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Este documento discute os processos de limpeza no Centro de Material e Esterilização de uma faculdade de enfermagem. Apresenta a importância da limpeza, os métodos de limpeza manual e automatizada e fatores como a qualidade da água e a seleção de produtos e equipamentos para a limpeza.
Este documento discute os processos de limpeza no Centro de Material e Esterilização de uma faculdade de enfermagem. Apresenta a importância da limpeza, os métodos de limpeza manual e automatizada e fatores como a qualidade da água e a seleção de produtos e equipamentos para a limpeza.
Este documento discute os processos de limpeza no Centro de Material e Esterilização de uma faculdade de enfermagem. Apresenta a importância da limpeza, os métodos de limpeza manual e automatizada e fatores como a qualidade da água e a seleção de produtos e equipamentos para a limpeza.
Limpeza JULIA BATISTA DA SILVA KRISTYANE DE OLIVEIRA LIBERATO MILA BORBA KAIZER TAIANE DA SILVA GOMES
ENFERMAGEM CIRÚRGICA E CME: Limpeza
Estudo desenvolvido para a disciplina de
Enfermagem cirúrgica e CME do curso de graduação em Enfermagem da Univale.
Orientadora: Elizabete Maria de Assis Godinho
Governador Valadares 2018 INTRODUÇÃO
O processamento de produtos para a saúde tem sido
cada vez mais difícil, à medida que o design para esses produtos se torna mais complexo, assim como novos conhecimentos vêm exigindo novas responsabilidades para a enfermagem que atua no Centro de Material e Esterilização (CME), como matériais livres de biofilmes e endotoxinas.
Trata-se de um desafio e requer liderança
competente, estrutura necessária e equipe treinada para realizar a desmontagem, a limpeza, o preparo, a desinfecção e esterilização de forma apropriada. INTRODUÇÃO
A limpeza é a etapa fundamental do
processamento dos produtos para a saúde. Consiste na remoção de sujidades orgânicas e inorgânicas de sua superfície, reentrâncias, articulações, e outros espaços internos, visando reduzir os microorganismos e resíduos.
Pode ser realizado de forma manual ou
automatizada.
Não é possível a desinfecção ou esterilização
de um produto para a saúde antes da adequada limpeza do mesmo. INTRODUÇÃO
A carga microbiana presente no produto para a saúde é denominada
bioburden, é variável segundo de acordo com o sítio corporal no qual o material foi utilizado. 🚿Áreas estéreis - relativamente baixa (cerca de 10 UFC por instrumento) 🚿Áreas não estéreis - carga alta (cerca de 10 a 10 16 UFC por instrumento) A limpeza eficiente pode reduzir até quatro logaritimos do bioburden presente no material. INTRODUÇÃO
Uma grande preocupação é a formação de biofilme nos produtos para a
saúde. O biofilme consiste em multicamadas de microorganismos agrupados e revestidos por por um material celular amorfo.
Sua forte adesão dificulta a remoção, tornando o processo de limpeza
mais complexo.
Resíduos inorgânicos também podem prejudicar a
desinfecção e esterilização, podem também podem corroer e obstruir, interferindo na estética e funcionalidade INTRODUÇÃO
Entre os anos de 2004 e 2008, o Brasil
enfrentou um surto de ICS, causados por uma variedade de patógenos micobacterianos, associados em sua maioria a viodeocirurgia e cirúrgias estéticas, foi observado que em todas elas o menor rigor na aplicação dos metodos de limpeza, desinfecção e esterilização. ADEQUAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA
A água é o elemento essencial ao processo de limpeza e deve
atender aos padrões de potabilidade. Os contaminantes da água que interferem no processamento dos produtos para a saúde são: 🚿Microorganismos; 🚿Endotoxinas; 🚿Carbono orgânico; 🚿pH; 🚿Dureza; 🚿Íons de cloro, ferro, cobre e manganês. ADEQUAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA
Para obter água em qualidade adequada para o processamento,
há necessidade de tratá-lá. Várias são as tecnologias adotadas, sendo as principais: 🚿Filtros de sedimentos; 🚿Abrandadores; 🚿Deionização; 🚿Osmose reversa; 🚿 Destilação. ADEQUAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA
O quadro 1 traz a recomendação da Assosiation of Medical Instrumentation
(AAMI) sobre a qualidade da água exigida para cada fase do processamento de acordo com a qualidade do produto. Quadro 1 - Qualidade da água indicada para etapas da limpeza, conforme a classificação do produto para a saúde.
