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Coleções em arquivos,

museus e bibliotecas: uma


abordagem arquivística

Tese de doutoramento de Priscila


Moraes Varella Fraiz, 2005.
Sobre a autora:
□ Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade do
Estado do Rio de Janeiro Instituto de Ciências Humanas
(1979), mestrado em Letras pela Universidade do Estado do
Rio de Janeiro Centro de Educação e Humanidades (1994) e
doutorado em Ciências (História Social) pela
Universidade de São Paulo-USP (2005). Atualmente é
tecnologista em Saúde Sênior da Fundação Oswaldo
Cruz. Tem experiência na área de Ciência da Informação, com
ênfase em Teoria e Metodologia Arquivística, atuando
principalmente nos seguintes temas: arquivos pessoais,
arquivística, políticas arquivísticas, legislação arquivística. Na
área de Letras, com ênfase em biografias e autobiografias.
Bem como na área de História das Ciências, com ênfase em
História Social.
Introdução
Coleção x Arquivo
● É usual, por exemplo, que se fale, ouça ou leia sobre coleções
em museus e bibliotecas sem que se indague sobre seu
real significado. Um dado natural, porque fica espremido,
do ponto de vista terminológico, no meio de palavras mais
fortes: o item (livro, objeto ou artefato) e a instituição -
pessoa física ou jurídica - que detém sua posse. E como toda
naturalização, que leva também à generalização, pode-
se dizer que se, para a arquivística, os termos coleção e
arquivos são antônimos, e para a museologia e a
biblioteconomia os termos coleção e acervo
são sinônimos, como aparentavam as primeiras leituras feitas
a respeito.
□ Qual a utilidade delas em relação ao seu possuidor se não tiverem uma
instância mediadora que busque o entendimento de seu contexto de
produção - deve levar em conta o momento de seu surgimento, sua
finalidade (criados como prova e evidência de atos e ações) e o
processo de sua transformação de valor utilitário-originário para
utilitário-posterior (histórico, cultural, social ou até mesmo econômico
- valor de mercado)
□ Entre a criação e destinação final há instâncias mediadoras que
operam a transição: ente físico e/ou jurídico.
□ Em seu surgimento são produzidos e usados para fins imediatos
□ No processo de transformação sucessiva e posteriores usos outros
entes entram no circuito.
□ No momento de sua produção esses itens são dispares - livros,
documntos, objetos, artefatos
□ Nascem com uma estabilidade de sentido que é abalada durante seu
processo de transformação para utilização posterior
Capítulo 1 - mapear as definições do
conceito de coleção
□ Abordar as mudanças nos enfoques
□ Abordar Colecionismo em museologia e biblioteconomia e Dimensão de
prova e evidência na Arquivística

Pontos importantes:
□ Não foi fácil encontrar o conceito de coleção nas áreas de biblioteconomia
e de museologia, dado que o termo coleção é sinônimo de acervo que,
por sua vez, é sinônimo de biblioteca e de museu, significando a
instituição detentora (o vocábulo coleção fica espremido, do ponto de vista
terminológico, no meio de palavras mais fortes: o item e a instituição. o
termo coleção remete para o de museu, como sinonímia)
□ O termo coleção apareça em maior quantidade nas pesquisas realizadas,
ele também permanece engessado entre os vocábulos livro e biblioteca,
este enquanto acervo da instituição.
□ Na Arquivística, a situação se inverte. Os termos coleção e acervo / fundo
são distintos, o primeiro subsumido no segundo
□ Vocábulos coleção e arquivo são antônimos e excludentes - Na própria
língua portuguesa um termo se afirma como negação a outro, o que
reforça o rigor do contraponto.
□ A vaguidade do conceito de coleção também se manifesta na formação
da museologia
□ Na biblioteconomia a fluidez é menor fica entre a museologia e a
arquivística
□ A pesquisa sobre o verbete coleção apontou a incidência menor de
fluidez, havendo uma quase uniformidade numérica, cronológica e
conceituai nas obras de Biblioteconomia e de Documentação,
Apresentando o quadro principal, os quadros
derivados e suas análises

