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Laboratório de Direito Público

Tutela dos interesses transindividuais

• Profa. Ma. Bianca Mendes


Pereira Richter
• E-mail:
bianca.richter@gmail.com
Apresentação
da Disciplina
• Ementa:
• Do procedimento
administrativo ao
processo judicial.
Bibliografia básica:
• NEVES, Daniel A. Assumpção; OLIVEIRA, Rafael
Carvalho Rezende. Manual de Improbidade
Administrativa. São Paulo: Método, 2013.

• VIGLIAR, José Marcelo Menezes. Tutela


Jurisdicional Coletiva. 4.ed. São Paulo: Atlas,
2013.

• ZANELLA DI PIETRO, Maria Sylvia. Direito


Administrativo. 26. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
Evolução histórica
dos direitos humanos:
•  Evolução social
•  Novos tipos de conflitos interpessoais
•  Nova conformação de DIREITOS
MATERIAIS
•  Novos INTRUMENTOS PROCESSUAIS para
resolução dos novos conflitos
Recomendação
de leitura:

• GRINOVER, Ada
Pellegrini. “Ensaios
sobre a
processualidade:
fundamentos para uma
nova teoria geral do
processo.”
GERAÇÕES/DIMENSÕES DOS DIREITOS
HUMANOS:
• Norberto Bobbio – “A era dos direitos”
• 1ª geração/dimensão: Liberdade: proteção do
indivíduo: direitos civis e políticos: direitos negativos
– direitos do indivíduo perante o Estado. Revolução
Francesa – 1789: revolução liberal – Decl. dos
Direitos do Homem e do Cidadão.
• Aplicação imediata: art. 5º, CF.
• 2ª geração/dimensão: Igualdade: direitos sociais,
culturais e econômicos: direitos positivos.Rev.
Industrial: gerou desigualdades. Const. Mexicana –
1917. Constituição Weimar – 1919. ESTADO SOCIAL.
• Aplicação progressiva: art. 6º ao 11, CF.
• 3ª geração: Fraternidade: destinatário é o gênero
humano.
• Fim da 2ª Guerra Mundial: Bombas atômicas contra
civis, campos de concentração nazistas.
• Criação da ONU: 1945; Declaração universal dos
direitos humanos: 1948; Estatuto de Roma: TPI.
• Direito do Meio Ambiente: art. 225, CF: direito de
todos e das futuras gerações. A poluição não
respeita fronteiras: Direitos Difusos e Coletivos.
• 4ª geração: direito à integridade do patrimônio
genético (Bobbio) e direito à democracia
(Bonavides)
• 5ª geração: Bonavides: direito à paz.
NOVOS INTRUMENTOS DE TUTELA
PROCESSUAL:
• PRINCÍPIOS, REGRAS e INSTITUTOS PROCESSUAIS
próprios.

• CPC, Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em


nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento
jurídico.

• CPC, Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre


as quais é dada, não prejudicando terceiros.
Exemplos: pílula de farinha!
https://www.youtube.com/watch?v=u
48havL4M9s
Barragem Mariana – Samarco:
Origem histórica da tutela coletiva:
• AÇÃO POPULAR – DIREITO ROMANO:
• Ao cidadão era atribuído o poder de agir em defesa
da coisa pública em razão do forte vínculo natural
que o ligava aos bens públicos
•  Em razão da noção de que a República pertencia
ao cidadão romano: “Res publica” – coisa pública.
• Esse instrumento chegou a viger no Brasil Colônia e
no Brasil Império.
• BILL OF PEACE inglês: séc. XVII – autorização para
que a CJ individual atingisse a todos na mesma
situação.
Recomendação de leitura:
• “AS ACTIONES POPULARES NO DIREITO
ROMANO: UM PARALELO COM A AÇÃO
POPULAR NO DIREITO BRASILEIRO”.
• LINK:
• HTTP://WWW.ABARRIGUDA.ORG.BR/REVISTA
/INDEX.PHP/REVISTAABARRIGUDAAREPB/ARTI
CLE/VIEW/16
• Mudança de paradigma:
• liberalismo e iluminismo – Século XVII: foco no
individualismo  origem das codificações.

• E no Brasil?
CC/1916
• “Missa dos mortos para as tutelas coletivas”:
objetivo: retirar do sistema todos os temas com
característica “pública”.
• - Temas que originavam a ação popular passaram a
ser regulados pelo Direito Penal, p.ex.