Classificação do Água potável Água mole Água deionizada Água de osmose
produto reversa ou destilada Crítico Pré limpeza Pré limpeza Pré limpeza Enxágue Limpeza Limpeza Limpeza Enxágue Semicritico Pré limpeza Pré limpeza Pré limpeza Enxágue Limpeza Limpeza Limpeza Enxágue Enxágue Enxágue Não crítico Pré limpeza Pré limpeza Pré limpeza Limpeza Limpeza Limpeza Enxágue Enxágue Enxágue ADEQUAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA
Quando a água apresenta qualidade insatisfatória, além de prejuízos
no processamento do instrumental pode provocar os seguintes efeitos: 🚿Oxidação na câmara das lavadoras; 🚿Mudança da coloração dos componentes de polietileno das lavadoras de branco pra bege; 🚿Oxidação no instrumental cirúrgico; 🚿Manchas de diversas cores no instrumental. ADEQUAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA O quadro 2 traz a recomendação da Assosiation of Medical Instrumentation (AAMI) sobre a qualidade da água exigida para cada fase do processamento de acordo com a qualidade do produto. ADEQUAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA
Práticas recomendadas
Utilizar água com qualidade exigida para as diferentes etapas do
processo de limpeza, considerando a categória de risco dos matériais em causar infecção: crítico, semicritico e não crítico.
Selecionar o método de tratamento da
água mais adequado ao EAS, com o apoio da assessoria especializada.
Monitorar periodicamente a qualidade
da água e o sistema de tratamento. ADEQUAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA SELEÇÃO DE PRODUTOS, INSUMOS E EQUIPAMENTOS PARA A LIMPEZA Detergentes são produtos destinados à limpeza de superfícies e tecidos por meio da diminuição da tensão superficial. Podem ser neutros, alcalinos ou acidos, desde que estejam regularizados juntos a ANVISA. Os detergentes enzimáticos possuem enzimas que facilitam a quebra da matéria orgânica. 🚿Enzima lipolítica; 🚿Enzima glicolítica; 🚿Enzima proteolítica. SELEÇÃO DE PRODUTOS, INSUMOS E EQUIPAMENTOS PARA A LIMPEZA De forma geral espera-se que os detergentes: 🚿Sejam certificados para o uso em produtos de saude; 🚿Sejam compatíveis com os materiais processados; 🚿Empregem agentes tensoativos biodegradáveis, e com baixa produção de espuma; 🚿Não tenham adição de fragrâncias ou corantes; 🚿Não possuam componentes que ofereçam risco a profissionais e pacientes. SELEÇÃO DE PRODUTOS, INSUMOS E EQUIPAMENTOS PARA A LIMPEZA Os detergentes por melhor que sejam não dispensam a ação mecânica e devem recobrir toda a superfície do material.
Os instrumentos para procedimentos oftalmológicos devem
receber atenção especial quando processados com detergentes enzimáticos.
Detergentes alcalinos (ph em torno de 9 a 14) são utilizados
principalmente na limpeza automatizada, já que em sua maioria necessitam de altas temperaturas para atingir seu nível ótimo de ação.
Detergentes neutros sem adição de enzimas (ph em torno de
6,5 a 7,5) podem ser utilizados em matériais com pouca presença de matéria orgânica. SELEÇÃO DE PRODUTOS, INSUMOS E EQUIPAMENTOS PARA A LIMPEZA Apesar dos acessórios de limpeza serem fundamentais para a efetiva ação mecânica no processo de limpeza manual são frequentemente negligenciados: 🚿As escovas podem ser descartáveis ou reutilizáveis; 🚿Não devem ser abrasivos ou com pontas vivas; 🚿Na limpeza automatizada é fundamental controlar a pressão da água para não danificar os instrumentais e equipamentos. SELEÇÃO DE PRODUTOS, INSUMOS E EQUIPAMENTOS PARA A LIMPEZA Práticas recomendadas
Utilizar detergentes apropriados para cada instrumental
considerando a carga orgânica e inorgânica nos matériais e o método de limpeza adequado.
Respeitar as orientações do fabricante para o uso do
detergente.
Dispor de artefatos para a limpeza apropriados aos
matériais processados e em condições adequadas de uso.
