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Anatol

Rosenfeld
Leonardo Barbosa Mendes
Maria Aparecida Rufino de Carvalho
Tiago Rosa André
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Biografia
◈ Anatol H. Rosenfeld (Alemanha 1912 - São Paulo
SP 1973).
◈ Crítico e teórico. Importante filósofo, ensaísta e
crítico de origem germânica,
◈ Um dos grandes intelectuais do panorama paulista
dos anos 1960 e 1970, ainda hoje referências para a
compreensão de aspectos da cultura alemã e
brasileira do período. 2
Sabe-se que estuda, entre 1930 e 1934, filosofia, letras
e história na Universidade de Berlim. Radica-se no
Brasil em 1937, para fugir das perseguições nazistas.
Enquanto aprende a nova língua, é lavrador e caixeiro
viajante. Já em São Paulo, nos primeiros anos da década
de 1950, passa a freqüentar reuniões das colônias
judaica e alemã, através das quais se aproxima do
mundo intelectual. 3
No início, Rosenfeld escrevia resenhas e artigos para os
jornais da comunidade judaica; entre 1954 e 1972
publicou 13 ensaios no Anuário Staden, órgão do
instituto homônimo em São Paulo (hoje Instituto
Martius-Staden), dedicado ao diálogo intercultural entre
o Brasil e a Alemanha.
Ele se sustentava, inicialmente, com aulas particulares
de literatura para as senhoras da alta burguesia
paulistana.
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Em 1956, por iniciativa de Antonio Candido, foi
encarregado com a seção “letras germânicas” no caderno
cultural, dirigido por Almeida Prado, d’O Estado de São
Paulo, função que exerceu até 1967. Entre 1962 e 1967,
por iniciativa do então diretor Alfredo de Mesquita,
lecionou na Escola de Arte Dramática (EAD) da
Universidade de São Paulo, porém sem nunca estabelecer
um vínculo fixo com esta instituição.

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Mimesis:

◈ Termo que se originou do verbo grego mimeisthai


◈ é um termo Aristotélico cuja tradução pode ser, entre
outras: imitação ou representação; verossimilhança;
ficção; ilusão; realismo; referência; referente;
dialogismo; intertextualidade. A escolha de um ou de
outro é em si uma opção teórica.

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◈ Um texto pode ser totalmente "real" ou totalmente ficcional?
◈ Como e em que proporção um texto com elementos ficcionais e
fantásticos pode influenciar a sua vida e a maneira como vê o
mundo?
◈ É possível Literatura sem mimesis? Ou seja, uma literatura que
fale apenas da Literatura sem se comunicar com a realidade?
◈ A ampla discussão sobre o conceito encontra suas bases nos dois
maiores sistemas filosóficos gregos, o platônico e o aristotélico:
seria a mimesis
◈ uma simples cópia da realidade vista, um retrato do mundo
exterior, ou uma re-apresentação desta realidade, isto é, o
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resultado de uma atividade poética sobre a realidade?
◈Mimesis para Platão: é ◈Mimesis para Aristóteles:
subversiva, pois, para o filósofo, concebe o termo como
ela põe em perigo a união social. verossimilhança em realação
O termo daria a ilusão de que a ao sentido natural (eikos, o
narrativa é conduzida por um possível). O filósofo, neste
outro que não o autor. sentido, amplia o conceito de
◈ Condena a arte como “imitação mimesis e ao mesmo tempo
da imitação, distante dois graus unifica a sua compreensão ao
daquilo que é”(596a-597b). Ela considerar toda literatura como
faz passar a cópia e afasta a imitação.
verdade.
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◈"O acordo ficcional é o conceito básico necessário aos
leitores de ficção: um contrato de leitura que encerra a
aceitação de que uma história imaginária, inventada, não
seja uma mentira, mas uma verdade presumida, ainda que
possa contradizer a realidade. É o que, segundo o autor,
Coleridge chama de dogma de “suspensão da descrença”
◈(Umberto Eco, Seis passeios pelos Bosques da Ficção,
p.83)

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◈O elemento fictício é o ato de fingir, ou seja, a
transgressão de limites. É a irrealização do real e a
realização do imaginário, permitindo a compreensão de
um mundo reformulado;
◈Cada texto literário é uma forma determinada de
tematização do mundo;
◈A intenção autoral, portanto, é revelada com a
decomposição dos sistemas com que o texto se articula e
se desprende, é a percepção de um imaginário para o uso.
A intencionalidade é uma figura de transcrição entre o real
e o imaginário, com o estatuto de atualidade. 10
Reflexões sobre o romance moderno