• Art. 76, CC/1916. Para propor, ou contestar uma ação, é


necessário ter legitimo interesse econômico, ou moral.
• Parágrafo único. O interesse moral só autoriza a ação
quando toque diretamente ao autor, ou á sua família.
Mas, na 2ª metade do séc. XX...
• SÉCULO XX: meios de comunicação de massa
+ sociedade de massa + produção em massa +
consumo em massa + contratos de massa:
contratos de consumo; de adesão + transporte
de massa

•  CONFLITOS DE MASSA.
• Novos direitos com dimensão coletiva: não
pertencem ao Estado nem ao particular:

• são interesses públicos ou privados?

• Cuidado: “público” tem 2 acepções:


• primário (bem geral) e secundário (Adm.
Pública): Renato Alessi.
CPC/1973: cunho individualista:
• Legitimação ordinária: 6º, CPC; + Coisa julgada
“inter partes”.

• E o NCPC?
• Tratou do processo
coletivo?

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em CC BY-NC-ND
CAPÍTULO IV
DA CONVERSÃO DA AÇÃO INDIVIDUAL
EM AÇÃO COLETIVA
• Art. 333. (VETADO).
Quando caberia a conversão?
• Relevância social e dificuldade de formação
do litisconsórcio.

• Esses dois requisitos eram cumulativos!

• Por quê ele foi vetado?


