• Nos últimos séculos, um modelo de civilização se impôs, trazendo a industrialização, com sua forma de produção
de trabalho, além da mecanização da agricultura, que inclui o uso intenso de agrotóxicos e a urbanização, com
um processo de concentração populacional nas cidades;
• Do mesmo modo, a urgência das questões de cunho ambiental estão ligadas a massiva e acelerada degradação
nos diversos meios a que o homem está inserido, a gama de problemas urbanos, a extinção de ambientes
naturais, sociais e culturais, as respostas da natureza diante de sua utilização desordenada, são fatores que
engendram cada vez mais a deterioração da vida na esfera terrestre.
• Neste turbilhão de acontecimentos e num viver mecânico, perdeu-se o contato com a natureza, num
distanciamento dos ambientes naturais que lhe proporcionem sensação de bem estar, liberdade, e que ao
mesmo tempo faça-o sentir-se parte integrante e responsável por este mesmo universo.
• Nesse contexto, o papel da educação ambiental tem sido estimular uma ‘nova’ relação (integração) entre a
sociedade e o seu ambiente, promovendo condutas capazes de envolver as pessoas com as questões ambientais
e, isso, se torna possível, a partir da insistência na eficácia do ambiente natural como uma estratégia de
aprendizagem – educação para, pelo e com o ambiente natural (DIAS, 1993; LEONARDI, 1999).
• A ONU classifica ou define Educação Ambiental como um processo permanente no qual os indivíduos e a
comunidade tomam consciência do seu ambiente e adquirem conhecimentos, habilidades, experiências, valores e
a determinação que os tornam capazes de agir, de forma individual ou coletivamente, na busca de soluções para
problemas ambientais, presentes e futuros.
• Na busca por novos caminhos que levem a transformações nas relações homem - meio, à introdução da
Educação Ambiental é utilizada como instrumento de conscientização, aliada a modalidades de turismo que se
relacionam com o meio natural, possibilitam maiores reflexões à respeito de valores e mudanças de
comportamento, que a princípio se manifestam de maneira individual e se disseminam para ações coletivas, a
favor de atividades produtivas sustentáveis.
• Neste sentido, em períodos passados, as viagens à natureza já se destacavam como formas de lazer, de nostalgia,
de prazer, de desafio/conquista etc., e, dentre isso, pode-se citar o desenvolvimento de práticas como o
montanhismo nos Alpes, as visitas aos parques nacionais e os safáris de caça, bem como os safáris fotográficos;
• Essa visão da atividade turística não é apenas dos visitantes, muitas vezes, a preocupação com o meio ambiente,
natural ou modificado e seus recursos naturais e culturais, é também dos planejadores desta atividade, e da
administração pública responsável pelo ordenamento do turismo.
• Dessa forma, a Educação Ambiental deve ser priorizada como um dos instrumentos para a política pública de
administração mais importantes no contexto ao qual será aplicada;
• A educação ambiental tem como um de seus objetivos formar cidadãos conscientes de sua relação com a natureza
e com seu habitat, podendo concluir que, independentemente da metodologia, deve primar pela formação de
pessoas conscientes de seu papel e de sua relação com o meio de modo a primarem pela sustentabilidade
(NEIMAN & RABINOVICI 2002).
• Considerando os princípios inseridos pela educação ambiental para a atividade turística, é necessária a
prática sustentável da atividade;
• Isto inclui a melhoria da qualidade de vida da comunidade receptora oferecendo aos visitantes uma
experiência enriquecedora, além de manter a qualidade do meio ambiente do qual todos dependem.
• Para que esta sustentabilidade ocorra é necessário que as pessoas tomem consciência de que se deve preservar o
meio ambiente, através de programas de educação ambiental onde todos os envolvidos na atividade turística ou
não, deveriam participar.
• Portanto, a atividade turística é um fenômeno complexo composto por vários elementos os quais são necessários
para constituir uma importante estratégia para o desenvolvimento sustentável.
