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SANÇÕES

ADMINISTRATIVAS EM
LICITAÇÕES E
CONTRATOS
Prof Ben-Hur
Objetivo

Entender o processo de aplicação de sanções àqueles


fornecedores da Administração que atentam contra o
interesse público por meio da prática de atos que
venham a frustrar os objetivos da licitação ou da
contratação.
SUMÁRIO
• Introdução;
• Breve comentário sobre Contratos;
• Aplicações de Sanções Administrativas;
• Falhas recorrentes na aplicação de
sanções.
• Jurisprudência
• Modelos
Princípios (Art 37 CF, 3º Lei 8.666/93)
•LEGALIDADE
•IMPESSOALIDADE
•ISONOMIA (IGUALDADE) (art. 5º)
•MORALIDADE
•PUBLICIDADE
•EFICIÊNCIA
•Economicidade (art 70)
•Infraconstitucional
•VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO
•JULGAMENTO OBJETIVO
•IGUALDADE
•PROBIDADE ADMINISTRATIVA
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LEI Nº 9.784/99 - Principios
• FINALIDADE;
• MOTIVAÇÃO;
• PROPORCIONALIDADE;
• RAZOABILIDADE;
• AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO;
• SEGURANÇA JURÍDICA; e
• INTERESSE PÚBLICO.
Princípios de outras fontes

• Sigilo na apresentação da Proposta;


• Competitividade;
• Continuidade do Serviço público (Lei 7783/89);
• Celeridade (Lei 10.520);
• Planejamento e Transparência (LRF).
LOCAL DE DISPOSIÇÃO DAS SANÇÕES
MODALIDADE CLÁUSULA DE PENALIDADE

LICITAÇÃO EXECUÇÃO

Pregão – Eletrônico e Presencial EDITAL CONTRATO

Convite CARTA CONVITE CONTRATO

Tomada de Preços EDITAL CONTRATO


Concorrência EDITAL CONTRATO
Concurso EDITAL -
RDC EDITAL CONTRATO
Leilão e concorrência nas EDITAL CONTRATO
alienações
Dispensa/Inexigibilidade Projeto Básico7 CONTRATO
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Minuta do Contrato

A minuta do termo de contrato,


obrigatoriamente examinada e aprovada
previamente por assessoria jurídica da
Administração, deve estar, sempre,
anexada ao ato convocatório.
E quando se trata de participante e não
participante (carona) nos registros de
preços?
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CONTRATO – ESPÉCIES

- CONTINUADO
- ESCOPO
CLÁUSULAS EXORBITANTES

As Cláusulas exorbitantes colocam a


Administração – em posição privilegiada em
relação à outra parte, garantindo-lhe
diversas prerrogativas, segundo Maria
Sylvia Zanella Di Pietro (2005, p. 256), são
decorrentes da sua posição de supremacia.

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Cláusulas exorbitantes

●Garantia;
●Penalidades;

●Alteração unilateral;

●Rescisão unilateral;

●Fiscalização;

●Retomada do Objeto;

●Anulação e revogação; e

●Restrição ao uso da exceção do contrato não

cumprido.
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RESPONSABILIDADE DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA

CF/88: "Art. 37, § 6°. As pessoas


jurídicas de direito público e as de direito
privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes,
nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa".

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Obrigatoriedade de Acompanhar e
Fiscalizar os Contratos Administrativos

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FISCALIZAÇÃO
Lei 8666/93 - Art. 67. A execução do contrato
deverá ser acompanhada e fiscalizada por um
representante da Administração especialmente
designado, permitida a contratação de terceiros
para assisti-lo e subsidiá-lo de informações
pertinentes a essa atribuição. LEI 8666/93

14
14
14
Fiscal de Contrato
Lei 8.666/93 - Art. 67. (...)
§ 1° O representante da Administração
anotará em registro próprio todas as ocorrências
relacionadas com a execução do contrato,
determinando o que for necessário à
regularização das faltas ou defeitos observados.

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Prazo para garantia de serviços
• IN 02/08-MPOG - Art. 19 a) a contratada deverá apresentar,
no prazo máximo de 10 (dez) dias úteis, prorrogáveis por igual
período, a critério do órgão contratante, contado da
assinatura do contrato, comprovante de prestação de
garantia, podendo optar por caução em dinheiro ou títulos da
dívida pública, seguro-garantia ou fiança bancária, sendo que,
nos casos de contratação de serviços continuados de
dedicação exclusiva de mão de obra, o valor da garantia
deverá corresponder a cinco por cento do valor total do
contrato; (Incluído pela Instrução Normativa nº 6, de 23 de
dezembro de 2013)
Manutenção da garantia
e) a inobservância do prazo fixado para apresentação da garantia
acarretará a aplicação de multa de 0,07% (sete centésimos por
cento) do valor do contrato por dia de atraso, observado o
máximo de 2% (dois por cento); (Incluído pela Instrução Normativa nº 6, de 23
de dezembro de 2013)

f) o atraso superior a 25 (vinte e cinco) dias autoriza a


Administração a promover a rescisão do contrato por
descumprimento ou cumprimento irregular de suas cláusulas,
conforme dispõem os incisos I e II do art. 78 da Lei nº 8.666, de
1993; (Incluído pela Instrução Normativa nº 6, de 23 de dezembro de 2013)
EXECUÇÃO FORÇADA

A força impositiva própria do Poder


Público, e que obriga o particular ao fiel
atendimento, sob pena de se sujeitar a
execução forçada pela Administração
(atos auto-executórios) ou pelo Judiciário
(atos não-autoexecutórios).

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Documentos equivalentes ao termo de
contrato

■ Nota de empenho
■ Carta Contrato
■ Autorização de serviço
■ Autorização de fornecimento ou compra
Atenção
:)
a Dec 93872/1986 - Art. 29 - Parágrafo único: “Quando a Nota de Empenho
substituir o termo do contrato (...) dela deverão constar as condições contratuais,
relativamente aos direitos, obrigações e responsabilidades das partes;
Prerrogativas da Administração - Art. 58

1. Modificação e Rescisão Unilateral (inc. I e II);


2. Fiscalização da Execução (inc. III);
3. Aplicação de Penalidades Contratuais (inc. IV);
4. Ocupação Provisória (inc. V);
5. Anulação (art. 59);
6. “exceptio non adimpleti” (art. 78, inc. XV).
Atenção:
a) No exercício dessas prerrogativas, os atos devem ser motivados e preservado o equilíbrio
contratual, valor protegido constitucionalmente.
b) Deverá haver o estabelecimento do contraditório e ampla defesa - art. 5°, inc. lV, da CF e
art. 78, § único, da Lei n° 8.666/93.

XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração


decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados,
salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra,
assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações
até que seja normalizada a situação;
Sanções
Administrativas
Objetivo da Sanção
A aplicação de sanções administrativas aos
licitantes e contratados da Administração tem
previsão no art. 58, inc. IV, e visa, em última
análise, preservar o interesse público quando
este é abalado por atos ilícitos cometidos por
fornecedores que frustrem os objetivos da
licitação ou da contratação.
Tem caráter repressivo e pedagógico.
SANÇÕES ADMINISTRATIVA
As sanções são entendidas como uma
consequência da inobservância ou observância
inadequada a um comportamento descrito pela
norma jurídica. Sua aplicação e registro devem
ser realizados pelos órgãos e autoridades que
detém competência para fazê-lo.
SANÇÕES ADMINISTRATIVA
• Punição dotada de autoexecutoriedade, com
finalidade repressiva e preventiva;
• prevista em lei pelo cometimento de fato típico
antijurídico administrativo,
• aplicada pela Administração Pública no exercício da
função administrativa;
• após o devido processo legal, no qual sejam
asseguradas efetiva e concretamente as garantias do
contraditório e da ampla defesa.
SANÇÕES
No caso de sanções administrativas em
licitações e contratos, estas são consequências
de um ato ou um conjunto de atos, praticados
por licitantes e contratados da Administração
Pública que causem prejuízo à Administração ou
violem normas de observância obrigatória.
Poder-dever

Trata-se de um Poder Administrativo, um dever-


poder, uma prerrogativa inerente ao Poder
Disciplinar da Administração, que deve ser
exercida.
“A Administração contratante não poderá renunciar
aos deveres-poderes que a Lei impõe.”
( MOTTA, Carlos Pinto Coelho)
Pressupostos da Lei n° 8.666/93
• Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e
condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada.
• Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra,
serviço ou fornecimento executado em desacordo com o
contrato.
• Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua
rescisão, com as consequências contratuais e as previstas em lei
ou regulamento.
• Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o
contrato (...) caracteriza o descumprimento total da obrigação (...),
sujeitando-o às penalidades legalmente estabelecidas.
Tipos da sanção
Dos art. 86 e 87 da Lei 8.666/93
• Advertência;
• Multa;
• Suspensão temporária (até 2 anos);
• Declaração de inidoneidade.
Do art. 7° da Lei 10.520/2002
• Impedimento de licitar e de contratar, com respectivo
descredenciamento do SICAF (até 5 anos);
• Multa.
SANÇÃO
• Princípio da legalidade
• Direito punitivo
• Dilação probatória
• Ônus probatório
• Elemento subjetivo da conduta
• Ampla defesa e contraditório
• Princípio da razoabilidade
• princípio do personalismo da sanção
• princípio da especificação
• princípio da legalidade
• Princípio do Devido Processo Legal
• Princípio da motivação
Princípio da legalidade
• É vedado a Administração Pública fazer ou
deixar de fazer aquilo que a lei não manda. Na
questão da sanção administrativa somente
pode impor ao contratado aquilo que a lei
preveja.
PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE

• a aplicação de sanção pressupõe o elemento


subjetivo da culpabilidade
• não há necessidade de comprovação de dolo,
mas apenas da culpa (ausência da diligência
necessária)

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Poder punitivo
O Poder Punitivo do Estado deve, portanto,
encontrar limites materiais e formais à sua
extensão teórica e aplicação prática, uma vez
que sua concretização enseja a imposição de
sanções em razão de condutas tidas como
ilícitas (ou ilegais) e o objetivo aflitivo desse mal
consistirá, sempre, na privação de um bem ou
de um direito ou na imposição de pagamento de
multa.
Dilação probatória
DILAÇÃO PROBATÓRIA tem relação com a
possibilidade de produzir diversas provas no
andamento do processo.
Ônus probatório
• O ônus da prova recai sobre quem alega, sob
pena de destruir, de maneira irreversível, os
fundamentos do princípio da presunção da
inocência.
Elemento subjetivo da conduta
• princípio da culpabilidade, que exige o
elemento subjetivo da conduta, isto é, a
vontade exteriorizada pelo agente de
descumprir a norma, por ação ou omissão
consciente e reprovável.
Princípio da Ampla Defesa

É o princípio que garante a defesa no âmbito mais abrangente


possível. É a garantia de que a defesa é o mais legítimo dos
direitos do homem. Contém duas regras básicas: a possibilidade
de se defender e a de recorrer. A ampla defesa abrange a
autodefesa ou a defesa técnica (o defensor deve estar
devidamente habilitado); e a defesa efetiva (a garantia e a
efetividade de participação da defesa em todos os momentos do
processo). É princípio básico da ampla defesa que não pode
haver cerceamento infundado, ou seja, se houver falta de defesa
ou se a ação do defensor se mostrar ineficiente, o processo
poderá ser anulado.
Princípio do contraditório
• O princípio do contraditório é um corolário do
princípio do devido processo legal, e significa
que todo acusado terá o direito de resposta
contra a acusação que lhe foi feita, utilizando,
para tanto, todos os meios de defesa
admitidos em direito.
• O contraditório é, portanto, a opinião
contrária daquela manifestada pela parte
oposta da lide.
Razoabilidade
Existe uma regra que deve ser seguida para a
aplicação das sanções? Primeiro advertência,
depois multa, etc..?
R: Não. Embora na penalidade deva respeitar a
razoabilidade e a proporcionalidade.
Posição do TCU
Estipule, em atenção aos princípios da
proporcionalidade e da razoabilidade, penalidades
especificas e proporcionais a gravidade dos
eventuais descumprimentos contratuais (TCU,
Acórdão 1453/2009 Plenário)
Princípio do personalismo da
sanção
• nenhuma sanção ou pena pode passar da
pessoa do agente que cometeu a infração.
• (art. 5º, XLV, da Constituição Federal)