As razões de veto para o artigo 333
que previa tal instituto são as
seguintes:
• Da forma como foi redigido, o dispositivo poderia
levar à conversão de ação individual em ação coletiva
de maneira pouco criteriosa, inclusive em detrimento
do interesse das partes. O tema exige disciplina
própria para garantir a plena eficácia do instituto.
Além disso, o novo Código já contempla
mecanismos para tratar demandas repetitivas.
• Fonte: <https://www.conjur.com.br/2015-mar-
17/leia-razoes-sete-vetos-dilma-rousseff-cpc>. Acesso
em: 05 de dezembro de 2017.
Consequências da valorização do
processo individual:
• A) RISCO DE DECISÕES JUDICIAIS CONFLITANTES;
• B) MOROSIDADE E GASTOS EXCESSIVOS com a
defesa individualizada dessa multidão de lesados;
• C) “LITIGIOSIDADE CONTIDA”: Kazuo Watanabe:
cidadãos acham caro, complicado e inútil buscar o
Judiciário: insatisfação que gera instabilidade social.
Ex: quebra-quebra pelo atraso de trens,
comportamentos violentos no trânsito, etc.
• 
D) POUCA EFETIVIDADE DAS DECISÕES:
• EXEMPLO: banco com 10 milhões de clientes cobra
2 reais indevidamente de cada um.
• Vale a pena para o cliente ingressar em juízo
individualmente?
• Quantos efetivamente o farão?
• Vale a pena para o banco continuar com essa
conduta?
• A função jurisdicional tem pouca eficácia com
relação à sua finalidade de pacificação social.
Novos direitos – novos instrumentos?
• Década de 1970 - ITÁLIA: Mauro Cappelletti e
Bryant Garth: “ondas renovatórias do processo civil”
+ ambiente favorável no Brasil para a tutela dos
novos direitos: redemocratização e valorização do
MP no âmbito cível.
• 1ª onda renovatória: acesso ao Judiciário. Ex: Lei da
Assistência Judiciária: Lei 1.060/50.
• 2ª onda renovatória: novos instrumentos
processuais para judicializar demandas coletivas.
• 3ª onde renovatória: reforma do sistema processual
como um todo para possibilitar o efetivo acesso à
justiça.
• Lei 4.717/65: LAP – CJ “erga omnes”
Constituição Federal de 1988
• As ações coletivas adquiriram “status” de direitos
fundamentais: Onde? Artigo 5º:
• Inciso XXXV: princípio da inafastabilidade da
jurisdição: XXXV - a lei não excluirá da apreciação
do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
• “Lesão” consolidada: tutela reparatória
• “Ameaça”: tutela preventiva
• Título do Capítulo: Direitos e deveres individuais e
COLETIVOS.
Art. 5º, Inciso XXXV
• Correta interpretação: “A lei não excluirá da
apreciação do Poder Judiciário lesão ou afirmação
de lesão a direito individual ou coletivo.”
• CDC, Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses
protegidos por este código são admissíveis todas as
espécies de ações capazes de propiciar sua
adequada e efetiva tutela + Est. Idoso, Art. 82: Para
defesa dos interesses e direitos protegidos por esta
Lei, são admissíveis todas as espécies de ação
pertinentes.
• O mesmo fato pode lesar direito difuso, coletivo e
individual homogêneo.
CF/88
• Inciso LXX: LXX - o mandado de segurança coletivo
pode ser impetrado por:
• a) partido político com representação no Congresso
Nacional;  é suficiente um membro no SF ou na
CD.
• b) organização sindical, entidade de classe ou
associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa
dos interesses de seus membros ou associados;
• Lei do Mandado de Segurança: Lei n. 12.016 de
2009
CF/88
• Inciso LXXIII: qualquer cidadão é parte legítima para
propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de
custas judiciais e do ônus da sucumbência;
• Lei da Ação Popular: Lei n. 4.717 de 1965.
• A CF ampliou o objeto da AP.
CF/88
• Art. 129. São funções institucionais do Ministério
Público:
• III - promover o inquérito civil e a ação civil pública,
para a proteção do patrimônio público e social, do
meio ambiente e de outros interesses difusos e
coletivos;
• § 1º - A legitimação do Ministério Público para as
ações civis previstas neste artigo não impede a de
terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o
disposto nesta Constituição e na lei.
• Lei da ACP: Lei n. 7.347 de 1985
FUNDAMENTOS SOCIOLÓGICOS E POLÍTICOS DA
AÇÃO COLETIVA
• Princípio do acesso à justiça: não é somente o ingresso aos
Tribunais através dos mecanismos processuais, mas a
viabilização do acesso a uma ordem jurídica justa para os
grupos.
• Princípio da economia processual:
- Economia processual microscópica: considera a
economia em um processo.
- Economia processual macroscópica: considera a
economia no sistema processual: STJ – 5ª T, Resp
1.142.630/PR, j. 7/12/2010 – Informativo 459: 2 promessas
do processo coletivo: a harmonização de julgados e a
diminuição de processos.
Motivações sociológicas:
• “Litigiosidade de massa”: crescente
industrialização, urbanização e globalização da
sociedade.
• Constitucionalização de direitos e movimento
pela efetividade dos direitos fundamentais (pós-
2ª Guerra).
• DIREITO MATERIAL:
CONSUMIDOR e AMBIENTAL:
localização na CF?
Conceito de processo coletivo
• Voto de confiança no sistema + expressão da radical
vontade de sua renovação
• Processo coletivo é aquele instaurado por ou em
face de um legitimado autônomo, em que se
postula um direito coletivo lato sensu ou se afirma
a existência de uma situação jurídica coletiva
passiva, com o fito de obter um provimento
jurisdicional que atingirá uma coletividade, um
grupo ou um determinado número de pessoas.
Procedimentos especiais
• Ação popular: Lei n. 4.717/65 + art. 5º, LXXIII, CF;
• Ação civil pública: Lei n.7.347/85 + art. 129, III, CF;
• Mandado de segurança coletivo: artigo 5º, LXX, CF;
• Ações coletivas para a defesa de direitos individuais
homogêneos: CDC;
• Ação de improbidade administrativa: Lei n.
8.429/92
• Etc.
Microssistema processual coletivo
• Diplomas legais intercambiantes entre si:
intertextualidade intra-sistemática: assumem-se
incompletos para aumentar sua flexibilidade e
durabilidade em uma realidade pluralista, complexa
e dinâmica.
• CDC
• LACP
Microssistema Processual Coletivo
• Art. 90, CDC: Aplicam-se às ações previstas neste
título as normas do Código de Processo Civil e
da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, inclusive no
que respeita ao inquérito civil, naquilo que não
contrariar suas disposições.
• Art. 21, LACP: Aplicam-se à defesa dos direitos e
interesses difusos, coletivos e individuais, no que
for cabível, os dispositivos do Título III da lei que
instituiu o Código de Defesa do Consumidor.
E o CPC?
• Caráter subsidiário (último recurso) + observância
da natureza dos “novos direitos”:
• artigo 22, LAP: “Aplicam-se à ação popular as
regras do Código de Processo Civil, naquilo em que
não contrariem os dispositivos desta lei, nem a
natureza específica da ação”.
• Deve-se evitar disciplinar as demandas coletivas
com institutos desenvolvidos para o processo
individual!
Caracterização dos interesses
transindividuais:
• Direitos coletivos “lato sensu”
• 1) DIFUSOS
• 2) COLETIVOS EM SENTIDO ESTRITO
• 2) INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS

