Mecânica

dos
Sólidos
AVANÇADA

Prof. DSc Gilberto Gomes

TÓPICOS
1.Álgebra Tensorial – Tensores
2.Tensões
3.Deformações
4.Elasticidade Linear ...
5.Formulação e Solução de Problemas 2D
6.Tópicos especiais

Mecânica dos Sólidos Avançada – MECSOLA

G. Gomes – PECC/ENC/F
ELASTICIDADE LINEAR
PROBLEMAS BIDIMENSIONAIS

Problemas de elasticidade tridimensional são difíceis de resolver. Assim,

nós ,primeiro, desenvolvemos equações governante para problemas
bidimensionais e exploramos quatro teorias diferentes:
- Deformação Plana
- Tensão Plana
- Tensão Generalizada do Plano
- Deformação Anti-Plana

Desde que todas as estruturas reais elásticas são tridimensionais, as teorias

aqui apresentadas serão modelos aproximados. A natureza e a precisão da
aproximação dependerão do problema e da geometria da carga.

As teorias básicas de deformação plana e de tensão plana representam o

problema fundamental do plano na elasticidade. Embora essas duas
teorias se apliquem a tipos significativamente diferentes de corpos
bidimensionais, suas formulações produzem equações de campo muito
semelhantes.
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ELASTICIDADE LINEAR
Tridimensionais Bidimensionais

x x

y y

z z

z
Spherical Cavity

y
x

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ELASTICIDADE LINEAR
Em muitos casos o problema elástico pode ser
abordado através da consideração (exata ou
aproximada) de que os estados de tensão e
deformação são independentes em relação a uma
das coordenadas (em geral, considera-se a
coordenada z).
O fenômeno elástico ocorre então igualmente em
todos os planos paralelos a xy.
Nesta classe de problema estão o estado plano de
deformação e o estado plano de tensão.

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ESTADO PLANO DE DEFORMAÇÃO
Seja um sólido prismático, localizado entre planos
indeslocáveis sem atrito.

z x

y
y

Se atuarem sobre ele carregamentos auto-equilibrados de direção

paralela ao plano xy e independentes de z, então o campo de
deslocamentos será tal que:

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u = u (x,y)  v = v (x,y)  w = 0
Todas as seções se deformam igualmente,
mantendo-se planas e normais ao eixo z.

u u v
x = x xy = +
y x
v u w
y = y xz = +
z x
w v w
z = z yz = +
z y

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Em conseqüência das relações deformação-
deslocamento, observa-se que as componentes
de deformação apresentam a forma:
x = x (x,y) y = y (x,y) z = 0

xy = xy (x,y) xz = 0 yz = 0

Estas expressões caracterizam o estado plano de

deformações.

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As correspondentes componentes de tensão podem
ser obtidas através da lei de Hooke:
x =  J1 + 2 G x y =  J1 + 2 G y z =  J1 + 2 G z
E
xy = G xy xz = G xz yz = G yz =
(1 + )(1 - 2)
Dessa forma podem ser obtidas as expressões:

x =  (x + y) + 2 G x y =  (x + y) + 2 G y

xy = G xy xz = 0 yz = 0 z =  (x + y)

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Por outro lado:
z 
z = - (x + y) = 0 z =  (x + y)
E E

Portanto:
x =  (x + y) + 2 G x y =  (x + y) + 2 G y

xy = G xy xz = 0 yz = 0 z =  (x + y)

Verifica-se assim a existência de tensões normais z

na direção longitudinal do sólido prismático.

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Exemplo de problemas no plano de deformação:
y

x
x

Cilindros Longos Sob Regiões Semi-Infinitas

Carga Uniforme Sob Cargas Uniformes

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Exemplo de estado plano de deformação:

z
BARRAGEM
x

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Exemplo de estado plano de deformação:

MURO DE ARRIMO

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Para a formulação das equações que regem o
problema de estado de deformação, observa-se
que somente três das componentes de
deformação e três das de tensão são incógnitas
do problema, uma vez que z é dependente de x
e y.

x = x (x,y) y = y (x,y) z = 0

xy = xy (x,y) xz = 0 yz = 0

x =  (x + y) + 2 G x y =  (x + y) + 2 G y

xy = G xy xz = 0 yz = 0 z =  (x + y)

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As equações de equilíbrio se escrevem:
x xy xz
+ + + Bx = 0
x y z
xy y yz
+ + + By = 0
x y z
xz yz z
+ + + Bz = 0
x y z
x xy
+ + Bx = 0
x y
xy y
+ + By = 0
x y

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As equações de compatibilidade de deformações
reduzem-se a apenas uma:

2 x 2 y 2 xy 2 x 2 xy 2 xz 2 yz

+ = 2 = + -
y 2 x2 x y y z x z x y x2
2 x 2 z 2 xz 2 y 2 xy 2 yz 2 xz
+ = 2 = + -
z 2 x2 x z x z y z x y y2
2 y 2 z 2 yz 2 z 2 xz 2 yz 2 xy
+ = 2 = + -
z2 y2 y z x y y z x z z2

2 x 2 y 2 xy
+ =
y2 x2 x y

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Assim, a lei de Hooke generalizada fornece:
x  1
x = - (y + z) = x -  y – 2 (x + y)
E E E
1 – 2 (1 + )
x = x - y
E E

Do mesmo modo para direção y:

1 – 2 (1 + )
y = y - x
E E

As outras componentes de deformação são definidas

por:
z = 0

xy = xy /G xz = 0 yz = 0

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Derivando-se as componentes de deformação:
2 x 1 – 2 2 x (1 + ) 2 y
= -
y2 E y 2 E y2
2 y 1 – 2 2 y (1 + ) 2 x
= -
x2 E x 2 E x2
2 xy 2 (1 + ) 2 xy
=
x y E x y

Portanto, tem-se a equação:

2 x 2 y 2  x 2  y 2 xy
(1 – ) + – + –2 =0
y2 x2 x2 y2 x y

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Assim, tem-se o problema de estado plano de
deformação regido por três equações diferentes:
x xy
+ + Bx = 0
x y
xy y
+ + By = 0
x y
2 x 2 y 2 x 2 y 2 xy
(1 – ) + – + –2 =0
y2 x2 x2 y2 x y

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Equações do Campo de Deformação Plana
u v 1  u v 
Defromações ex  x , e y  y , exy  2  y  x  , ez  exz  e yz  0
 
 x  (ex  e y )  2ex ,  y  (ex  e y )  2e y
Tensões
 z   (e x  e y )   ( x   y )
 xy  2exy ,  xz   yz  0

Equações de Equilíbrio Compatibilidade de Deformação

 x  xy  2 ex  e y
2
 2 exy
  Fx  0  2
x y y 2 x 2 xy
 xy  y
  Fy  0
x y Equações de Beltrami-Michell
Equações de Navier 1  Fx Fy 
 2 ( x   y )     
 2 u  (  )
  u v 
    Fx  0 1    x y 
x  x y 
  u v 
 2 v  (  )     Fy  0
y  x y 

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ESTADO PLANO DE TENSÃO
Seja uma chapa delgada de espessura uniforme, solicitada por
carregamentos auto-equilibrados de direção paralela ao
plano xy e distribuídos uniformemente na espessura da
chapa.

z x

b/2

y y
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Uma vez que as faces z = ± b/2 estão livres de forças
externas, tem-se nesses planos:
z = xz = zy = 0
Como a espessura é pequena, pode-se admitir (como
aproximação) que estas componentes se anulam
em todo o domínio, e também que as demais não
variam com z.
Portanto, o estado tensional no sólido atende
aproximadamente às condições:
x = x (x,y) z = 0
y = y (x,y) xz = 0
xy = xy (x,y) yz = 0
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As componentes de deformação podem ser obtidas
através da lei de Hooke:
x  
x = - y z = - x + y
E E E
y 
y = - x xz = 0
E E
xy = xy / G yz = 0

E 
z = J1 + z
1 +  1 - 2

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Da equação acima, tem-se:
E 
z = J1 + z = 0
1 +  1 - 2
Portanto,

z = - x + y
1 - 2
Dessa forma, tem-se:
x = x (x,y) z = z (x,y)
y = y (x,y) xz = 0
xy = xy (x,y) yz = 0

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Logo, no estado plano de tensão (onde a deformação
na direção transversal z não é impedida), ocorre z
pelo efeito de Poisson.
Assim, apenas três componentes de tensão e as três
componentes de deformação de índices x, y são
incógnitas do problema, uma vez que z é
dependente de x e y, e as demais componentes de
tensão e de deformação são nulas.
As equações de equilíbrio assumem a forma:

x xy
+ + Bx = 0
x y
xy y
+ + By = 0
x y
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Quantos às equações de compatibilidade de
deformações, tem-se:
2 x 2 y 2 xy
+ =
y2 x2 x y
E ainda:
2 z 2 z 2 z
=0 =0 =0
x2 y2 x y
Equações estas que só se verificam identicamente se
z for constante ou função linear de x e/ou y, o que,
efetivamente, ocorre apenas em casos
particulares.

