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DIREITO ROMANO

Esta brevíssima apresentação foi planejada para introduzir noções básicas de Direito
Romano aos acadêmicos do 1º período de Direito, na disciplina de História do Direito, a
partir da organização política e das fontes do direito nos principais períodos da história
da civilização romana.
Bibliografia:
CASTRO, Flávia Lages de. História do direito geral e do Brasil. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011.
CRETELLA JR., José. Curso de direito romano. Rio de Janeiro: Forense, 2007.
FOIGNET, René. Manuel elementaire de droit romain (Paris/1947). Traduzido, adaptado e atualizado por Hélio
Maciel Frnaça Madeira, 2007.
MARKY, Thomas. Curso elementar de direito romano. São Paulo: Saraiva, 1995.
PEDROSA, Ronaldo Leite. Direito em história. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008.
PESSOA, Eduardo. História do direito romano. São Paulo: Habeas, 2001.
CONCEITO
Entende-se por Direito Romano o conjunto
de regras, instituições e procedimentos
jurídicos que vigoraram no Império
romano, desde a fundação de Roma em
753 a.C., até a morte do imperador
Justiniano em 565 d.C.
Divisão do Direito Romano
• Jus Publicum: tinha por objetivo a organização da
república romana
• Jus Privatum: tinha por objetivo regular os
interesses particulares.
– Jus Civile: direito que regulava as relações dos
cidadãos romanos;
– Jus Gentium: direito que era comum a todos os
povos, nações;
– Jus Naturale: direito que era comum a todos os seres
racionais, englobando escravos e bárbaros.
Fontes do Direito Romano
• Jus Scriptum: direito constituído pela lex escrita,
constituições imperiais, senatus consultos,
edictum magistradum (regimentos e regras
elaborados pelos magistrados para o exercício da
magistratura) e responsa prudentium (juristas,
conhecedores da ciência jurídica e dos costumes,
que davam consultas públicas emitindo seus
entendimentos sobre questões a eles
encaminhadas).
• Jus non Scriptium: direito não escrito, normas
primitivas que a tradição transmitiu ao longo do
tempo – consuetudo.
Períodos do Direito Romano

• Realeza (753 a.C. – 510 a.C.)

• República (510 a.C. – 27 a.C.)

• Alto Império (27 a.C. – 284 d.C.)

• Baixo Império (284 a.C. – 565 d.C.)

• Bizantino (565 d.C. – 1453 d.C.)


