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A CLASSE GRAMATICAL ADVÉRBIO

INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho é analisar a classe gramatical advérbio, a partir da Nova
gramática do português contemporâneo, de Cunha e Cintra (2013), e do livro didático
Português: ensino médio, volume 2, de José de Nicola (2005).
Comparamos o que os dois textos expõem acerca dessa classe gramatical,
explicitando seus pontos de convergência e divergência.
Outrossim tecemos alguns comentários acerca dos adjetivos que funcionam como
advérbios.
APRESENTAÇÃO DOS MATERIAIS DE ANÁLISE
A Nova gramática do português contemporâneo é uma Gramática Normativa,
dividida em 22 capítulos, que discutem sobre diversos assuntos, como conceito de
linguagem, língua, discurso e estilo, Fonética e Fonologia, Ortografia, classe,
estrutura e formação de palavras, frase, oração e período e um longo etc.
Ela contém muitas observações e exemplos colhido nos autores clássicos da literatura
produzida em língua portuguesa.
O livro didático Português: ensino médio, volume 2, é dividido em três partes:
1) Formando o leitor e o produtor do texto: as estruturas gramaticais dos textos;
2) Formando o leitor e o produtor do texto: os textos do cotidiano;
3) Formando o leitor e o produtor do texto: os textos artísticos.
O livro tem excelente aspecto gráfico, é colorido e traz uma diversidade de textos
verbais e não verbais.
No final de cada capítulo, há uma seção intitulada “Praticando”, com questões de
ENEM e vestibular.
PONTOS DE CONVERGÊNCIA
Ambos os textos começam pelo conceito.
Segundo Cunha e Cintra (2014), “O advérbio é, fundamentalmente, um modificador
do verbo” (CUNHA E CINTRA, 2014, p. 555, grifo na fonte).
Ainda segundo os autores, os advérbios de intensidade e “formas semanticamente
correlatas” podem reforçar o sentido de um adjetivo ou de outro advérbio; alguns
advérbios, não raro, modificam toda a oração.
José de Nicola (2005) contextualiza antes de conceituar.
O autor traz um excerto de uma matéria da Folha de S. Paulo, contendo um
comentário do pedreiro Benedito Souza Ribeiro acerca da Rainha Beatrix, da
Holanda, que visitou o centro de São Paulo, em março de 2003: “Achei legal pra
caramba. A rainha é bonitona”.
A partir desse excerto, o autor começa a refletir sobre a expressão “pra caramba”,
mostrando como ela acrescenta uma noção de intensidade ao adjetivo “legal” e
como poderia acrescentar a mesma noção ao verbo “comi pra caramba.”
Daí conclui que a expressão é um advérbio e conceitua: “Advérbio é, basicamente, a
palavra que modifica o verbo, acrescentando-lhe uma circunstância (...) É uma
palavra invariável, não apresentando, portanto, flexão de gênero e de número.” (DE
NICOLA, 2005, p. 155).
E acrescenta “Os advérbios de intensidade apresentam uma característica particular:
além do verbo, podem modificar o adjetivo ou outro advérbio.” (DE NICOLA, 2005,
p. 155).
Assim, apresenta uma definição mais ampla: “(...) palavra que modifica o verbo, o
adjetivo, o próprio advérbio ou todo um enunciado.” (DE NICOLA, 2005, p. 155).
Quanto a classificação dos advérbios, ambos os autores recorrem à NGB
(Nomenclatura Gramatical Brasileira), que reconhece os seguintes tipos:
de lugar: longe, perto, ali, lá, junto, acima, abaixo, atrás, adiante, etc.
de tempo: hoje, ontem, amanhã, já, jamais, nunca, sempre, antes, breve, tarde, etc.
de modo: bem, mal, melhor, pior, assim; e a maioria dos advérbios terminados em –
mente: suavemente, realmente, etc.
de negação: não, tampouco, etc.
de dúvida: talvez, quiçá, acaso, possivelmente, provavelmente, etc.
de intensidade: muito, pouco, bastante, bem, mais, menos, demais, tanto, tão, etc.
de afirmação: sim, certamente, realmente, etc.
Ambos os autores reconhecem quatro advérbios interrogativos, usados em
interrogativas diretas e indiretas:
de causa: por quê?
Por que não vieste à festa?
Não sei por que não vieste à festa.
de lugar: onde?
Onde está o livro?
Ignoro onde está o livro.
de modo: como?
Como vais de saúde?
Dize-me como vais de saúde?
de tempo: quando?
Quando voltas aqui?
Quero saber quando voltas aqui.
Quanto às locuções adverbiais, Cunha e Cintra (2014) afirmam “Denomina-se
locução adverbial o conjunto de duas ou mais palavras que funciona como advérbio.
De regra, as locuções adverbiais formam-se da associação de uma preposição como
um substantivo, com um adjetivo ou com um advérbio.” (CUNHA E CINTRA, 2014, p.
558).
O didático não dá muita atenção para as locuções adverbias, dedicando-lhes
apenas duas linhas: “Podemos ter, ainda, duas ou mais palavras com o mesmo valor
de um advérbio – são as locuções adverbiais: de modo nenhum, de vez em quando, em
breve, à beça, etc.” (DE NICOLA, 2005, p. 155).
Ambos os autores mencionam as palavras denotativas, isto é, palavras e locuções que
“(...) por seu significado e função, assemelham-se a advérbios, mas não se
enquadram entre eles, e a NGB não as relaciona em nenhuma das dez classes de
palavras” (DE NICOLA, 2005, p 158). Assim, temos palavras denotativas de:
inclusão: até, inclusive, mesmo, também, etc.
exclusão: apenas, salvo, senão, só, somente, exceto, etc.
designação: eis
explicação: isto é, por exemplo, a saber, ou seja, etc.
retificação: aliás, ou melhor, ou antes, etc.
realce: cá, lá, é que, etc.
situação: afinal, agora, então, etc.
Ambos os autores falam do grau do advérbio. Ambos afirmam que o processo se
assemelha ao do adjetivo. Assim temos o grau comparativo (de superioridade, de
igualdade e de inferioridade) e o grau superlativo (sintético e analítico).
PONTOS DE DIVERGÊNCIA
Cunha e Cintra (2014) falam acerca do advérbio relativo onde, da colocação dos
advérbios, isto é, da posição que eles podem ocupar nas frases e da repetição dos
advérbios em –mente, assuntos não mencionados por José de Nicola (2005).
José de Nicola (2005) fala do valor dêitico dos advérbios e das locuções adverbiais,
do advérbio enquanto complemento verbal, do advérbio de enquadramento e do
uso do então em sequências narrativa e argumentativa, assuntos não mencionados
por Cunha e Cintra (2014).
O USO DO ADJETIVO COMO ADVÉRBIO
Cunha e Cintra (2014) trazem as seguintes orações:

O menino dorme tranquilo.


A menina dorme tranquila.
Os meninos dormem tranquilos.
As meninas dormem tranquilas.
Os autores reconhecem que os adjetivos destacados funcionam como predicativos, já
que concordam com o sujeito em gênero e número, entretanto, reconhecem também
que eles modificam “(...) a ação expressa pelo verbo e assumem[m], de alguma
forma, um valor também adverbial.” (CUNHA E CINTRA, 2014, p. 278).
“É esse emprego do adjetivo em predicados verbo-nominais, com valor fronteiriço de
advérbio, que vai explicar o fenômeno, hoje muito generalizado, da adverbialização
sem o acréscimo do sufixo –mente.” (CUNHA E CINTRA, 2005, p. 278).
Os autores trazem os seguintes exemplos:
D. Felismina sorriu amarelo.
Tinham-se habituado a falar baixo.
Quanto a este assunto, o livro didático é mais categórico, pois afirma: “(...) alguns
adjetivos assumem a categoria de advérbio, neutralizando as flexões de gênero e
número. São empregados sempre no masculino singular e, via de regra, modificam as
formas verbais, acrescentado circunstâncias de modo” (DE NICOLA, 2005, p. 161).
Ex.:
A direção do clube jogou duro e conseguiu cumprir o planejamento.
Essa sopa também desse redondo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A comparação entre a Nova gramática do português contemporâneo e o livro
didático Português, Ensino Médio, volume 2, nos mostrou que, embora tenham
algumas diferenças, o conteúdo é praticamente o mesmo e não se dá nenhum
enfoque para as funções dos advérbios e locuções adverbiais nos textos de mais
diversos gêneros.
Chama a atenção o fato de as classificações se repetirem exaustivamente e não
haver nenhum contexto significativo de uso do advérbio para que os estudantes
possam construir o conhecimento relativo a essa classe gramatical.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CUNHA, Celso & CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 6.
ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2013.
DE NICOLA, José. Português: ensino médio, volume 2. São Paulo: Scipione, 2005.

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