• A atividade turística do século XX foi marcada pela explosão do turismo de massa, uma forma de turismo
caracterizada pelo consumismo e pela superficialidade, e mesmo inexistência de relações entre visitantes e
visitados;
• O Turismo caracteriza-se também por ser um dos segmentos da economia mundial que mais tem
se expandido nos últimos anos;
• A atividade demonstra uma enorme capacidade de geração de renda e empregos e oscila entre a
terceira e a quarta atividade econômica de maior geração de renda no mundo.
Acampe Bem
• Novamente, é importante ressaltar que o turismo é uma atividade no qual é buscado a exploração do meio de
maneira sustentável, para que seja possível a utilização constante deste;
• Para Faria & Carneiro (2001) “A relação do turismo com o meio ambiente dá-se principalmente por meio da
paisagem, transformada em produto a ser consumido”.
• Não se pode negar o impacto do turismo sobre o meio ambiente. Então o que se pode fazer é manter a atividade
dentro dos limites aceitáveis, para que não coloque em risco o meio causando danos irreversíveis;
• Também é importante ressaltar que o turismo não é o único vilão deste processo de modificação ambiental, pois
existem outros processos econômicos que também contribuem para as mudanças ocorridas nos destinos turísticos.
• Dessa forma, a aplicação da educação ambiental ao turismo compreende a classificação de educação ambiental
quanto ao espaço onde é realizada, educação ambiental não formal (SORRENTINO, 1995 apud LEONARDI, 1999);
• A possibilidade de se vincular processos educativos a contextos turístico-recreativos já foi pontuada pelas Diretrizes
de Política Nacional de Ecoturismo – DPNE (BARROS II & LA PENHA, 1994) objetivando a promoção e o
aproveitamento do turismo como um veículo de educação ambiental, incentivando assim, a visitação turística dessas
áreas;
• Várias modalidades de turismo tentam cumprir o papel de mediador entre o homem o meio: Turismo de
Aventura, Rural, Ecoturismo, entre outros;
• Todas as segmentações de turismo que possuem como suporte o ambiente natural e as características
semelhantes na relação com o meio, no modo como se pratica, se caracterizam pela especificidades em seus
segmentos;
• O Turismo de Aventura pode ser definido como um segmento de mercado turístico que promove a prática de
atividades de aventura e esporte recreacional, em ambientes naturais e espaços urbanos ao ar livre, que envolvam
emoções e riscos controlados, exigindo o uso de técnicas e equipamentos específicos;
• O Turismo de Aventura, a exemplo do Turismo Ecológico procura levar turistas a ambientes naturais, colocando-
os em contato direto com a natureza, desenvolvendo a consciência de preservação e conservação num processo,
ainda que lento, de Educação Ambiental.
• Pelo bem estar causado pela proximidade com a natureza e a associação à conscientização ecológica, muitas
pessoas e empresas têm buscado no Turismo de Aventura uma forma de fugir da rotina, seja por lazer, ou por
integração de um grupo, devido ser uma atividade anti-estresse, além de proporcionar a prática de trabalhos em
equipe;
• As práticas rurais, os afazeres, fazem parte de todo um contexto, onde as relações e interações entre visitantes e
visitados são primordiais ao estabelecimento da hospitalidade;
• Na definição de Turismo Rural procurou-se traçar um caminho na distinção de práticas próprias do meio rural,
excluindo-se outras atividades não praticadas no espaço rural, atividades tradicionalmente urbanas.
• A compreensão e respeito à estas práticas de viver e produzir num modo de vida interdependente, no
relacionamento com o meio natural, carregado de tradições, crenças e valores arraigados na cultura no qual está
inserido, solidificam habilidades e competências para a existência do Turismo Rural como promotor da qualidade
de vida.
• Não diferente do Turismo de Aventura, o Turismo Rural tem como princípio o contato com o meio
natural, social e cultural e a sustentabilidade da localidade atingida pela atividade, devendo ter como
objetivos a garantia do desenvolvimento local, a geração de renda e de novos postos de trabalho, além
da fixação do trabalhador rural no campo.