□ Explica a sistematização do quadro e o quadro em si, no final as estatísticas


e a síntese e interpretação
□ De ordem mais geral, observa que há uma incidência maior de conceitos na
área da Arquivística do que em biblioteconomia e Museologia, perfazendo
quase o dobro. É de se esperar, haja vista a literatura ser mais consistente
e a abordagem pretendida ser a partir desta disciplina,
□ A diversidade de pensamentos apresentados no tipo c (monografias etc)
sem que estes fossem incorporados em obras próprias da museologia -
indica a falta de um aparato teórico metodológico próprio ,fazendo com que
os profissionais utilizem-se definições oriundas de outras áreas
despercebidamente
□ Entre o período que vai do século XIX (duas definições) até a década de 40
do século XX - Conceitos ainda incipientes, mas que já denotam e
distinguem algumas características entre arquivos e coleções.
□ Em 1950, aparecem duas definições: a do Dicionário Caldas
Aulete, reforçando a idéia de reunião de objetos e coisas da mesma
natureza - essa década registra também o aparecimento de
Documentation, de Brasford, que se tornou clássico junto com Traité de
documentation de Otlet.
□ 1956 historiador e arquivista Schellenberg que, com Modern
Archives revolucionou, segundo a autora o conceito de coleção.
□ As décadas de 1960 e 1970 (São décadas chave a área
arquivística) mostram de forma inequívoca a antítese entre arquivos
e coleções, o que já se apresentava de forma embrionária até então -
propiciou a fixação das definições em verbetes e sua utilização em
obras teórico-metodológicas.
□ Já em relação à Museologia as definições se localizam nas décadas de 1980
e 1990, sugerindo a ideia de que um contorno flexível na configuração da
disciplina contribuiu para uma fluidez na abordagem da questão conceituai
do termo coleção.
□ As finalidades da formação de uma coleção - Podemos observar que as
relacionadas a estudos e pesquisas preponderam e perpassam todas as
áreas com fins objetivos de desenvolvimento de atividades.
□ Por contraste, encontramos finalidades associadas basicamente à
constituição de coleções por colecionadores privados (prazer, gosto, mania,
etc) sendo as últimas em menor número mas não desprovidas de
importância.
Capítulo 2 Aprofundando a dicotomia
coleções versus arquivos, segundo a teoria
arquivística
□ Coleção -, a idéias de reunião de "objetos" pelo seu valor
representativo (Durost, n.3), por interesse (Alsop, n.17), por obsessão
organizada (Aristides, n.28), por uma seleção, possessão e disposição
para um grupo próprio (Belk et alii, n.34), para a fruição, a instrução,
a utilidade, o gosto (Otlet, n.4), por esforço voluntário Faria & Pericão,
n.29), pelo seu artificialismo (Martinez de Souza, n.31), por uma
expressão espontânea do pensamento ou sentimento, pelo
acaso (Schellenberg, n.8), pelo arbitrário e subjetivo (Bautier, n.10),
por capricho (Lodolini, n.22), por vontade de alguém (Heredia Herrera,
n.25), e por outras idéias semelhantes.
□ Arquivo salta aos olhos: reunião de "peças/documentos" para uso
primário (Durost, n.3, não considera como coleção, mas tampouco a
define como arquivo, diga-se de passagem), como resultado de uma
atividade funcional regular (Schellenberg, n.8), por sua organicidade e
espontaneidade de formação e pelo vínculo originário e determinado
(Lodolini, n.22), acumulados em um processo natural
(Heredia Herrera, n.25) e segundo sua origem e função (Bellotto,
n.35), entre outras afirmações da mesma qualidade.

□ Há pontos de interseção em algumas acepções de coleção fora do


âmbito da disciplina arquivística. São as referências a
grupamentos ordenados de itens e objetos, pelo seu valor
instrumental, funcional e relacional. (dá exemplos como de coleções
taxonômicas)
□ Porém, a hipótese que norteia a pesquisa leva em conta uma adequada
contextualização, própria da abordagem arquivística, que resgata e
preserva o contexto de produção desses itens, objetos e artefatos, mas
não encontrada em qualquer das definições sistematizadas no Quadro 1. O
contexto a que nos referimos aqui remete, em última instância, a
operações metodológicas próprias da Biblioteconomia e da Museologia.
□ Shera & Egan, no estudo introdutório à segunda edição da obra de
Bradford, ao analisarem a evolução histórica das disciplinas
biblioteconomia e Documentação, apontam, em certa altura, para a
dissociação entre elas a partir do final do séc. XIX, daí, surgem outros
tipos de "coleções" com as quais os bibliotecários e documentalistas
tiveram que lidar, para além das "coleções" das grandes bibliotecas
públicas

