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1.

Verdade e poder
Loucura na idade clássica 
Criminalidade e da delinquência
0 Estatuto político da ciência e as funções ideológicas que
podia veicular
0 Poder e saber
0 Relação da psiquiatria e da medicina com as estruturas políticas
e econômicas da sociedade.
“(...) porque o perfil epistemológico da psiquiatria é pouco definido e
porque a prática psiquiátrica está ligada a uma série de instituições, de
exigências econômicas imediatas e de urgências políticas de
regulamentações sociais” (FOUCAULT, 2012, pp. 35-36).
0 Questão desinteressante (?)
“Consideraram que era um problema politicamente sem importância e
epistemologicamente sem nobreza” (FOUCAULT, 2012, p. 36).
0 Três razões:
1. Intelectuais marxistas na França (PCF)
2. Stalinismo pós-stalinista
0 1968: abertura política
3. Recusa em colocar o problema da reclusão da utilização política
da psiquiatria?
0 Descontinuidade
0 Novo “regime”
“(...) como é possível que se tenha, em certos momentos e em certas ordens de
saber, essas mudanças bruscas. Essas precipitações de evolução, essas
transformações que não correspondem à imagem tranquila e continuísta que
normalmente se faz?” (FOUCAULT, 2012, p. 39).

“Em suma, problema de regime, de política do enunciado científico. Nesse


nível não se trata de saber qual é o poder que age do exterior sobre a ciência,
mas que efeitos de poder circulam entre os enunciados científicos; qual é seu
regime interior de poder; como e por que em certos momentos ele se
modifica de forma global” (FOUCAULT, 2012, p. 39).
Conceito de acontecimento
Pensável

Estruturas
Acontecimento

0 Vários tipos de acontecimentos diferentes


0 Problema: estabelecer a rede que os ligam
0 Modelo de guerra
“A história não tem ‘sentido’, o que não quer dizer que seja absurda ou
incoerente. Ao contrário, é inteligível e deve poder ser analisada em seus
menores detalhes, mas segundo a inteligibilidade das lutas, das estratégias,
das táticas.” (FOUCAULT, 2012, p. 41).
A questão do poder no discurso
0 Incapacidade de usar a questão do poder  situação política
“Só se pôde começar a fazer esse trabalho depois de 1968, isto é, a partir das
lutas cotidianas e realizadas na base com aqueles que tinham que se debater
nas malhas mais finas da rede do poder. Foi aí que apareceu a concretude do
poder e ao mesmo tempo a fecundidade possível dessas análises do poder,
que tinham como objetivo dar conta dessas coisas que até então tinham
ficado à margem do campo da análise política. Para dizer as coisas mais
simplesmente: o internamento psiquiátrico, a normalização mental dos
indivíduos, as instituições penais têm, sem dúvida, uma importância muito
limitada se se procura somente sua significação econômica. Em
contrapartida, no funcionamento geral das engrenagens do poder, elas são
sem dúvida essenciais.” (FOUCAULT, 2012, p. 42).
Marxismo e fenomenologia
0 Obstáculos

Geração de Foucault
Abordagem genealógica

0 Genealogia: uma forma de tentar livrar-se


do sujeito constituinte e do próprio
sujeito, para chegar a uma análise que dê
conta da trama histórica, da constituição
dos saberes, dos discursos, etc.
Ideologia e repressão
0 Conceitos problemáticos:
0 Ideologia
1. Está sempre em oposição virtual a algo que seria a verdade
2. Refere-se necessariamente a alguma coisa como o sujeito
3. Está sempre em posição secundária com relação a algo que
funciona como sua infraestrutura.
0 Repressão
0 Parece encaixar bem
“(...) supunha uma espécie de loucura viva, volúvel e ansiosa que a mecânica
do poder tinha conseguido reprimir e reduzir ao silêncio” (FOUCAULT, 2012,
p. 44)
0 Noção jurídica de poder: noção negativa
0 Deve haver algo a mais

“O que faz com que o poder se mantenha e que seja aceito é simplesmente
que ele não pesa só como uma força que diz não, mas que de fato ele
permeia, produz coisas, induz ao prazer, forma saber, produz discurso. Deve-
se considera-lo como uma rede produtiva que atravessa todo o corpo social
muito mais do que uma instância negativa que tem por função reprimir”
(FOUCAULT, 2012, p. 45).