REALEZA
• Organização Política:
– o poder executivo era confiado ao rex (magistrado
único e vitalício, chefe do exército, pontífice religioso,
que detinha o poder absoluto – imperium); o poder
consultivo era confiado ao Senatus (composto por
100, depois por 300 patrícios nomeados pelo rei); e o
poder legislativo era confiado à Comitia Curiata ou
populus romanus (limitavam-se a responder/votar
negativa ou afirmativamente as propostas de lei do
rei ou do senado).
REALEZA
• Organização Social:
– Patrícios: homens livres, descendentes de cidadãos
romanos, agrupados em clãs familiares – as gens.
Privilegiados, gozavam de todos os direitos civis e
políticos (exercer cargos, votar, possuir propriedades)
– Clientes: eram estrangeiros, refugiados ou escravos,
que se encontravam sob proteção de um patrício
(pater-familias).
– Pebleus: era uma classe inferior, separada dos
patrícios e não faziam parte das gens, e, portanto,
não faziam parte da organização política.
– Escravos
REALEZA
• Fontes do Direito:
– Costume: uso prolongado e repetitivo de norma
jurídica, não proclamado pelo Poder Legislativo.
Conforme Ulpiano (170-228), “costumes são o
consentimento tácito do povo envelhecido por longo
hábito”.
– Lei: declaração do poder competente. Neste período
a lei era proposta pelo rex ao populus, reunido em
comitia curiata (somente patrícios) ou em comitia
centuriata (participação da plebe). O povo aceitava
ou rejeitava, e se fosse aceito, tornava-se obrigatório
após a ratificação do Senatus.
REPÚBLICA
• Organização Política: compõem a vida republicana: os Cônsules
(governantes eleitos anualmente em número de dois que se
revezavam a cada mês no poder); o Senado (300 patres) e o Povo.
Depois foram criados outros cargos:
– Praetores: encarregados da distribuição da justiça. Eram 2, um urbano
(causas entre romanos) e um peregrino (causas entre estrangeiros).
– Edis Curuis: policiamento das cidades, vigilância dos mercados,
provisões de alimentos, conservação das estradas e edifícios, jogos....
– Quaestores: responsáveis pela administração financeira e guarda dos
tesouros;
– Censores: responsáveis pelo recenseamento da população,
recrutamento do senado e fiscalização dos costumes;
– Delegados do Pretor: encarregados de difundir o direito;
– Governantes das Províncias (Pro-cônsules): encarregados da vigilância,
do policiamento e da aplicação da justiça nas províncias romanas.
REPÚBLICA
• Fontes do Direito:
– O Costume: fonte predominante do direito privado,
fruto da atuação dos jurisconsultos adaptando-os à
nova época.
– A Interpretação dos Prudentes (Iurisprudentia):
depois da lei codificada foi preciso, de um lado,
preencher as lacunas da lei e, de outro, adaptar a lei
às necessidades da dinâmica da prática social. Em
Roma o termo jurisprudência designava a ciência do
direito (doutrina), modernamente designa o conjunto
de decisões continuadas dos tribunais superiores.
• Fontes do Direito:
– Edito dos Magistrados: Os altos magistrados
romanos (cônsules, pretores, censores, governadores
de província, questores), tinham o costume de
publicar, no momento de sua eleição, as declarações
(edicta) nas quais apresentavam seus projetos . Como
fontes do direito, interessam apenas os editos dos
magistrados judiciários (pretores e edis curuis).
– Plebiscito: era o que a plebe deliberava por proposta
de um magistrado nos concilia plebis. No início
aplicavam-se somente à plebe, a partir da Lei
Hortência, adquiriram valor legal, sendo aplicado a
toda população.
• Fontes do Direito:
– A Lei: leges rogatae (propostas por um magistrado e aprovadas pelo
povo); leges datae (emanadas de um magistrado sem votação).
A lei compreende 3 partes: praescriptio (data e nome do magistrado
proponente); rogatio (dispositivo) e sanctio (sanção, medidas tomadas
contra transgressores).
Em 454 a.C., por exigência da plebe, foi redigida uma lei conhecida e
aplicável a todos os cidadãos. Uma comissão foi enviada a Magna Grécia,
para reportarem-se leis gregas em vigor como inspiração. Ao retornarem,
uma comissão de dez membros eleitos foram encarregados de redigir as
leis. Dez tábuas de leis forma redigidas, votadas e gravadas em dez tábuas
de bronze postas no Fórum. Mais tarde outras duas tábuas foram
aprovadas.
A Lei das XII Tábuas é considerada pelos romanos como a própria fonte
do direito público e privado, e também sacro. Ocupou-se, sobretudo do
processo civil, revelando seu caráter violento e excessivamente formalista.
LEI DAS XII TÁBUAS (Sinopse)
• I – da disciplina do • VII – das edificações e
processo judicial das terras
• II – definição das • VIII – dos delitos e das
instâncias judiciárias penas
• III – da execução da • IX – da vedação de leis
pena em caso de de privilégios
confissão ou • X – do direito sacro e
condenação. dos rituais
• IV – do pátrio poder • XI – da proibição do
• V – da herança e da casamento do patrício
tutela com o plebeu
• VI – do domínio e da • XII – da garantia de
posse pagamento de dívida
ALTO IMPÉRIO
• Organização Política:
– O Imperador: tem poderes quase ilimitados, é chefe
supremo das forças armadas e magistrado primeiro.
Gozava de seu tesouro particular, o fiscus;
– O Senado: compartilha com o imperador o poder
judiciário e tem a incumbência de administrar as
províncias, revertendo receitas ao tesouro público, o
aerarium. Perde sua função consultiva e sua
independência;
– Os Comícios: perdem totalmente seus poderes
judiciários, legislativos e eleitorais. Também somem
os tribunais especiais que haviam na República.
ALTO IMPÉRIO
• Fontes do Direito:
– Costume: não tinha a mesma projeção de antes; o pretor
tinha o poder de adotar determinado costume e dar-lhe
caráter legal em seu edito;
– Senatus Consultos: medidas de caráter legislativo
emanadas do senado;
– Constituições Imperiais: são medidas legislativas
emanadas do imperador. Existem 4 espécies de medidas:
edicta (normas gerais), mandata (instruções do
imperador aos funcionários, governadores de províncias),
decreta (decisões judiciárias dadas pelo imperador e que
funcionavam como jurisprudência) e rescripta (respostas
dadas pelo imperador à questões jurídicas que lhe foram
direcionadas).
• Fontes do Direito:
– Responsa Prudentium: são os entendimentos e opiniões dos
jurisconsultos que permitiam fixar o direito.
– Lei: são encontradas, na maioria, leges datae, provenientes do
imperador e tomadas em nome do povo.

