reduzida de particípio:

(a) Publicou-se um relatório que denuncia a


corrupção do governo.

(a) Publicou-se um relatório denunciando a


corrupção do governo.

EMEDIATO, 2008, p. 62-64


Aplicando...
Períodos centopéicos: a
exposição de ideias complexas

• Período centopéico é o nome dado a um período


composto de várias orações, ou seja, um período
muito longo. Para escrever períodos centopéicos,
exige-se do escritor um domínio dos processos de
coordenação e subordinação, para que, dessa
forma, o período não se torne caótico e suas
orações e informações não percam a conexão
lógica.
Exemplo

(a) Desde os primeiros episódios da colonização


brasileira, os portugueses tentaram impor sua crenças
religiosas aos índios que habitavam a nova terra,
provocando fortes mudanças no modo de vida dos
nativos que eram influenciados pela falsa
superioridade dos homens brancos. Logo, como
surgimento de novas visões religiosas, no Brasil,
inicia-se o conflito das mesmas, visto que o desafio de
conviver com a diferença, principalmente religiosa, é
um constante problema no atual cenário brasileiro.

Redação de aluno
• Através do exemplo acima, percebemos que o
período centopéico assemelha-se a um parágrafo,
não só pelo seu tamanho, mas também pela
complexidade de seu conteúdo. Trata-se de um
período que relaciona orações diversas com ideias
que, no todo, devem estar relacionadas (daí a
necessidade de saber utilizar os processos de
coordenação e subordinação com eficiência para
não implicar dificuldades no leitor);
• Para a escrita eficaz de um período centopéico, isto
é, para a escrita de um período longo em que as
ideias estejam coerentemente e coesivamente
relacionadas, é necessária uma prática. Alunos que
não o dominam devem procurar evitá-lo e utilizar
períodos mais curtos.
Exemplo
Por mais que esteja mascarado e omitido por muitos, por dentro as
pessoas ainda guardam um certo tipo de preconceito, como, por
exemplo, quando se avista uma pessoa de cor mais escura, mesmo que
seja à distância, a reação imediata de qualquer um seria esconder seus
pertences.

Isso ocorre desde quando trouxeram os negros como escravos para o


Brasil, depois de usar e abusar da força de trabalho deles, soltaram-os
de forma errônea, pois da forma feita as pessoas continuaram tendo
preconceito, os tratando como animais. Sem escolaridade, alto nível
de analfabetismo, criminalidade e sentimento de vingança, muitos
presente pelo fato de serem odiados sem trabalho, sem saber o que
fazer ou para onde ir, eles ficaram a margem da sociedade.

Redação de aluno
Aplicando...
Conectivos e as operações lógico-
semânticas: orientando logicamente o
texto

• Conectivo: chamamos de conectivo, qualquer palavra que


estabeleça a conexão entre duas palavras ou entre duas
orações. Cada vez que se usa um conectivo, uma relação de
sentido é estabelecida. Assim, o conectivo orienta
logicamente o texto;

• Operação lógico-semântica: é a relação estabelecida por


meio (ou não) de um conectivo e que dá a fundamentação
semântica básica para a compreensão do período. A
operação lógico-semântica também orienta logicamente o
texto.
Principais conectivos

(a) Ele deverá agir conforme


combinamos. (operação lógico-
semântica de conformidade)

(b) O pai sempre trabalhou para que


os filhos tivessem um bom
estudo. (operação lógico-
semântica de causalidade (final)).

(c) Os convidados não


compareceram nem explicaram o
motivo. (operação lógico-
semântica de adição);

(d) Ele é bastante rico, mas não paga


as dívidas assumidas. (operação
lógico-semântica de oposição)
Aplicando...
Texto Argumentativo: a escrita a
partir de argumentos

O texto argumentativo tem como finalidade a defesa de


uma tese (ponto de vista, adotado pelo locutor, sobre um
tema tratado), com vistas à persuasão, ou seja, a levar o
interlocutor a ter o mesmo tipo de ponto de vista do
locutor, a ter as mesmas ideias sobre o assunto em
questão.

Para que essa defesa ocorra é necessário que o locutor


selecione argumentos, isto é, meios de provar a sua tese.
Condições básicas para a argumentação
a) uma afirmação (tese) sobre o mundo, que seja importante
para alguém e cuja legitimidade esteja sujeita a controvérsias;
b) Um quadro de problematização, introduzido pelo sujeito
locutor que quer argumentar e que orienta a perspectiva na
qual ele insere o problema levantado em sua tese.
c) Um sujeito (sujeito argumentante) que se engaje em relação a
um questionamento (convicção) e desenvolve um raciocínio
para tentar estabelecer uma verdade sobre a sua afirmação;
d) Um outro sujeito que constitui o alvo da argumentação. Trata-
se do interlocutor a quem se dirige o sujeito argumentante
com o intuito de persuadi-lo , ou seja, de levá-lo a ter as
mesmas opiniões, as mesmas verdades e as mesmas teses que
o argumentante. Entretanto, esse último sujeito pode aceitar
ou não a tese do primeiro.
Relação Triangular

