”
“De um lado, a economia nacional passou, entre as décadas de 1930 e
1970, por um importante ciclo virtuoso de industrialização nacional,
acompanhado da rápida e descontrolada urbanização, o que favoreceu
a constituição de um movimento rumo à estruturação do mercado de
trabalho, embora constrangido pelo enorme êxodo rural para as
grandes cidades. De outro lado, contudo, as reformas clássicas do
capitalismo contemporâneo não foram realizadas (agrária, tributária e
social), possibilitando a consolidação de uma sociedade apartada entre
os incluídos pelo mercado de trabalho organizado, com acesso ‡s
políticas sociais de garantia de uma certa cidadania regulada, e os
excluídos, mais conhecidos como despossuídos do progresso
econÙmico5 . Assim, o bolo cresceu sem distribuição justa da renda
nacional gerada, aprofundando a herança escravista de elevadas
diferenças entre ricos e pobres”.
“A partir de 1980, contudo, o Brasil ingressou
numa fase de estagnação da renda per capita e
da desestruturação do mercado de trabalho. As
baixas taxas de expansão da economia nacional,
acompanhadas de forte oscilação na produção,
impediram a geração de postos de trabalho
necessários para absorver a população
trabalhadora.”
Conclusão
“A partir de 1980, com o ciclo de estagnação da renda per
capita, não apenas se reverteu o movimento de
estruturação do mercado de trabalho, como se acentuou
a concentração da renda nacional. Nesse cenário, a
retomada sustentada do desenvolvimento econômico É
fundamental, porém não suficiente. Torna-se necessária a
construção de um sistema ˙nico de inclusão social, com a
reversão das prioridades, revendo procedimentos e
ampliando os esforços de apoio à emancipação
socioeconômica.”