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Como, em termos gerais, a suposição inicial de z =
xz = yz = 0 e simultaneamente x, y, xy
independentes de z não é rigorosamente exata as
equações acima deixarão de ser atendidas,
revelando-se entretanto a solução que satisfaz as
outras equações suficientemente precisa para
chapas delgadas.
Assim, as equações acima não são consideradas na
formulação do problema, com as equações de
compatibilidade reduzindo-se a equação:
2 x 2 y 2 xy
+ =
y2 x2 x y

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Analogamente ao caso anterior, o problema pode ser
formulado mediante três equações diferenciais
envolvendo x, y, xy, ou seja, as duas equações
de equilíbrio e uma compatibilidade expressa em
termos das tensões, obtida mediante a
substituição das deformações.
Desse modo, por derivação:
2 x 1 2  x  2 y
= -
y 2 E y 2 E y2
2 y 1 2 y  2 x
= -
x 2 E x 2 E x2

2 xy 2 (1 + ) 2 xy
=
x y E x y

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Portanto, tem-se a equação:
2 x 2 y 2 x 2 y 2 xy
+ – + – 2(1 + ) =0
y2 x2 x2 y2 x y
Esta equação de compatibilidade é escrita em termos
das tensões.

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Exemplo de problemas no plano de tensão:

Placa Fina Com

Furo Central

Placa Circular Sob

Carga de Borda

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Exemplo de estado plano de tensão:

VASOS DE PAREDES FINAS

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EQUAÇÃO DE LEVY
A solução do problema de estado plano em termos
de tensões envolve três incógnitas (x, y e xy)
que devem satisfazer as equações de equilíbrio:
x xy
+ + Bx = 0
x y
xy y
+ + By = 0
x y
Devem corresponder a deformações que atendam à
equação de compatibilidade:
2 x 2 y 2 xy
+ =
y 2 x2 x y
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Além disso, devem ser verificadas as condições de
contorno, as quais serão apresentadas no próximo
item.
Por sua vez, a equação de compatibilidade em
termos de tensões se escreve na forma:
2 x 2 y 2 x 2 y 2 xy
(1 – ) + – + –2 =0
y2 x2 x2 y2 x y
Ou ainda,
2 x 2 y 2 x 2 y 2 xy
+ – + – 2(1 + ) =0
y2 x2 x2 y2 x y

Conforme se trate de estado plano de deformações

ou de tensões.
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2 x 2 y 2 x 2 y 2 xy
(1 – ) + – + –2 =0
y2 x2 x2 y2 x y
2 x 2 y 2  x 2  y 2 xy
+ – + – 2(1 + ) =0
y2 x2 x2 y2 x y

Observa-se que a componente xy pode ser eliminada,

derivando-se adequadamente as equações de
equilíbrio. Assim,
x xy  2 x 2xy Bx
+ + Bx = 0 + + =0
x y x2 x y x
xy y 2xy  2 y By
+ + By = 0 + + =0
x y x y y2 y
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 2 x 2xy Bx 2xy  2 x Bx
+ + =0 = - -
x2 x y x x y x2 x
2xy  2 y By 2xy  2 y By
+ + =0 = - -
x y y2 y + x y y2 y

2xy  2 x  2 y Bx By

2 = - - - -
x y x2 y2 x y

Substituindo-se nas equações de compatibilidade:

2 x 2 y 2 x 2 y 2 xy
(1 – ) + – + –2 =0
y 2 x 2 x 2 y2 x y
2 x 2 y 2  x 2  y 2 xy
+ – + – 2(1 + ) =0
y2 x2 x2 y2 x y
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1 Bx By
2 (x + y) = - +
1 -  x y
Equação para o estado plano de deformações.
Bx By
2 (x + y) = - (1 + ) +
x y
Equação para o estado plano de tensões.
Onde:
 2  2
2 = +
x 2 y2
Se as forças de massa são constantes, para ambos
os casos:
2 (x + y) = 0 (Equação de Levy)
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Equações de Campo de Tensão Plana
Deformação Relações Deformação-Deslocamento
1 1
ex  ( x   y ) , e y  ( y   x ) u v w 1  u v 
E E ex  , ey  , ez  , exy    
  x y z 2  y x 
e z   ( x   y )   (e x  e y )
E 1  1  v w  1  u w 
e yz      0 , exz    0
1  2  z y  2  z x 
exy   xy , exz  e yz  0
E
Equação de Equilíbrio Compatibilidade de Deformação
 x  xy
  Fx  0  2 ex  e y
2
 2 exy
x y  2
 xy  y
y 2 x 2 xy
  Fy  0
x y
Equação de Beltrami-Michell
Equações de Navier
 F Fy 
E   u v   2 ( x   y )  (1  ) x  
 2 u      Fx  0  x y 
2(1  ) x  x y 
E   u v 
 2 v      Fy  0
2(1  ) y  x y 

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