Carla Afonso
Daniela Lages
1
A HISTÓRIA
1.º Desde a ocupação sueva/romana até 1830: a freguesia não é
autarquia local;
2.º De 1830 a 1878: fase de grandes indecisões e de substituição
rápida de soluções;
3.º De 1878 até à atualidade: a freguesia consolida-se como
autarquia local
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1.º Período
Desde a invasão dos suevos até 1830: a freguesia
não é autarquia local
3
“
Artigo 3.º
4
“
«Freguesias» são as autarquias locais que, dentro
do território municipal, visam a prossecução de
interesses próprios da população residente em
cada circunscrição paroquial.
5
“
«freguesia» é uma palavra que vem de «fregueses»
vem de «filii eclesiae» (que deu filigreses, e depois
fregueses), expressão que significava filhos da igreja
6
Administração pública & Administração eclésiastica
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2.º Período
De 1830 a 1878: fase de grandes indecisões e de
substituição rápida de soluções
8
Constituição de 1822
1823
De 1832 a 1834
Guerra Civil
9
Decreto de 26 de
novembro de Luís
Mouzinho publicado
nos Açores
1832 1836
Decreto n.º 23 de 16
de maio de Mouzinho
da Silveira
10
Decreto de 26 de Novembro de 1830
“Sendo necessário para o bom regimento e polícia dos povos que haja em todas as
paróquias alguma autoridade local, que possua a inteira confiança dos vizinhos
e que seja especialmente encarregada de prover e administrar os negócios e
interesses particulares dos mesmos: manda a regência em nome da rainha que
enquanto por lei constitucional não for devidamente estabelecida nova ordem de
administração municipal se guardem as seguintes disposições.”
Artigo 1.º
11
Decreto de 26 de
novembro de Luís
Mouzinho publicado
nos Açores
1832 1836
Decreto n.º 23 de 16
de maio de Mouzinho
da Silveira
12
Decreto de 16 de maio de 1832 de Mouzinho da Silveira
13
Decerto de 18 de
Decreto de 26 de junho, publicado
novembro de Luís no seguimento da
Mouzinho publicado Carta de Lei de 25
nos Açores de abril
1832 1836
Decreto n.º 23 de 16
de maio de Mouzinho
da Silveira
14
Carta lei de 25 de abril de 1835 e o Decreto de 18 de julho
15
Decerto de 18 de
Decreto de 26 de junho, publicado
novembro de Luís no seguimento da
Mouzinho publicado Carta de Lei de 25
nos Açores de abril
1832 1836
Decreto n.º 23 de 16 Código
de maio de Mouzinho administrativo
da Silveira de 31 de
dezembro
16
Código administrativo de 1836
“
«Artigo 1.º dispunha que o território do continente
e ilhas era dividido em distritos, subdividido em
concelhos, compondo-se estes de uma ou mais
freguesias.»
17
“
18
“
19
“
20
Decerto de 18 de
Decreto de 26 de junho, publicado
novembro de Luís Código
no seguimento da
Mouzinho publicado administrativo
Carta de Lei de 25
nos Açores de 16 de março
de abril
1832 1836
Decreto n.º 23 de 16 Código
de maio de Mouzinho administrativo
da Silveira de 31 de
dezembro
21
Código Administrativo de 1842
22
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3.º Período
De 1878 até à atualidade: a freguesia consolida-se
como autarquia local
24
Código
administrativo
de Rodrigues
Sampaio
25
Código Administrativo de Rodrigues Sampaio de 1878
26
Código
administrativo
de Rodrigues Decreto n.º
Sampaio 6 de agosto:
risco de
extinção
27
Código administrativo de 1886
28
Decreto 6 de agosto de 1892
29
Código administrativo de 1896
30
Código
administrativo Decreto n.º
de Rodrigues 6 de agosto:
Sampaio risco de
Lei n.º 88 de 7
extinção
de agosto
31
Lei n.º 88 de 7 de agosto de 1913 e a Lei n.º 621 de 23 de junho de 1916
32
Lei nº 621 de 23 de maio de 1916
33
Código
administrativo Decreto n.º
de Rodrigues 6 de agosto: Código
Sampaio risco de administrativo
Lei n.º 88 de 7 de 31 de
extinção
de agosto dezembro
34
Código administrativo de 1940
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38
39
A REFORMA TERRITORIAL
2011-2013
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Origem da reforma
• Crise económico-financeira (2008)
• Pedido de assistência financeira à Troika
• Memorando de Entendimento sobre as Condicionalidades de
Política Económica (17 de maio de 2011)
• Necessidade de consolidação orçamental e de reformas
estruturais: redução do número de entidades locais e dos seus
custos
41
“
Existem atualmente 308 municípios e 4259 freguesias. Até julho de
2012, o Governo desenvolverá um plano de consolidação para
reorganizar e reduzir significativamente o número destas entidades. O
Governo implementará estes planos baseado num acordo com a CE
[Comissão Europeia] e o FMI [Fundo Monetário Internacional]. Estas
alterações, que deverão entrar em vigor no próximo ciclo eleitoral
local, reforçarão a prestação do serviço público, aumentarão a
eficiência e reduzirão custos.
