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Poder-se-ia comparar a posição de

Wittgenstein com a de Kant?


 “No Tractatus há um processo que permite
traçar os limites entre o inefável e mostrar que
um mundo apenas é possível à medida que ele
pode ser exprimido linguisticamente;” (Zilles,
1991, p.89).
 “Para Kant, entretanto, a experiência possui
não só forma, mas também conteúdo.” (Zilles,
1991, p.89).
 “Enquanto no Tractatus o mundo é um
pressuposto situado aquém da experiência,
sem conteúdo propriamente dito, para Kant, as
proposições sintéticas a priori se refere
exclusivamente, à forma da experiência.”
(Zilles, 1991, p.89).
 “Enquanto, no Tractatus, a linguagem não tem
capacidade auto-referencial, segundo Kant, é
possível formular proposições significativas no
domínio transcendente;” (Zilles, 1991, p.89).
 “Enquanto, no Tractatus, as questões
metafísicas, éticas e estéticas, como as
religiosas, não são possíveis de formulação
linguística, Kant recorre à razão prática.
 “Kant tentou demarcar os limites do
pensamento; Wittgenstein, os limites da
linguagem. Kant delimitou o conhecimento
factual; Wittgenstein, o discurso factual.
Ambos relegaram a metafísica a segundo
plano.” (Zilles, 1991, p.89,90).
 “Enquanto Kant situava as verdades da
religião e da moral na Crítica da razão prática,
Wittgenstein as situa no campo místico.”
(Zilles, 1991, p.90).
 “Wittgenstein rejeitou a metafísica como
sistema filosófico. Neste ponto aproxima-se de
Kant, estabelecendo limites lógicos ao
conhecimento.” (Zilles, 1991, p.90).
 “Mas, embora rejeite a metafísica como sistema,
desde o Tractatus até as Investigações defronta-se
sempre com algo que não pode ser dito, que
todavia se mostra.” (Zilles, 1991, p.90).
 “À primeira vista, é mais radical do que Kant, que
menosprezou o discurso metafísico de seu tempo,
garantindo lugar para o homem expressar a
consciência que tem do dever moral. Kant admitira
uma linguagem que, excedendo os limites do que
pode ser analisado logicamente pode ser dito em
conceitos como Deus, imortalidade da alma etc.
(Zilles, 1991, p.90).
 “Para Wittgenstein, a consciência da vida
moral e prática situa-se fora do âmbito da
filosofia. Trata-se de metafísica do silêncio.”
(Zilles, 1991, p.90).
 “Todo o Tractatus depende da concepção da
linguagem. Cabe, pois, examinar se a
fundamentação de sua teoria da linguagem é
suficientemente sólida.” (Zilles, 1991, p.90).
 “A concepção de linguagem do Tractatus parte
do fato de que o homem faz figurações da
realidade.” (Zilles, 1991, p.90).
 “Primeiro a linguagem é o conjunto das
proposições elementares, e estes conjuntos de
nomes que figuram, num perfeito paralelismo,
os fatos atômicos, conjuntos de coisas ou
objetos.” (Zilles, 1991, p.90).
 “A proposição é concebida como reprodução
exata do fato que representa. A proposição
elementar é a que mantém contato direto com a
realidade.” (Zilles, 1991, p.90).
 “Pelo princípio de extensionalidade, as
proposições ou são elementares ou complexas.
As últimas são funções de verdade das
elementares.” (Zilles, 1991, p.90).
 “Como há paralelismo completo entre
linguagem-mundo, proposição-fato, o que
vale da linguagem vale também do fato, do
mundo. Cada proposição é um átomo
linguístico como o mundo é um conjunto de
átomos ontológicos.” (Zilles, 1991, p.90).
 “Toda a linguagem está baseada nas
proposições elementares entendidas
essencialmente como figurações de fatos
atômicos, ou seja, empíricos.” (Zilles, 1991,
p.90).
 “A primazia da linguagem em face ao mundo e
à concepção especular e passiva da proposição
é o ponto de partida do qual deriva tudo.”
(Zilles, 1991, p.90).