• possibilidade de imputar a prática de ilícito


administrativo a pessoa jurídica, com a
consequente aplicação de pena
Princípio da especificação
• Corresponde ao princípio penal da tipicidade, pelo qual a lei
deve conter descrição detalhada da conduta tida como
infração administrativa para que possa ser legal a imposição
de sanção.
• É necessidade de especificar as condutas típicas
• Entende-se que a lei não precisa exaurir a previsão do tipo e
dos pressupostos da sanção, fazendo-o em termos genéricos
• Ato regulamentar, edital e contrato trazem a disciplina exata,
com os pressupostos básicos delimitadores do sancionamento
(não se admite discricionariedade na aplicação de sanções)
Princípio da proporcionalidade
• Sendo a lei previsto um elenco de sanções,
dotadas de diverso grau de severidade,
impõe-se adequar as sanções mais graves às
condutas mais reprováveis
• A sanção deve ser compatível com a gravidade
e a reprovabilidade da infração
• A lei dispõe de um elenco de sanções com
grau diverso de severidade
Princípio do Devido Processo Legal
• Consagrado pela Carta Magna esse princípio
no art. 5º, inciso LIV. Há a necessidade de
realizar um procedimento administrativo, em
que será assegurado o direito de ampla defesa
e contraditório (art. 5º, inciso LV, da
Constituição).
Motivação
• A decisão da autoridade administrativa deverá
ser fundamentada e motivada sob pena de
invalidação.
• Motivação não pode ser confundida com
fundamentação. Esta é a adequação ao
dispositivo legal, enquanto aquela são as
razões de fato e de direito que justificam a
decisão apresentada.
Lei nº 9.784/99.
Motivação
• Não basta citar o dispositivo legal que a Contratada
haja incorrido, mas deve demonstrar, nos autos do
procedimento legal, as provas da culpabilidade,
realizando-se a dosimetria da sanção(circunstâncias
atenuantes e agravantes), com devida motivação.
• Não basta simplesmente estabelecer uma
quantidade de penalidade, mas deve justificar o
quantum aplicado.
Fundamento Jurídico
Fundamento Legal
Fundamento Jurídico: É o motivo que
justifica a existência da ação, baseado na lei ou
nos princípios de ordem jurídica.
Fundamento Legal: São os artigos da lei em
que se baseiam para estabelecer algo em um
caso particular.
Aplicação de Sanções

- O sancionamento tem de ser produzido segundo rigoroso


processo administrativo.
- deve-se, caso a caso, considerar as circunstâncias agravantes e
atenuantes.
- A punição ao particular está sujeita ao controle do Judiciário.
- Configuradas as infrações previstas na lei, no edital ou no
contrato, a Administração deve, após procedimento
administrativo, aplicar a pena, ou registrar as razões de interesse
público que afastam a efetivação da sanção.

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Acórdão 257/2010 Plenário
Proceda as penalidades previstas nas clausulas contratuais avençadas, diante do
atraso injustificável no ritmo de obras.
Acórdão 1932/2009 Plenário
Aplique, na hipótese de inexecução parcial do contrato, as sanções cabíveis a
contratada, somente admitindo retardamento da execução da obra, ou de suas
parcelas, quando fundamentado por motivo de ordem técnica, superveniente ou
imprevisível, devidamente justificado, conforme estabelece o art. 8° da Lei no
8.666/1993.
Acórdão 56/2007 Plenário (Sumário)
A falta de tempestividade na aplicação de penalidades contratuais a contratada, em
vista do atraso injustificado na entrega do objeto contratado, pode ser relevada
quando não restar configurada a inércia por parte dos setores competentes da
entidade contratante.
Acórdão 3738/2007 - TCU - 1ª Câmara
1.3. à 13ª Superintendência de Polícia Rodoviária Federal em Alagoas que:
[...]
1.3.7. aplique tempestivamente as sanções administrativas previstas nos editais e
contratos aos particulares em atraso com suas obrigações, em consonância com o teor
dos arts. 86 e 87 da Lei n. 8.666/1993;
Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo
anterior poderão também ser aplicadas às empresas ou aos
profissionais que, em razão dos contratos regidos por esta Lei:
I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por
meios dolosos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer
tributos;
II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos
da licitação;
III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a
Administração em virtude de atos ilícitos praticados.
Situações ensejadoras de sanções
administrativas
- Atraso injustificado na execução (art. 86);
- Inexecução total – nesta hipótese também se enquadra o licitante que não
honra sua proposta (arts. 81 e 87);
- Inexecução parcial (art. 87);
- Fraude fiscal -com condenação definitiva (art. 88);
- Frustração dos objetivos da licitação (art. 88);
- contratados que demonstrem, pela execução contratual, não possuir
idoneidade para contratar com a administração (art. 88).

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Sanções legalmente admitidas
Lei nº 8.666/1993
Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o
contratado à multa de mora, na forma prevista no instrumento
convocatório ou no contrato.
(...)
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração
poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes
sanções:
I - advertência;
II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de
contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;

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Sanções legalmente admitidas
Lei nº 8.666/1993

Art. 87. (...)


IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com
a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos
determinantes da punição ou até que seja promovida a
reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a
penalidade, que será concedida sempre que o contratado
ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e
após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no
inciso anterior.

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Infrações admitidas pela Lei nº
10.520/2002
O art. 7º da Lei nº 10.520/2002 tipifica algumas condutas
praticadas por quem for convocado dentro do prazo de
validade da sua proposta.
O artigo prevê as seguintes as irregularidades:
a) não celebrar o contrato;
b) deixar de entregar ou apresentar documentação falsa
exigida para o certame;
c) ensejar o retardamento da execução de seu objeto;
d) não manter a proposta;
e) falhar ou fraudar na execução do contrato;
f) comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude fiscal.

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Aplicação do impedimento de licitar e contratar
a contratos decorrentes de pregão
• Lei 10520/2002 - Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação
dos interessados e observará as seguintes regras:
• XIV - os licitantes poderão deixar de apresentar os documentos de habilitação que
já constem do Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores – SICAF e
sistemas semelhantes mantidos por Estados, Distrito Federal ou Municípios,
assegurado aos demais licitantes o direito de acesso aos dados nele constantes;
• Art. 7º Quem, convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, não
celebrar o contrato, deixar de entregar ou apresentar documentação falsa exigida
para o certame, ensejar o retardamento da execução de seu objeto, não mantiver
a proposta, falhar ou fraudar na execução do contrato, comportar-se de modo
inidôneo ou cometer fraude fiscal, ficará impedido de licitar e contratar com a
União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e, será descredenciado no Sicaf, ou
nos sistemas de cadastramento de fornecedores a que se refere o inciso XIV do art.
4o desta Lei, pelo prazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas
em edital e no contrato e das demais cominações legais.
Para os contratos não decorrentes de
pregão
Lei 8.666/93 - Art. 81. A recusa injustificada do
adjudicatário em assinar o contrato, aceitar ou
retirar o instrumento equivalente, dentro do
prazo estabelecido pela Administração,
caracteriza o descumprimento total da
obrigação assumida, sujeitando-o às
penalidades legalmente estabelecidas.
Sanções admitidas pela Lei nº
10.520/2002
O cometimento dessas infrações pode acarretar a aplicação
das seguintes sanções:
a) impedimento de licitar e contratar com a União, Estados,
Distrito Federal ou Municípios, pelo prazo de até 5 anos:
b) descredenciamento no SICAF ou nos sistemas de
cadastramento de fornecedores a que se refere o inciso XIV
do art. 4º da Lei nº 10.520/2002, por igual prazo;
c) multas previstas em edital e no contrato;
d) outras penas previstas em lei.
55
Advertência
- É a reprimenda escrita aplicada ao contratado pelo cometimento de
pequenas faltas ou faltas levíssimas, assim entendidas aquelas que não
acarretam prejuízo de monta à completa execução do contrato. Objetiva
induzir o particular a cumprir regularmente o que foi pactuado.
- Pode ser cumulada com multa, mas não com as demais penalidades
(suspensão temporária e declaração de inidoneidade)
- Pela sua natureza, produz os seguintes efeitos:
- submissão do particular a uma fiscalização mais atenta
- cientificar de que a reincidência importa em pena mais severa

56
Multa
É a pena pecuniária imposta ao infrator que deixou de
cumprir com suas obrigações contratuais.

- A Lei de Licitações trata da possibilidade de aplicação da


multa em duas oportunidades distintas:
 art. 86 - multa moratória, aplicável por atraso injustificado na
execução do contrato decorrente de ação ou omissão culposa do
contratado;
 art. 87, inciso II - vincula-se à inexecução do contrato, ao
inadimplemento do objeto avençado, que poderá ser total ou
parcialmente não executado.

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MULTA
- Para que a aplicação da multa seja válida, é indispensável que o
edital da licitação e o termo de contrato ou instrumento
equivalente especifiquem claramente, por tipo de infração:
- as condições e os valores das multas,
- os percentuais e a base de cálculo correspondente,
- o prazo máximo para recolhimento, contado a partir da
ciência do contratado.

- A multa pode ser cumulada com as demais sanções


administrativas: advertência, suspensão temporária ou declaração
de inidoneidade, o que deverá ser avaliado diante do caso
concreto.

58
MULTA
- A imposição de multa ao contratado não impede a rescisão da
avença, por ato unilateral da Administração (art. 78, inc. II a IV).
- Possibilidade de execução administrativa do valor da multa (a
Administração pode, por ato próprio, executar a multa).
- A lei determina que primeiramente a Administração desconte a
multa do valor da garantia e, caso essa seja insuficiente,
compense a diferença com os créditos do contratado ou recorra à
cobrança judicial (art. 86, §2º e §3º, e 87, §1º)
- Dificuldade de aplicação dessa regra quando a execução da
garantia necessita de ação judicial (garantia real, fiança bancária)

59
Suspensão temporária
- É a penalidade imposta ao particular com o objetivo
de impedi-lo de licitar ou contratar, durante certo
tempo (até 2 anos), com a Administração, em razão de
infração grave, como a falta de entrega do objeto
contratado.
- Pode ser cumulada com multa
- A aplicação dessa penalidade, no mais das vezes,
inviabiliza a execução da avença e obriga a
Administração a rescindir o contrato em andamento.
60
Suspensão temporária

- Situações relacionadas a contratos


administrativos e que ensejam a aplicação das
penas de suspensão temporária ou de declaração
de inidoneidade – rol exemplificativo (art. 88):
- Fraude fiscal (com condenação definitiva);
- Frustração dos objetivos da licitação

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Declaração de inidoneidade

- É a pena imposta ao inadimplente ou infrator com


o objetivo de impedir que continue a contratar com
a Administração Pública.
-Deve ser aplicada aos casos de falta gravíssima, a
exemplo da apresentação de documentação falsa
ou a prática de fraude à licitação.

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Declaração de inidoneidade

- Pode ser cumulada com multa


- A aplicação dessa penalidade, no mais das vezes,
inviabiliza a execução da avença e obriga a
Administração a rescindir o contrato em andamento.
- Após 2 anos da punição, o contratado pode pedir
reabilitação
- A lei exige, para tanto, que o contratado restitua os
prejuízos resultantes da irregularidade que ensejou a
punição.