Afirmação
(tese)

Sujeito Sujeito Alvo


argumentante
persuasão

CHARAUDEAU, 2008, p. 208


Exemplo
Podemos dizer que o intuito discursivo do locutor determina a escolha do
gênero, que se realiza em função de uma dada esfera de comunicação, relação
entre os parceiros, tema e estilo (BAKHTIN, 2002), mas penso também que o
intuito do locutor escolha também não só o tipo de suporte que abrigará
aquele gênero, mas também o design (formato) adequado para os fins
comunicativos específicos. A minha tese é que a maleabilidade e plasticidade
dos gêneros estão vinculadas não só aos critérios de suporte, mas também de
formato.
[...]
A título de ilustração, podemos recorrer à análise da conta de energia elétrica
da CEMIG –MG que, parece-me, se reconfigurou em função de transformações
sócio-culturais em seus sistemas de atividades e nas formas de ação e
interações sociais. A conta de luz traz, fixado fisicamente em uma
materialidade de papel, em seu formato, outros gêneros. A minha tese é que,
ao abrigar outros gêneros, a conta de luz quebra a relativa estabilidade que lhe
é peculiar e pode assim recriar sua constituição composicional e intuito
discursivo. Poderíamos postular que a conta de luz da Cemig trata-se de um
gênero que agrega outros e que compartilha o mesmo suporte e formato.
Vejamos dois exemplares da conta de luz:
GOMES [no prelo]
Partes do texto argumentativo
1. Afirmação (tese): afirmação feita pelo sujeito sobre a verdade
de algum fenômeno.
2. Posicionamento: tomada de posição do sujeito em relação ao
fenômeno tratado.
3. Quadro de problematização: inserção da argumentação numa
perspectiva social, política, econômica, etc.
4. Formulação de argumentos: parte relativa aos tipos de provas,
à lógica dos raciocínios e princípios de explicação e justificação
que fundamental a tese;
5. Conclusão: dedução ou inferência a que se quer chegar a partir
dos argumentos apresentados e sua pertinência ao quadro de
problematização apresentado
Praticando...
Como se forma o ponto de
vista?
O ponto de vista decorre de experiências que acumulamos, das
leituras realizadas, das informações obtidas, do
desenvolvimento da capacidade de compreender e, sobretudo,
de “traduzir” para outras pessoas aquilo que desejamos dizer.
É nesse processo que iremos, a cada momento, formando e
reformando a visão das coisas.

Entretanto, não se pode pensar o ponto de vista como alguma


coisa absolutamente individual, algo que as pessoas elaboram
independente de outras pessoas, das circunstâncias sociais e
culturais que as envolvem.
Ao contrário, mesmo quando emitimos simples opiniões, o
fazemos, no geral, orientados por concepções que circulam nos
discursos do cotidiano, ou seja, pode haver correspondência
entre o que falamos e os interesses de uma classe ou grupo à
qual pertencemos.

Em suma, a constituição do ponto de vista depende:

a) do lugar social do qual o locutor fala (ex. igreja, sistema


financeiro, indústria, universidade, corrente teórica, etc.);

b) das “vozes” de outras pessoas que constituem o discurso do


locutor (ex. influência de outras pessoas, de outros textos e
também de outros discursos);

c) da própria trajetória cultural do locutor (ex. leituras


realizadas, convivências mantidas, informações às quais o
locutor teve acesso durante sua vida, etc.)
CITELLI, 1994, p. 17-19
Praticando...
Hipóteses, tese e argumentos:
elaborando o texto argumentativo
Vocês deverão elaborar um texto argumentativo sobre o tema
“Poluição Ambiental”, considerando as hipóteses abaixo:

1) A poluição só será controlada quando a polícia prender os


agressores da natureza;

2) O controle da poluição acontecerá quando os interesses


econômicos privados deixarem de se colocar acima dos interesses da
sociedade;

3) Só a educação do povo evitará o aumento da poluição;

4) A poluição será controlada se os cidadãos fizerem uma campanha


contra os agentes poluidores.
Selecione a hipótese que você considera mais forte e a que
mais corresponda ao seu ponto de vista. A hipótese escolhida
deverá ser transformada na TESE do seu texto. A partir da
elaboração da tese, insira-a em um quadro de problematização
(político, econômico, social, etc.) e selecione os argumentos
que irão comprová-la.

Pense também no seu sujeito alvo, ou seja, para quem será


dirigido o seu texto: quem é ele? o que ele sabe sobre o
assunto? Etc. As respostas a essas perguntas vão orientar a
seleção de argumentos necessários à persuasão.

Ao terminar, entregue seu texto ao professor.

Adaptado de CITELLI, 1994, p. 30

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