O partícipe do autoaborto, além de responder por este delito, pratica ainda homicídio
culposo ou lesão corporal de natureza culposa, se ocorrer morte ou lesão corporal de
natureza grave em relação à gestante.
Quanto à gestante que provoca em si mesmo o aborto legal ou permitido, duas situações
podem ocorrer:
(1) tratando-se de aborto necessário ou terapêutico (CP, art. 128, inc. I), não há
crime, em face da exclusão da ilicitude pelo estado de necessidade; e
(2) na hipótese de aborto sentimental ou humanitário, o fato é típico e ilícito, pois
nessa modalidade somente é autorizado o aborto praticado por médico. É de se
reconhecer, contudo, a incidência de uma dirimente, em face da inexigibilidade de
conduta diversa (causa supralegal de exclusão da culpabilidade).
Consentir para que terceiro lhe provoque o aborto: 2.ª parte
Esse crime é de mão própria, pois somente a gestante pode prestar o consentimento.
Não admite coautoria, mas somente a participação. Exemplo: Uma amiga da mulher
grávida a induz a consentir um médico em si provoque o aborto.
ao passo que o terceiro que provoca o aborto com o seu consentimento é
enquadrado no art. 126 do Código Penal (aborto consentido ou consensual).
Por outro lado, se o partícipe concorrer para a conduta do terceiro que provoca o
aborto, responderá pelo crime tipificado pelo art. 126 do Código Penal, tal como na
hipótese da enfermeira que auxilia o médico durante a cirurgia abortiva.
Extensão do consentimento da gestante
Hipóteses legais:
(2) não exista outro meio de salvar sua vida. Destarte, há crime de aborto quando
interrompida a gravidez para preservar a saúde da gestante.
O risco para a vida da gestante não precisa ser atual. Basta que exista, isto é, que no
futuro possa colocar em perigo a vida da mulher, e seja atestado por profissional da medicina
Questão de Prova!!
Em conformidade com o art. 129, § 5.º, do Código Penal, o juiz, não sendo
graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa em
duas situações:
•Lesão corporal praticada em caráter privilegiado; neste caso o juiz
decide se vai aplicar a diminuição ou aplicar apenas a pena de multa.
•Se as lesões são reciprocas;