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Declaração de inidoneidade x
Suspensão Temporária
Diferenças da declaração de inidoneidade em relação à suspensão temporária:
– amplitude do prazo de aplicação - pode perdurar por prazo indeterminado, até
que tenham cessados os motivos da punição ou até que seja promovida a
reabilitação do particular punido;
– competência para aplicação - a declaração de inidoneidade deve ser expedida
por autoridade de grau hierárquico superior (ministro de Estado, Secretário
estadual ou municipal) enquanto que a suspensão temporária é decidida pelo
gestor do órgão/entidade contratante.
– alcance da penalidade – SUSPENSÃO - produz efeitos em todos os órgãos e
entidade da Administração Pública
– INIDONEIDADE – toda a Administração Pública

Vide Acórdão 3243/2012 - Plenário


64
Impedimento de licitar e contratar (Lei nº
10.520/2002)
- Previsto na Lei do Pregão para os casos em que o contratante,
essencialmente, não honrar sua proposta, comportar-se de forma
inidônea e fraudar/falhar a execução contratual
- Essa penalidade está vinculada às licitações realizadas por pregão
- Essas mesmas condutas também são consideradas irregulares
pela Lei 8.666/1993, que prevê penas semelhantes (suspensão
temporária e declaração de inidoneidade)
- Pela Lei 8.666/1993, quando o licitante não honrar sua proposta
estará caracterizada a irregularidade de descumprimento total da
obrigação assumida (art. 81)

65
SANÇÃO EXTENSÃO DOS EFEITOS DURAÇÃO

Suspensão do direito de Restrita ao órgão/à entidade Prazo estabelecido em decisão


licitar e contratar que a aplicou, segundo o TCU. administrativa. Máximo dois
anos

Em todas as esferas (União, A Lei não prevê prazo máximo.


Declaração de
inidoneidade estados, Distrito Federal e Doutrina indica 5 anos. A
municípios), reabilitação depende do
independentemente de quem ressarcimento dos prejuízos e
aplicou a sanção decurso de dois anos de sua
aplicação, o que extingue a pena
Impedimento de licitar e Na esfera (União, estado, Prazo estabelecido em decisão
contratar e Distrito Federal ou município) administrativa. Jurisprudência –
descredenciamento do de quem aplicou a sanção máximo cinco anos
SICAF ou outro sistema de
cadastramento
Desconsideração da personalidade
jurídica
STJ - Recurso em Mandado de Segurança nº 15166/BA
Relator Ministro Castro Meira

Licitação. Sanção de inidoneidade para licitar. Extensão de


efeitos à sociedade com o mesmo objeto social, mesmos
sócios e mesmo endereço. Fraude à lei e abuso de forma.
Desconsideração da personalidade jurídica na esfera
administrativa. Possibilidade. Princípio da moralidade
administrativa e da indisponibilidade dos interesses públicos.

67
Rescisão de outros contratos em
decorrência da aplicação de sanções
- Declaração de inidoneidade produz efeitos ex nunc, sem
interferir automaticamente nos demais contratos já existentes e
em andamento (STJ, MS 14.002/DF, MS 13.001/DF)
- A despeito de a contratada perder requisito inerente à
habilitação, que deveria ser mantido durante toda a execução
contratual, a imediata rescisão de todos os contratos mantidos
entre a Administração e a empresa punida pode:
- trazer maior prejuízo ao Erário e ao interesse público
- atentar contra princípios da proporcionalidade e eficiência

68
Procedimento para aplicação de
sanções
- A prerrogativa da Administração de aplicar sanções não
é discricionária (encontra seus limites na lei, no edital e
no contrato)
- Necessidade de regular processo administrativo que
possibilite ao particular contratado o contraditório e a
ampla defesa.
- Prazo para defesa do contratado - contradição entre os
§§ 2º e 3º do art. 87 da Lei de Licitações:
declaração de inidoneidade - 10 dias corridos (§
3º);
demais penalidades - 5 dias úteis (§ 2º).
 Contados a partir da intimação do ato.

69
Sanção Responsável pela Prazo de defesa prévia Prazo
aplicação*
recursal
Advertência Autoridade 5 dias úteis 5 dias úteis
competente
Multa moratória Autoridade 5 dias úteis 5 dias úteis
competente
Multa compensatória Autoridade 5 dias úteis 5 dias úteis
competente
Suspensão temporária e Autoridade 5 dias úteis 5 dias úteis
impedimento de
competente
contratar

Declaração de Ministro de estado, 10 dias úteis 10 dias úteis


inidoneidade Secretário estadual ou
municipal

Impedimento de licitar Autoridade 5 dias úteis 5 dias úteis


e contratar
competente
Sanção Extensão dos efeitos Duração
Suspensão do direito Restrita ao órgão/à entidade Prazo estabelecido em
que a aplicou, segundo o TCU.
de licitar e contratar decisão administrativa.
Para o STJ, alcança todas as
esferas (União, estados, Distrito Máximo dois anos
Federal e municípios), tal como
declaração de inidoneidade
Declaração de inidoneidade Em todas as esferas (União, A Lei não prevê prazo máximo.
estados, Distrito Federal e Doutrina indica 5 anos. A
municípios), reabilitação depende do
independentemente de quem ressarcimento dos prejuízos e
aplicou a sanção decurso de dois anos de sua
aplicação, o que extingue a pena
Impedimento de licitar e Na esfera (União, estado, Prazo estabelecido em decisão
contratar e Distrito Federal ou município) administrativa. Máximo cinco
descredenciamento do de quem aplicou a sanção anos
SICAF ou outro sistema de
cadastramento
Instrução
• Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado
terá o direito de manifestar-se no prazo
máximo de dez dias, salvo se outro prazo for
legalmente fixado.
• Lei 9.784/99
Procedimento de Aplicação de
Penalidade
1) Denúncia/Informação da irregularidade/Recebimento
2) Abertura de processo administrativo
3) Citação/Notificação do interessado/contratado
4) Prazo recursal
5) Apresentação ou não de manifestação (defesa prévia)
6) Instrução probatória
7) Parecer jurídico (facultativo)
8) Decisão administrativa pela Autoridade competente
9) Intimação da decisão
10) Prazo recursal
11) Análise do recurso (Autoridade Superior)
12) Publicidade
Detalhes do Procedimento
Configurado o descumprimento de obrigação
contratual, esse fato deve ser formalizado.

Registro do fato

Fiscal de contrato – comunicar ao OD


Detalhes do Procedimento
Ao notificar o Contratado do fato, abrindo prazo de defesa,
Observar que a NOTIFICAÇÃO contempla:
- a identificação da pessoa física ou jurídica e do contrato;
- a indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes;
- se são reincidentes;
- o prazo e o local para manifestação do intimado;
- a necessidade de o intimado atender à notificação pessoalmente
ou a possibilidade de se fazer representar;
- a continuidade do processo independentemente da manifestação
do intimado;
- a sanção a que está sujeita, nos termos do Edital ou do
Contrato. (De acordo com a Lei nº 8.666/93 e Lei nº 10.520/02).
Formas de Notificar

• ciência no processo;
• via postal com aviso de recebimento;
• publicação oficial (interessados
indeterminados, desconhecidos ou com
domicílio indefinido)

O comparecimento supre a falta ou


irregularidade da intimação.

Decorrido o prazo sem apresentação de Defesa, tal


fato deve ser Certificado no Processo.
Modelo de AR
Detalhes do Procedimento
Recebida a defesa, a Autoridade competente
deverá instruir o processo e se manifestar,
motivadamente, sobre o acolhimento ou
rejeição das razões apresentadas, concluindo
pela imposição ou não de penalidades.
Conteúdo da Decisão Administrativa

A DECISÃO DEVERÁ EXPLICITAR:


1) tempestividade da defesa;
2) razões da defesa, acolhendo-as ou rejeitando-as,
motivadamente (art. 78, §único, da Lei n° 8.666/93);
3) se for o caso, aplicar as sanções administrativas, especificando-
as (multa no valor de “X”, a ser recolhida por GRU no prazo de “Y”
dias; rescisão contratual unilateral etc.);
4) declarar o abatimento na garantia, o desconto dos pagamentos
pendentes ou a cobrança judicial;
5) determinar a inscrição no SICAF;
6) abrir o prazo para recurso administrativo (efeitos do recurso).
DECISÃO

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DO TRABALHO


E EMPREGO
No Rio Grande do Sul

DECISÃO ADMINISTRATIVA
A IMÃO, neste alit «presentada pela SUPIÍRINTENDÊNCIA REGIONAL
no TRABALHO E EMPREGÍ* DO RIO GRANDE do SUL, com sede na
Avenida Maná n" 1013, Baino Centro, cm ¡Porto Alegre, inscrita no CNPJ
sob o n* 37.115,367/00^08f neste ato representada por seu Superintendente
Regional do Frabalho tio Rio Cirande do Sul, Heron dos Sanios Oliveira,
registrado no CPF/MF sob o n° 213.693.560-72. portador do RG n”
8002476193, expedida pela SJS/RS, residente c domiciliado no município de
LajeadoUS, 00 uso das atribuíales que lhe confere o cargo, em face da
Portaria MTF,/GmJ§P 262/07 publicada no D.O.U. de 26/0.7/2007. efétua a
seguinte decisão sobre a notificado extrajudicial expedida em 22 du setembro
de 2008, recebida em 22 de setembro de 2008, peía ocorrência dos seguintes
falos, o nào pagamento das obrigações decorrente de emprego e encargos
sociais, empregados no Contraio nü 01/30 , ocorridos durante a execução do
contrato celebrado com a empresa VIGILÂNCIA PFJÏROZO LTDA, - EM
RECUPERAÇÂO JUDICIAL, inscrita no CNPJ sob o ii° $*.943,311/dí)0l-
35, sediada na Rua Simào Rappel 52 I neste ato representada pelo Sr. Mauro
tia Silva Fraga, brasileiro, casado, portador da RG i¡ 101512591% expedida
pela SSP/RS e do C.P.F./MF n° 407,056.680-53, residente c domiciliado em
Caehoeirinha.
Detalhes do Procedimento

Recurso da sanção
administrativa aplicada

O recurso tem efeito devolutivo (não suspensivo), todavia, pode


a autoridade competente, motivadamente e presentes razões de
interesse público, atribuir eficácia suspensiva. (art. 109, §2°, da
Lei n° 8.666/93).
Detalhes do Procedimento
Como se opera a contagem do prazo para a
interposição de defesa ou recurso?
“Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta
Lei, excluir-se-á o dia do início e incluir-se-á o do
vencimento, e considerar-se-ão os dias consecutivos,
exceto quando for explicitamente disposto em
contrário.
Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos referidos
neste artigo em dia de expediente no órgão ou na entidade.”
Lei 8.666/93
Execução da Penalidade

Após o prazo de recurso ou de sua resolução,


então, adotar os seguintes PROCEDIMENTOS:
a) Cobrar a multa, através do recolhimento por
GRU, da execução da perda da garantia (ex.
acionar a seguradora), do desconto dos
pagamentos pendentes e, se for o caso, pelo
encaminhamento dos autos originais para
inscrição em dívida ativa da União (PGFN);
b) providenciar o depósito judicial de
quantias em haver através de consignação
(contencioso da AGU);
c) publicar o termo de rescisão unilateral no
DOU;
d) registrar no SICAF as sanções (fiscal);
e) outras providências, como, por exemplo,
providenciar a contratação da segunda
colocada ou outra empresa para prestar o
serviço ou produto.
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Detalhes do Procedimento
ISSN 1677-7069 N“6ljqu»fla-fcinl.3ldcmarp,dc2010

A intimação da decisão
administrativa referente à
rescisão contratual, à ; 'ünfS^5 - -

pena de suspensão
temporária e de
declaração de TiîS^ïÉtt^jP'iISraûS» Sg^»g.«K"af,»igi!iS.'i»JS o

inidoneidade é feita (EICON ■ i™,......»