Selecionar equipamentos de limpeza considerando as
necessidades do CME e análise de custo-benéficio. MÉTODOS DE LIMPEZA DE PRODUTOS PARA SAÚDE A limpeza de qualquer produto para a saúde precisa ser feita de maneira rigorosa e meticulosa, devendo-se desenvolver para cada tipo de material a melhor forma de executar a tarefa.
É necessário selecionar o método que seja
mais adequado ao produto a ser processado de acordo com a demanda e com os recursos disponíveis no serviço.
Uma vez que esses requisitos sejam
atendidos, a limpeza pode ser realizada manualmente ou automatizada. MÉTODOS DE LIMPEZA DE PRODUTOS PARA SAÚDE O ponto mais crítico do processamento de produtos para a saúde é a fase da limpeza, em que erros pode ser cometidos com frequência, alguns exemplos são: 🚿Não usar escova de limpeza adequada para lumens; 🚿Não desmontar um instrumental antes de realizar a limpeza ; 🚿Lavar produtos com sujidade ressecada sem pré- umectação; 🚿Não realizar limpeza manual dos matérias canulados antes de colocar na lavadora ultrassônica com retrofluxo; 🚿Detergente em concentração e temperatura subótima ou saturado pelo reúso entre outros. MÉTODOS DE LIMPEZA DE PRODUTOS PARA SAÚDE Limpeza manual
No recolhimento dos mateiras sujos, deve -se:
🚿Separar em cestos é abrir todas as peças 🚿Separar do instrumental os itens cortantes e os pesados; 🚿Materiais leves e delicados devem ser separados ou estarem por cima dos mais pesados; 🚿Fazer a pré-limpeza.
A limpeza manual é executada com detergente e
fricção com escovas de cerdas firmes e macias, seguida de água corrente ou sob pressão. MÉTODOS DE LIMPEZA DE PRODUTOS PARA SAÚDE Práticas recomendadas:
Priorizar a limpeza dos
produtos delicados ou complexos que não tenham indicação para a limpeza automatizadas.
Iniciar a limpeza dos
materiais o quanto antes
Utilizar artefatos de limpeza
adequados ao produto para a saúde e em boas condições. MÉTODOS DE LIMPEZA DE PRODUTOS PARA SAÚDE Limpeza automatizada
A limpeza automatizada possibilita reprodutividade do
processo, controle dos parâmetros e minimiza riscos ocupacionais.
As lavadoras mais utilizadas em CME são as sob pressão
e as ultrassônicas.
As lavadoras sob pressão também realizam a
termodesifecção.
As lavadoras por jato sob pressão removem a sujidade
pela ação de força do spray e de jatos de água sob pressão e de solução detergente, aplicados por meio de bicos ou braços rotativos. MÉTODOS DE LIMPEZA DE PRODUTOS PARA SAÚDE Limpeza automatizada
São programadas para sucessivas etapas:
🚿Pré-lavagem com água fria, 🚿Ciclo de lavagem propriamente dito 🚿Enxágue.
As lavadoras termodesinfectadoras realizam a
desinfecção térmica. (Com água em temperatura e tempo de contato predestinado).
As lavadoras ultrassônicas agem por ondas sonoras
inaudíveis, que variam entre 20 e 120 kHz, e se propagam em meio líquido MÉTODOS DE LIMPEZA DE PRODUTOS PARA SAÚDE
Práticas recomendadas:
Priorizar o uso de limpeza
automatizada dos produtos para a saúde de conformação simples.
Reconhecer os diferentes tipos de
lavadoras disponíveis, indicações, vantagens, desvantagens e cuidados
Respeitar as orientações dos fabricantes
na realização da limpeza automatizada. ENXÁGUE E SECAGEM
O enxágue é uma etapa importante do processo de
limpeza, tanto manual quanto automatizada, pois, pela ação do fluxo de água, são removidos os detritos e as sufixadas desprendidos dos materiais e os resíduos dos detergentes.
Deve-se também garantir uma secagem completa dos
materiais manuais ou automatizada, pois a umidade residual favorece o crescimento microbiano, interfere nos processos de esterilização, dilui os desinfetantes e causa manchas na superfície dos produtos para a saúde.