□ As "coleções especiais“ são destinadas a prover determinadas informações


especializadas ou assuntos específicos de um centro de estudos, de uma
universidade, de um instituto científico.
□ Biblioteconomia toma os itens como peças únicas, dotadas de auto-
suficiência, e conferindo-lhes tratamento individualizado.
□ Ao tratar dos objetos, artefatos ou "coisas" das áreas de ciência e
tecnologia, Hallett (1992) tenta valorar esses objetos a partir de duas
funções - a evidenciai e a evocativa -, considerando a primeira como a de
ser fonte primária probatória para a elucidação de pesquisas científicas, e a
segunda de servir de comunicação posterior dessas evidências, a fim de
garantir o progresso científico.
□ Brazier aponta para a perspectiva de que há arquivistas que não sabem
lidar com objetos que vêm anexados a documentos de arquivos e tenta
discutir a relação entre arquivos e objetos do ponto de vista da teoria
arquivística, apoiando-se nos conceitos emitidos por Jenkinson (1937), dos
quais dois são fundamentais:
1- as anexações de objetos ou coleções de objetos são limitadas apenas por
condições de espaço e de volume
2- eles não deixam de ser material de arquivo, já que “o como” os objetos
foram documentados revela muito da história deles, sendo inter-relacionados
□ Suposta dicotomia acentuada entre os termos coleção e arquivo, de tal
maneira que pareçam excludentes,
□ A ausência de um aparato teórico na Biblioteconomia e Museologia que
dê conta do conceito de coleção
□ Definição do conceito de coleção, pela Arquivística, utilizando
antinomias que parecem derivar de uma matriz comum: o conceito
de valor probatório e evidencial dos documentos de arquivo
(não é à toa que termos antitéticos prevaleçam nas definições de
arquivos e coleções por parte dessa disciplina: artificialismo, acaso,
esforço voluntário, capricho individual, reunião aleatória versus
naturalidade, organicidade, inter-relação, vínculo de origem e
função etc).
O Conselho Internacional de Museus define um museu como: "...a non-
profit making permanent institution in the Service of society and of its
development, and open to the public which acquires, conserves,
researches, communicates and exhibits, fo r purposes of study, education
and enjoyment, material evidence of people and their environment."

Conselho Internacional de Arquivos para arquivo é a seguinte: "...conjunto


de documentos sea cual sea su fecha, su forma y el soporte material
producidos o recibidos por cualquier persona, física o moral o por cualquier
organismo público o privado en el ejercicio de su actividad, conservados
por sus creadores o sucesores para sus propias necesidades o transmitidos
a instituciones de archivos".
□ Para alguns autores, como Jenkinson (1966), Duranti (1994) e Heredia
Herrera (1993), os conceitos jurídicos de fé pública e memória
perpétua moldaram a fundação de todo o pensamento europeu sobre
arquivos e criaram as bases para a constituição de um corpo teórico no
qual se baseiam as metodologias adotadas na Europa e América. A
natureza jurídica, administrativa e histórica dos arquivos,
portanto, é a base que define as características do material que
os integra.
□ Jenkinson, define que o arquivo só começa a existir a partir da
separação de seus documentos para referência ou pesquisa, feita pelo
organismo ou pessoas responsáveis por sua produção, utilização e
custódia para, então, servir de evidência histórica das funções e
atividades desses entes sociais. E, como para ele, os documentos de
arquivos não nascem para servir à posteridade,

□ Características de formação desta última se opõem frontalmente às da


primeira

□ Resumindo: valor probatório e valor evidenciai são e não são a mesma


coisa, dependendo da perspectiva teórica que se toma
□ Schellenberg, sem 'aparentemente' ferir a matriz teórica inglesa,
redefiniu arquivos como documentos que devem ser preservados por
motivos diferentes daqueles pelos quais foram criados ou acumulados,
apresentando, então, o conceito de valor evidenciai ou de referência,
isto é, valor de uso para fins de pesquisa, determinado por outros que
não seus produtores ou acumuladores.
□ Ao aprofundar, Schellenberg teve que introduzir os conceitos de
coleção de manuscritos de bibliotecas e arquivos (podemos estender
também para de museus), definindo-os segundo uma classificação que
tenta adequar a definição clássica de arquivo e das propriedades de
seus documentos ao conceito indefinido, porque vago, de coleção.
Assim, apresenta termos como: coleções naturais ou orgânicas,
sinônimo de arquivos porque produto de atividade orgânica; coleções
artificiais, sinônimo de peças "colecionadas", isto é, constituídas
depois de ocorridas as ações a que se relacionam e usadas para outros
fins; e coleções de miscelânea, sinônimo de itens documentários
singulares recolhidos de várias fontes9.
□ Mesmo não sendo originariamente criados para evidenciar, servir
de prova, os itens e objetos de museus e bibliotecas são excluídos do
universo teórico dos arquivos e tratados de forma individualizada,
quando muito reunidos em coleções que, pela fluidez conceitual, não lhes
garantem uma contextualização adequada
□ Mesmo sendo originariamente criados para evidenciar, servir de prova, os
documentos de arquivo são excluídos do universo teórico da
arquivística quando eles se apresentam como objetos tridimensionais
(termo usual e comum na área, mas impróprio para designá-los).
□ No geral, são reunidos, organizados e descritos como coleções ou séries
denominadas avulsas, diversas, miscelânea, dentro de esquemas
classificatórios ou arranjos dentro de um arquivo.
□ Considerando que tais coleções devem refletir o indivíduo ou
a organização social que as produziu, acumulou e tornou públicas, a
ausência do exame desse vínculo orgânico pode acarretar a perda de
seu contexto de produção - fundamento de uma abordagem arquivística -,
obnubilando a compreensão de suas origens histórico-culturais.

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