Leonardo J. W. Londero
Dr Carlos Berwanger
ESCOLIOSE
Deformidadetridimensional da coluna
Desvio no plano frontal de mais de
10°
Rotação associada
- Cervical: entre C2 – C6
- Cervicotorácica: entre C7 – T1
- Torácica: entre T2 – T11
- Toracolombar: entre T12 – L1
- Lombar: entre L2 – L4
- Lombossacra: entre L5 – S1
O QUE É O ÁPICE?
Vantagens: exposição
mínima da coluna
Menor risco teórico de
artrodese espontânea
da coluna
ESCOLIOSE IDIOPÁTICA JUVENIL
4-10 anos
Convexidade da curva torácica
geralmente a DIREITA
12-21% dos casos de escoliose
idiopática
F:M – 1:1 (3-6 anos) / 4:1 (6-10 anos)
10 anos – maturidade
esquelética
TIPO MAIS COMUM DE
ESCOLIOSE IDIOPÁTICA
Maioria tem história familiar
positiva
Maioria lordótica ou
hipocifótica na região torácica
com convexidade direita
(CURVA ESQUERDA = RNM
– excluir patologia
NEUROEIXO)
Escoliose idiopática com curva
> 10° - 2-3% das crianças < 16
anos de idade (< 10% requer
tratamento)
ESCOLIOSE IDIOPÁTICA DO ADOLESCENTE
Definição de progressão – aumento de 5° do
ângulo de Cobb em duas ou mais visitas
ESCOLIOSE IDIOPÁTICA DO ADOLESCENTE
– HISTÓRIA NATURAL
Momento da progressão é durante o estirão do crescimento
(8cm/ano em meninas, 9,5cm/ano em meninos)
Risco de progressão de curva de 20° - 20%
Risco de progressão de curva de 50° - 90%
Incidência de dor nas costas de pacientes com escoliose é pouco
maior que em pacientes sem escoliose (curvas lombares e
toracolombares associadas com dor mais frequente), mas dor é
mais severa
Estudo com follow-up de 50 anos: 77% de dor nas costas em
indivíduos com escoliose vs 37% em controles
Limitações da capacidade vital forçada em tabagistas com curvas
> 100-120°
Curvas > 90° - associadas com disfunção cardiopulmonar, morte
precoce, dor e prejuízo da auto-imagem
ESCOLIOSE IDIOPÁTICA DO ADOLESCENTE
– HISTÓRIA NATURAL
Curvas torácicas > 100° -
parece estar relacionada a
aumento da mortalidade
Efeitos psicológicos
importantes devido ao
aspecto cosmético
Curvas podem continuar a
progredir na idade adulta
Curvas > 50° torácica ou >
40° lombar = progressão
de 1-2°/ano após
maturidade
ESCOLIOSE IDIOPÁTICA DO ADOLESCENTE –
AVALIAÇÃO DO PACIENTE
32% dos adolescentes com escoliose
idiopática tem dor nas costas
Avaliar assimetrias do ombro,
escápula, costelas (PROEMINÊNCIA
DAS COSTELAS), cintura
Balanço espinhal determinado pelo
alinhamento da cabeça acima da pelve
Teste de Adams – joelhos retos, pés
juntos, braços pendentes, palmas em
oposição
Escoliômetro pode ser usado junto
com o teste de Adams – normal até 7°
Comprimento dos membros deve ser
avaliado, pois discrepância pode
causar tilt pélvico com escoliose
compensatória
ESCOLIOSE IDIOPÁTICA DO ADOLESCENTE –
AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA
AP + P incluindo crista ilíaca e maior parte da
coluna cervical – feitos com apoio
Avaliação da flexibilidade da curva escoliótica –
Rx com inclinação lateral direita e esquerda
AP e P padrão podem subestimar magnitude da
curva:
Nesse caso, vê-se com os RX em inclinação que a rigidez da curva é maior na
curva torácica, indicando onde o tratamento deve focar
ESCOLIOSE IDIOPÁTICA DO ADOLESCENTE –
AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA
Stagnara – técnica
para eliminar este
componente
rotacional da curva
- Rx oblíquo com o
filme paralelo ao
aspecto medial da
proeminência
rotacional da costela
ESCOLIOSE IDIOPÁTICA DO ADOLESCENTE –
AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA DA MATURIDADE
Sinal de Risser pode não ser
útil para predizer progressão da
