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7.

O Iluminismo e suas
expressões posteriores
"O iluminismo é a saída do homem do estado de
minoridade que ele deve imputar a si mesmo. Minoridade é
a incapacidade de valer-se do seu próprio intelecto sem a
guia de outro. (. .. ) Sapere aude! Tem a coragem de servir-te
de tua própria inteligência! Esse é o lema do iluminismo."
Emmanuel Kant
"O iluminismo, no sentido mais amplo de pensamento em
contínuo progresso, sempre perseguiu o objetivo de acabar
com o medo dos homens e torná-los senhores(...). O
programa do iluminismo era o de libertar o mundo da
magia. Ele se propunha dissolver os mitos e derrubar a
imaginação com a ciência".
(Max Horkheimer e Theodor W. Adorno na Dialética do
iluminismo - 1947)
7.1 Origem e aspectos gerais do Iluminismo

• O iluminismo consistia um articulado movimento


filosófico, pedagógico e político, que conquistou
progressivamente as camadas cultas e a ativa burguesia
em ascensão nos vários países da Europa: Inglaterra,
França, Alemanha, Itália, em parte também a Rússia e
Portugal.
• A Razão dos iluministas se explicita como defesa do
conhecimento científico e da técnica enquanto instrumentos de
transformação do mundo e de melhoria progressiva das
condições espirituais e materiais da humanidade:

o Tolerância ética e religiosa


o Defesa dos inalienáveis direitos naturais do homem e do cidadão
o Rejeição dos dogmáticos sistemas metafísicos factualmente incontroláveis
o Crítica daquelas superstições que seriam constituídas pelas religiões positivas
o Defesa do deísmo (mas também do materialismo)
o Luta contra os privilégios e a tirania.
7.2 Características básicas do Iluminismo
• Racionalismo
o A razão metafísica do século XVII: "Para os grandes Sistemas
metafísicos do século XVII, para Descartes e Malebranche, para
Spinoza e Leibniz, a razão é o território das 'verdades eternas',
daquelas verdades que são comuns ao espírito humano e ao espírito
divino. Aquilo que conhecemos e intuímos graças à razão, o intuímos
diretamente 'em Deus': cada ato da razão nos confirma a participação
na essência divina e nos descerra o reino do inteligível e do
suprassensível".(E. Cassirer)
o A razão iluminista: "o século XVIII dá à razão outro
significado, mais modesto. Ela não é mais um complexo de
'ideias inatas' dadas antes de qualquer experiência, nas quais
se manifesta a essência absoluta das coisas. A razão não é tanto
uma posse, mas muito mais uma determinada forma de
aquisição. Não é o erário nem o tesouro do espírito, no qual a
verdade esteja bem custodiada, como uma moeda cunhada: ao
contrário, é a força originária do espírito, que leva à descoberta
da verdade e à sua determinação. Esse ato determinante é o
germe e a indispensável premissa de toda segurança
verdadeira".(E. Cassirer)
• Veneração pela ciência

o A razão dos iluministas é a razão que encontra o seu


paradigma na física de Newton, que não aponta para as
essências, não se perguntando, por exemplo, qual é a causa
ou essência da gravidade, não formulando hipóteses nem se
perdendo em conjecturas sobre a natureza última das
coisas, mas sim, partindo da experiência e em contínuo
contato com a experiência, procura as leis do seu
funcionamento e as submete à prova.
o "A ciência da natureza adquire a cada dia novas
riquezas; a geometria amplia o seu território e já
penetrou nos campos da física que lhe estavam
próximos; o verdadeiro sistema do universo foi
finalmente conhecido, desenvolvido e aperfeiçoado.
Da Terra a Saturno, da história dos céus à história dos
insetos, a ciência natural mudou de fisionomia. E, com
ela, todas as outras ciências assumiram uma nova
forma(. .. )." (D'Alembert)
• Empirismo

o Os iluministas têm confiança na razão - e, nisso, são


herdeiros de Descartes Spinoza ou Leibniz -, mas,
diversamente das concepções desses filósofos, a razão
dos iluministas é aquela do empirista Locke, que
analisa as ideias e as reduz todas à experiência. Trata-
se, portanto, de uma razão limitada: limitada à
experiência e fiscalizada pela experiência.
• Antitradicionalismo

o Antimetafísico

o Segundo Cassirer, por ser "experimental" e "indutivo", o


racionalismo iluminista, "na Inglaterra e na França, começa
por infringir a forma anterior de conhecimento filosófico, a
forma dos sistemas metafísicos:
 Não acredita mais no direito e no rendimento do 'espírito
do sistema', não encontrando nele a força, mas muito mais
um limite e um obstáculo à razão filosófica(. .. ).
 O iluminismo considera que a filosofia deve se
desenvolver em liberdade (e não nos limites de um
dado edifício doutrinário e à determinados
axiomas, estabelecidos de uma vez por todas) e,
nesse seu processo imanente, desvelar a forma
fundamental da realidade, a forma de todo o ser,
seja natural, seja espiritual.
o Secularização do pensamento

 O racionalismo iluminista é um movimento laico no que


concerne aos mitos e as “superstições” das religiões
positivas, que os iluministas frequentemente ironizaram
com desprezo sarcástico.

 A atitude cética e até mesmo irreverente é um traço


característico e essencial do Iluminismo, uma filosofia que
sem dúvida pode ser vista como um grande processo de
secularização do pensamento.
 Já menos irreverente em relação à religião, foram o
iluminismo inglês e francês. E, embora se tenha
desenvolvido um filão materialista e ateu no interior do
iluminismo francês, a filosofia Iluminista é uma filosofia
do deísmo.