Importante jurista romano desta época é Eneo Domitius


Ulpianus. Sua obra influenciou fundamentalmente a
evolução do direito romano e bizantino. Tem como
expoente jurídico o princípio contido no ditame:

"Tais são os preceitos do direito:


viver honestamente (honeste vivere), não
ofender ninguém (neminem laedere), dar a
cada um o que lhe pertence (suum cuique
tribuere)".
Além disso, Ulpiano classificou as leis em:
 Perfeitas: leis que, infringidas, ocasionavam a nulidade do ato e não impunham
pena para o infrator. Por exemplo, um menor contrata um serviço, assumindo
encargos que afetam o seu patrimônio.
 Menos Perfeitas: são as que não anulam o ato mas impunham sanção. Por
exemplo, o art. 183 do Código Civil, n.° XIII, estatui que “não podem casar o viúvo
ou a viúva que tiver filhos do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos
bens do casal e der partilha aos herdeiros". Assim, o fato de se ter verificado o
casamento com infração desta norma não implica a nulidade do ato, mas tão-
somente a aplicação de uma consequência que é a estabelecida no art. 225 do
mesmo Código, a saber: “o viúvo ou a viúva, (...) perderá o direito ao usufruto dos
bens dos mesmos filhos".
 Imperfeitas: são as que, violadas, não alteram aquilo que já se realizou e não
ocasionam nenhuma pena ao infrator. Por exemplo, a obrigação natural das
dívidas de jogo. O indivíduo que perde no jogo não é obrigado, juridicamente, a
pagar. Paga, querendo. A obrigatoriedade do pagamento é de ordem ético-social.
Ninguém poderá, entretanto, chamar à Justiça um parceiro para que efetue o
pagamento do perdido no pôquer ou no pife-pafe. São jurídicas porque, mesmo
ninguém sendo obrigado a pagar dívida de jogo, uma vez efetuado o pagamento,
não pode exigir a devolução.

OBS: Mais que perfeitas: são aquelas cuja violação determina duas consequências: 1) a nulidade do
ato e 2) a aplicação de uma restrição, ou pena, ao infrator. Por exemplo o art. 183, VI, do Código Civil,
que estatui que “não podem casar as pessoas casadas". A primeira consequência é a nulidade do ato.
A segunda consequência é a aplicação de uma pena ao infrator, por crime de bigamia, previsto no
mesmo Código.
BAIXO IMPÉRIO
• Organização Política:
– Poder é exercido pelo soberano, que governa sozinho, sem
repartir o poder com o senado.
– Em 395 o Império Romano é dividido em: Império do Oriente e
Império do Ocidente.
BAIXO IMPÉRIO
• Fontes do Direito:
– As fontes do Direito neste período resumem-se em duas: as leges (e o
nome designa agora as constituições) e o jus, que é o direito criado pelos
antigos jurisconsultos, o direito clássico completado, revisto e interpretado
pelo imperador.
• Leges antes de Justiniano
– As constituições imperiais são compiladas em duas coleções conhecidas
pelos nomes de seus autores: Codex Gregorianus e Codex Hermogenianus.
Os dois códigos são compilações particulares, a primeira coleção oficial de
Leges é o Codex Theodosianus. Teodósio II (408-450) tivera em mente
realizar uma vasta obra de compilação que abrangeria as Leges e o Jus. Este
projeto tornou-se inviável e o imperador nomeou em 435 uma comissão de
dezesseis membros com a finalidade de compilar as Constituições a partir
de Constantino e com amplos poderes para reproduzirem em cada
constituição somente o que possuísse valor legislativo, adaptar as
disposições legais às condições da época e acrescentar o que lhes
parecesse necessário. Uma das características do Codex Theodosianus é a
prevalência do direito público sobre o direito privado, o que se explica pelo
fato de os códigos Gregoriano e Hermogeniano conterem numerosos
rescritos referentes ao último dos dois grandes ramos do direito.
• Compilações de Justiniano
– A decadência acentuada dos estudos jurídicos, a inumerável
quantidade de obras dos jurisconsultos e de leis imperiais haviam
tornado praticamente impossível a aplicação eficiente das regras
jurídicas. Justiniano (527 - 565), que tinha como ideal a unidade
romana e cristã na universalidade do Império e da Igreja, decidiu
empreender à unificação e atualização do Direito mediante a
compilação da massa enorme e confusa de leges e de jura. Surge,
assim, o Corpus Iuris Civilis.