0 Vigiar e Punir
Utilização nas lutas sociais
0 Intelectual de esquerda
“O intelectual seria a figura clara e individual de uma universalidade da qual
o proletariado seria a forma obscura e coletiva” (FOUCAULT, 2012, p. 46).
0 Especificidade:
1.Eram lutas reais, materiais e cotidianas
2. Encontravam com frequência o mesmo adversário do
proletariado.
0 Intelectual específico intelectual universal
0 Ligações transversais de saber para saber
“Assim, os magistrados e os psiquiatras, os médicos e os assistentes sociais, os
trabalhadores de laboratório e os sociólogos podem, em seu próprio lugar e
por meio de intercâmbios e de articulações, participar de uma politização
global dos intelectuais” (FOUCAULT, 2012, p. 47).
0 Intelectual específico: física (Oppenheimer) e
biologia (Darwin)

“Talvez o físico atômico – digamos em uma palavra,


ou melhor, com um nome: Oppenheimer – tenha sido
quem fez a articulação entre intelectual universal e
intelectual específico” (FOUCAULT, 2012, p. 48)

0 Intelectual universal: homem da justiça

“O intelectual ‘universal’ deriva do jurista-notável e


tem sua expressão mais completa no escritor,
portador de significações e de valores em que todos
podem se reconhecer. O intelectual ‘específico’ deriva
de uma figura muito diversa do ‘jurista-notável’: o
‘cientista-perito’” (FOUCAULT, 2012, p. 49).
“O importante, creio, é que a verdade não existe fora do poder ou sem poder
(não é – não obstante um mito, de que seria necessário esclarecer a história e
as funções – a recompensa dos espíritos livres, o filho das longas solidões, o
privilégio daqueles que souberam se libertar). A verdade é deste mundo; ela é
produzida nele graças a múltiplas coerções e nele produz efeitos
regulamentados de poder. Cada sociedade tem seu regime de verdade, sua
‘política geral’ de verdade: isto é, os tipos de discurso que ela acolhe e faz
funcionar como verdadeiros; os mecanismos e as instâncias que permitem
distinguir os enunciados verdadeiros dos falsos, a maneira como se sanciona
uns e outros; as técnicas e os procedimentos que são valorizados para a
obtenção da verdade; o estatuto daqueles que têm o encargo de dizer que
funciona como verdadeiro” (FOUCAULT, 2012, pp. 51-52).
0 Características históricas da economia política da verdade na
nossa sociedade:
1. A verdade é centrada nos discursos científicos;
2. Está submetida a incitação econômica e política;
3. É objetivo de imensa difusão e consumo;
4. É produzida e transmitida sob o controle dominante de grandes
aparelhos políticos e econômicos;
5. É objeto de debate político e confronto social.
0 Especificidades do intelectual
1. A de sua posição de classe (pequeno burguês a serviço do
capitalismo);
2. A de suas condições de vida e de trabalho ligadas à sua condição
intelectual (domínio de pesquisa, exigências políticas a que se
submete, etc.);
3. A da política de verdade nas sociedades contemporâneas.

“É preciso pensar os problemas políticos dos intelectuais não em termos de


‘ciência/ideologia’, mas em termos de ‘verdade/poder’” (FOUCAULT, 2012, p.
53).
0 Resumindo:
0 Verdade
0 Sistemas de poder
0 Regime da verdade
0 Nova política da verdade
2. Nietzche, a genealogia e a
história
Seção I - Introdução
0 A genealogia é cinza
0 Paul Rée – gêneses lineares
0 Genealogia:
0 Singularidade dos acontecimentos
“(...) espreitá-los lá onde menos se os esperava e naquilo que é tido como não
possuindo história – os sentimentos, o amor, a consciência, os instintos”
(FOUCAULT, 2012, p. 55).
0 Minúcia do saber
0 Paciência no exame
“A genealogia não se opõe à história como a visão altiva e profunda do
filósofo ao olhar de toupeira do cientista; ela se opõe, ao contrário, ao
desdobramento meta-histórico das significações ideais e das indefinidas
teologias. Ela se opõe à pesquisa da ‘origem’” (FOUCAULT, 2012, p. 56).
Seção II - Semântica
0 Ursprung
0 Não marcado: Entestehung, Herkunft, Abkunft, Geburt.
0 Marcado: maneira irônica e depreciativa
“O objetivo da pesquisa é definido no início do texto como a origem dos
preconceitos morais; o termo então utilizado é Herkunft. Em seguida,
Nietzsche volta atrás, fazendo a história desse inquérito em sua própria
vida; ele se lembra do tempo em que ‘caligrafava’ a filosofia e em que se
perguntava se era preciso atribuir a Deus a origem do Mal. Questão que
agora o faz sorrir e sobre a qual ele diz justamente que era uma pesquisa
de Ursprung; mesma palavra para caracterizar um pouco mais longe o
trabalho de Paul Rée. Em seguida, ele evoca as análises propriamente
nietzschianas que começaram com Humano, demasiado humano; para
caracterizá-las, fala de Herkunfthypotesen. Ora, aqui o emprego da palavra
Herkunft não é arbitrário: ela serve para caracterizar vários textos de
Humano, demasiado humano consagrados à origem da moralidade, da
justiça, do castigo. E contudo, em todos esses desenvolvimentos, a palavra
que tinha sido utilizada então era Ursprung. Como se, na época de Para
genealogia da moral, e nessa altura do texto, Nietzsche quisesse acentuar
uma oposição entre Herkunft e Ursprung com a qual ele não trabalhava dez
anos antes. Mas, imediatamente depois da utilização especificada desses
dois termos, Nietzsche volta, nos últimos parágrafos do prefácio, a utilizá-
los de um modo neutro e equivalente” (FOUCAULT, 2012, pp. 57-58).
Seção II - Semântica
0 Razões para a recusa da pesquisa da origem (Ursprung)
0 Há sempre algo de inteiramente diferente atrás das coisas
“(...) o segredo que elas são sem essência, ou que sua essência foi construída
peça por peça a partir de figuras que lhe eram estranhas. (...) O que se
encontra no começo histórico das coisas não é a identidade ainda preservada
da origem – é a discórdia entre as coisas, é o disparate” (FOUCAULT, 2012,
pp. 58-59).
0 Solenidades da origem = exageros metafísicos
“A origem está sempre antes da queda, antes do corpo, antes do mundo e do
tempo; ela está do lado dos deuses, e para narrá-la se canta sempre uma
teogonia” (FOUCAULT, 2012, p. 59).