 “A questão é: como poderão as proposições


elementares, sendo determinadas, gerar
proposição universal?”
 “A concepção de linguagem do Tractatus não
permite integrar as leis científicas e,
consequentemente, não consegue fundamentar
uma filosofia da ciência.” (Zilles, 1991, p.90).
 “O próprio conceito de filosofia como crítica da
linguagem é anulado pelo fato de expor
concepções de mundo, substância, fatos,
objetos etc., no sentido tradicional de filosofia.”
(Zilles, 1991, p.90,91).
 “Embora, à primeira vista, a partir da
concepção de linguagem seja possível a
existência de metafísica, materialmente tal se
encontra no Tractatus, como já mostramos.”
(Zilles, 1991, p.91).
 “Afirma a existência de domínio metafísico
centrado no problema do mundo e do homem.
Embora não se possa falar de metafísica, dela
Wittgenstein consegue falar muito.” (Zilles,
1991, p.91).
 “Da discutível concepção de linguagem deriva
igualmente discutível concepção de mundo.
Como o mundo não passa de um derivado da
linguagem, objetos e fatos atômicos, na
verdade, são elementos puramente lógicos e
convencionais.” (Zilles, 1991, p.91).
 “Assim o atomismo funda-se exclusivamente
em razões lógicas, não ontológicas ou físicas”
(Zilles, 1991, p.91).
 “Tudo isso porque esquece o fundamento
antropológico da linguagem, pois a linguagem
é vinculada ao homem, seu elemento ativo,
síntese de racionalidade e sensibilidade. O
homem cria a linguagem.” (Zilles, 1991, p.91).
 “Nela, nas proposições mais elementares, está
presente o geral. Para o homem, perceber é já
conceber. As proposições mais elementares são
síntese de individual e universal.” (Zilles, 1991,
p.91).
 “Wittgenstein ignora o papel ativo do sujeito e
o caráter universal que a razão confere ao
conhecimento humano.” (Zilles, 1991, p.91).
 “A forma lógica, como postulado para o
paralelismo linguagem-mundo, é pressuposto
nada evidente. Antes parece um deus ex machia
para resolver todos os problemas. É realidade
metafísica que não se pode dizer, mas só
mostrar.” (Zilles, 1991, p.91).
 “Embora verbalmente rejeite a metafísica como
carente de sentido, há no Tractatus afirmações
metafísicas implícitas e explícitas, as últimas
sob o nome de místico.” (Zilles, 1991, p.91).
 “Entre as afirmações metafísicas implícitas
podemos citar três tipos: a) a existência e
caracterização da forma lógica, da substância e
seus objetos;
b) As teorias sobre a linguagem, o mundo, a
filosofia, a ciência, a lógica etc; c) a metafísica
explícita nas proposições sobre a ética e o místico.”
(Zilles, 1991, p.91).”
 “É esta metafísica que dá à concepção de
linguagem caráter provisório. A interpretação
dada à obra pelo neopositivismo fixou-se na
concepção de linguagem e silenciou os
pressupostos metafísicos.” (Zilles, 1991, p.91).
 “Ao mesmo tempo que o Tractatus apresenta
determinada concepção de linguagem que
exclui a metafísica, não só a pressupõe, mas até
a formula.” (Zilles, 1991, p.91,92)
 “Em resumo, é obra cheia de contradições e de
caráter provisório. Por isso justifica-se a
segunda grande obra do autor, da qual aqui
não trataremos.” (Zilles, 1991, p.92).
 “Portanto, dizer que Deus não é logicamente
pensável nem dizível não significa dizer que
Deus não existe. Deus apenas não é questão de
lógica ou de ciência empírica.” (Zilles, 1991,
p.92).

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