As crises propagam-se de um país para os outros. A primeira grande crise que expôs de forma evidente este
carácter universal foi a que teve origem em Outubro de 1929 em Nova Iorque; em poucos anos afetou a vida
económica de todos os países do mundo. Não se tratou de um caso isolado; desde então assistimos ao
desencadear, ainda que com menos intensidade, de fenómenos análogos.
A guerra da Coreia, em Junho de 1950, provocou uma subida em flecha dos preços, à qual nenhuma economia
escapou.
É o sinal de que atualmente as oscilações dos preços e as crises económicas se propagam num meio
relativamente homogéneo, contínuo e consideravelmente unificado. Apercebemo-nos por este meio da
universalidade em que o mundo contemporâneo vive.
O homem e o espaço: mundo conhecido e mundo ignorado
Preâmbulo
Um terceiro exemplo vem apoiar esta afirmação: os conflitos. No século passado havia ainda a
possibilidade de os limitar geograficamente: no século XIX não há ainda um conflito mundial
propriamente dito. O século XX é, pelo contrário, o século dos conflitos mundiais.
Poderíamos ainda alargar a demonstração - a causa seria ainda mais convincente - aos movimentos de
ideias.
As filosofias políticas são atualmente postas em prática e despertam simpatias ou suscitam
contestações no mundo inteiro, quer se trate da experiência comunista, quer do nacionalismo: são
fenómenos universais.
Verificou-se portanto - e essa é uma das linhas de evolução da história nos dois últimos séculos – a
passagem de um mundo fragmentado e compartimentado para um mundo que apresenta uma
unidade relativa: universalidade e simultaneidade.
Pode-se mesmo dizer, para caracterizar esta relação entre o homem e o espaço, entre a humanidade e
a terra que ocupa, que o homem se encontrava então mais longe do homem . Tal verificação
implica todo o género de consequências:
Consequências políticas: devido a este distanciamento, é mais difícil constituir associações políticas duráveis, mais
complicado para os governantes administrarem os seus povos.
Consequências sociais: os indivíduos não saem de um círculo estreito. Vivem num quadro restrito: aldeia, paróquia,
uma região geograficamente limitada.
Consequência económica: como se sabe, os mercados são limitados. As unidades de produção devem bastar-se
a si próprias. É ainda a economia de subsistência, em que se deve produzir praticamente tudo aquilo de que se
precisa, pois as trocas são quase totalmente inexistentes.
O homem e o espaço: mundo conhecido e mundo ignorado
O antes …
O mundo do século XVIII também não conhece a unidade. As diferentes partes do Globo não entraram ainda
em relação umas com as outras. Ignoram-se mutuamente; chegam mesmo a ignorar a existência alheia.
Muito poucos homens têm uma visão de conjunto do planeta. Os Japoneses ou os Chineses conhecem bem os
seus vizinhos e podem mesmo ter uma ideia do que é o Extremo Oriente, mas não sabem quase nada do resto.
Mesmo os Europeus só têm ainda uma visão fragmentária e confusa do conjunto da humanidade.
A mundialização/globalização tem implicações nas dimensões económica, social, política, cultural, jurídica, …
O AGORA … A MUNDIALIZAÇÃO E A GLOBALIZAÇÃO
Enumera uma consequência da globalização para cada uma das dimensões referidas na figura
Fonte para o texto principal:
- REMOND, Renné; Introdução à História do Nosso Tempo
https://vdocuments.mx/introducao-a-historia-do-nosso-tempo.html
- VVAA, Visão do Mundo – 12º ano, Porto Editora
Outras fontes:
https://www.thoughtco.com/globalization-positive-and-negative-1434946