curva visto que o grau 1 começa
após o período de pico de
crescimento
Pico de velocidade de
crescimento – 8cm/ano em
meninas, 9,5cm/ano em
meninos – prediz com confiança
final de crescimento (3,6 anos
após PVC em 90%) e
probabilidade de progressão da
curva - MELHOR INDICADOR
DE MATURIDADE QUE
RISSER / IDADE
CRONOLÓGICA OU IDADE
DA MENARCA
ESCOLIOSE IDIOPÁTICA DO ADOLESCENTE
– AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA DA CURVA
Método de Cobb – medida
da curva
- Ângulo entre linha
perpendicular à superfície
superior da vértebra
superior final da curva e
linha perpendicular à
superfície inferior da
vértebra inferior final da
curva
- Vértebras finais são
aquelas que se inclinam
ao máximo na
concavidade da curva
ESCOLIOSE IDIOPÁTICA DO ADOLESCENTE –
AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA DO BALANÇO CORONAL
ESCOLIOSE IDIOPÁTICA DO ADOLESCENTE –
AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA DA ROTAÇÃO
= +
ESCOLIOSE IDIOPÁTICA DO ADOLESCENTE – AVALIAÇÃO
RADIOGRÁFICA – PADRÕES DE CURVAS
Classificação de Ponseti e Friedman
- 1- Curva maior única lombar – ápice entre disco L1-L2 e L4 –
assimetria na linha da cintura
- 2- Curva maior única toracolombar – ápice em T12 ou L1 –
deformidade cosmética importante
- 3- Curvas combinadas torácica e lombar – Menor deformidade
visível, tronco geralmente bem balanceado
- 4- Curva maior única torácica – geralmente convexa direita –
proeminência das costelas no lado CONVEXO, elevação do ombro
- 5- Curva maior única torácica ALTA – ápice geralmente em T3,
ombro elevado, tórax deformado
- 6- Curvas duplas torácicas (DESCRITO POR MOE) – Curva
torácica alta curta de T1 a T5-T6; curva torácica baixa de T6 a
T12-L1, curva alta geralmente é convexa à esquerda, e baixa é
convexa à direita, Deformidade menos severa que torácica única,
mas pior que a combinada torácica e lombar
ESCOLIOSE IDIOPÁTICA DO ADOLESCENTE – AVALIAÇÃO
RADIOGRÁFICA – PADRÕES DE CURVAS
Classificação de King – para CURVAS TORÁCICAS
- I – Curva lombar é maior que a torácica (se forem iguais, a
lombar é menos flexível) – proeminência lombar rotacional é
maior que a corcova da costela
- II – Curva lombar e torácica combinadas – curva torácica
maior ou igual que a lombar (se igual, a lombar é mais
flexível), curva lombar deve cruzar linha sacral central,
corcova da costela maior que a proeminência lombar
rotacional
- III – Escoliose torácica com curva lombar não cruzando a
linha média, proeminência lombar pequena ou inexistente
- IV – Curva torácica única
- V – Curva torácica dupla, elevação do ombro esquerdo,
corcova de costela alta à esquerda e corcova de costela baixa
à direita
KING
KING
KING
KING
KING
ESCOLIOSE IDIOPÁTICA DO ADOLESCENTE – AVALIAÇÃO
RADIOGRÁFICA – PADRÕES DE CURVAS
Classificação de Lenke –
- Três passos:
1- identificação da curva primária
2- determinação do modificador lombar
3- determinação do modificador torácico sagital
Consideradas estruturais se > 25° no RX PA, mesmo nas
incidências com inclinação lateral
RECOMENDAÇÃO É ARTRODESE APENAS NAS
CURVAS
ESTRUTURAIS
CLASSIFICAÇÃO DE LENKE DIRECIONA
TRATAMENTO
LENKE
ESCOLIOSE IDIOPÁTICA DO
ADOLESCENTE –
Indicação para RNM
- Padrão de curva atípico – torácica esquerda,
angular curta, cifose apical
- Progressão rápida
- Cifose excessiva
- Anormalidade estrutural
- Sintomas neurológicos ou dor
- Deformidades do pé
- Reflexos abdominais assimétricos
ESCOLIOSE IDIOPÁTICA DO ADOLESCENTE
– TRATAMENTO CONSERVADOR
Observação
- Pacientes jovens com curvas < 20° - Rx 6/6 ou
