Frustrações
Angústias
Perturbações
Fracassos
Sofrimentos
Dilaceração
Paixões
Necessidade humana de tornar inteligível e tolerável a
complexidade e a ausência fundamental de sentido para a vida
Psicopatologia
• A psicopatologia pode ser definida como o campo de
entendimento e cuidado do sofrimento psíquico
excessivo.
Pathos
• Quando o pathos acontece, algo da ordem do excesso, da
desmesura se põe em marcha sem que o eu possa se
assenhorar deste acontecimento
• Como não existem instrumentos capazes de medir
objetivamente o sofrimento e a dor humana, o que
determina a desmesura do sofrimento é a subjetividade do
paciente e talvez sua capacidade, ou não, de continuar
levando a vida, trabalhando, estudando, amando etc.
Pathos
• O termo “paciente” como usado na clínica é sem dúvida o
signo mais evidente desta dimensão de passividade do
pathos.
• O pathos é relacional no sentido de ser, não meramente uma
reação automática, mas sim uma elaborada tentativa do ser
para lidar com alguma ameaça.
Eu tinha 8 anos quando aconteceu
pela primeira vez.
Minha consciência se embaçou.
A consciência de mim mesma, do
meu pai que estava comigo, do lugar.
Pensei que estava me dissolvendo.
Ou melhor, senti, não estava
pensando como de costume.
Me sentia um castelo de areia que
desmontava e a areia escorria.
Tinha a impressão de que conseguiria fazer
qualquer coisa, de que nenhuma tarefa seria
difícil demais.
Minha cabeça parecia ter clareza, uma capacidade
de concentração fabulosa, e ter condição de fazer
saltos matemáticos intuitivos que até aquele
ponto me escapavam.
Na verdade, eles ainda me escapam.
Naquela época, porém, tudo não só fazia perfeito
sentido como também tudo parecia se encaixar
num tipo maravilhoso de inter-relação cósmica.
Minha sensação de encantamento com as leis do
mundo natural fazia com que minha
efervescência transbordasse, e eu me descobria
obrigando meus amigos a escutar enquanto eu
lhes dizia como tudo era lindo.
Tudo parecia exigir um empenho
enorme, opressivo. Eu pensava: “Ah,
preciso comer alguma coisa”. Depois
pensava: “Mas tenho que pega a
comida. Pôr num prato. Cortar.
Mastigar. Engolir”. Depois eu
pensava: “Ah, eu precisava tomar
banho”. Mas eu não conseguia me
organizar para isso.
Pensamentos intrusivos forçavam a porta
da minha cabeça.
Eu era inteira uma hora do rush de
pensamentos buzinando, querendo
entrar, empurrando-se.
Eram pensamentos muito malucos, que
me mandavam regar de novo a planta, ver
de novo se eu havia trancado a porta,
mudar de novo a disposição do tapete do
banheiro.
Pensamentos que diziam que era melhor
que eu desmarcasse tudo com todas as
pessoas, porque eu ainda não tinha
regado as plantas direito.
Sou jornalista e, portanto, conheço
muitas pessoas e aperto muitas mãos.
Se estou com algum corte nos dedos, ou
se percebo um curativo cobrindo um
ferimento nas mãos da pessoa, os
pensamentos sobre o aperto de mão e
como evita-lo começam a obscurecer
todo o resto.
Meu eu racional sabe que esses medos
são ridículos.
Mas, ainda assim, os pensamento de
ansiedade surgem.
Aí eu dizia a mim mesma: você está se
sentindo isolada e diferente das outras
pessoas e por isso projeta nelas seu
desconforto.
Quando você olha para um rosto e vê uma
massa de borracha, é porque teme que
seu rosto seja mesmo uma massa de
borracha.
Alguma coisa havia sido descascada, a
cobertura ou casca que existe para nos
proteger.
Eu não sabia ao certo se essa cobertura
fazia parte de mim ou se estava nas coisas
do mundo exterior.
EXPERIÊNCIA HUMANA
Dimensão descritiva
Forma prescritiva
O encontro com o diagnóstico modifica sensivelmente a
maneira como o sujeito pensa sobre si próprio, a maneira
como interpreta as próprias emoções, o modo de se
conduzir em relação aos outros
SOBRE OS DIAGNÓSTICO
Puramente descritivo
“A-teórico”
Sintoma deixa de ser visto como signo e passa a ser visto
como sinal
Deixa-se de lado a ideia de continuidade
No diagnóstico o(a) médico(a) deve abster-se de
interpretações
DSM