Graduando em História /UFF lukas.p.b.lima@gmail.com Precisamos discutir a relação... Quem é o(a) professor(a)?
Apenas um profissional da escola? Um amigo? Um inimigo
ou um parceiro em uma jornada? Ajudando a nos ajudar: Além de toda a propaganda sobre essa profissão, alunos(as) e professores(as) podem se divertir em uma sala de aula enquanto produzem conhecimento? Quem é o aluno(a)? Apenas alguém passivo, impotente, que recebe um conhecimento mastigado? Ou alguém ativo, que contribui na construção contínua de um conhecimento dentro e fora de sala, sendo protagonista de sua própria formação e um parceiro do professor na sala-de-aula? Acreditando na atividade dos alunos(as), será que estes também não tem um papel a desempenhar na construção de um ambiente que permita diversas formas de dinâmicas, não apenas o famoso “cuspe & giz”? E então? 1. Podemos realizar uma dinâmica diferente para aprender em uma sala de aula? (sim/não) 2. Caso ‘sim’, podemos contar com um tempo para experimentar o conhecimento histórico sob uma perspectiva diferente, sem gerar conflitos que prejudiquem as partes envolvidas? (sim/não) 3. Caso ainda estivermos em ‘sim’, vamos falar de R.P.G. R.P.G. (Role-Playing Game): Um jogo de interpretação [Uma breve introdução • RPG é um jogo em que os jogadores assumem os papeis de personagens em um determinado cenário. Sua mais famosa plataforma é o tabuleiro (onde se usam os famosos dados), marcado por seu protagonista desde 1974, o Dungeons & Dragons. Contudo, também existem RPGs “live-action”, eletrônicos e literários. • A principal marca do RPG são os dados é sua configuração mestre- jogador, onde o mestre é o principal narrador e árbitro do cenário em que as personagens, encarnadas pelos jogadores, habitam. Entretanto, o mestre não é “deus” ou dono do jogo, mas alguém reconhecido como competente para administrar as regras. Como jogar? • Uma questão de organização e criatividade:
Como o(a) professor(a) é um profissional capacitado
e responsável pela turma em vários níveis, cabe a ele(a) o papel de atuar como “mestre” desse processo dialógico. Como jogar? • Uma questão de organização e criatividade:
Junto ao professor(a), a turma deve selecionar um
momento adequado para selecionar um conteúdo ou parte deste para o “experimento”, procurando estabelecer regras que busquem uma vivência e interpretação mais próximas do cabível no momento escolhido. Para funcionar de forma mais suave, um contato prévio com o conteúdo é recomendado. Como jogar? • Uma questão de organização e criatividade:
Dependendo do tempo, a turma pode interagir de
forma individual, cada um com suas personagens construídas dentro de um cenário histórico, ou então, a turma pode se dividir em mesas menores, atuando cada grupo como uma personagem ou, tendo o professor a disponibilidade, “mestrar” para cada grupo de forma separada. Como jogar? • Uma questão de organização e criatividade:
A partir das escolhas e acordos feitos e de uma
narrativa inicial, as interações entre as personagens e o mundo em que habitam vão gerar os mais diversos resultados, todas eles uma incrível experiência para se trabalhar nos conteúdos de História, sejam os mais factuais ou os mais teóricos. Ok, um exemplo... Cruzadas? • RPGs geralmente se passam em universos de magia, com dragões e etc., mas isso não é uma regra. • Imagine-se um peregrino em meio as Cruzadas. Quem é você, um padre, camponês em busca de salvação ou um cavaleiro a procura de espólios? Quais os perigos, desafios e aventuras você pode enfrentar até a Terra Santa? • Havendo diferentes personagens nessa narrativa, cada um protagonista de sua própria história, a interação e o choque entre essas figuras que antes eram apenas palavras em um livro produz uma perspectiva do conhecimento histórico. Porque jogar com a História? • RPG tem diversos usos: entretenimento, terapias, treinamentos... Por que não para o aprendizado na escola? Por que não tornar o aprendizado uma experiência mais vívida? • O jogo é uma ferramenta de interação social e experimentação, não apenas uma ferramenta lúdica para descontração. Também não é a solução para todos os problemas didáticos. • Grandes ou pequenos eventos, não falta HISTÓRIA para produzir uma narrativa de RPG. • Assim como um livro e o quadro, o RPG também é uma opção para o ensino de História e, como estes, necessita de certos cuidados. • O ato de jogar em grupo cria vínculos, emoções, que potencializam as relações de ensino-aprendizagem. Bom jogo e bons estudos! Mais informações em:
• Giacomoni, M. P. e Pereira, N. M. (orgs.). Jogos e Ensino de
História. UFRS, Porto Alegre: 2013. • http://www.classcraft.com/ • http://dnd.wizards.com/dungeons-and-dragons/what-is-dd • https://pt.wikipedia.org/wiki/Role-playing_game • http://www.rpgeduc.com.br/ • KOSELLECK, Reinhardt. Futuro Passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto Editora; Editora PUC Rio, 2006.