ÆQÇ
mediante publicação na ;
Imprensa Oficial (artigo îî^.”SÎ*Ætl£
£
109, §1°, da Lei 8.666/93). .»££:= SKsí::
t xssüx&z
RETENÇÃO DE PAGAMENTO
É possível aplicar como sanção a “retenção de
pagamentos”?
IN 02/2008 - SLTI
Art. 34-A - O descumprimento das obrigações
trabalhistas ou a não manutenção das condições de
habilitação pelo contratado deverá dar ensejo à
rescisão contratual, sem prejuízo das demais
sanções, sendo vedada a retenção de pagamento
se o contratado não incorrer em qualquer
inexecução do serviço ou não o tiver prestado a
contento. (Incluído pela Instrução Normativa n° 3, de 16 de outubro
de 2009)
RETENÇÃO DE PAGAMENTO
Posição do STJ
EMENTA: ADMINISTRATIVO. CONTRATO. ECT PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE
TRANSPORTE. DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO DE MANTER A
REGULARIDADE FISCAL. RETENÇÃO DO PAGAMENTO DAS FATURAS.
IMPOSSIBILIDADE. 1. A exigência de regularidade fiscal (...) funda-se na
Constituição Federal(...) e deve ser mantida durante toda a execução do contrato
(...) 2. O ato administrativo, no Estado Democrático de Direito, está subordinado ao
princípio da legalidade (...) o que equivale assentar que a Administração poderá
atuar tão-somente de acordo com o que a lei determina. 3. Deveras, não
constando do rol do art. 87 da Lei 8.666/93 a retenção do pagamento pelos
serviços prestados, não poderia a ECT aplicar a referida sanção à empresa
contratada, sob pena de violação ao princípio constitucional da legalidade.
Destarte, o descumprimento de cláusula contratual pode até ensejar,
eventualmente, a rescisão do contrato (art. 78 da Lei de Licitações), mas não
autoriza a recorrente a suspender o pagamento das faturas e, ao mesmo tempo,
exigir da empresa contratada a prestação dos serviços. (...) (STJ - REsp 633432 /
MG - Rel. Ministro LUIZ FUX (1122) DJ 20.06.2005 p. 141 RNDJ vol. 69 p. 94)
Retenção de pagamento - Glosa
IN 02/2008 - SLTI - Art. 36:
§ 6º A retenção ou glosa no pagamento, sem prejuízo das sanções
cabíveis, só deverá ocorrer quando o contratado: (Incluído pela
Instrução Normativa nº 3, de 16 de outubro de 2009)

I – não produzir os resultados, deixar de executar, ou não executar


com a qualidade mínima exigida as atividades contratadas; ou
(Incluído pela Instrução Normativa nº 3, de 16 de outubro de 2009)

II – deixar de utilizar materiais e recursos humanos exigidos para a


execução do serviço, ou utilizá-los com qualidade ou quantidade
inferior à demandada. (Incluído pela Instrução Normativa nº 3, de
16 de outubro de 2009)
Declaração falsa
Posição do TCU

• A participação em processo licitatório expressamente


reservado a microempresas e a empresas de
pequeno porte, por sociedade que não se enquadre
na definição legal reservada a essas categorias e que
apresentou declaração com informações inverídicas a
respeito de sua situação jurídica leva à aplicação da
sanção de declaração de inidoneidade (Acórdão n.°
2756/2011-Plenário, Rel. Min. José Múcio Monteiro,
19.10.2011)

Observar a incidência administrativa e Penal da Lei


Anticorrupção - LEI Nº 12.846/13.
SUSPENSÃO - AGU
• A suspensão temporária de licitar e
contratar, prevista no inciso Ill do artigo
87, da Lei n°8.666/93, possui efeito com
amplitude subjetiva restrita, afetando
apenas o direito de licitar ou contratar
em relação ao órgão sancionador.
(Parecer N° 02/2013/GT/AGU).
MULTA MORATÓRIA E MULTA
COMPENSATÓRIA
Ten Ben-Hur
MULTA COMPENSATÓRIA
• A multa compensatória está prevista no art. 87, inc. II, da
Lei de Licitações e configura a prefixação de indenização
por perdas e danos. Seu objetivo é "compensar" a
Administração pelos prejuízos experimentados em razão de
descumprimento de obrigação contratual.

• Incide quando restar caracterizado o inadimplemento


absoluto da obrigação assumida pelo contratado, ou seja,
quando a inexecução decorrente de culpa do contratado
tornar imprestável a execução do ajuste para a
Administração. Nesse caso, a perda do interesse da
Administração credora promoverá a liberação do
contratado pela rescisão contratual seguida da execução da
multa compensatória prevista no contrato.
MULTA MORATÓRIA
• Encontra-se prevista no art. 86 da Lei nº
8.666/93 e não possui caráter indenizatório,
mas sim sancionatório. Seu objetivo é
penalizar o atraso no cumprimento de prazo
contratual.
• a contagem dos dias de atraso inicia-se no 1º dia
útil subsequente ao do vencimento do débito e
termina no dia do efetivo pagamento

• o percentual da multa de mora é o resultado da


multiplicação de 0,33% pelo número de dias
transcorridos entre o 1º dia útil seguinte ao do
vencimento do débito e o dia do seu efetivo
pagamento, devendo ser computados todos os
dias transcorridos.
Percentual
• Não há a fixação legal de percentuais para multa
moratória ou compensatória, devendo a
Administração, na fase do planejamento da
contratação, estabelecer esses critérios com base
na praxe dos contratos e orientada com base nos
princípios da razoabilidade e proporcionalidade.
Usualmente, verifica-se a adoção de percentuais
entre 0,02% e 0,5% sobre o valor da parcela
inadimplida, por dia de atraso, no caso de multa
moratória e, para multa compensatória, a fixação
de percentuais entre 10% e 30% sobre o valor do
contrato.
• Uma prática recomendada é prever no edital
e/ou termo de contrato a multa moratória por
um prazo certo de dias, a partir do qual, se
não cumprido o ajuste, a Administração
promoverá a sua rescisão e aplicará multa
compensatória na forma também
previamente estabelecida. Nesse caso, afasta-
se qualquer indefinição acerca do tempo pelo
qual a Administração tolera o atraso na
execução do contrato sem rescindi-lo.
• Por se tratar da imposição de sanção ao
particular, a aplicação de multas moratória e
compensatória deve ser precedida de prévio
procedimento administrativo no qual se
assegure ao contratado o direito à ampla
defesa e ao contraditório.
• rescindido o contrato pelo cumprimento irregular
dos prazos ajustados, além da multa moratória já
aplicada em face de cada entrega cumprida em
atraso, incidirá também a multa compensatória,
não por conta dos atrasos, mas por força da
rescisão contratual.2 Significa dizer, o fato gerador
para aplicação de cada uma dessas multas é
diverso, não havendo que se cogitar a aplicação
cumulada da multa moratória e da multa
compensatória em vista do mesmo fato gerador.
• A aplicação tanto da multa moratória quanto
da multa compensatória exige previsão
expressa no edital e/ou no termo de contrato,
a qual estabeleça a natureza da sanção
(moratória ou compensatória), os percentuais
e a base de cálculo.
"ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. LICITAÇÃO.
INTERPRETAÇÃO DO ART. 87 DA LEI N. 8.666/93.

• Em vista disso, se no caso concreto a Administração


constata que a inobservância, pelo particular, de
cláusula contratual se deu em patamar irrisório diante
da totalidade das obrigações ajustadas e executadas,
incapaz de significar prejuízo à satisfação total da
necessidade pública, e que a postura do particular,
ainda que diversa daquela originalmente inscrita no
contrato, foi suficiente para atender o núcleo da
obrigação contratada, seria possível cogitar a aplicação
da teoria do adimplemento substancial, não para
afastar a aplicação de multa, mas para tornar
proporcional e razoável a penalidade a ser aplicada em
face do inadimplemento cometido.
PROCESSAMENTO 1
Pregoeiro e/ou equipe de Fiscal do contrato depara-se
apoio deparam-se com o com o cometimento de falhas
cometimento de falhas pelo pelo contratado que ensejam a
licitante que ensejam a aplicação de sanções. Deve
aplicação de sanções. fazer as anotações necessárias
Devem fazer as anotações para a instrução do processo e
necessárias para a encaminhar à autoridade
instrução do processo e competente, eventualmente
levar ao conhecimento da sugerindo a aplicação de
autoridade competente, penalidades.
eventualmente sugerindo a
aplicação de penalidades
PROCESSAMENTO 2
Abertura do processo administrativo específico,
com breve relato das ocorrências, indicando a
pretensão de aplicar a penalidade e/ou possível
rescisão contratual, bem como determinando a
intimação do licitante ou contratado.
PROCEDIMENTO 3
• Intimação do licitante ou contratado para
exercício do contraditório e da ampla defesa
no prazo de 5 dias úteis ou, no caso de
declaração de inidoneidade, 10 dias.
PROCEDIMENTO 4
• Produção de provas, a exemplo de vistoria ou
oitiva de testemunha.
PROCEDIMENTO 5
• Manifestação sobre a prova produzida em 10
dias corridos (art. 44 da Lei n° 9.784/99).
PROCEDIMENTO 6
• Avaliação do parecer pela assessoria jurídica
(art. 38, parágrafo único, da Lei n° 8.666/93).
PROCEDIMENTO 7
• Decisão motivada adotada pela autoridade
competente quanto à aplicação de
determinadas sanções e/ou rescisão
contratual.
PROCEDIMENTO 8
• Publicação da decisão no SICAF e intimação
pessoal do licitante/contratado.
PROCEDIMENTO 9
• Abertura de prazo para recurso administrativo,
5 dias úteis (art. 109, inc. 1, alínea "f" ou art.
109, inc. II. da Lei n° 8.666/93). Esse recurso
não produz efeito suspensivo (art. 109, § 2o.
da Lei n° 8.666/93).
• 10 dias para o caso de inidoneidade
• Art 109, § 4o O recurso será dirigido à
autoridade superior, por intermédio da que
praticou o ato recorrido, a qual poderá
reconsiderar sua decisão, no prazo de 5
(cinco) dias úteis, ou, nesse mesmo prazo,
fazê-lo subir, devidamente informado,
devendo, neste caso, a decisão ser proferida
dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis,
contado do recebimento do recurso, sob pena
de responsabilidade.
PROCEDIMENTO 10
• RESPOSTA AO RECURSO
• Caso tenha alterado a decisão republicar.
Nestes processos é importante que os
responsáveis observem, dentre outras, as
seguintes condutas:
• Atuar conforme a lei e o Direito;
• Atuar segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
• Divulgar de maneira oficial os atos administrativos, ressalvadas as
hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
• Promover a adequação entre meios e fins, vedada a imposição de
obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente
necessárias ao atendimento do interesse público;
• Indicar os pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;
• Observar as formalidades essenciais à garantia dos direitos dos
administrados;
• Adotar formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de
certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados;
• Garantir os direitos à comunicação, à apresentação
de alegações finais, à produção de provas e à
interposição de recursos, nos processos de que
possam resultar sanções e nas situações de litígio;
• Observar a proibição de cobrança de despesas
processuais, ressalvadas as previstas em lei;
• Dar impulsão, de ofício, no processo administrativo,
sem prejuízo da atuação dos interessados.
Condutas que devem ser evitadas
a) Aplicar sanção sem instauração de processo administrativo;
b) Aplicar sanções sem a observância do contraditório e ampla defesa;
c) Conferir prazo exíguo para a defesa prévia;
d) Aplicar sanção sem atentar à dosimetria e a proporcionalidade;
e) Fixar prazos exíguos para o cumprimento do ato de correção da irregularidade
conduzindo o contratado à reincidência;
f) Deixar, injustificadamente, de aplicar sanção;
g) Deixar de registrar no SICAF ou nos sistemas adequados as sanções aplicadas;
h) Deixar de requerer a complementação de garantias após o seu uso;
i) Deixar de motivar a decisão que aplica a sanção;
j) Deixar de fornecer informações dos atos processuais ao sancionado.
§ 2º Para a solicitação prevista no parágrafo anterior, o órgão ou
entidade deverá apresentar:
I – ofício formalizando solicitação do registro, endereçado ao Departamento de
Logística e Serviços Gerais da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação
do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, contendo:
a) o número do processo administrativo;
b) CPF ou CNPJ do sancionado;
c) data do trânsito em julgado;
d) o tipo de sanção, conforme previsão legal;
e) as justificativas e fundamentação legal;
f) o número do contrato, se for o caso;
g) órgão ou entidade aplicador da sanção;
h) o período em que a sanção deve ficar registrada; e
i) endereço eletrônico do órgão/entidade responsável pela aplicação da sanção.
II – cópia autenticada ou publicação em órgão da imprensa oficial do edital de sanção
ou do ato administrativo formal.
Art. 39. O módulo do SICAF
registrará:
I – o número do processo administrativo;
II – CPF ou CNPJ do sancionado;
III – o tipo de sanção, conforme previsão legal;
IV – as justificativas e fundamentação legal;
V – o número do contrato, se for o caso;
VI – o órgão ou entidade aplicador da sanção; e
VII – o período em que a sanção deve ficar registrada.
Art. 40. São sanções passíveis de registro no
SICAF, além de outras que a lei possa prever:
I – advertência por escrito, conforme o inciso I do art. 87 da Lei nº
8.666, de 1993;
II – multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no
contrato, conforme o inciso II do art. 87 da Lei nº 8.666, de 1993;
III – suspensão temporária, conforme o inciso III do art. 87 da Lei
nº 8.666, de 1993;
IV – declaração de inidoneidade, conforme o inciso IV do artigo 87
da Lei nº 8.666, de 1993; e
V – impedimento de licitar e contratar com a União, Estados,
Distrito Federal ou Municípios, conforme o art. 7º da Lei nº
10.520, de 2002.
• Art. 41. Após o registro da sanção, o órgão ou a
entidade responsável por sua aplicação realizará
comunicação ao fornecedor, informando que o fato
foi registrado no SICAF.