12/12 meses até maturidade
- > 20º antes da maturidade – Rx 4/4 ou 6/6 meses
- Se progressão (aumento de 5° em 6 meses) –
ÓRTESE
ESCOLIOSE IDIOPÁTICA DO
ADOLESCENTE – TRATAMENTO
CONSERVADOR
Órtese
- Indicações: Progressão de 5° durante observação em
curvas de 20-30°/ Curva inicial de 30-40° em esqueleto
imaturo / curva inicial de 40-50° apenas se curva dupla
com deformidade aceitável (com esse grau de
angulação o tratamento geralmente é cirúrgico)
- Objetivo é evitar progressão da curva
- Eficácia é controversa na literatura
- Braces abaixo dos membros superiores apenas se ápice
em T7 ou abaixo
- Quanto mais horas de uso, menor progressão e menor
necessidade de tratamento cirúrgico
ESCOLIOSE IDIOPÁTICA DO ADOLESCENTE
– TRATAMENTO CIRÚRGICO
ADOLESCENTE – TRATAMENTO
CIRÚRGICO
Preparo pré operatório e cuidados transoperatórios
- Descontinuar AAS e AINE
- Descontinuar ACO um mês antes da cirurgia
- Avaliação da função pulmonar se escoliose paralítica /
idiopática ou congênita com curvas severas ou
cifose/lordose importante
- Monitoramento espinhal transoperatório deve ser feito
com potenciais evocados somatossensoriais e
potenciais motores evocados
- Anestesia hipotensiva – PAM em 65mmHg
- OBJETIVOS DA CIRURGIA: corrigir ou melhorar
deformidade / manter balanço sagital / preservar ou
melhorar função pulmonar / minimizar morbidade ou
dor / maximizar função pós operatória / melhorar ou
pelo menos não piorar função da coluna lombar
ADOLESCENTE – TRATAMENTO
CIRÚRGICO
Artrodese posterior
- Técnicas atuais de artrodese intraarticular incluindo articulações
facetárias
- Enxerto autólogo da crista ilíaca – padrão ouro
- Enxerto alógeno tem resultados semelhantes ao autógeno e poupa
tempo cirúrgico – especialmente útil quando se precisa de grandes
quantidades de enxerto
- Taxa de pseudoartrose: 2% ou menos em adolescentes
ESCOLIOSE IDIOPÁTICA DO
ADOLESCENTE – TRATAMENTO
CIRÚRGICO
Instrumentação espinhal posterior
- Sistema ideal deve ser seguro, confiável, resistir
a cargas em todas as direções, fácil de usar sem
aumentar muito o tempo operatório, não criar
novas deformidades quando aplicado, restaurar
contornos normais da coluna
- Nenhum dispositivo é considerado a melhor
escolha para todos os cirurgiões ou pacientes
TRATAMENTO CIRÚRGICO – INSTRUMENTAÇÃO
POSTERIOR
Instrumentação espinhal posterior
- 1962 – HASTE DE DISTRAÇÃO
DE HARRINGTON:
Combinada com artrodese posterior
e imobilização com gesso ou brace
Pseudoartrose < 10%
Lesão neurológica < 1%
Força de correção é distração
Eficiência diminuída
Com distração, a coluna é alongada
e
pode ocorrer perda do contorno
sagital
Distração não trata o componente
ESCOLIOSE IDIOPÁTICA DO ADOLESCENTE –
TRATAMENTO CIRÚRGICO – INSTRUMENTAÇÃO
POSTERIOR
Instrumentação
segmentar com fios ou
cabos sublaminares
- Não são usados
isoladamente nas
vértebras instrumentadas
superior e inferior porque
não dão estabilidade axial
- Úteis no ápice e ao redor
do ápice das curvas para
auxiliar na manobra de
translação
ESCOLIOSE IDIOPÁTICA DO ADOLESCENTE –
TRATAMENTO CIRÚRGICO – INSTRUMENTAÇÃO
POSTERIOR
Instrumentação segmentar com parafusos pediculares
- Melhor correção da curva lombar, melhor manutenção
da correção
- Método cada vez mais popular de fixação espinhal
TRATAMENTO CIRÚRGICO – INSTRUMENTAÇÃO
POSTERIOR
Complicações da cirurgia posterior agudas:
- Lesão neurológica – 0,32% a 0,69%
- Infecção – <1% - mais comum S. aureus
- Íleo paralítico – comum
- Atelectasia – causa comum de febre pós
operatória
- Pneumotórax
- Ruptura dural
