contexto, entre o século X aEC e o séc. VIII aEC, porque a “teologia da dinastia davídica” delineava as relações sociais e políticas, de modo que houve um período de relativa paz. Em Judá, os profetas eram “arautos” do Javismo radical (um só Deus, um Deus Uno/Ehad) e grandes defensores da fé, tornando-se uma instância crítica no meio dos reis, criadores de uma “consciência popular” de ética e fidelidade á lei de Iahweh. Eles também denunciaram os desmandos dos reis e a idolatria vinculada a um culto desligado da justiça social. Isaías e Jeremias serão os maiores críticos dos reis durante mais de 3 décadas (cada um!), exigindo fidelidade mais sincera à Aliança e adaptando a Palavra de Deus às novas situações. ISAÍAS “Rompeu” o silêncio do profetismo em Judá. Em 740 aEC, foi “chamado” por Deus(Is 6, 1 – 8), exercendo 40 anos de ministério profético! Sua mentalidade urbana é inserida na política, na corte e no Templo, de Jerusalém, capital de Judá.Demonstra muita sensibilidade em relação aos marginalizados (mulher, criança, etc) e excluídos (ver 1, 17 – 23; 9, 16; 10, 2) e conhecimento profundo do cenário internacional. Suas intervenções, palavras e ações simbólicas densas de sentido atravessaram séculos e ainda não se esgotaram o seu sentido. Ex.: o nascimento do Emanuel (Is 7, 14), o “rebento de jessé” (11, 1 s) e a “cegueira/surdez do povo” (29, 18 – 19). - no tempo de Acaz (732 aEC) – ver 2Rs 16, 5 – 6 e Is 7, 3 – 9 = proposta do profeta ao rei Acaz; - no tempo de Ezequias (700 aEC): houve o cerco de Senaquerib, imperador assírio, a cidade de Jerusalém (ver: 2Rs 18, 33 – 35; 19, 10 – 13. 21 – 28. 32 - 34; Is 10, 5 – 19; 37, 33 – 39). De fato, a retirada das tropas assírias foi considerada uma ação divina (Sl 46/45, 1 – 8), mas a euforia do povo colocou excessiva confiança no Templo, como se fosse um fetiche (=amuleto) e na dinastia davídica, que prometia um messianismo “fácil”. O profeta censurou essa postura do povo em relação aos fatos. Refere-se ao tempo em que o profeta atuou (séc. VIII aEC); este bloco é chamado de Proto-Isaías, ou seja, o “Primeiro Isaías”; Refere-se ao tempo do Exílio da Babilônia (587 – 538 aEC) e é chamado de “Livro da Consolação”, ou “Livro do Servo Sofredor de Iahweh”, ou ainda de Deutero-Isaías (Segundo Isaías). Refere-se ao tempo pós- Exílio (séc. V aEC), também chamado de Trito-Isaías (Terceiro Isaías) ou o “Livro da Nova Criação”. Mq 1, 13 Ambos os profetas exortam o povo à conversão, ou seja, à mudança no estilo de vida, conforme os critérios da Aliança com o Senhor. Eles viveram um contexto complexo: a injustiça social estava crescente em Judá. MIQUÉIAS: Denúncias contra os abusos sociais aos camponeses ( 2, 1 – 5) Superação do reino davídico ( 4, 1 – 5). Promessa messiânica ( 4, 14 – 5, 5) ►Tomou a defesa dos pobres e dos simples, que viviam com retidão e justiça; ►foi contra o privilégio dos ricos e proclamava o “dia do Senhor” em Judá bem como os oráculos contra as nações e contra Jerusalém corrompida pela injustiça e pela impiedade, ►porém, anunciava a promessa de Salvação do Senhor (Sf 3, 14 – 15). ► Única mulher profetisa mencionada no tempo dos reis, no tempo de Josias. ►Era contemporânea de Jeremias. Interveio, a pedido do rei Josias, para confirmar a autenticidade do “Livro da Lei” (Deuteronômio), encontrado no Templo (ver 2Rs 22, 15 – 20; 22, 13). Deixou marcas profundas na história de Judá, pois previu a ruína do reino por causa da surdez do povo aos “oráculos do Senhor”.