• § 1º No caso previsto no § 1º do art. 38 desta norma,


o Ministério do Planejamento informará,
preferencialmente em meio eletrônico, o registro da
sanção no SICAF ao responsável pela aplicação da
penalidade.
Controle
• Avaliação e emissão de parecer pela
assessoria jurídica (art. 38, parágrafo único, da
Lei n° 8.666/93).
Decisão
• Decisão motivada adotada pela autoridade
competente quanto à aplicação de
determinadas sanções e/ou rescisão
contratual.
Publicidade
• Publicação da decisão na imprensa oficial e
intimação pessoal do contratado.
Recurso
• Abertura de prazo para recurso
administrativo. 5 dias úteis (art. 109, inc. I.
alínea "f" ou art. 109, inc. II. da Lei n°
8.666/93). Esse recurso não produz efeito
suspensivo (art. 109, § 2o. da Lei n° 8.666/93)
• Se a autoridade não reconsiderar, deverá
encaminhar para a autoridade superior
• SE MANTIDA A DECISÃO OU
REFORMADA A DECISÃO DAR CIÊNCIA
A RECORRENTE
• No que se refere ao julgamento do recurso, vejamos
o que dispõe a Lei nº 9.784/99:
• “Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso
poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total
ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for
de sua competência.
• Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste
artigo puder decorrer gravame à situação do
recorrente, este deverá ser cientificado para que
formule suas alegações antes da decisão.
• Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções
poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício,
quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes
suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada.
• Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar
agravamento da sanção.”
• Como se depreende dos dispositivos supracitados, cabe à
autoridade competente empreender verdadeiro reexame da
questão recorrida, em decorrência do já mencionado efeito
devolutivo do recurso. Em tal reexame poderá haver
confirmação, modificação, anulação ou, até mesmo,
revogação, total ou parcial da decisão recorrida.
SUSPENSÃO E IMPEDIMENTO TEMPORÁRIO

A sanção prevista no inciso III do art. 87 da


Lei nº 8.666/93 produz efeitos apenas no
âmbito do órgão ou entidade que a aplicou.

Acórdão nº 3243/2012-Plenário
(Acórdão 842/2013-Plenário

127
INIDONEIDADE
4.10.5. Já a penalidade do inciso IV do art. 87, segundo jurisprudência do TCU,
impede o fornecedor de participar de licitações e de ser contratado por toda a
Administração Pública, englobando, nos termos do inciso XI do art. 6º da mesma
lei, a "administração direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, abrangendo inclusive as entidades com personalidade jurídica de
direito privado sob controle do poder público e das fundações por ele instituídas
ou mantidas"
Voto do Revisor:
Por sua vez, a "declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
Administração Pública", prevista no inciso IV do art. 87 da Lei 8.666, diz respeito a
toda Administração Pública, impedindo o particular de licitar ou contratar com
todos os órgãos e entidades, enquanto perdurarem seus efeitos.
Acórdão 2218/2011 - Primeira Câmara

128
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

STJ - MS 15166/BA
Relator Ministro Castro Meira

Sanção de inidoneidade para licitar. Extensão de efeitos à


sociedade com o mesmo objeto social, mesmos sócios e
mesmo endereço. Fraude à lei e abuso de forma.
Desconsideração da personalidade jurídica na esfera
administrativa. Possibilidade. Princípio da moralidade
administrativa e da indisponibilidade dos interesses
públicos.

129
IMPEDIMENTO DE LICITAR E CONTRATAR (LEI Nº 10.520/2002)

- Previsto na Lei do Pregão para os casos em que o


contratante, essencialmente, não honrar sua proposta,
comportar-se de forma inidônea e fraudar/falhar a execução
contratual
- Essas mesmas condutas também são consideradas
irregulares pela Lei 8.666/1993, que prevê penas
semelhantes (suspensão temporária e declaração de
inidoneidade)

130 130
Impedido de licitar e contratar

A sanção prevista no art. 87, inciso III, da Lei


8.666/93 produz efeitos apenas em relação ao
órgão ou entidade sancionador, enquanto a
prevista no art. 7º da Lei 10.520/02 produz
efeitos no âmbito do ente federativo que a
aplicar.
Acórdão 2242/2013-Plenário
SANÇÃO

ACORDO DE NÍVEL DE SERVIÇO


SANÇÃO E INEFICÁCIA
Rescisão do contrato
A rescisão unilateral do contrato, por interesse da
Administração, ocorrerá nas hipóteses previstas no art.
78 da Lei nº 8.666, em autos de processo administrativo
instaurado pelo gestor.
O processo de rescisão pode ser de oficio, ou provocado
pelo fiscal, pelo controle interno, pelo controle externo,
por representação de particular ou em decorrência de
sindicância ou auditoria.

134
Rescisão do contrato
A instauração do processo pressupõe a existência de elementos
materiais que apontem a responsabilidade da contratada e afastem as
situações jurídicas que justificam os atrasos ou as inexecuções, como o
caso fortuito, a força maior, o estado de calamidade e o fato do
príncipe.
Quando existir dúvida sobre circunstância que legitime de pronto o
processo de rescisão de contrato, o gestor proporá à autoridade
competente a instauração de sindicância de natureza investigatória, a
fim de que os fatos sejam previamente esclarecidos.

135
Rescisão
Artigo 77, Lei 8666/93 inexecução é o descumprimento parcial ou total
das cláusulas do contrato
• por culpa do contratado — nesta hipótese, considerando que
haja dolo ou culpa, por negligência, imprudência ou imperícia
do contratado, descumprindo o contrato, enseja-se a rescisão.
Pode responder o contratado por perdas e danos e ser-lhe-ão
aplicadas penalidades;
• por culpa da Administração — ensejando indenização e
eventual rescisão;
• sem culpa das partes — nesta hipótese, a inexecução decorre
de fatos estranhos ao comportamento das partes, não
acarretando, pois, responsabilidade de indenizar, uma vez que
os eventos atuam como causas que justificam a inexecução
total ou parcial.
136
JURISPRUDÊNCIA
d) cabe determinar ao MEC que, em atenção aos
princípios da proporcionalidade e da prudência, inclua,
nos contratos relativos à prestação de serviços de
tecnologia da informação, celebrados por esse
Ministério, cláusulas prevendo penalidades específicas
para possíveis falhas cometidas na execução dos
serviços contratados. Devem ser estabelecidas
punições proporcionais aos descumprimentos
verificados;
Acórdão 669/2008 TCU – Plenário
AGU
• PARECER Nº 110/2010/DLIC/CGMADM/PFE/INSS/AGU.
• Este parecer recomenda que sejam previstas no contrato
apenas as sanções administrativas por descumprimento de
cláusulas contratuais, deixando para o edital a previsão das
sanções decorrentes do descumprimento das regras da
licitação. Recomenda, também, que a Administração passe
a adotar tabelas de penalidades específicas, com punições
proporcionais à gravidade, em atendimento à orientação
do TCU contida no Acórdão 669/2008–Plenário, fazendo
sugestão da redação da cláusula e da referida tabela,
cabendo à Administração sua adequação às
particularidades do contrato. No mesmo sentido: PARECER
Nº 146/2010/DLIC/CGMADM/PFE-INSS /PGF /AGU.
• O STJ, julgando o REsp 914087/RJ entendeu que a
escolha, pela Administração, da penalidade a ser
aplicada com base na razoabilidade, deve adotar,
entre outros critérios, a própria gravidade do
descumprimento do contrato, a noção de
adimplemento substancial, e a
proporcionalidade.
• “CONTRATO ADMINISTRATIVO. MULTA. MORA NA PRESTAÇÃO DOS
SERVIÇOS. REDUÇÃO. INOCORRÊNCIA DE INVASÃO DE
COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA PELO JUDICIÁRIO.
INTERPRETAÇÃO FINALÍSTICA DA LEI. APLICAÇÃO SUPLETIVA DA
LEGISLAÇÃO CIVIL. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE.
• (...)
• 3. O art. 86, da Lei nº 8.666/93, impõe multa administrativa pela
mora no adimplemento do serviço contratado por meio de certame
licitatório, o que não autoriza sua fixação em percentual
exorbitante que importe em locupletamento ilícito dos órgãos
públicos.
• 4. Possibilidade de aplicação supletiva das normas de direito
privado aos contratos administrativos (art. 54, da Lei de Licitações).
• 5. Princípio da Razoabilidade.” (REsp 330677 / RS)
AGU - PARECER/CONJUR/MTE/Nº
523/2008
• Tendo em vista tais argumentos, pode-se, de início, afastar a
aplicação da "CLÁUSULA DÉCIMA SEXTA - DO ATRASO NA
EXECUÇÃO", em decorrência de sua manifesta
desproporcionalidade com o seu objetivo. Observe que como
afirmado no "item 14", seu intuito é apenas punir o
contratado pelo período de mora e não pela inexecução total
do contrato. Portanto, a incidência sobre o valor total do
contrato é contrário aos princípios da proporcionalidade e
razoabilidade.
• CLÁUSULA DÉCIMA SEXTA - DO ATRASO NA EXECUÇÃO
O atraso injustificado na execução do objeto deste Contrato
sujeitará a CONTRATADA à multa de mora de 0,5% (zero vírgula
cinco por cento) por dia de atraso, até o décimo dia, incidente sobre
o valor total do contrato.
AGU - PARECER/CONJUR/MTE/Nº
523/2008
• Contudo, a base de cálculo da referida multa
deverá limitar a 10 (dez) dias de
atraso, conforme prevista na Cláusula Décima
Sexta. Isto porque, não é razoável a
incidência da multa por prazo indeterminável,
haja vista que, conforme dito alhures, a
finalidade da multa moratória é apenas penalizar
o contratado ou contratante pelo período
de mora e não reparar dano sofrido por alguma
das partes. Assim, deve-se adotar o
parâmetro prevista na Cláusula Décima Sexta
para limitar a referida base de cálculo.
• Para efeitos do cálculo da multa, o atraso será
contado em dias corridos, a partir do dia
seguinte ao do vencimento do prazo de
entrega ou execução do contrato
Lei 8666/93
• Art. 54. Os contratos administrativos de que
trata esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas
e pelos preceitos de direito público, aplicando-
se-lhes, supletivamente, os princípios da
teoria geral dos contratos e as disposições de
direito privado.
Limite de valor
• Lembramos que o valor da multa não pode
exceder o valor total do contrato e poderá ser
reduzido judicialmente, a pedido do
contratado, se restar comprovado que:
• a) a obrigação foi cumprida em parte;
• b) o valor estipulado é excessivo (art. 413, do
Código Civil).
CPC
• Art. 184. Salvo disposição em contrário,
computar-se-ão os prazos, excluindo o dia do
começo e incluindo o do vencimento.
(Redação dada pela Lei nº 5.925, de
1º.10.1973)
• § 1o Considera-se prorrogado o prazo até o
primeiro dia útil se o vencimento cair em
feriado
SEGREGAÇÃO DE FUNÇÕES
Indique, ao nomear representante da
Administração para acompanhar e fiscalizar
a execução de contratos da Unidade,
servidor fiscal que não esteja envolvido
diretamente com a obtenção e negociação
das prestações de serviços e/ou
fornecimentos, de acordo com as
disposições do art. 67 da Lei n. 8.666/1993.
Acórdão 2455/2003 – TCU – Primeira
Câmara
IRREGULARIDADE TRABALHISTA/PREVIDENCIÁRIA
Retenção de Pagamento
 Jurisprudência do TCU (continuação):
 (Acórdão 2197/2009 – Plenário) Inadimplemento de obrigações
trabalhistas. Rescisão contratual e aplicação de penalidades.
Vedação à retenção dos pagamentos.
9.1.4. fiscalize a execução dos contratos sob sua supervisão no
que diz respeito à obrigatoriedade de o contratado arcar com todas
as despesas decorrentes de obrigações trabalhistas relativas a seus
empregados, aí incluído o pagamento dos salários e dos respectivos
encargos trabalhistas e previdenciários, a exemplo do FGTS e INSS,
tendo em consideração que a constatação do não cumprimento
desse dever pela empresa pode ensejar a rescisão contratual, bem
como a aplicação das sanções previstas no art. 87 da Lei nº 8.666/93;

