Anda di halaman 1dari 25

 Conceito

Aborto é a interrupção da gravidez, da qual resulta a morte do produto


da concepção. Para Giuseppe Maggiore, “é a interrupção violenta e
ilegítima da gravidez, mediante a ocisão de um feto imaturo, dentro ou
fora do útero materno”.
 Espécies de aborto
O aborto pode ser de uma das seguintes espécies:
• a) natural: é a interrupção espontânea da gravidez. Exemplo: O
organismo da mulher, por questões patológicas, elimina o feto. Não há
crime.
• b) acidental: é a interrupção da gravidez provocada por traumatismos,
tais como choques e quedas. Não caracteriza crime, por ausência de
dolo.
• c) criminoso: é a interrupção dolosa da gravidez. Encontra previsão
nos arts. 124 a 127 do Código Penal.
d) legal ou permitido: é a interrupção da gravidez de forma voluntária e aceita
por lei. O art. 128 do Código Penal admite o aborto em duas hipóteses:
quando não há outro meio para salvar a vida da gestante (aborto
necessário ou terapêutico) e quando a gravidez resulta de estupro (aborto
sentimental ou humanitário). Não há crime por expressa previsão legal.
e) eugênico ou eugenésico: é a interrupção da gravidez para evitar o
nascimento da criança com graves deformidades genéticas. Discute-se se
configura ou não crime de aborto. A questão será analisada quando estudarmos
o art. 128 do Código Penal.
f) econômico ou social: mata-se o feto para não agravar a situação de
miserabilidade enfrentada pela mãe ou por sua família. Trata-se de modalidade
criminosa, pois não foi acolhida pelo direito penal brasileiro.
O art. 124 do Código Penal contém duas figuras típicas distintas:

a) Provocar aborto em si mesma: 1.ª parte

Trata-se do autoaborto, em que a gestante efetua contra si própria o procedimento


abortivo por qualquer modo capaz de levar à morte do feto (exemplos: golpes com
instrumento contundente, quedas propositais, ingestão de medicamentos abortivos etc.).
Não há tentativa de aborto quando a mulher busca suicidar-se, mas permanece viva, pois
não se pune a autolesão (princípio da alteridade). Todavia, se da tentativa de suicídio
resultar o aborto, à mulher deve ser imputado o autoaborto, como corolário do seu
dolo eventual.
Esse crime é compatível com o concurso de pessoas, na modalidade participação.
Ex: uma mulher grávida ingere medicamento abortivo, que lhe fora fornecido pelo seu
namorado, e em razão dessa conduta provoca a morte do feto, o enquadramento típico
será o seguinte:
(1) a mulher é autora de autoaborto; e
(2)o namorado é partícipe do crime de autoaborto, definido como delito de mão própria e
compatível com a conduta de induzir, instigar ou auxiliar, de forma secundária, a gestante a
provocar aborto em si mesma. Se o namorado, contudo, tivesse executado qualquer ato de
provocação do aborto, seria autor do crime descrito pelo art. 126 do Código Penal (aborto
com o consentimento do gestante).

 O partícipe do autoaborto, além de responder por este delito, pratica ainda homicídio
culposo ou lesão corporal de natureza culposa, se ocorrer morte ou lesão corporal de
natureza grave em relação à gestante.
 Quanto à gestante que provoca em si mesmo o aborto legal ou permitido, duas situações
podem ocorrer:
(1) tratando-se de aborto necessário ou terapêutico (CP, art. 128, inc. I), não há
crime, em face da exclusão da ilicitude pelo estado de necessidade; e
(2) na hipótese de aborto sentimental ou humanitário, o fato é típico e ilícito, pois
nessa modalidade somente é autorizado o aborto praticado por médico. É de se
reconhecer, contudo, a incidência de uma dirimente, em face da inexigibilidade de
conduta diversa (causa supralegal de exclusão da culpabilidade).
Consentir para que terceiro lhe provoque o aborto: 2.ª parte

Cuida-se do consentimento para o aborto. A grávida não pratica em si mesma o


aborto, mas autoriza um terceiro qualquer, que não precisa ser médico, a fazê-lo: a
gestante é autora do crime tipificado pelo art. 124, 2.ª parte, enquanto o terceiro que
provoca o aborto é autor do crime definido pelo art. 126.

Esse crime é de mão própria, pois somente a gestante pode prestar o consentimento.
Não admite coautoria, mas somente a participação. Exemplo: Uma amiga da mulher
grávida a induz a consentir um médico em si provoque o aborto.

