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1.

A Filosofia e os outros saberes


1.1. Realidade e verdade – a
plurivocidade da verdade

2. A Filosofia na cidade
REALIDADE

Exemplos de expressões em que este termo está presente:

•A realidade é que o insucesso escolar é demasiado alto.


•De que realidade estás tu a falar?
•A realidade é dura e cruel.

Geralmente, este conceito surge como sinónimo de


«verdade». Mas será que «realidade» e «verdade» são
uma e a mesma coisa?

Realidade é um conceito distinto de verdade, embora


mantenham uma relação estreita entre si.
Ser particular REALIDADE Seres em geral

O ser ou existente

Num certo sentido, é o que existe


independentemente do sujeito.

- Haverá uma única realidade ou várias realidades


vistas de perspetivas diferentes?

- Qual das perspetivas é a mais verdadeira?

- O que é a verdade?

- Terá a razão humana a possibilidade de aceder


ao conhecimento da realidade?
Será prudente considerarmos a nossa perspetiva da
realidade como a única possível?

Devemos admitir uma pluralidade de leituras possíveis da realidade – esta


assume um estatuto multidimensional.

São várias as leituras possíveis da mesma realidade.

A realidade para um cientista será diferente da realidade para um filósofo,


para um poeta ou para um artista plástico.

Haverá uma leitura da realidade mais verdadeira que outra?

Necessidade de incursão no próprio conceito de VERDADE.


VERDADE

A palavra «verdade» possui uma


pluralidade de significados.

Plurivocidade do conceito de «verdade», o qual está


subjacente aos diversos temas estudados.

Várias aceções de «verdade»:

•verdade como correspondência;


•verdade como coerência;
•verdade como utilidade;
•verdade como consenso;
•verdade como perspetiva.
VERDADE COMO CORRESPONDÊNCIA OU ADEQUAÇÃO:
VERDADE ONTOLÓGICA

É a conceção mais antiga e a mais intuitiva. Quando alguém diz «Está sol»,
classificamos intuitivamente o enunciado como verdadeiro ou falso se corresponde ou
não à realidade. A verdade é a correspondência entre a proposição e a realidade.

Este critério de verdade foi adotado por Platão,


Aristóteles, São Tomás de Aquino, por grande parte
dos escolásticos e pelos filósofos positivistas.
VERDADE COMO COERÊNCIA

Diz respeito à relação das crenças entre si e não à sua relação com algo independente
da mente ou do discurso. Uma crença será verdadeira ou falsa conforme seja ou não
coerente com outras crenças do mesmo sistema de crenças.

Um determinado sistema de As crenças devem estar


crenças é coerente quando não relacionadas entre si de forma
contém crenças que sejam relevante. Isto significa que o
contraditórias entre si – quando conteúdo de umas se pode
há consistência lógica. inferir do conteúdo de outras.

A verdade como coerência equivale, por um lado, à consistência lógica ou ausência de


contradição lógica e, por outro, ao facto de existirem relações inferenciais entre as
crenças de um dado sistema.
VERDADE COMO UTILIDADE

A teoria pragmática parte do princípio de que a verdade é uma característica do


enunciado ou da proposição em que é útil acreditar.

A proposição «é útil porque é verdadeira», ou então «é


verdadeira porque é útil», como salienta William James.

O que define a verdade é a possibilidade de produzir um efeito


que se deseja, ao serviço de um objetivo prático qualquer.
Verdade é, assim, a eficácia, a utilidade e a funcionalidade.
VERDADE COMO CONSENSO

A verdade é negociação intersubjetiva, é consenso e efeito


de convencimento dos vários discursos de verdade.

O consensualismo não nega a verdade em si, apenas afirma a


extrema dificuldade de obtermos um conhecimento dela.

Os consensos são formas de nos aproximarmos da verdade em si.


VERDADE COMO PERSPETIVA

A conceção perspetivista de verdade admite a existência


de múltiplas verdades.

Tudo o que podemos conhecer da realidade é sempre limitado,


dependendo da perspetiva usada, do ângulo de visão.

Cada ângulo, ou cada perspetiva nova sobre a realidade,


corresponde a uma aproximação à verdade.
OUTRAS CONCEÇÕES DE VERDADE

HEGEL HEIDEGGER

A verdade resulta de
um processo contínuo
em que se vão A verdade acontece
manifestando os pela e na linguagem
diferentes aspetos da enquanto «casa do
verdade (contraditórios ser».
entre si, mas reunidos
numa síntese).

Verdade como Verdade como


processo. desvelamento.
CONCEÇÕES DE REALIDADE E VERDADE

Conceções Conceções
tradicionais contemporâneas

- realidade unidimensional; - realidade multidimensional;

- realidade imutável; - realidade em devir, em mudança;

- verdade unívoca; - verdade plurívoca;

- verdade em si: - verdade para nós:


- absoluta e necessária; - relativa e subjetiva;
- imutável e transtemporal; - mutável e temporal;
- universal e transespacial; - produto cultural e social;
- indivisível (ou é, ou não é). - probabilística (aproximação
gradativa).