(no mesmo sentido: Acórdão 5962/2009 – 2ª Câmara)


149
INEXECUÇÃO E RESCISÃO
CONTRATUAL
Rescisão dos Contratos – Contraditório e Ampla
Defesa: A rescisão por cumprimento irregular de
cláusula contratuais deve assegurar, à
contratada, contraditório e ampla defesa.
Acórdão 1.395/2005, TCU 2ª Câmara
SANÇÕES ADMINISTRATIVAS - MULTAS
• A aplicação de multa a empresa pela
Administração Pública, quando verificada a
ocorrência de infração especificada em
contrato, configura obrigação e não faculdade
do gestor. .Acórdão n.º 2445/2012-Plenário,
SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
DECLARAÇÃO DE INIDONEIDADE
Para o fim de exame quanto à eventual declaração de
inidoneidade anteriormente aplicada a empresa
participante de licitação, cabe à Administração Pública,
em complemento à consulta dos registros constantes do
SICAF, consultar o Cadastro Nacional de Empresas
Inidôneas e Suspensas - (CEIS) e ao Cadastro Nacional de
Condenações Cíveis por Ato de Improbidade
Administrativa disponível no Portal do CNJ; Acórdão n.º
1793/2011-Plenário

A declaração de inidoneidade produz efeitos para o


futuro, não alcançando os contratos já celebrados com a
empresa sancionada. Acórdão n.º 3002/2010-Plenário
SITUAÇÃO 1
• O Senhor como autoridade competente para
aplicação de sanção recebeu do fiscal de
contrato a seguinte ocorrência:
• A empresa entregou com 15 dias de atraso a
10ª parcela no valor de R$ 10.000,00, num
total de R$ 100.000,00.
• Verifique se cabe aplicação de sanção
conforme o contrato e se for o caso, formule o
processo de sanção, calcule a sanção.
Contrato 1/2015 - MRE
• CLÁUSULA DEZESSETE - DAS INFRAÇÕES E DAS SANÇÕES
ADMINISTRATIVAS
– O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará a
CONTRATADA, após regular processo administrativo, à penalidade de:
a) Multa moratória de até 0,7% por dia de atraso injustificado sobre o
valor da parcela inadimplida, até o limite de 20 (vinte) dias.
b) Multa moratória de até 0,4% por dia de atraso injustificado sobre o
valor do contrato, por descumprimento das obrigações contratuais até o
limite de 30 (trinta) dias, com exceção das hipóteses incidentes na letra a..

• A aplicação da multa moratória não impede que a Administração
rescinda unilateralmente o Contrato e aplique as outras sanções
cabíveis.
Continuação do Contrato 1/2015
– A inexecução total ou parcial do contrato, ou o descumprimento de qualquer
dos deveres elencados no Edital e no contrato, sujeitará a CONTRATADA,
garantida a prévia defesa, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal, às
penalidades de:
• Advertência por faltas leves, assim entendidas como aquelas que não acarretarem
prejuízos significativos ao objeto da contratação;
• Multa compensatória de até 25% (vinte e cinco por cento) sobre o valor total da
contratação;
• Suspensão de licitar e impedimento de contratar com o MRE pelo prazo de até
dois anos;
• Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública
enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja
promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade,
que será concedida sempre que a Contratada ressarcir a Administração pelos
prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da penalidade de suspensão do
subitem anterior.
SITUAÇÃO 2
O Sr, na função de Gestor de Contrato, verificou que a
empresa Mão Leve, contratada para serviços de
LIMPEZA foi sancionada pela Prefeitura de Crateús em
1º de março de 2015, que a considerou inidônea, de
acordo com o inc. IV do art. 87 da Lei nº 8666/93.
Qual a providência que deve ser tomada, tendo em
vista que o conhecimento (publicidade) desta sanção
deu-se após a assinatura do aditivo de prorrogação,
ocorrido em 1º de abril de 2015, por mais um ano de
vigência contratual? Haverá efeito no contrato? Se
houver, a partir de que data?

156
SITUAÇÃO 3
A autoridade competente do MPOG – Curitiba-PR aplicou à
empresa Bom Pastor a sanção de impedimento de contratar
com a administração por 2 (dois) anos, fundamentada no inc. III
do art. 87 da Lei nº 8.666/93, a contar de 1º de janeiro de 2013.
O Sr. como Gestor do Contrato da Presidência, no momento do
pagamento da segunda parcela verificou a ocorrência, em 1º de
março de 2013, na verificação dos documentos de habilitação.
Qual a providência a ser tomada, considerando que a empresa
declarou na licitação não haver fato impeditivo para participar
da licitação. E sua licitação ocorreu em 20 de fevereiro de 2013?
SITUAÇÃO 4
• A empresa Fragi-Fragil foi contratada com
início da vigência em 01 de novembro de
2015, foi estabelecido 10 dias para entrega da
garantia que até a presente data não ocorreu.
• Calcule a multa que deve ser aplicada a
empresa, com base no que foi estabelecido
pela IN 02/08 MPOG e especifique o tipo de
multa. Considere até a data atual.
ORIENTAÇÃO NORMATIVA Nº 48,
DE 25 DE ABRIL DE 2014
• (*)

"É COMPETENTE PARA A APLICAÇÃO DAS PENALIDADES


PREVISTAS NAS LEIS N°S 10.520, DE 2002, E 8.666, DE 1993,
EXCEPCIONADA A SANÇÃO DE DECLARAÇÃO DE
INIDONEIDADE, A AUTORIDADE RESPONSÁVEL PELA
CELEBRAÇÃO DO CONTRATO OU OUTRA PREVISTA EM
REGIMENTO."

REFERÊNCIA Art. 58, Lei nº 4.320, de 1964; §1º do art. 37 e


art. 87 da Lei nº 8.666, de 1993; art. 3º e 7º da Lei nº 10.520,
de 2002.
ORIENTAÇÃO NORMATIVA Nº 49,
DE 25 DE ABRIL DE 2014
• "A APLICAÇÃO DAS SANÇÕES DE IMPEDIMENTO DE
LICITAR E CONTRATAR NO ÂMBITO DA UNIÃO (ART.
7° DA LEI N° 10.520, DE 2002) E DE DECLARAÇÃO DE
INIDONEIDADE (ART. 87, INC. IV, DA LEI N° 8.666, DE
1993) POSSUEM EFEITO EX NUNC, COMPETINDO À
ADMINISTRAÇÃO, DIANTE DE CONTRATOS
EXISTENTES, AVALIAR A IMEDIATA RESCISÃO NO
CASO CONCRETO.“