Em face da pena mínima cominada ao autoaborto e ao consentimento para o aborto


(um ano), esses crimes admitem a suspensão condicional do processo, desde que
presentes os demais requisitos exigidos pelo art. 89 da Lei 9.099/1995.
 Art.125
Esse crime pode concretizar-se em duas hipóteses:
a) não houve realmente o consentimento da gestante. Exemplos: agressão pelo antigo
namorado que a engravidou, terceiro que coloca medicamento abortivo em sua comida
etc.; ou
b) a vítima prestou consentimento, mas sua anuência não surte efeitos válidos, por se
enquadrar em alguma das situações indicadas pelo art. 126, parágrafo único, do Código
Penal: gestante não maior de 14 anos ou alienada ou débil mental (dissenso presumido)
ou consentimento obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência (dissenso real).

Trata-se de crime de dupla subjetividade passiva. Há duas vítimas: o feto e a gestante.


Se a mulher estiver grávida de gêmeos (ou trigêmeos), e essa circunstância for do
conhecimento do terceiro, haverá dois (ou três) crimes de aborto, em concurso formal
impróprio ou imperfeito (CP, art. 70, caput, parte final). Contudo, se ele ignorar esse fato,
responderá por um único crime, afastando-se a responsabilidade penal objetiva.
 Exceção à teoria unitária ou monista no concurso de pessoas:
O legislador, entretanto, abriu uma exceção à teoria unitária ou monista no concurso
de pessoas, e criou crimes distintos.

A gestante que presta o consentimento incide na pena da parte final do art.


124 do Código Penal (consentimento para o aborto);

ao passo que o terceiro que provoca o aborto com o seu consentimento é
enquadrado no art. 126 do Código Penal (aborto consentido ou consensual).

Decidiu-se tratar a mulher de forma mais branda em decorrência dos abalos


físicos e mentais que ela enfrenta com o aborto, nada obstante criminoso.
 Eo partícipe, por qual crime responde?

Depende da sua conduta;

Se vinculada ao consentimento da gestante, ao partícipe será imputado o crime definido


pelo art. 124 do Código Penal. É o que se dá com os familiares que auxiliam
financeiramente a gestante para custear as despesas do aborto em uma clínica médica.

Por outro lado, se o partícipe concorrer para a conduta do terceiro que provoca o
aborto, responderá pelo crime tipificado pelo art. 126 do Código Penal, tal como na
hipótese da enfermeira que auxilia o médico durante a cirurgia abortiva.
Extensão do consentimento da gestante

O consentimento da gestante deve subsistir até a consumação do aborto. Se


durante o procedimento abortivo ela se arrepender e solicitar ao terceiro a
interrupção das manobras letais, mas não for obedecida, para ela o fato será
atípico, e o terceiro responderá pelo crime delineado pelo art. 125 do Código
Penal.
Ademais, o consentimento pode ser prestado verbalmente ou por escrito, ou
resultar da própria conduta da gestante, tal como quando ela coopera com o
terceiro nas manobras abortivas mediante movimentos corpóreos. Cumpre frisar
que a validade do seu consentimento reclama a não configuração de qualquer das
hipóteses contidas no art. 126, parágrafo único, do Código Penal.
Concurso material com o delito de associação criminosa

 Se três ou mais pessoas associarem-se para o fim específico de cometer


abortos (exemplo: instalação de uma clínica médica com esse propósito), responderão
pelo crime tipificado pelo art. 288 do Código Penal em concurso material com os
abortos que tenham efetivamente realizado.

 Art. 126 do Código Penal e Lei 9.099/1995

 Diante da pena mínima cominada ao crime de aborto praticado por terceiro


com o consentimento da gestante (um ano), é cabível a suspensão condicional do
processo, se presentes os demais requisitos exigidos pelo art. 89 da Lei 9.099/1995.
 As “formas qualificadas” somente são aplicáveis ao aborto praticado por
terceiro, sem ou com o consentimento da gestante (arts. 125 e 126);

 Destarte, se um terceiro concorre para que a gestante realize autoaborto, daí


resultando na mulher lesão corporal grave ou morte, o terceiro responde
pelo crime tipificado pelo art. 124 do Código Penal, como partícipe, e por
lesão corporal culposa ou homicídio culposo, se provada sua culpa no
tocante aos ferimentos ou à morte;