“O homem começou pela careta daquilo em que ele ia se tornar; Zaratustra


mesmo terá seu macaco que saltará atrás dele e tirará o pano de sua
vestimenta” (FOUCAULT, 2012, p. 59).
“(...) se demorar nas meticulosidades e nos acasos dos começos; prestar uma
atenção escrupulosa à sua derrisória maldade; esperar vê-los surgir,
máscaras enfim retiradas, com o rosto do outro; não ter puder de ir procurá-
las lá onde elas estão, escavando os bas-fond; deixar-lhes o tempo de elevar-
se do labirinto onde nenhuma verdade as manteve jamais sob guarda. O
genealogista necessita da história para conjurar a quimera da origem, um
pouco como o bom filósofo necessita do médico para conjurar a sombra da
alma. (...) A história, com suas intensidades, seus desfalecimentos, seus
furores secretos, suas grandes agitações febris como suas síncopes, é o
próprio corpo do devir. É preciso ser metafísico para lhe procurar uma alma
na idealidade longínqua da origem.” (FOUCAULT, 2012, p. 60).
Seção III - Proveniência
0 Herkunft: proveniência, relação entre indivíduos do mesmo
sangue, mesma estirpe.

0 Não o que pertence a um ou outro grupo, mas às mascaras que se


entrecruzam

“A análise da proveniência permite dissociar o Eu e fazer pulular nos


lugares e recantos de sua síntese vazia, mil acontecimentos agora perdidos.”
Proveniência
0A proveniência permite também
reencontrar em um caráter ou conceito
os acontecimentos pelos quais eles se
formaram.

0 A genealogia não quer demonstrar a


continuidade, mas os desvios, acidentes,
inversões.
Proveniência e Herança

0 Herkunft e Erbschaft (herança)

0 Não como herança acumulada e solidificada, mas conjunto de


falhas e fissuras.
Proveniência e Corpo
0 O corpo é a superfície na qual se inscrevem os acontecimentos.
Seção IV - Emergência

0 Entstehung: emergência, ponto de surgimento, vir à tona.

0 Costuma-se confundir emergência com finalidade... são apenas o


estado atual de um jogo de forças
Emergência

0 A entrada das forças em cena, o campo de batalha.

0 Não um lugar fechado, mas um “entre”

0 Processo de dominação, estabelecido por rituais que marcam


lembranças, exercem e satisfazem a violência, prometem sangue.
Seção V - Genealogia e História

0 A genealogia é por vezes definida como Wirkliche Historie ou


caracterizada pelo “espírito” ou “sentido histórico”.

0 Críticas à história do historiador e o ponto de vista supra-


histórico.

0 Genealogia: reconciliação com o adverso, múltiplo, descontínuo.


Características da “história efetiva”

0 Inverte a relação entre a irrupção do acontecimento e a


necessidade contínua.
0 Olha para o que está próximo: o corpo, o sistema nervoso, os
alimentos, a digestão.
0 Não teme ser um saber perspectivo
Seção VI - Genealogia da História
0 Proveniência: Uma característica da história é não escolher, tudo
aceitar sem fazer diferença. Não intervir o gosto.

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