REFERÊNCIA: Art. 55, inc. XIII, art. 78, inc. I, arts. 87 e 88, Lei nº 8.666, de 1993; art.
7°, Lei nº 10.520, de 2002; Lei nº 9.784, de 1999; REsp 1148351/MG, STJ-MS
13.101/DF; e MS-STJ nº 4.002-DF.
TCU
. A sanção de impedimento de licitar e contratar
pautada no art. 7º da Lei 10.520/02 (Lei do
Pregão) produz efeitos não apenas no âmbito
do órgão/entidade aplicador da penalidade,
mas em toda a esfera do respectivo ente
federativo (União ou estado ou município ou
Distrito Federal). Acórdão 2081/2014-
Plenário
Informativo de Licitações e
Contratos nº 263-TCU
• Quanto à abrangência da sanção, o impedimento de
contratar e licitar com o ente federativo que
promove o pregão e fiscaliza o contrato (art. 7º da Lei
10.520/02) é pena mais rígida do que a suspensão
temporária de participação em licitação e o
impedimento de contratar com um órgão da
Administração (art. 87, inciso III, da Lei 8.666/93), e
mais branda do que a declaração de inidoneidade
para licitar ou contratar com toda a Administração
Pública (art. 87, inciso IV, da Lei 8.666/93).
• Quanto à sanção de impedimento de licitar e
contratar do art. 7º da Lei do Pregão, a
jurisprudência do TCU é firme no sentido de
que tal penalidade “produz efeitos não apenas
no âmbito do órgão/entidade aplicador da
penalidade, mas em toda a esfera do
respectivo ente federativo (União ou estado ou
município ou Distrito Federal) (cf. Acórdãos
2242/2013-P e 2081/2014-P).
MÁ-FÉ
• É certo, poderá haver situações que, à luz da Lei
8.666/93, mereceriam, por exemplo, somente uma
advertência, enquanto pela lei do pregão a
penalidade prevista seria o impedimento de licitar ou
contratar com a Administração. (…) a referida
penalidade por ser extremamente gravosa, deve ser
aplicada somente nos casos em que se perceba ou
há indícios de que o licitante faltoso tenha agido de
má-fé. Acórdão 653/2008 do Plenário
A despeito de o tema ter sido apenas
tangenciado pela Corte de Contas, restou claro o
seu posicionamento de que a Lei do Pregão teria
criado sanção que pode ser integrada com as
previstas no Estatuto das Licitações.
Fontes: Acórdão 2530/2015-Plenário, TC 016.312/2015-5, relator
Ministro Bruno Dantas, 14.10.2015 e InfoTCU nº263/2015.
• Por fim, registre-se que o Acórdão 1793/2011–TCU–Plenário já
havia determinado que se emitisse orientação no sentido de que os
órgãos e entidades da Administração Pública Federal autuem
processos administrativos contra as empresas que praticarem os
atos ilegais previstos no art. 7º da Lei 10.520/2002 nos seguintes
termos:
• 9.2.1.1. a autuarem processos administrativos contra as empresas
que praticarem atos ilegais previstos no art. 7º da Lei nº
10.520/2002, alertando-os de que a não autuação sem justificativa
dos referidos processos poderá ensejar a aplicação de sanções,
conforme previsão do art. 82 da Lei nº 8.666/1993, bem como
representação por parte do Tribunal de Contas da União, com fulcro
no art. 71, inciso XI, da Constituição Federal c/c o art. 1º, inciso VIII,
da Lei nº 8.443/1992;
Combinação entre as partes,
visando simular uma licitação
A caracterização de fraude à licitação não está associada ao seu
resultado, ou seja, ao sucesso da empreitada. Configura, em analogia ao
direito penal, ilícito de mera conduta, sendo suficiente a demonstração
de o fraudador ter praticado simulação para conferir vantagem para si ou
para outrem.
Embargos de Declaração opostos por sociedade empresária contra decisão
que declarara a inidoneidade da embargante para participar de licitação
junto à Administração Pública Federal, por fraude em tomada de preços
realizada pelo Município de Tangará/RN, apontou a existência de
contradições e omissões na deliberação recorrida.
A embargante alegou, dentre outros aspectos, que a falsificação documental
indicada nos autos não desvirtuara o processo licitatório, na medida em que
não favorecera qualquer licitante, tampouco a recorrente.
Continua ..................
Sobre o assunto, registrou o relator que “a configuração da
fraude à licitação não está associada ao seu resultado, ou
seja, ao sucesso da empreitada”, acrescentando, em analogia ao
direito penal, que “trata-se de ilícito de mera conduta, sendo
suficiente a demonstração da combinação entre as partes,
visando simular uma licitação perfeitamente lícita para, assim,
conferir vantagem para si ou outrem”. Nesse sentido, afastada
essa e as demais alegações da recorrente, o Plenário acatou a
proposta da relatoria, rejeitando, no mérito, os Embargos
apresentados.
Acórdão 48/2014-Plenário, TC 001.083/2004-0, relator Ministro
Benjamin Zymler, 22.1.2014.
"Consoante a teoria dos motivos determinantes, o
administrador vincula-se aos motivos elencados para a
prática do ato administrativo. Nesse contexto, há vício
de legalidade não apenas quando inexistentes ou
inverídicos os motivos suscitados pela administração,
mas também quando verificada a falta de congruência
entre as razões explicitadas no ato e o resultado nele
contido" (MS 15.290/DF, Rel. Min. Castro Meira,
Primeira Seção, julgado em 26.10.2011, DJe
14.11.2011).
Fronteiras da decisão discricionária
"Assim como ao Judiciário compete fulminar todo o
comportamento ilegítimo da Administração que apareça como
frontal violação da ordem jurídica, compete-lhe, igualmente,
fulminar qualquer comportamento administrativo que, a
pretexto de exercer apreciação ou decisão discricionária,
ultrapassar as fronteiras dela, isto é, desbordar dos limites de
liberdade que lhe assistiam, violando, por tal modo, os ditames
normativos que assinalam os confins da liberdade
discricionária."
(Celso Antônio Bandeira de Mello, in Curso de Direito
Administrativo, Editora Malheiros, 15ª Edição.)
• faça constar, com clareza e precisão, cláusulas
envolvendo direitos, obrigações e
responsabilidades das partes, notadamente
cláusulas relativas a inexecução e rescisão do
contrato, bem como das sanções em caso de
inadimplemento, conforme estabelecem os
arts. 54, §1° e 55 da Lei n° 8.666/93;
• Acórdão TCU n° 2.326/2008 - Plenário
REsp n° 832.929/SP - Quinta Turma Ementa
DIREITO CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. LOCAÇÃO.
AÇÃO DE DESPEJO CUMULADA COM COBRANÇA DE ALUGUÉIS.
MULTAS COMPENSATÓRIA E MORATÓRIA. FATOS GERADORES
DISTINTOS.
CUMULAÇÃO. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. RECURSO
ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO.
É firme a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça no
sentido de ser possível a cumulação das multas moratória e
compensatória quando tiverem elas origem em fatos geradores
diversos, como ocorrido no caso concreto.
Recurso especial conhecido e provido. (Grifo nosso)
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO AC n°
990.10.128762-5 - 38a Câmara de Direito Privado
Voto
E a cláusula penal pode ser prevista para o caso de sim-
ples atraso, representando danos pré-fixados em razão
da mora (multa moratória) ou no caso de não
cumprimento de cláusulas contratuais, importando o
valor em compensação pelo dano derivado do
inadimplemento delas (multa compensatória).
9.4. esclarecer à [...] que:
a penalidade de suspensão temporária/impedimento de contratar, prevista
no art. 87. inciso III, da Lei 8.666/1993, incide sobre a Administração, isto é,
somente em relação ao órgão ou à entidade contratante, nos termos
em que decidiu o Tribunal no Acórdão 3243/2012- Plenário:
a prorrogação Contrato n° 3.027/2009, celebrado entre a (...) e a empresa (...)
não tem impedimento, visto que a penalidade de suspensão
temporária/impedimento de contratar sofrida pela empresa DF Extintores na
época da prorrogação não foi aplicada por esta entidade;
Acórdão TCU n° 1.171/2014 - Primeira Câmara
MS n° 19.657 –DF – STJ - Ementa
MANDADO DE SEGURANÇA. PENALIDADE APLICADA COM BASE NA LEI 8.666/93.
DIVULGAÇAO NO PORTAL DA TRANSPARÊNCIA GERENCIADO PELA CGU. DECADÊNCIA.
LEGITIMIDADE PASSIVA. LEI EM TESE E/OU ATO CONCRETO. DANO INEXISTENTE.
1. O prazo decadencial conta-se a partir da data da ciência do ato impugnado,
cabendo ao impetrado a responsabilidade processual de demonstrar a
intempestividade.
2. A Controladoria Geral da União é parte legítima para figurar em mandado de
segurança objetivando atacar a inclusão do nome da empresa no PORTAL DA
TRANSPARÊNCIA, por ela administrado.
3. O writ (Mandado Administrativo) impugna ato concreto, oriundo do Ministro
dirigente da CGU, inexistindo violação de lei em tese.
4. Nos termos da jurisprudência desta Corte, a penalidade prevista no art. 87, III, da
Lei 8.666/93, suspendendo temporariamente os direitos da empresa em participar de
licitações e contratar com a administração é de âmbito nacional.
5. Segurança denegada.
STJ, MS n° 14.134-DF, Min. Relator Benedito
Gonçalves
ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. LICITAÇÃO. FRAUDE CONFI-GURADA.
APLICAÇÃO DA PENA DE INIDONEIDADE PARA CONTRATAR COM A ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA FEDERAL. ATO DA CONTROLADORIA GERAL DA UNIÃO. COMPETÊNCIA DO
MINISTRO DE ESTADO DO CONTROLE E DA TRANSPARÊNCIA. ALEGAÇÕES DE
NULIDADES NO PROCESSO ADMINISTRA¬TIVO QUE CULMINOU NA APLICAÇÃO DA
PENALIDADE AFASTADA. PROCE¬DIMENTO REGULAR.
1. Hipótese em que se pretende a concessão da segurança para que se reconhe¬ça a
ocorrência de nulidades no processo administrativo disciplinar que culmi¬nou na
aplicação da pena de inidoneidade para contratar com a Administra¬ção Pública
Federal.
2. O Ministro de Estado do Controle e da Transparência é autoridade res¬ponsável
para determinar a instauração do feito disciplinar em epígrafe, em razão do disposto
no art. 84, inciso VI, alínea "a", da Constituição da República combinado com os
artigos 18, § 4°, da Lei n° 10.683/2003 e 2°, inciso I, e 4°, § 3°, do Decreto n.
5.480/2005. (grifo nosso)
STJ, MS n° 14.134-DF, Min. Relator
Benedito Gonçalves
3. A regularidade do processo administrativo disciplinar deve ser apreciada pelo
Poder Judiciário sob o enfoque dos princípios da ampla defesa, do devido processo
legal e do contraditório, sendo-lhe vedado incursionar no chamado mérito
administrativo.
4. Nesse contexto, denota-se que o procedimento administrativo disciplinar não
padece de nenhuma vicissitude, pois, embora não exatamente da forma como
desejava, foi assegurado à impetrante o direito ao exercício da ampla de¬fesa e do
contraditório, bem como observado o devido processo legal, sendo que a a aplicação
da pena foi tomada com fundamento em uma série de provas trazidas aos autos,
inclusive nas defesas apresentadas pelas partes, as quais, no entender da autoridade
administrativa, demonstraram suficientemente que a empresa impetrante utilizou-se
de artifícios ilícitos no curso do Pregão Eletrô¬nico n. 18, de 2006, do Ministério dos
Transportes, tendo mantido tratativas com a empresa Brasília Soluções Inteligentes
Ltda. com o objetivo de fraudar a licitude do certame.
5. Pelo confronto das provas trazidas aos autos, não se constata a inobservân¬cia dos
aspectos relacionados à regularidade formal do processo disciplinar, que atendeu aos
ditames legais.
6. Segurança denegada.
Informativo de Jurisprudencial n° 42-TCU

A declaração de inidoneidade produz efeitos


para o futuro, não alcançando os contratos já
celebrados com a empresa sancionada.
Acórdão n° 3002/2010-Plenário
Ver também Acórdão n° 3.002/2010 - Plenário
ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
Orientação Normativa n° 49, de 25 de abril de 2014
A aplicação das sanções de impedimento de licitar e
contratar no âmbito da União (art. 7o da Lei n° 10.520,
de 2002) e de declaração de inidoneidade (art. 87, inc.
IV, da Lei n° 8.666, de 1993) possuem efeito ex nunc,
competindo à Administração, diante de contratos
existentes, avaliar imediata rescisão no caso concreto.
CGU - CEIS
Consta no CEIS o registro das seguintes sanções: suspensão temporária de
participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração
(art. 87, inciso III, da Lei n° 8.666/93); declaração de inidoneidade para licitar
ou contratar com a Administração Pública (art. 87, inciso IV, da Lei n°
8.666/93); impedimento de licitar e contratar com a União, Estados, Distrito
Federal ou Municípios (art. 7° da Lei n° 10.520/02); proibição de contratar
com o Poder Público e receber benefícios e incentivos (art. 12 da Lei n°
8.429,/92); proibição de participar de licitações e de contratar com o Poder
Público (art. 81, § 3°, da Lei n° 9.504/97); declaração de inidoneidade pelo
TCU (art. 46 da Lei n° 8.443/93); e demais sanções previstas em legislações
específicas ou correlatas.
TJ-MG - Mandado de Segurança :
MS 10000130332760000
EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. CONTRATO. DESCUMPRIMENTO. ATO
ADMINISTRATIVO SANCIONADOR. SUSPENSÃO DE CONTRATAR COM A
ADMINISTRAÇÃO PELO PERÍODO DE DOIS ANOS. PROPORCIONALIDADE E
RAZOABILIDADE. ADEQUAÇÃO E GRADAÇÃO DA PENA. NECESSIDADE.
-Na reprovação do ato, deve a administração adaptar a sanção à gravidade da infração,
evitando punições excessivas em relação aos fatos que as motivam.
-As penas atinentes à contratação administrativa residem na proporcionalidade,
significando dizer que, prevendo a lei um elenco sanções, dotadas de graus de
severidade, impõe-se adequá-las reservando as mais gravosas às condutas mais
reprováveis. -
MANDADO DE SEGURANÇA Nº 1.0000.13.033276-0/000 - COMARCA DE BELO
HORIZONTE - IMPETRANTE (S): ÁGUIA REFEIÇÕES LTDA - AUTORID COATORA:
SECRETARIO ESTADO DEFESA SOCIAL MINAS GERAIS - INTERESSADO: MINISTÉRIO
PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

