ANCILOSTOMÍASE E LARVA
MIGRANS CUTÂNEA
“17 milhões são caricaturas derreadas no físico e no moral
pela ancilostomíase; a inteligência do amarelado atrofia-
se e a triste criatura vive em soturno urupê humano,
incapaz de ação, incapaz de vontade, incapaz de
progresso; os escravos do verme, fez o país em andrajosa
miséria econômica, resultado natural da miséria
fisiológica” - O JECA NÃO É ASSIM – ESTÁ ASSIM !
HOJE :
± 23 a 24 milhões parasitados, nenhuma localidade
sem indivíduos parasitados (no Brasil).
CLASSIFICAÇÃO
FILO ASCHELMINTHES
CLASSE NEMATODA
SUPERFAMÍLIA STRONGYLOIDEA
FAMÍLIA ANCYLOSTOMATIDAE
GÊNEROS ANCYLOSTOMA
(hookworms) NECATOR
Ancylostoma braziliense
Macho: 7- 8 mm
Formato: Em C
Cápsula bucal: Um par de dentes
Ext. posterior: Bolsa copuladora
Fêmea: 9-10 mm
Cápsula bucal: Um par de dentes
Ext. posterior: Afilada
MORFOLOGIA
Ancylostoma caninum
Cápsula bucal:
Três pares de dentes
MORFOLOGIA
Necator americanus
Fêmea: 9-11 mm
Formato: Em S
Cápsula bucal: Com duas
lâminas cortantes
Ext. posterior: afilada
Macho: 5- 9 mm
Ext. posterior: Bolsa
copuladora
MORFOLOGIA
ovo: 40-60 µm
Formato: elipsóide
Espaço largo entre a
casca e o conteúdo do
Ovo
Momento postura: cél. ovo única
Blastômeros: 4-8 ou mais
Larva formada: depois de 18 h
MORFOLOGIA
Larvas rabditóides
Tamanho: 0,25 mm
Cápsula bucal: Vestíbulo é longo
Primórdio genital: É pequeno e dificilmente visto
MORFOLOGIA
Larvas Filarióides
Tamanho: 0,5 mm
Esôfago: Cilíndrico, retilíneo
ocupando um terço do corpo
Ext. posterior (cauda): afilada
BIOLOGIA
Ciclo Biológico (Necator): OvosL1L2 L3
(filarióide)pele circulação sangüínea e/ou
linfática, coração pulmões L4 brônquios
traquéia faringe laringe ingestão
intestino delgado L5 adultos (após 30
dias de infecção).
Habitat do verme adulto: intestino delgado,
principalmente duodeno.
Transmissão: Infecção cutânea
Infecção oral
*Infecção congênita (somente se for
registrado parasitismo em lactentes c/ menos de 20 dias)
BIOLOGIA
Larvas possuem tropismos que as concentram na superfície do solo,
em posição propícia para entrarem em contato e infectarem
hospedeiros susceptíveis :
Geotropismo negativo :tendência a se deslocarem para a
superfície do solo, localizando-se nos pontos mais elevados, mesmo se
enterradas a um metro de profundidade.
Termotropismo :atração para temperaturas mais elevadas, com
conseqüente ativação de sistemas enzimáticos, facilitando a
penetração pela pele de hospedeiros homeotérmicos cuja
temperatura é mais elevada do que a do solo.
Hidrotropismo: tendência das larvas de se localizarem em porções
mais úmidas do solo, evitando dessecação que poderia lhes ser fatal.
Tigmotropismo : tendência à adesão a partículas sólidas no solo ou
mesmo à superfície cutânea de um hospedeiro potencial.
PATOGENIA
FASE AGUDA:migração das larvas na pele, pulmão e
instalação dos vermes no intestino.
Larvas: congestão e edema, mas sem reação
inflamatória + manifestações respiratórias (discretas)
Adultos: dor epigástrica, diminuição do apetite,
indigestão, cólica, indisposição, náuseas, vômitos.
Diarréia sanguinolenta (às vezes)
Constipação-menos frequente.
Eosinofilia sanguínea (30 ou 60%), no primeiro mês
Espoliação sangüínea : Ancylostoma duodenale suga
0,05 a 0,3 ml/sangue/dia.
Necator americanus suga 0,01 a 0,04 ml/sangue/dia.
PATOGENIA
FASE CRÔNICA:caracteriza a fase da anemia
vermes adultos + espoliação sangüínea + deficiência
nutricional.
Anemia (microcítica e hipocrômica) Ferropriva
Leucocitose e eosinofilia + reticulócitos
Baixa de hemoglobina.
Hipoalbuminemia síntese pelo fígado (pela hipóxia) +
(hipoproteinemia) perda de plasma + desnutrição (anorexia)
Lesões mecânicas: no local de implantação da cápsula
bucal.
SINTOMATOLOGIA
Carga parasitária e do estado nutricional do
hospedeiro.
Cutânea:lesões eritematosas ou pápulas pruriginosas.
Pulmonares:tosse (com ou sem expectoração).
Febre (de pequena intensidade)
à ausculta: crepitação pulmonar
Síndrome de Löeffler (infecções pesadas. Menos
frequente e mais benigno) + eosinofilia sanguínea alta (30%-
60%)
Hepáticas:dores no hipocôndrio direito, dor à palpação (apenas em
infecções maciças).
Intestinais: dor no epigástrio, náuseas, vômitos, anorexia, bulimia,
perversão do apetite (geofagia), diarréia, enterorragia
(crianças).
Espoliação sanguínea lenta e progressiva – hosp. continua suas
atividades - anemia grau avançado
EPIDEMIOLOGIA
Locais temperados e tropicais.
Brasil: predomina N. americanus.
A. duodenale é encontrado em 20-30% dos infectados.
Crianças acima de 6 anos, adolescentes e em indivíduos
mais velhos sem preferência de sexo.
No meio ambiente os ovos não se desenvolvem bem em
umidade inferior a 90%, os UV do sol são letais.
Solo arenoso, permeável e rico em matéria orgânica e
locais úmidos no peridomicílio.
IMUNOLOGIA
Fase aguda: eosinofilia.
Aumento de IgE e IgG.
Uso de calçados.
Destino correto das fezes (fossas ou
esgotos).
Medicar os casos confirmados.
Sulfato ferroso e, se possível, implantação de
hortas comunitárias e outros projetos para gerar
proteínas (criação de peixes, cabras, etc.).
Educação sanitária nas escolas de diversos níveis,
principalmente de ensino fundamental.
TRATAMENTO
• Mebendazol
• Albendazol
Exame clínico:
anamnese + sintomas
Erupção linear e tortuosa na pele
TRATAMENTO
Tiabendazol – tópico (pomada) + oral (infecções múltiplas)
Tendência progressiva de ser preterido