Primeira hipótese: se fundamenta para constituição do


seu texto, é a de que em cada fase histórica existe um
Zeitgeist, um espírito unificador que perpassa todas as
manifestações culturais e de pensamento.
Evidentemente que isso se presentifica nos espaços
nacionais, mas até mesmo em culturas de constituição
tão complexa como a nossa, a Ocidental, admite
Rosenfeld. 11
◈Segunda hipótese: norteia o leitor sobre alguns fatores que
poderiam ter influenciado e hegemonizado uma tendência
de "desromantização": Numa sociedade em que o progresso
econômico e tecnológico impõe uma consciência coletiva
em nome de uma ética individualista, o homem percebe-se
desamparado meio a estruturas falíveis;
◈Deixa de lado o papel de mimese a ela atribuído, como
espécie de fotocópia da realidade empírica, sensível. Cita
Rosenfeld a pintura abstrata ou não-figurativa, o que se
estende às formas do expressionismo, do surrealismo ou do
cubismo. 12
◈Terceira hipótese evidencia como o desenvolvimento do
capitalismo de organizações e da sociedade de consumo
alteraram a estrutura do romance e como esse fenômeno foi
percebido;
◈A hipótese de que esses movimentos de alterações verificados
no campo da pintura e também nas outras artes devem se
repetir também, de um modo ou de outro, no corpo do romance
moderno. Neste estas manifestações acabam por serem mais
sutis aos olhos do leitor dada a uma série de fatores, tais como
o cânone, que valoriza as obras que seguem dado padrão
comum ou da tradição, no sentido estrito do termo.
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◈O romance moderno configura-se, assim como a pintura,
num espaço de modificações e ajustes que parecem ser
necessários ao modernismo. Cite-se o aspecto
cronológico – a continuidade temporal – que no corpo do
romance foi inteiramente desfeito. Rosenfeld cita Proust,
Joyce, Gide e Faulkner, como precursores desse
caractere: eles começaram a desfazer a ordem cronológica
fundindo passado, presente e futuro. Essa “distorção” do
tempo e consequentemente do espaço, dão a entendê-los
como formas relativas da nossa consciência, como formas
relativas e subjetivas. 14
A arte se desapega de seu compromisso com o mundo empírico,
compromisso este estabelecido desde a mimese aristotélica,
acentuando-se no período da revolução burguesa em que a
literatura, por exemplo, assume o caráter de cultivar, humanizar
as novas classes médias que surgiram na época, ou do Realismo,
em que a literatura se apresenta como “missão” de denunciar esse
espírito burguês.
A arte moderna, é um desmascaramento do mundo epidérmico do
sendo comum. Um processo já visível no Realismo, quando este
se põe com a “função” de desmascarar a realidade burguesa.
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◈A função que o narrador ocupava no Realismo, por
exemplo, a de um potente microscópio capaz de mapear o
indivíduo e a sociedade sua, é transformado pela
eliminação da distância. O narrador moderno focaliza
apenas uma parte do indivíduo, o que da faz da
personagem um ser embaçado, escorregadia, difícil de
captá-la enquanto sujeito; desfaz-se, pois, aquela
personagem de contornos firmes e claros que o
Romantismo e, mais ainda o Realismo, nos deram.
◈A personagem “se despersonaliza”.
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O espaço, tempo e causalidade, no romance moderno,
foram “desmascaradas” como meras aparências
exteriores, como formas epidérmicas por meiodas quais
o senso comum procura impor ordem fictícia à realidade
e este processo de desmascaramento também envolveu o
ser humano, que como a pintura o fez eliminado ou
deformado, se fragmenta e se decompõem no romance,
sendo que neste não podendo ser eliminado, deixa-se
apresentar como retrato de indivíduos íntegros.

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◈Esse movimento além das categorias de arte (pintura,
teatro e romance), do pensamento (filosofia), também é
algo que perpassa o espírito científico: o aprofundamento
da pesquisa científica levou-nos à hipótese de que o
indivíduo racional e consciente centrado nos moldes
cartesianos do Penso, logo existo, trata-se apenas de uma
tênue camada, fictícia até. No fundo e em essência,
concorda Rosenfeld, o homem repete sempre as mesmas
estruturas arquetípicas – as de Édipo ou de Electra; as do
pecado original, da individuação; etc.
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◈Por isso que a personalidade individual teve de ser desfeita,
posta do avesso, em seus rabiscos: para que, tornando-se
abstrata, pudéssemos entrever melhor as configurações
arquetípicas do ser humano; estas são, consoante Rosenfeld,
intemporais, longe de ser linear e progressivo, é circular e
voltando sobre si mesmo. Assim é que se faz as personagens do
romance moderno.
◈São elas abertas para o passado que é presente que é futuro
que é presente que é passado; são elas abertas não só para o
passado individual, mas também o da humanidade; um
processo eterno que transcende não só o indivíduo e sim a
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própria humanidade.
Referências Bibliográficas

◈ ANATOL Rosenfeld. In: ENCICLOPÉDIA Itaú


Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo:
Itaú Cultural, 2018. Disponível em:
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa4324/a
natol-rosenfeld>. Acesso em: 16 de Nov. 2018.
Verbete da Enciclopédia.ISBN: 978-85-7979-060-7

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