Práticas recomendadas
Garantir enxágue completo, com água tratada e secagem
adequada dos materiais MINIMIZACÃO DO RISCO BIOLÓGICO OCUPACIONAL ASSOCIADO AOS PROCESSOS DE LIMPEZA
O cumprimento das normas de precauções-padrão é exigência para
etapas de recepção e limpeza dos materiais, a fim de evitar a exposição dois profissionais a riscos biológicos, em razão do manuseio de sangue e fluidos corporais potencialmente contaminados. Os principais equipamentos de proteção individuais (EPI) são: 🚿Luvas nitrílicas ou butílicas de cano longo; 🚿Avental impermeável de manga longa; 🚿Gorro; 🚿Proteção de face ou máscara e óculos de proteção; 🚿Botas plásticas ou impermeáveis; 🚿Protetor auditivo; CONTROLE DOS PROCESSOS DE LIMPEZA
A inspeção da limpeza se inicia no
enxágue, mas continua durante as etapas de secagem e preparo.
A inspeção visual, durante a
secagem e o preparo, é obrigatória para todos os materiais. No entanto alguns estudos mostram que a inspeção visual não é suficiente para detectar sujidades pouco pigmentada, sendo recomendados testes químicos racionalmente selecionados. MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DO INSTRUMENTAL CIRÚRGICO
O programa de manutenção do instrumental
inicia-se no processo de aquisição.
Deve-se selecionar um instrumental de boa
qualidade para que possibilite maior vida útil.
O enfermeiro deve participar do processo de
avaliando-se e decisão para a compra de todo instrumental utilizado no serviço de saúde.
Periodicamente, deve-se lubrificar as
articulações do instrumental cirúrgico com lubrificantes próprios para o produto área a saúde. MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DO INSTRUMENTAL CIRÚRGICO
Em geral os fatores que danificam os instrumentais
são: 🚿Deixar que o sangue seque nos instrumentais; 🚿Manter os instrumentais imersos em água ou em solução detergente por um período muito prolongado; 🚿Imergir os instrumentais em solução salina; 🚿Manipular de forma inadequada os instrumentais; 🚿Usar soluções de limpeza e/ou lubrificantes impróprios; 🚿Permitir que a água seque nos instrumentais, após o processo de limpeza. INDICADORES DE QUALIDADE DE LIMPEZA
Graziano et al. propõem indicadores de qualidade para CME que, a partir de
fundamentação teórico-científica, contemplam as etapas do processamento de materiais utilizados na assistência à saúde (limpeza, preparo/acondicionamento, esterilização/guarda/distribuição) e abrangem avaliações de estrutura, processo é resultado. Cada indicador apresenta os componentes a serem avaliados, aforma de obtenção das informações e a fórmulas de cálculo de medida de conformidade. A fórmula para o indicador de conformidade de cada etapa de processamento é: INDICADORES DE QUALIDADE DE LIMPEZA INDICADORES DE QUALIDADE DE LIMPEZA INDICADORES DE QUALIDADE DE LIMPEZA INDICADORES DE QUALIDADE DE LIMPEZA RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA – RDC Nº 35, DE 16 DE AGOSTO DE 2010
Dispõe sobre o Regulamento Técnico para produtos com ação
antimicrobiana utilizados em artigos críticos e semicríticos.
Tem por objetivo definir, classificar e regulamentar as condições para o
registro e a rotulagem dos produtos com ação antimicrobiana de uso em assistência à saúde para artigos críticos e semicríticos a serem comercializados.
Este regulamento, harmonizado no âmbito do Mercosul, apresentou uma
nova categoria de produtos saneantes, que são os Desinfetantes de Nível Intermediário; e estabeleceu microorganismos distintos para o registro de Desinfetante de Alto Nível e Desinfetante de Nível Intermediário. RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA – RDC Nº 35, DE 16 DE AGOSTO DE 2010
Dessa forma, a Gerência Geral de Saneantes esclarece que,
para DESINFECÇÃO DE ALTO NÍVEL, são indicados os endoscópios, e para DESINFECÇÃO DE NÍVEL INTERMEDIÁRIO são indicados o material para inaloterapia e assistência ventilatória, além, é claro, dos artigos não críticos.
É válido ressaltar que não serão permitidos os princípios
ativos formaldeído, paraformaldeído, glutaraldeído e glioxal nas composições de desinfetantes de nível intermediário. RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA – RDC Nº 35, DE 16 DE AGOSTO DE 2010 REFERENCIAS