Teve a infelicidade de testemunhar a
desgraça (ruína de Judá) que ele mesmo anunciava (em 597 e 587 aEC, a Babilônia invadira Jerusalém e causara grandes destruições na cidade e no Templo.
Jeremias viveu a euforia da reforma
deuteronomista do rei Josias. Iniciou seu ministério ainda jovem (Jr 1, 6); tentou escapar, por causa da grande responsabilidade, mas Deus garantiu que a Sua palavra seria eficaz, mesmo diante dos que iriam perseguir o profeta (1, 8.17 – 19). Jr 1, 10 resume o que seriam a vida, os ensinamentos e as atitudes que iriam perseguir o profeta. Enquanto o povo nutria a esperança de ficar livre do domínio babilônico, Jeremias pregava a rendição ao inimigo dominador (37, 13), motivo pelo qual seria visto como contradição ao seu tempo. No fundo, o profeta desejava que o povo se preservasse de uma aniquilação total diante da força do Império Babilônico. Apoiou a reforma religiosa de Josias (640 – 609 aEC), já no início de seu ministério (Jr 11, 2, 14), mas, após a morte do rei, crescem os desvios em relação a Aliança, a supervalorização dos rituais e a omissão da ética. O Templo tornara-se um talismã para Judá, no tempo do rei Joaquim (609 – 598 aEC) e esta perversão foi condenada severamente por Jeremias (ver Jr 7, 1 – 8, 3), pois o templo tornara-se um “covil de ladrões” (7, 11). De fato, o Templo tornara-se um instrumento do rei para recolher tributos; assim, o rei explorava o povo e pagava seus tributos ao Imperador da Babilônia (200 talentos de ouro e prata = 6.840 kg!).
Suas denúncias das infidelidades do
rei e do povo custaram-lhe a liberdade e quase a própria vida! (ver Jr 18, 18; 26, 8 – 9. 11. 16 e comparar com Lc 19, 45 – 46). Expressa a alegria do povo ao ver a derrota do Império Assírio, cuja capital era Nínive (612 aEC). É pouco ortodoxo, pois alegra-se com a “desgraça” do antigo inimigo opressor, que destruíra, em 722 aEC, o reino-irmão (Israel/Norte), conforme 2 RS 17, 1 – 41.
A lição que tiramos de Na: todo opressor
verá seu dia no juízo de Deus (ver o Magnificat: Lc 1, 50 – 54). Lamenta o crescimento da violência: os babilônios não eram melhores que os Assírios. As guerras só trouxeram fome, miséria e dor para o povo.
O desejo mais profundo do profeta é o
mesmo do povo fiel: não a vingança, mas a paz! a. Experiência profunda de Deus, o Deus do Êxodo, e de Sua presença (Is 52, 6; 58, 9; 65, 1); Despertar a memória afetiva e crítica do povo + exigência: fidelidade á Aliança. b. Experiência da realidade do Povo de Deus = o pecado X santidade (Is 6,5); = quebra da Alaiança = exclusão dos pobres (Dt 14, 29; 15, 1-11; 16, 11-14; 24, 14-22; Lv 25, 35-43; Is 1, 6; Jr 30,12-15; 14, 17-18; 15, 18) = apelo dos pobres = clamor (Dt 15, 4.7) = Justiça: - cumprir a vontade/Lei de Deus; - ver o que está errado! - atualizar a Torah (Lei); - rei X Profeta -mudar estruturas injustas = transformar a sociedade - após a Queda da Samaria (722 a.C.) = insistência na solidariedade; - ser comunidade. Sem diferenças sociais. Sem opressão; - base da vida durante o exílio na Babilônia (587 a.C. – 534 a. C.); - mudar o relacionamento = renovar a Comunidade! - combate à consciência de inferioridade dos pobres; - combate à consciência de superioridade dos ricos; - estímulo à Solidariedade = nasce do Amor de Deus! - proposta: “Nova Criação” = re-criar a imagem e semelhança de Deus no Ser Humano! (Is 65, 17-25); - Mudar o modo de pensar = recriar a consciência do Ser Humano.