 O Codex
– Em 13 de fevereiro de 528 através da constituição Justiniano
nomeou uma comissão de dez membros para fazer uma compilação
de Leges. A matéria à disposição dos comissionados eram os códigos
Gregoriano, Hermogeniano e Teodosiano, e as novas constituições
de Teodósio II e dos imperadores que lhe sucederam, inclusive as do
próprio Justiniano. Em pouco mais de um ano a obra estava
concluída e o novo código foi publicado a 7 de abril de 529 com o
nome de Codex Justinianeus para entrar em vigor a partir de 16 de
abril do mesmo ano.
 O Digesto (Pandectas)
– Através da constituição Deo auctore de 15 de dezembro de 530 Justiniano
incumbiu a Triboniano, de realizar a compilação do direito contido nas
obras dos antigos jurisconsultos (jura). Triboniano escolheu seus
colaboradores formando uma comissão de dezesseis membros . O objetivo
da compilação era pôr fim às incertezas e confusões provocadas pelo
grande número de obras e opiniões dos jurisconsultos clássicos. Justiniano
rompia assim os estreitos limites estabelecidos pela Lei das Citações,
fornecendo aos litigantes o essencial da jurisprudência numa seleção
levada a cabo por eminentes e atualizados juristas. A comissão tinha
poderes expressos para completar o imperfeito, corrigir e suprimir as
normas caídas em desuso, manter o que se coaduna com a prática
quotidiana ou o que o inveterado costume confirmou.
– O Digesto consta de cinqüenta livros divididos em títulos salvo os livros 30,
31 e 32. As rubricas dos títulos indicam o objeto de cada um. Em cada
título os fragmentos (chamados “leis” pelos antigos) contêm inicialmente
uma indicação do jurista e da obra de que foi extraído o texto.
– Como os compiladores haviam recebido a incumbência de atualizar o
direito, viram-se forçados a fazer interpolações que podem ser substanciais
(implicam importante modificação na substância do direito) ou formais
(que dizem respeito somente à forma do texto ). Estamos aqui em face de
um dos aspectos mais interessantes do estudo do Digesto: a procura das
interpolações através de rigorosos métodos críticos que às vezes
descambaram para uma condenável hipercrítica.
 As Institutas
– Ainda antes da conclusão do Digesto, Justiniano designou
três membros da mesma comissão, Triboniano, Doroteu e
Teófilo, para a redação de um breve tratado elementar de
Direito, as Institutiones. Esta obra, dedicada à juventude
desejosa de estudar as leis, obedece ao plano das
Institutas de Gaio. Suas fontes são as próprias Institutas
de Gaio, antigos tratados jurídicos, leis, editos, respostas
dos prudentes e algumas constituições imperiais. Note-se,
contudo, que alguns textos foram elaborados tendo em
vista as inovações introduzidas no campo jurídico. Mais
simples que o Digesto e mais teóricas que o Código, as
Institutas de Justiniano apresentam noções gerais,
definições e classificações que tornam o estudo do direito
fácil e atraente.
 As Novelas
– A atividade legislativa de Justiniano prosseguiu até sua morte. As
Constituições promulgadas a partir da data da vigência do segundo código
chamam-se Novellae e constituem, hoje, parte do Corpus juris civilis. Estas
Novellae, escritas em grego, em latim ou em ambas as línguas, poderiam
ter ensejado uma terceira edição do código. Justiniano chegou a pensar em
tal, mas não levou a cabo o projeto.

 Antinomias
Vamos encerrar este sumaríssimo estudo sobre as Compilações de Justiniano
reproduzindo as regras que devem ser observadas em caso de antinomias entre as
diferentes partes do Corpus Juris Civilis:
– I. Antinomia entre o Digesto e as Institutas : como essas compilações entraram em vigor na
mesma data, constituem uma lei única e as contradições entre elas resolvem-se não pelos
princípios de revogação, mas de interpretação das leis.
– II. Antinomia entre o Digesto ou as Institutas e o Código: este derroga qualquer daquelas
compilações, na parte contraditória, em virtude da regra de que a lei posterior revoga a
anterior.
– III. Antinomia entre o Digesto, as Institutas ou o Código e as Novelas : preponderam estas
últimas, em virtude da regra de que a lei nova revoga a mais antiga.
– IV. Antinomia entre as Novelas: prevalece a mais recente; por força da mesma regra.

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