 crimes qualificados pelo resultado, de natureza preterdolosa

 Em que pese a previsão legal de hipóteses preterdolosas, nada impede o


aumento da pena quando o aborto não se consuma, mas a gestante sofra
lesão corporal de natureza grave ou morra.
Questão de Prova
 Se, no entanto, o terceiro tinha dolo (direto ou eventual) no tocante a ambos os
crimes, responde por aborto e por lesão corporal de natureza grave ou
homicídio, em concurso (material ou formal imperfeito, dependendo do caso
concreto).
 Por outro lado, aquele que mata dolosamente uma mulher, ciente da sua
gravidez, e assim provoca a morte do feto, responde por homicídio doloso e
também por aborto, ainda que reste provada a ausência de intenção de
provocar a morte do feto. De fato, quando se mata uma mulher grávida há pelo
menos dolo eventual quanto ao aborto. Mas, se o terceiro mata dolosamente
uma mulher, ignorando sua gravidez, daí resultando também o aborto, a ele
será imputado apenas o homicídio doloso. Exclui-se o aborto, sob risco de
caracterização da responsabilidade penal objetiva.
Causas especiais de exclusão da ilicitude. Embora o aborto
praticado em tais situações constitua fato típico, não há crime pelo fato de
serem hipóteses admitidas pelo ordenamento jurídico.

 Hipóteses legais:

O art. 128 do Código Penal prevê duas hipóteses de aborto permitido:


aborto necessário e aborto no caso de gravidez resultante de estupro. Em
ambas, o aborto há de ser praticado por médico, pois é somente ele o
profissional habilitado para, com segurança, interromper a gravidez sem
ofender a vida ou a integridade corporal da gestante.
Aborto necessário

O aborto necessário ou terapêutico depende de dois requisitos:

(1) a vida da gestante corra perigo em razão da gravidez; e

(2) não exista outro meio de salvar sua vida. Destarte, há crime de aborto quando
interrompida a gravidez para preservar a saúde da gestante.

O risco para a vida da gestante não precisa ser atual. Basta que exista, isto é, que no
futuro possa colocar em perigo a vida da mulher, e seja atestado por profissional da medicina
 Questão de Prova!!

 Segundo a doutrina é necessário a autorização judicial para a realização do


parto nas condições do artigo 127 do CP? E da própria gestante?

Como a vida é bem indisponível, não se exige o consentimento da gestante para o


aborto. Não há crime quando a gestante se recusa a fazê-lo e o médico provoca o aborto
necessário. E não são puníveis as lesões corporais resultantes do procedimento
cirúrgico.
É desnecessária a autorização judicial para o aborto. É o médico, e só ele, quem decide
sobre a imprescindibilidade da interrupção da gravidez.
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro

É também chamado de aborto sentimental, humanitário, ético ou


piedoso. Depende de três requisitos:
(1) ser praticado por médico;
(2) consentimento válido da gestante ou de seu responsável legal, se
for incapaz;
(3) gravidez resultante de estupro.
Nesse caso, como não há perigo atual para a vida da gestante, se a
interrupção da gravidez for praticada pela própria gestante ou por outra
pessoa qualquer, que não o médico, o fato será típico e ilícito. Porém, é de
se reconhecer a incidência de uma dirimente, fundada na inexigibilidade de
conduta diversa (causa supralegal de exclusão da culpabilidade).
 QUESTÃO DE PROVA!!!!!

 É prescindível a condenação e até mesmo a ação penal pelo crime de estupro.


Basta ao médico a presença de provas seguras acerca da existência do crime,
tais como boletim de ocorrência, declaração da mulher e depoimentos de
testemunhas, inquérito policial, etc. Em suma, não se exige autorização
judicial para a exclusão da ilicitude. Tratando-se de norma favorável ao
médico, deve ser interpretada restritivamente. O dispositivo legal não faz essa
exigência, razão pela qual as condições do aborto não podem ser aumentadas.
 Se, após o aborto, ficar provado que a gestante apresentou ao médico um
boletim de ocorrência com conteúdo falso, o profissional da medicina não
responderá por crime algum, pois presente uma descriminante putativa (CP,
art. 20, § 1.º). À mulher, por seu turno, serão imputados os crimes de aborto e
de comunicação falsa de crime (CP, art. 340).
Lesão corporal dolosa privilegiada: causa de diminuição de pena
(art. 129, § 4.º)

É a aplicação do privilégio à lesão corporal dolosa. Nos termos do art.


129, § 4.º, do Código Penal, “se o agente comete o crime impelido por
motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta
emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode
reduzir a pena de um sexto a um terço”.
Essa causa de diminuição da pena incide unicamente no tocante às lesões
dolosas, qualquer que seja sua modalidade: leve, grave, gravíssima ou
seguida de morte. Não é cabível na lesão corporal culposa.
Lesões corporais leves e substituição da pena: § 5.º

 Em conformidade com o art. 129, § 5.º, do Código Penal, o juiz, não sendo
graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa em
duas situações:
•Lesão corporal praticada em caráter privilegiado; neste caso o juiz
decide se vai aplicar a diminuição ou aplicar apenas a pena de multa.
•Se as lesões são reciprocas;

Anda mungkin juga menyukai