 O deísmo é a religião racional e natural, é tudo aquilo e


só aquilo que a razão humana (lockianamente
entendida) pode admitir.
 Deísmo significa crenças naturais, e deveres naturais, que,
como a tolerância, a liberdade etc., são também racionais,
leigos e independentes da revelação.

 A razão dos deístas admite:


A existência de Deus
A criação e o governo do mundo por Deus
Os deístas ingleses: o governo do mundo físico e moral
Voltaire: indiferença pelos acontecimentos humanos por
parte da divindade.
A vida futura, em que recebe a paga pelo bem e pelo
mal.
o Direito natural

 O racionalismo iluminista estabelece a razão como


fundamento das normas jurídicas e das concepções do
Estado.
 Fala-se de direito natural: natural significa racional e,
melhor ainda, não sobrenatural.
 "Em seu significado mais amplo, as leis são as relações
necessárias que derivam da natureza das coisas"
(Montesquieu. O espírito das leis)
 Segundo Mário A. Cattaneo, as características gerais da
doutrina do direito iluminista são:

“Uma atitude racionalista em relação ao direito


natural": A racionalidade e a universalidade da lei.

“Uma atitude voluntarista em relação ao direito


positivo": A tradução das regras eternas e imutáveis do
direito natural em leis positivas pelo legislador.
 As ideias jus naturalistas dos iluministas encontra a sua
realização mais eloquente na Declaração dos direitos do
homem e do cidadão, na qual, em 1789, a Assembleia
Constituinte francesa quis especificar princípios que
seriam o documento programático da Revolução
Francesa.
 Os direito do homem e do cidadão que a Assembleia
Constituinte considerou naturais foram:

A liberdade

A lei estabelece limites precisos ao poder


executivo, a fim de proteger a liberdade pessoal, de
opinião, de religião e de palavra.
A igualdade
A lei é igual para todos. A lei é expressão da
vontade geral, sendo feita com o concurso dos
cidadãos ou através dos representantes de todos os
cidadãos.
A unificação do sujeito de direito eliminando os
múltiplos status jurídicos estratificação social do
ancien régime (nobre, eclesiástico, comerciante,
católico, protestante, hebreu, homem, mulher,
primogênito etc.) que tinham relevância processual
e substancial.
A propriedade

A propriedade é afirmada como um direito


"sagrado e inviolável".

A segurança

A resistência à opressão.

Otimismo utopístico
7.3 Principais representantes do iluminismo

• Iluministas franceses
o Jean Baptiste Le Rond d'Alembert (1717-1783)
o Denis Diderot (1713-1784)
o Étienne Bonnot de Condillac (1715-1780)
o Claude-Adrien Helvetius (1715-1771)
o François-Marie Arouet, conhecido sob o pseudônimo de Voltaire
(1694-1778)
o Charles Louis de Secondat, barão de Montesquieu (1689-1755)
o Jean-Jacques Rousseau (1712-1778)
• Iluministas ingleses

o John Toland (1670-1722)


o Samuel Clarke (1675-1729)
o Anthony Collins (1676-1729)
o Matthew Tindal (1653-1733)
o Joseph Butler (1692-1752)
o Anthony Ashley Cooper (1671-1713)
o Francis Hutcheson (1694-1747)
o David Hartley (1705-1757)
o Bernard de Mandeville (1670-1733)
o Thomas Reid (1710-1796)
o Thomas Brown (1778-1820)
• Iluminismo alemão

• Precursores:

o E. W. von Tschirnhaus (1651-1708)


o Samuel Pufendorf (1632-1694)
o Christian Thomasius (1655-1728)
• Iluministas alemães:

o Christian Wolff (1679-1754)


o Martinho Knutzen (1713-1751)
o Christian August Crusius (1715-1775)
o Johann Heinrich Lambert (1728-1777)
o Johann N. Tetens (1736-1807)
o Alexander Gottlieb Baumgarten (1714-1762)
o Hermann Samuel Reimarus (1694-1768)
o Moises Mendelssohn (1729-1786)
o Gotthold Ephraim Lessing (1729-1781)
• Iluminismo italiano

• Pré-iluministas

o Pedro Giannone (1676-1748)


o Lourenzo Magalotti (1636-1712)
o Michelangelo Fardella (1650-1718)
o Ludovico Antônio Muratori (1672-1750)
• Iluministas

o Pedro Verri (1728-1797)


o Alexandre Verri (1741-1816)
o César Beccaria (1738-1794)
o Paulo Frisi (1728-1784)
o Antônio Genovesi (1713-1769)
o Fernando Galiani (1728-1787)
o Caetano Filangieri (1752-1788)
7.4 O Iluminismo como fenômeno europeu e sua
influência
• Estado democrático

o Os princípios fixados na doutrina dos direitos do


homem e do cidadão se encontram na base do
ordenamento constitucional dos Estados democráticos
de tipo ocidental.
• Direito

o E, apesar de seus limites, tantas vezes denunciados o


iluminismo jurídico ainda está vivo, na teoria e na
prática do Estado de direito dos nossos dias.
• Economia

o E, se os princípios éticos e jurídicos são naturais, também


são naturais aqueles princípios da economia (Fisiocracia,
liberalismo econômico)

o A propriedade privada e a livre concorrência são "naturais",


ao passo que é contrária à "ordem natural" qualquer
intervenção estatal visando a bloquear ou obstaculizar tais
leis naturais.
o E a função do Estado ou do soberano é essencialmente
negativa: remover os obstáculos que impedem o normal
desenvolvimento da "ordem natural" segundo a expressão
atribuída a Vincent de Gournay: "Laissez faire, laissez
passer" (deixe fazer, deixe passar)

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