• O turismo de pesca conhecido como pesca esportiva, pode ser também englobado dentro do turismo rural e é
uma prática que vem crescendo em todo o Brasil;
• Como exemplo, no interior do estado de São Paulo, as cidades que são banhadas por rios, lagos, etc, promovem
diversos eventos ao longo do ano, atraindo milhares de turista;
• No entanto, acontece que em muitos lugares as normas estipuladas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) não são cumpridas, e devido essa falta de consciência há uma
diminuição dos peixes e em conseqüência do fluxo de turistas;
• Em razão dessa realidade é que se deve instituir novas formas de exploração dos recursos naturais para fins
turísticos, aí é que entra a questão da educação ambiental, para formar cidadãos conscientes por meio de seus
programas educativos.
• É o segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva
sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente,
promovendo o bem estar das populações envolvidas;
• Ele torna-se atraente para as regiões em desenvolvimento, utilizando os recursos naturais e mão de obra local,
engajando moradores da região na exploração da atividade turística.
• O ecoturismo poderá contribuir para a conservação da natureza de modo eficaz e gratificante, ainda mais se
estiver amparado em certificações ecológicas de empresas envolvidas, mas para tanto, deve haver participação
efetiva da sociedade e formação de profissionais qualificados (COSTA, 2002);
• A importância do ecoturismo na sociedade não está apenas baseada na variável econômica, mas principalmente
em seu potencial educativo e de conservação da natureza, advindos das experiências e sensações vivenciadas em
meio à natureza.
• No Brasil a prática do ecoturismo é bastante preocupante, já que o país possui abundantes recursos
naturais que, muitas vezes, é utilizada de forma incorreta causando danos irreparáveis ao meio
ambiente;
Porto de Galinhas - PE
Universidade do Estado da Bahia – Campus XXIV
Educação Ambiental na Prática do Turismo
• Por exemplo, o Pará é considerado como o portão de entrada da Amazônia e recebe turistas do mundo inteiro
que buscam a natureza como forma de lazer;
• Em sua maioria contribuem para a destruição desta, já que estes muitas vezes poluem as praias, os parques, os
museus e, no entanto é indispensável a presença destes no estado, já que este está em fase de expansão do
turismo;
• A afirmação de que não há turismo sem impactos ambientais é o alicerce para todo o planejamento e gestão
de áreas ligadas a atividade. Onde há presença humana, de alguma forma há modificação do meio.
• Segundo Dias (2005), o desenvolvimento sustentável do turismo está baseado num equilíbrio harmônico entre
três dimensões: a econômica, a sociocultural e a ambiental, mas levando em consideração permanentemente seus
efeitos positivos e negativos no meio ao qual está inserido.
• Economia:
• Positivos: geração de empregos, melhor distribuição de renda, diversificação da economia regional, entre
outros;
• Quanto ao ambiente sociocultural atribui-se como impactos positivos da atividade turística, a fixação da
população local, a criação de alternativas de arrecadação municipal e a valorização do artesanato regional
• Em contrapartida, os impactos negativos pesam muito neste aspecto pela desvalorização dos valores culturais,
pela exclusão das comunidades preexistentes e pelo congestionamento em vilas e povoados.
• Na questão natural os impactos negativos são bem maiores que os impactos positivos;
• Se por um lado temos a manutenção da paisagem (o turismo depende disso), o controle de poluição e o
desenvolvimento de uma consciência preservacionista;
• Por outro temos a retirada de material da natureza como lembrança, o excesso de resíduos orgânicos, a poluição
sonora, da água, solo e ar, a descaracterização da paisagem, o pisoteio, erosão e desmatamento em trilhas.
• O turismo, como um todo, deve ser inserido num contexto de Educação Ambiental, levando-se em consideração
as singularidades de cada lugar, e num convite constante a viver a natureza e a cultura como parte integrante
deste mesmo meio.
• Esta inserção deve proporcionar o conhecimento, o envolvimento numa promoção constante do turismo
sustentável.