Conduzem ao reconhecimento dos diferentes saberes como narrativas, cada uma das quais
apresentando níveis de realidade e verdade diferentes.

Tornam-se equivalentes (embora cada um com a sua própria especificidade) saberes como
a ciência, a filosofia, a arte, a religião, a poesia e a literatura.
1.2. Necessidade contemporânea de
uma racionalidade prática
pluridisciplinar
2. A Filosofia na cidade
Cada saber…

…apreende apenas uma das


múltiplas dimensões da realidade.

Visão parcelar da totalidade ou


globalidade.

Separação dos saberes


Excessiva especialização
científicos relativamente
das ciências.
aos que o não são.

Visão fragmentada e retalhada da realidade.

Atualmente reconhece-se a exigência de uma


racionalidade pluridisciplinar e transdisciplinar.
Necessidade de laços entre as
diferentes disciplinas

Traduziu-se na emergência –
em meados do século XX – da
pluridisciplinaridade e da
interdisciplinaridade.

Pluridisciplinaridade Interdisciplinaridade

Diz respeito ao estudo


de um objeto de uma Diz respeito à
única e mesma transferência dos
disciplina efetuado por métodos de uma
diversas disciplinas ao disciplina para outra.
mesmo tempo.
Transdisciplinaridade

Envolve aquilo que está ao mesmo tempo entre as disciplinas, através das
diferentes disciplinas e além de toda e qualquer disciplina.

A sua finalidade é a compreensão do mundo atual, para a qual um dos


imperativos é a unidade do conhecimento.

Propõe-nos a consideração de uma realidade multidimensional,


estruturada em múltiplos níveis, que substitui a realidade unidimensional,
de um único nível, do pensamento clássico.
Perspetiva pluridisciplinar e transdisciplinar

Única via a partir da qual poderemos obter


uma visão mais integrada da realidade.

Seria a visão que ofereceria, se existisse, um


MACROSCÓPIO

Instrumento simbólico feito de um conjunto de métodos e de


técnicas extraído de disciplinas muito diversas.

Símbolo de uma nova maneira de ver, compreender e atuar.


MACROSCÓPIO

Abordagem sistémica.

Só uma racionalidade pluridisciplinar e transdisciplinar


poderá servir o propósito prático de resolução das grandes
questões do nosso tempo.

A maioria dessas questões refere-se ao viver humano:


clonagem, aborto, eutanásia, eugenia, felicidade individual.

Exigência de uma racionalidade prática


pluridisciplinar e transdisciplinar.
Ciências sociais e humanas

Os fenómenos são entendidos


como fenómenos sociais totais.

São fenómenos com implicações em vários níveis


– económico, social, psicológico, antropológico.

Por isso, podem ser estudados simultaneamente


por várias disciplinas.
Conhecimento complexo
(Edgar Morin)

Entende a realidade como um


tecido complexo.

Considerando que a ciência clássica assenta sobre três pilares fundamentais


– a ordem, a separabilidade e a lógica –, Morin propõe uma total reforma do
pensamento que é, ao mesmo tempo, uma proposta de ação.

Um pensamento Privilegiar uma


Discutir sem dividir:
complexo deve ser racionalidade aberta em
pensar a complexidade
capaz não apenas de que a lógica se encontra
é respeitar a textura
religar, mas de adotar ao serviço da razão e
comum, o complexo que
uma postura em relação não o contrário.
ela forma para além das
à incerteza, à Valorizar as paixões, a
suas partes.
imprevisibilidade. vida, o inesperado.

Trata-se de romper com as velhas fronteiras das disciplinas científicas, tornando o conhecimento
transdisciplinar, incluindo nele até saberes não científicos, como a arte, a literatura ou a religião.
A racionalidade prática pluridisciplinar e
transdisciplinar é uma exigência que implica:

•diferenciar entre o universalismo e o generalismo;

•abdicar do papel de árbitro da verdade;

•criar espaços para a dialogia entre saberes múltiplos, ampliando o debate;

•demolir os muros das ideias-pátrias;

•conviver com a incerteza própria aos momentos de criação;

•trabalhar para o enfraquecimento dos conceitos unívocos, fixando horizontes


mais ampliados em busca da complexidade.
A racionalidade prática pluridisciplinar
e transdisciplinar pressupõe:

•uma racionalidade aberta;


•uma reconciliação das ciências naturais com as ciências sociais e
humanas e com outros saberes, como a filosofia, a arte, a religião, a
literatura, etc.;
•o reconhecimento de diversos níveis de realidade, regidos por
diferentes lógicas;
•o reconhecimento da realidade como tecido complexo;
•o reconhecimento da plurivocidade da verdade;
•a revalorização da intuição, do imaginário e da sensibilidade.

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