42
Processo de reforma
Fase preliminar
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a) Rever o atual mapa administrativo, com vista à redução substancial do
atual número de freguesias, designadamente por via de soluções que
veiculem a respetiva aglomeração, dotando-as de escala e de dimensão
mais adequadas, atentas as respetivas tipologias e desde que
salvaguardadas as especificidades locais;
b) Elaborar uma matriz de critérios demográficos e geográficos
suficientemente habilitadores das opções a tomar, tendo presente a
tipologia decorrente das noções de freguesia predominantemente urbana,
de freguesia maioritariamente urbana e de freguesia predominantemente
rural;
c) Promover um debate profundo ao nível dos órgãos autárquicos;
d) Estimular o processo de integração de municípios, tendo por
pressuposto o respeito pelas especificidades e identidades territoriais
próprias.
45
Proposta de Matriz de Critérios de Organização Territorial
46
Processo de reforma
Fase legislativa
47
Lei nº22/2012, de 30 de maio
“
Artigo 4º
1 — A reorganização administrativa territorial autárquica implica a
agregação de freguesias a concretizar por referência aos limites
territoriais do respetivo município, segundo parâmetros de agregação
diferenciados em função do número de habitantes e da densidade
populacional de cada município.
48
Artigo 4.º n.º 2 Artigo 6.º n.º 1
50
“
Artigo 8º
c) As freguesias devem ter escala e dimensão demográfica
adequadas, que correspondem indicativamente ao máximo de 50
000 habitantes e aos mínimos de:
51
“
Artigo 11º
1 — A assembleia municipal delibera sobre a reorganização
administrativa do território das freguesias, respeitando os parâmetros
de agregação e considerando os princípios e as orientações
estratégicas definidos na presente lei [...].
52
5 — A pronúncia da assembleia municipal deve conter os seguintes
elementos:
b) Número de freguesias;
f) Nota justificativa.
“
Artigo 13º
1 — É criada a Unidade Técnica para a Reorganização
Administrativa do Território, adiante designada por Unidade
Técnica, que funciona junto da Assembleia da República.
54
Artigo 14º
56
A UTRAT acabou por deparar-se com
uma generalizada não colaboração
das assembleias municipais. De um
total de 229 municípios, apenas 78
emitiram pronúncia (58 conforme e
20 desconforme, sendo que apenas 3
a corrigiram). Desta forma, teve de
elaborar 151 propostas, face à
ausência de pronúncia por parte das
assembleias municipais, e mais 17,
face à não correção de pronúncias
desconformes.
Lei nº11-A/2013, de 28 de janeiro
“
Artigo 1º
1 — A presente lei dá cumprimento à obrigação de reorganização
administrativa do território das freguesias constante da Lei n.º
22/2012, de 30 de maio.
2 — A reorganização administrativa das freguesias é estabelecida
através da criação de freguesias por agregação ou por alteração dos
limites territoriais de acordo com os princípios, critérios e parâmetros
definidos na Lei n.º 22/2012, de 30 de maio [...]
58
59
Com o desaparecimento e criação de várias novas freguesias, designadas
“Uniões de Freguesias”, a partir de 29 de setembro de 2013, data das
eleições gerais para os órgãos das autarquias locais, a organização
político-administrativa portuguesa manteve 308 municípios (apesar de a
Lei nº22/2012, de 30 de maio, ter incentivado a sua fusão, o número de
municípios manteve-se inalterado) e passou a contar apenas com 3091
freguesias (em vez das 4259).
60
Exceções
Lisboa:
Teve um regime excecional. Concretizou-se através de outra lei:
Lei nº56/2012, de 8 de novembro.
Passou de 53 para 24 freguesias.
Regiões autónomas:
A lei não teve aplicação.
A Região Autónoma dos Açores invocou impossibilidade devido à
realização de eleições regionais no período de execução da lei e a Região
Autónoma da Madeira deliberou ostensivamente não participar na
reforma.
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Resultados:
antes e depois da reforma
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Freguesias
Antes da reforma Depois da reforma
Nº de freguesias Nº de % de Nº de % de
municípios municípios municípios municípios
De 6 a 10 81 26.3 75 24.4
De 11 a 15 38 12.3 56 18.2
De 16 a 20 50 16.2 23 7.5
De 21 a 25 16 5.2 15 4.9
De 26 a 30 11 3.6 7 2.3
De 31 a 35 11 3.6 2 0.6
De 36 a 40 7 2.3 5 1.6
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Eleitores
Antes da reforma Depois da reforma
65
Área
Antes da reforma Depois da reforma
66
Incoerências
A reforma acabou por levantar várias incoerências:
• O número de freguesias em 2011 não era excessivo;
• Problema de dimensão;
• Abandono das especificidades locais;
• Reforma parcial;
• Nova forma de criação de freguesias;
• Ausência de comissões instaladoras;
• Problema jurídico-constitucional.
67
Obrigada!
Questões?
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