mais através de alianças delicadas entre uma miríade de autoridades, por forma a que
seja possível a agregação de realidades que vão desde as relações económicas até à
constrangimentos exercidos sobre a massa dos governados. O poder liga-se antes aos
modos como, numa dinâmica onde a autonomia e liberdade estão cada vez mais
presentes, se produzem cidadãos. Estes não são destinatários mas intervenientes nas
regulamentadora, do Estado.
Notas sobre a Governamentalidade em
Michel Foucault (p.101-102)
“em torno do liberalismo, da Polizeistaat, do Rechtsstaat[...] a polícia
igualmente quero deixar reproduzida: “‘Governar é o direito de dispor das coisas, daquelas
de que tomamos conta para as conduzir a um fim conveniente’” (1978a, p. 643). É aqui que
melhor se pode entender a rotura. Enquanto que a velha definição de soberania insistia no
direito público, nas teses do bem comum sistematicamente reiteradas pelos juristas, pondo a
deixava de ser feita por intermédio da lei; cumprindo a mesma função, teríamos agora as
Ao contrário, uma das suas conexões mais significativas diz respeito à percepção de que a biopolítica moderna
gera um novo tipo de contra-ação política.
O detalhe para que cada indivíduo é remetido pelas estratégias socializadoras que se tecem em seu redor leva-
lo-á, da mesma forma, a formular necessidades e imperativos que surgem como respostas alternativas e
modelos de vida em perfeita contramão.
Em primeira análise, é através da biopolítica que se pode entender a resistência como Foucault a estabelece
inúmeras vezes, ou seja, como uma forma de reversibilidade estratégica das relações de poder.