• As infecções agudas do sistema nervoso estão entre os problemas mais
importantes em medicina, porque o reconhecimento precoce e a rápida instituição do tratamento podem salvar vidas. • Entre elas se inclui a meningite bacteriana, que é uma infecção purulenta aguda no interior do espaço subaracnóideo associada a uma reação inflamatória do SNC, que pode resultar em diminuição da consciência, crises convulsivas, aumento da pressão intracraniana (PIC) e acidente vascular encefálico (AVE). CASO CLÍNICO
• PM, masculino, 2 meses
• Pré-natal iniciado aos 8 meses de gestação, parto vaginal, alta com a mãe • Vacinas: BCG e Hep B • Não fez vacina dos 2 meses CASO CLÍNICO
• PM foi internado em hospital de Uruguaiana por crise convulsiva e febre, mãe
referiu corisa e “chiado” no peito • Iniciou-se o uso de ceftriaxona. • Houve piora clínica em 23/4, foi iniciado oxigenoterapia e feita coleta de líquor, compatível com meningite. • Associou-se penicilina g cristalina. • Iniciou crises convulsivas persistentes, foi feito diazepam e iniciado fenobarbital. • Recebeu CHAD. • TC de crânio com dilatação do sistema ventricular e redução do cerebelo. CASO CLÍNICO
• Nova PL mostrou melhora, mas mantendo crises convulsivas.
• Iniciou fenitoína. • Em 25/4 foi colocado em ventilação mecânica por apneias. • Suspenso fenobarbital e penicilina. • Transferido 26/4 para UTI pediátrica do HU Canoas. • Reduzida fenitoína, apresentou várias crises convulsivas • feito midazolan, diazepan e ataque de fenobarbital. • Crises cessaram em 20min. • Em 27/4 iniciou furosemida por edema. • Em 29/4 foi trocado ceftriaxona por cefepime. CASO CLÍNICO
• Extubado em 30/4, fez uso de dexametasona (28/4-01/5).
• Iniciados metadona e diazepam para abstinência. • Após redução da sedação percebeu-se hemiparesia à esquerda. • Dia 01/5 voltaram picos febris. • Coletados novos exames – hemocultura Staphylococcus coagulase negativo. • Em 03/5 suspenso oxigenoterapia, diazepam e metadona. • Dia 05/5 voltou a apresentar crises convulsivas, olhar desviado para a direita e nistagmo, melhorando com diazepam e antecipação da fenitoína, recebeu ataque de fenobarbital. • TC de urgência em 06/5 com aparente edema cerebral, aumento de ventrículos, área de hiperdensidade em lobo parietal direito. CASO CLÍNICO
• Apresentou melhora clínica
• iniciado topiramato e diminuído fenitoína; mantido fenobarbital • Em 13/5 passado fenobarbital e fenitoína para SNG. • Em 14/5 sem novas crises, melhora global, movimentação espontânea. • Transferência para enfermaria com avaliação de meningoencefalite bacteriana e crises convulsivas controladas, hemiparesia à esquerda por AVCi à direita, com possível transformação hemorrágica • orientações de manter fenobarbital e diminuir fenitoína até suspender, manter topiramato, repetir TC de crânio até o final da semana. Liberado para dieta VO. Em uso também de cefepime, ampicilina e nistatina tópica e oral. • No momento aguarda estabilização do quadro e alta da enfermaria. CONCLUSÃO
• A literatura recente revela que a meningite bacteriana aguda em crianças está
associada a um grande risco de complicações e sequelas neurológicas, com um percentual de aproximadamente 40%, além de uma considerável taxa de mortalidade, que pode alcançar índices de 4% a 10%. • O relato apresenta um caso clássico de meningite bacteriana aguda, com afecções neurológicas, como crise convulsiva e AVCi. • Cabe salientar a importância de reunir esforços para identificar crianças com maior suscetibilidade em desenvolver complicações neurológicas agudas e sequelas neurológicas, para que toda uma equipe multidisciplinar possa atuar a fim de planejar um seguimento a longo prazo e assegurar uma adequada reabilitação desses pacientes. OBRIGADA! .