ACÓRDÃO
TJ-MG - Mandado de Segurança :
MS 10000130332760000
ACORDÃO
Vistos etc., acorda, em Turma, a 6ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do Estado de
Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos, à unanimidade, em
<CONCEDER A ORDEM>.
DES.ª SELMA MARQUES
RELATORA. DES.ª SELMA MARQUES (RELATORA)
VOTO
< Trata-se de mandado de segurança, com pedido de liminar, impetrado por Águia
Refeições Ltda. - ME - contra ato praticado pelo Sr. Secretário de Defesa Social,
apontado como autoridade coatora, nos autos do Processo Administrativo Punitivo n.
30/2012, que aplicou-lhe a pena de suspensão pelo prazo de dois (2) anos de
participar de licitações e contratar com a administração pública.
Aduz, inicialmente, a impetrante que houve violação do contraditório e da ampla
defesa no processo administrativo, porque não foi dada oportunidade para se
manifestar acerca da recomendação elaborada pelo Relator da Comissão Processante
e, via de consequência, da sua posterior acolhida pelo Sr. Subsecretário da
Administração Prisional. De igual modo, afirmou que não teve ciência dos documentos
apresentados pela Administração Pública.
TJ-MG - Mandado de Segurança :
MS 10000130332760000
Na verdade, a aplicação da severa pena de suspensão do direito de licitar, tomando-se
por base as circunstâncias fáticas antes mencionadas, mostra-se desproporcional.
A respeito da necessidade de a administração pública observar o princípio da
proporcionalidade na aplicação das penas previstas no art. 87 da Lei nº 8.666/93,
mostra-se oportuna a transcrição da seguinte passagem da obra "Comentários à Lei de
Licitações e Contratos Administrativos", de Marçal Justen de Filho, verbis:
"Ainda quando se insista acerca da legalidade e da ausência de discricionariedade, é
pacífico que o sancionamento ao infrator deve ser compatível com a gravidade e a
reprobabilidade da infração. São inconstitucionais os preceitos normativos que
imponham sanções excessivamente graves, tal como é dever do aplicador dimensionar
a extensão e a intensidade da sanção aos pressupostos de antijuricidade apurados. O
tema traz a lume o princípio da proporcionalidade.
Aliás, a incidência do princípio da proporcionalidade no âmbito do processo
administrativo federal foi objeto de explícita consagração por parte do art. 2º,
parágrafo único, inc. VI, da Lei nº 9.784, que exigiu "adequação entre meios e fins,
vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas
estritamente necessárias ao atendimento do interesse público".
Acórdão n° 3.171/2011 - Plenário
A propósito, relembrou que o voto condutor do Acórdão 3.439/2012-Plenário
sintetizou os elementos nos quais se funda a posição do TCU sobre a matéria; “a) as
sanções do art. 87 da Lei 8.666/93 estão organizadas em ordem crescente de
gravidade e, ao diferenciar aspectos como duração, abrangência e autoridade
competente para aplicá-las, o legislador pretendia distinguir as penalidades dos incisos
III e IV [declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração
Pública]; b) em se tratando de norma que reduz o direito de eventuais licitantes, cabe
interpretação restritiva; c) o art. 97 da Lei de Licitações, ao definir que é crime admitir
licitação ou contratar empresa declarada inidônea, reforça a diferenciação entre as
penalidades de inidoneidade e suspensão temporária/impedimento de contratar,
atribuindo àquela maior gravidade".
Noutro giro, versando agora sobre os limites de sanção correlata prevista na Lei do
Pregão (Lei 10.520/02, art. 7° - impedimento de licitar e contratar com a União,
Estados, Distrito Federal ou Municípios), e diante da possibilidade de que o Serpro/SP
venha a conferir demasiado alcance a esse dispositivo, consignou o relator que "a
jurisprudência deste Tribunal (Acórdãos do Plenário 739/2013, 1.006/2013 e
1.017/2013) é firme no sentido de que tal penalidade impede o concorrente punido
de licitar e contratar apenas no âmbito do ente federativo que aplicou a sanção, em
consonância com o que dispõe o art. 40, inciso V e §3°. Da IN SLTI 2/2010”.
Nesse sentido, e tendo em vista que as falhas verificadas não comprometeram
efetivamente a competitividade do certame e tampouco frustraram o objetivo da
contratação, o Plenário do TCU, acolhendo a proposta do relator, considerou
parcialmente procedente a representação, revogando a cautelar expedida e
cientificando o Serpro/SP de que “a sanção prevista no inciso III do art. 87 da Lei
8.666/1993 produz efeitos apenas em relação ao órgão ou entidade sancionador,
enquanto a prevista no art. 7o da Lei 10.520/2002 produz efeitos apenas no âmbito
interno do ente federativo que a aplicar”. Acórdão 2242/2013
- Plenário, TC 019.276/2013-3, Rei. Min. José Múcio Monteiro, 21/08/2013.
Acórdão n° 1.171/2014 - Primeira Câmara

Voto
Trata-se de representação formulada pela empresa (....)., em razão de suposta
irregularidade no Pregão Eletrônico 1/2013, promovido pela Superintendência Federal
A representante insurge-se contra regra do edital que não admite a participação de
pessoas jurídicas "suspensas de licitar e impedidas de contratar com qualquer órgão
ou entidade da Administração Pública, seja na esfera federal, estadual, do Distrito
Federal ou municipal, nos termos do artigo 87 inciso III, da Lei n° 8.666, de 1993” (doc.
3, p. 3).
De acordo com o Cadastro de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS), no portal da
transparência do Governo Federal (doc. 4). a representante foi suspensa pela
empre¬sa Cobra Tecnologia S.A., de 10/8/2012 a 9/8/2014, com base no art. 87, inciso
III, da Lei n° 8.666/93.
Satisfeitas as condições de admissibilidade da representação no que tange à
legitimidade (art. 237, inciso VII, do Regimento Interno do TCU e art. 113, § 1o, da Lei
n° 8.666/93) e demais requisitos previstos no art. 237, pará¬grafo único, c/c o art. 235,
caput, do Regimento Interno do TCU, a instrução inicial do auditor, com a
concordância do Secretário, propõe o conhecimento da representação, a concessão de
medida acautelatória para suspender o cer¬tame em andamento, oitiva e diligência à
unidade gestora. Discordo da proposta da unidade técnica.
Em resposta a pedido de esclarecimento de um licitante, o pregoeiro sustentou a
legalidade da exigência do edital com amparo em parecer da Consultoria Jurídica da
União em Alagoas, fundamentado em entendimento do Superior Tribunal de Justiça
(STJ) e no Parecer n° 87/2011/DECOR/ CGU/AGU, aprovado pelo Consultor-Geral da
República.
A regra do edital questionada pela representante está de acordo com decisões do STJ,
de que a penalidade prevista no art. 87, inciso III, da Lei n° 8.666/93 restringe a
participação da empresa em licitações de toda a Administração Pública
(Resp 151567/RJ e Resp 174274/SP).
De fato, a questão do alcance da penalidade prevista no art. 87, inciso III, da Lei n°
8.666/93 tem sido discutida neste Tribunal.
Considero, no entanto, haver impropriedade na fundamentação do dispositivo em
exame. O procedimento questionado é pregão eletrônico, regido pela Lei 10520/2002.
A sanção nela prevista - art. 7o - produz efeitos em relação a toda Administração. As
disposições da Lei 8666/1993 são aplicadas apenas subsidiariamente à modalidade
licitatória pregão.
Quanto à sanção anteriormente imposta à representante, de acordo com o aviso de
penalidade publicado no Diário Oficial da União de 9/8/2012, a empresa descumpriu o
estabelecido no edital do pregão eletrônico promovido pela Cobra Tecnologia S.A., e,
por isso, foi sancionada com a penalidade de suspensão temporária.
A partir da leitura desse artigo da Lei do Pregão conclui-se que a empresa (...)estava,
sim. impedida de licitar e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou
Municípios até 9/8/2014, data expressa no aviso de penalidade.
Como consequência, mesmo que a cláusula questionada pela representante fosse
suprimida do edital do pregão promovido pela Superintendência Federal (...), a
empresa (...) estaria impedida de participar do certame.
A suspensão temporária do direito de licitar e contratar com a administração pública
foi tema de recente notícia publicada, em 27/8/2013, na seção "Últimas notícias”, do
site do Superior Tribunal de Justiça, referente ao Mandado de Segurança (MS) n°
19657 - DF (data de julgamento -14/8/2013):
Do exame efetuado, julgo que não há irregularidade na exigência do edital do pregão
eletrônico promovido pela Superintendência Federal (...) e que, portanto, não estão
caracterizados os requisitos necessários à adoção de medida cautelar pleiteada pela
representante, quais sejam, o fumus boni iuris, decorrente de indícios de
irregularidades, bem como o periculum in mora, derivado do risco de que sejam
declaradas vencedoras propostas que não sejam as mais vantajosas.
Pelo contrário, a unidade gestora, zelosamente, buscou impedir a participação de
sociedade empresária que pretendesse comparecer ao certame licitatório e se
esquivar de sanção aplicada por órgão/entidade da Administração Pública.
Por fim, registro que o citado pregão, livre da irregularidade questionada nestes autos,
foi adjudicado, em 24/4/2013, à empresa (...), pelo melhor lance, abaixo do valor
estimado, e homologado em 25/4/2013 (dados Comprasnet).
Quanto à jurisprudência recente arguida pela representante, Acórdão 3.243/2012 -
Plenário, proferido em 28/11/2012, é de se contrapor que o ente licitante agiu em
conformidade com a orientação expressa no Parecer n° 87/2011/DECOR/CGU/AGU,
aprovado pelo Consultor-Geral da República, e somente em março de 2013 foi
sugerida por Grupo de Trabalho da AGU a revisão do parecer acima mencionado.
Ante o exposto, julgo improcedente a representação, determino o arquivamento do
processo e voto no sentido de que seja aprovado o Acórdão que ora submeto à
deliberação deste Colegiado.
TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 1o de abril de
2014.
WALTON ALENCAR RODRIGUES Relator (...)
Declaração de voto
Senhores Ministros,
Senhor Procurador.
Ao tempo que louvo o Ministro Relator pela respeitável defesa da tese encampada em
seu voto, tenho a dizer que, sobre a matéria tratada nesse processo, observo que na
esfera desta Corte de Contas, tanto o Plenário quanto às Câmaras, em várias decisões,
têm se posicionado no sentido de que a suspensão prevista no inciso III do art. 87 da
Lei 8.666/1993 constitui penalidade impeditiva da contratação apenas com o órgão, a
entidade ou a unidade administrativa que a cominou.
A título de exemplo, cito algumas dessas decisões: 3.439/2012-Plenário (Min. Relator
Valmir Campeio);
113/2013 -Plenário (Min. Relator José Múcio Monteiro)
516/2013-1a Câmara (Min. Relator José Múcio Monteiro) 2.556/2013-Plenário (Min.
Relator Augusto Sherman Cavalcanti)
902/2012-Plenário (Min. Relator José Jorge);
3.243/2012-Plenário (Min. Revisor Raimundo Carreiro):
1.064/2013-2a Câmara (Min. Relator Marcos Bemquerer). Em resumo, embasando-me
no reiterado entendimento expresso na corrente majoritária deste Tribunal, de não
estender a toda a Administração Pública a suspensão prevista no inciso III do art. 87 da
Lei 8.666/1993, peço vénias ao Sr. Ministro Relator para discordar do seu
entendimento. Todavia, por tratar-se de licitação concluída, com objeto adjudicado a
quase um ano, alinho-me à proposta sugerida pelo Eminente Relator.
VALMIR CAMPELO
Ministro
Acórdão
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da
Primeira Câmara, (...), e ante as ra¬zões expostas pelo Relator, em:
9.1. conhecer da representação e considerá-la improcedente;
9.2. arquivar o processo;
9.3. dar ciência à representante.
(Relator: Walton Alencar Rodrigues: Data do Julgamento: 01/04/2014)
PARECER Nº 13/2013/CPLC/DEPCONSU/PGF/AGU – “VIGÊNCIA”

CONCLUSÃO DEPCONSU/PGF/AGU N° 5T8 /2013


(VIGÊNCIA DO CONTRATO DE ESCOPO)
I. CONSIDERA-SE EXTINTO O CONTRATO ADMINISTRATIVO QUE ATINGE SEU PRAZO
FINAL DE VIGÊNCIA, AINDA QUE SEJA CLASSIFICADO COMO CONTRATO "DE ESCOPO";
II. EXPIRADO O PRAZO DE VIGÊNCIA E PENDENTE A CONCLUSÃO DO OBJETO
ALMEJADO NO CONTRATO DE ESCOPO, DEVE-SE PROVIDENCIAR A INSERÇÃO DA PARTE
REMANESCENTE EM NOVO CONTRATO ADMINISTRATIVO, O QUAL DEVERÁ SER
PRECEDIDO DE LICITAÇÃO OU ENQUADRADO EM ALGUMA HIPÓTESE DE DISPENSA OU
INEXIGIBILIDADE;
III. A DISPENSA DE LICITAÇÃO DO ART. 24, IV, DA LEI N^ 8.666/93 PODE SER UTILIZADA
MESMO NOS CASOS EM QUE O PRAZO DE VIGÊNCIA DO CONTRATO DE ESCOPO
TENHA EXPIRADO POR DESÍDIA DA ADMINISTRAÇÃO, DESDE QUE CUMPRIDOS OS
REQUISITOS DO DISPOSITIVO LEGAL E RECOMENDADA A APURAÇÃO DE
RESPONSABILIDADE DE QUEM DEU CAUSA À SITUAÇÃO EMERGENCIAL;
IV. A EXECUÇÃO DE CONTRATO EXTINTO, SEJA ELE DE ESCOPO OU DE EXECUÇÃO
CONTINUADA, CONFIGURA CONTRATO VERBAL, APLICANDO-SE A ON/AGU Nº
04/2009, QUE DETERMINA O PAGAMENTO POR MEIO DE RECONHECIMENTO DA
OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR NOS TERMOS DO ART. 59 DA LEI W 8.666/93;
V. É VEDADA A REALIZAÇÃO DE OUTROS ATOS CONTRATUAIS, TAIS COMO
PRORROGAÇÃO OU RESCISÃO, DE CONTRATO ADMINISTRATIVO EXTINTO POR
DECURSO DO PRAZO DE VIGÊNCIA.

PARECER Nº 10/2014/CPLC/DEPCONSU/PGF/AGU
Reforça o entendimento supracitado.
E-mail: auditoria.ben.hur@gmail.com
FIM

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