Complicações da cirurgia posterior crônicas:
- Pseudoartrose – 1% - mais comum na junção
toracolombar e no segmento artrodesado mais
distal – tratar apenas se sintomática ou causar
perda da correção
- Perda da lordose lombar – causada por distração
na coluna lombar
- Fenômeno da mão de manivela
- Síndrome da a. mesentérica superior
- Descompensação do tronco
ESCOLIOSE IDIOPÁTICA DO ADOLESCENTE –
TRATAMENTO CIRÚRGICO – TORACOPLASTIA
POSTERIOR
Cirurgia
- Infantil - > 50°
- Juvenil - > 50°
- Adolescente - > 45°
- Adulto - > 50°
ESCOLIOSE NEUROMUSCULAR
Associada a perda da
força muscular ou
controle muscular
voluntário e perda de
sensibilidades, como
propriocepção
ESCOLIOSE NEUROMUSCULAR
Em comparação com escoliose idiopática:
- Se desenvolvem em idade mais precoce
- Associadas a obliquidade pélvica
- Mais frequentemente progressivas (mesmo curvas
pequenas podem progredir além da maturidade
esquelética)
- Muitas são curvas longas que inclem o sacro, obliquidade
pélvica é comum
- Pacientes menos tolerantes ao uso de órtese, tratamento
com brace geralmente é ineficaz para evitar progressão da
curva
- Cirurgia está associada com mais sangramento, menor
estoque ósseo, e artrodeses mais longas, geralmente até a
pelve, são necessárias
- Maior taxa de complicações pulmonares na cirurgia
ESCOLIOSE NEUROMUSCULAR
ESCOLIOSE NEUROMUSCULAR – TRATAMENTO
CONSERVADOR
Observação
- Curvas < 20 – 25°
Órtese
Fixação da pelve
- Parafusos ileosacrais
ESCOLIOSE ASSOCIADA À PARALISIA
CEREBRAL – TRATAMENTO CIRÚRGICO
Artrodese posterior com ou sem extensão para
pelve:
- Curvas de 50-90° do grupo I em deambuladores
progressiva ou que interfere na posição de sentar
- > 10 anos de idade
- Boa mobilidade do quadril
- Estabilidade nutricional e clínica
- Técnica: artrodese segmentar
- Pode piorar obliquidade pélvica e imbalanço para
sentar
ESCOLIOSE ASSOCIADA À PARALISIA
CEREBRAL – TRATAMENTO CIRÚRGICO
Osteoblastoma
- Lesão maior que o osteoma
ESCOLIOSE PATOLÓGICA
Escoliose ocorre provavelmente por espasmo
muscular paravertebral
Tratamento: geralmente ressecção em bloco
(radiofrequência geralmente contra-indicada pela
proximidade com elementos neurais)
Maioria dos casos de escoliose se resolvem se
operados dentro de 15 a 18 meses desde o início
da curvatura em crianças com <11 anos de idade
ESCOLIOSE DO ADULTO
Média de idade: 60 anos
Idiopática – mais comum torácica
Degenerativa – mais comum lombar
- Resulta de degeneração assimétrica dos discos e facetas
articulares
- Falta de balanço sagital é o principal preditor clínico de
sintomas em adultos com escoliose
Progressão:
- Torácica > lombar > toracolombar > dupla maior
- <30° raramente progride
- >50° comumente progride
Escoliose no adulto pode levar à estenose no lado côncavo da
curva – não alivia ao se sentar e inclinar para frente
ESCOLIOSE DO ADULTO
ESCOLIOSE DO ADULTO - TRATAMENTO
Conservador - Curvas < 30° (raramente
progridem)
- AINE
- Fisioterapia
- Injeção de corticóide / bloqueio de raízes
- Brace – pode aumentar conforto e diminuit
progressão
ESCOLIOSE DO ADULTO - TRATAMENTO
Tratamento cirúrgico – correção da curva + artrodese
instrumentada – INDICAÇÕES:
- Curvas > 50°
- Imbalanço sagital
- Progressão da curva
- Dor radicular ou nas costas intratável que não
respondeu ao tratamento conservador
- Cosmética (controverso)
- Piora da função cardiopulmonar (curva torácica > 60°
altera função pulmonar / curva torácica > 90° altera
mortalidade)
ESCOLIOSE DO ADULTO - TRATAMENTO
Artrodese posterior apenas
- Curvas torácicas > 50°