XVI)
Os nossos primeiros escritos, no século XVI,
principalmente se destinavam à descrição da nova terra
e à apresentação das informações sobre o contato com
os habitantes nativos do Brasil – literatura de informação
– e à catequização – literatura de catequese -, ou seja,
tinham caráter informativo, documental e religioso.
Alguns jesuítas que vieram ao Brasil nessa
época também nos legaram cartas, tratados
descritivos, crônicas históricas, entre outros
documentos, cujo teor estava sempre
relacionado à catequese, à missão de difundir a
crença religiosa do colonizador.
QUESTÕES
Num dos trechos de sua carta a D. Manuel, Pêro Vaz de Caminha descreve como foi • a) Pêro Vaz de Caminha, um dos escribas da armada portuguesa, escreve para o
o contato entre os portugueses e os tupiniquins, que aconteceu em 24 de abril de Rei de Portugal, D. Manuel, relatando como foi o contato entre os portugueses e
os tupiniquins. ( )
1500:
• b) Em (…) E eles entraram. Mas nem sinal de cortesia fizeram, nem de falar ao
“O Capitão, quando eles vieram, estava sentado em uma cadeira, aos pés de uma alcatifa Capitão; nem a ninguém, fica implícito que os tupiniquins desconheciam hierarquia
por estrado; e bem vestido, com um colar de ouro, muito grande, ao pescoço (…) ou categoria social lusitanas. ( )
Acenderam-se tochas. E eles entraram. Mas nem sinal de cortesia fizeram, nem de falar
• c) O trecho (…) e acenava para a terra e novamente para as contas e para o
ao Capitão; nem a ninguém. Todavia um deles fitou o colar do Capitão, e começou a fazer colar do Capitão, como se davam ouro por aquilo. Isto tomávamos nós nesse
acenos com a mão em direção à terra, e depois para o colar, como se quisesse dizer-nos sentido, por assim o desejarmos, evidencia que havia problemas de comunicação
que havia ouro na terra. E também olhou para um castiçal de prata, e assim mesmo entre portugueses e tupiniquins. ( )
acenava para a terra, e novamente para o castiçal, como se lá também houvesse prata! • d) Nada, na embarcação portuguesa, pareceu despertar o interesse dos
(…) Viu um deles umas contas de rosário, brancas; fez sinal que lhas dessem, folgou muito tupiniquins. ( )
com elas, e lançou-as ao pescoço, e depois tirou-as e meteu-as em volta do braço, e
• e) Os tupiniquins, bastante comunicativos, falaram aos marinheiros que havia
acenava para a terra e novamente para as contas e para o colar do Capitão, como se muita riqueza na terra descoberta. ( )
davam ouro por aquilo. Isto tomávamos nós nesse sentido, por assim o desejarmos! Mas
se ele queria dizer que levaria as contas e mais o colar, isto não queríamos nós entender, • Assinale a alternativa que possui a sequência correta.
por que não lho havíamos de dar! E depois tornou as contas a quem lhas dera. E então • a) V – V – V – F – F
estiraram-se de costas na alcatifa, a dormir sem procurarem maneiras de esconder suas
• b) V – V – V – V – F
vergonhas, as quais não eram fanadas; e as cabeleiras delas estavam raspadas e feitas. O
Capitão mandou pôr por baixo de cada um seu coxim; e o da cabeleira esforçava-se por • c) F – V – V – F – F
não a estragar. E deitaram um manto por cima deles; e, consentindo, aconchegaram-se e • d) F – F – V – V – F
adormeceram”.
• e) V – V – F – F – F
(COLEÇÃO BRASIL 500 ANOS, Fasc. I, Abril, SP, 1999.)
•Aurea Mediocritas
•Fugere Urbem (fugir da •Inutilia Truncat (cortar o
(mediocridade áurea/vida
cidade) inútil)
comum)
ARCADISMO
•Tomás Antônio Gonzaga (Dirceu).
Poemas Satíricos. Cartas Chilenas.
Poesia Lírico-Amorosa. Marília de
Dirceu.
AUTORES
•Inácio José de Alvarenga Peixoto (Eureste Fenício).
Poesia Lírico-Amorosa. Obras Poéticas – destaque para
os poemas Bárbara Heliodora e Estela e Nize.
“É bom, minha Marília, é bom ser dono Dormindo um leve sono em teu regaço.
De um rebanho, que cubra monte e prado; Enquanto a luta jogam os pastores,
Porém, gentil pastora, o teu agrado E emparelhados correm nas campinas,
Vale mais que um rebanho e mais que um trono. Toucarei teus cabelos de boninas,
Graças, Marília bela, Nos troncos gravarei os teus louvores.
Graças à minha estrela! Graças, Marília bela,
Os teus olhos espalham luz divina, Graças à minha estrela!
A quem a luz do sol em vão se atreve;
Papoula ou rosa delicada e fina GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de
Te cobre as faces, que são cor da neve. Dirceu, Rio de Janeiro: Ediouro.
Os teus cabelos são uns fios d’ouro;
Teu lindo corpo bálsamos vapora.
Ah! Não, não fez o céu, gentil pastora,
Para glória de amor igual tesouro!
Graças, Marília bela,
Graças à minha estrela!
Irás a divertir-te na floresta,
Sustentada, Marília, no meu braço;
Aqui descansarei a quente sesta,
Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os
No Enem
elementos constitutivos do Arcadismo brasileiro, assinale a
opção correta acerca da relação entre o poema e o momento
Torno a ver-vos, ó montes; o destino
histórico de sua produção.
Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
a) Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira estrofe,
Pelo traje da Corte, rico e fino.
são imagens relacionadas à Metrópole, ou seja, ao lugar onde o
poeta se vestiu com traje “rico e fino”.
Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
b) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
poema, revela uma contradição vivenciada pelo poeta, dividido
Vendo correr os míseros vaqueiros
entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade
Atrás de seu cansado desatino.
da terra da Colônia.
c) O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento
Se o bem desta choupana pode tanto,
estético do Arcadismo que evidencia a preocupação do poeta
Que chega a ter mais preço, e mais valia
árcade em realizar uma representação literária realista da vida
Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,
nacional.
Aqui descanse a louca fantasia,
d) A relação de vantagem da “choupana” sobre a “Cidade”, na
E o que até agora se tornava em pranto
terceira estrofe, é formulação literária que reproduz a condição
Se converta em afetos de alegria.
histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a
Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A poesia dos Metrópole.
inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9. e) A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil
Colônia está representada esteticamente no poema pela
referência, na última estrofe, à transformação do pranto em
alegria.