• CDC: Art. 81: conceitos legais: atinge um tema que


não havia sido esclarecido por nenhuma legislação
nacional de forma expressa e que era conturbado!
DIREITOS DIFUSOS:
Art. 81. A defesa dos interesses e
direitos dos consumidores e das
vítimas poderá ser exercida em Natureza indivisível: só
juízo individualmente, ou a título podem ser considerados como
coletivo. um todo;
Parágrafo único. A defesa coletiva Titulares: pessoas
será exercida quando se tratar de: indeterminadas ligadas por
I - interesses ou direitos circunstâncias de fato, não
difusos, assim entendidos, existindo um vínculo comum de
para efeitos deste código, os natureza jurídica
transindividuais, de natureza Ex: publicidade enganosa
indivisível, de que sejam veiculada na imprensa;
titulares pessoas moralidade administrativa;
proteção do meio ambiente.
indeterminadas e ligadas por
Coisa julgada: “erga omnes” –
circunstâncias de fato;
art. 103, I, CDC.
DIREITOS COLETIVOS STRICTO SENSU:
Art. 81-Parágrafo único. “GRUPO, CATEGORIA OU
A defesa coletiva será exercida CLASSE DE PESSOAS”:
quando se tratar de: indeterminadas, mas
determináveis  ligadas ENTRE
II - interesses ou direitos SI (EX: OAB ou qq associação)
coletivos, assim ou COM A PARTE CONTRÁRIA
entendidos, para efeitos (EX: alunos de uma faculdade)
deste código, os por uma RELAÇÃO JURÍDICA
transindividuais, de BASE, que deve ser anterior à
natureza indivisível de que lesão.
seja titular grupo,
categoria ou classe de Coisa julgada:
pessoas ligadas entre si ou “ultra partes”:
com a parte contrária por limitada ao
uma relação jurídica base; grupo!
DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS
• Art. 81. Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se
tratar de:
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim
entendidos os decorrentes de origem comum.
“Ficção jurídica”: possibilita a proteção coletiva de
direitos individuais com dimensão coletiva (em massa)
 os fatos devem ter ocorrido num mesmo tempo e num
mesmo lugar? Ex: publicidade enganosa: veiculada por
várias semanas através de vários meios de comunicação.
Determinabilidade dos titulares: eles são direitos
subjetivos individuais.
Recomendabilidade do tratamento coletivo: Resp
823.063/PR; Resp 1.109.335/SE e Resp 823.063/PR.
DIH  Origem comum?
• Origem comum: o fato não precisa se dar no
mesmo lugar ou momento  Fundamental:
homogeneidade.
• EX: vítimas de uma publicidade enganosa veiculada
por vários órgãos de imprensa e em repetidos dias
ou de um produto nocivo à saúde adquirido por
vários consumidores em um largo espaço de tempo
e em várias regiões
• Vantagens do tratamento coletivo: economia
processual, acesso à justiça e aplicação voluntária
do direito material.
Classificação – José Carlos Barbosa
Moreira
• Direitos
essencialmente
coletivos: difusos e
coletivos em sentido
estrito
• Direitos
acidentalmente
coletivos: individuais
homogêneos
Critérios para identificação do direito
objeto da ação coletiva:
• Uma só conduta pode violar mais de uma espécie
de direito coletivo “lato sensu”
• Súmula 2 – CSMP-SP: “Em caso de propaganda
enganosa, o dano não é somente daqueles que,
induzidos a erro, adquiriram o produto, mas
também difuso, porque abrange todos os que
tiveram acesso à publicidade”.
• Critério: análise dos pedidos da demanda.
• Ver STJ, Resp 933.002/RJ.
Caso prático A:
• O MP propõe ação objetivando a condenação de
determinada empresa localizada em Jundiaí, SP,
por prática de atos que provocaram danos ao
meio ambiente, tendo em vista a emissão de
poluentes (gases expelidos através de chaminé
sem filtro adequado).
• Há notícia, inclusive, de que tais resíduos tóxicos
não só poluem o ar, como podem ter provocado
doenças pulmonares em moradores da região,
visto que Ana Silva relatou o agravamento de
condições pulmonares em si e em seus filhos.
Perguntas
• A) Configurada tal situação para centenas de
moradores de Jundiaí, pode-se buscar uma tutela
jurisdicional coletiva?

• B) Se sim, estamos a tratar de qual espécie de direito


coletivo em sentido lato?

• C) No que o processo coletivo se difere do processo


individual e suas técnicas de julgamento repetitivo?

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