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ANTROPOLOGIA

DO AMBIENTE
Rui M. Sá
rui.sa@iscsp.ulisboa.pt
1 . A DESCONSTRUÇÃO DO BIOCENTRISMO E
DO ANTROPOCENTRISMO : O POSICIONAMENTO Aula 1
DE UMA ÉTICA AMBIENTAL
OBJECTIVOS DE APRENDIZAGEM
• Perceber o contexto do surgimento de uma Ética Ambiental;
• Explicar e discutir os conceitos de antropocentrismo e biocentrismo;
• Revisitar a emergência da ética ambiental e o contributo de Richard Routley;
• Entender a singularidade da atribuição de novos direitos. A Declaração da
Mãe Terra.
• Analisar diferentes posicionamentos éticos ambientais na Declaração da Mãe
Terra como exemplo de análise de discurso.
IMPORTA PREOCUPARMO-NOS COM O
AMBIENTE? PORQUÊ? PARA QUÊ?
MISSÃO
Quando os antropólogos estão a tentar compreender alguma
problemática ambiental em alguma comunidade, ou em algum
movimento social, ou em diferentes contextos sociais temos
forçosamente de perceber o seu sistema de valorização ética, daí ser
fundamental reconhecer nos diferentes discursos e narrativas dos
diversos actores sociais os seus principios éticos e morais subjacentes.
INTRODUÇÃO
Antes os problemas ambientais não eram reconhecidos como tal, porque a Natureza parecia ser
inesgotável. Os problemas passaram a ser reconhecidos quando passaram a ser vistos como danos que se
podiam evitar ou quando podiam ser empregues meios para os remediar ou pelo menos aliviar.
O LUGAR DO HOMEM NO MUNDO NATURAL
Vários filsófosos se preocuparam em perceber o lugar do Homem na Natureza, mas nenhum se debruçou
sobre uma Ética Ambiental.

Platão (423/428? a.C – 347/348 a.C.) in “Crítias” Aristóteles (384 A.C – 322 a. C.) in “Metereologia”
1. O SURGIMENTO DE UMA ÉTICA AMBIENTAL NA
DÉCADA DE 1970: ENQUADRAMENTO

Maio de 1968 e as crises universitárias


1. ENQUADRAMENTO- DÉCADA DE 1960
Reflexão dobre a condição e a existência humana: nova corrente literária e filosófica: Existencialismo

Sartre Simone de Beauvoir Albert Camus


1. ENQUADRAMENTO: DÉCADA DE 1960
Activismos contra os totalitarismos, os imperialismos e os colonialismos
1. ENQUADRAMENTO: DÉCADA DE 1960

Guerra do Vietname Guerras coloniais/ libertação em África


1. ENQUADRAMENTO: DÉCADA DE 1960
O movimento de Contra Cultura nos EUA
1. ENQUADRAMENTO: DÉCADA DE 1960

A Beat Generation e o movimento anti Os conjurados de São Francisco: O Amor Livre


Nuclear Ginsberg, Burroughs, Cassidy e Kerouac
1. ENQUADRAMENTO: DÉCADADE1960

A Beat Generation e o movimento anti Os conjurados de São Francisco: O Amor Livre


Nuclear Ginsberg, Burroughs, Cassidy e Kerouac
1. ENQUADRAMENTO: DÉCADA DE 1960

Anti Materialismo Os Beatles A espiritualidade e a natureza


1. ENQUADRAMENTO: DÉCADA DE 1960
Os movimentos de libertação pan africanistas

Amílcar Cabral Leopold Senghor


1. ENQUADRAMENTO: DÉCADA DE 1960
HOMEM NOVO

“Um homem novo


Veio da mata
De armas na mao
Nao é soldado
De profissao
É guerrilheiro (…)
Colonialismo
Nao passará
Imperialismo
Nao passará
Veio da mata
Um homem novo”
Zeca Afonso
In “O Homem Novo Veio da Mata”
1. ENQUADRAMENTO: DÉCADA DE 1960
Bossa Nova

"A minha música tem muito da ecologia, do céu, do mar,


dos bichos"

António Carlos Jobin


1. ENQUADRAMENTO: DÉCADA DE 1970
Crise da OPEC em 1973 que expôs a dependência do petróleo

1973 2019
ANTECEDENTES

Rachel Carson “Silent Spring” demonstrou que os


pesticidas usados na Europa apareciam nos pinguins da
Antartida. Desfolheação durante a Guerra do
Vietname- principio de erradicação do mundo natural
Aldo Leopold in “A Sand County Almanac” foi
dos primeiros a solicitor que se estendesse a
ética à protecção dos ecossistemas
O APARECIMENTO DA ÉTICA AMBIENTAL- DÉCADA
DE 1970
O facto do Homem pôr em causa a sobrevivência de
espécies ou ecossistemas inteiros fez mudar a perspectiva
e os eticistas começaram a preocupar-se com o Ambiente.

Na década de 1970 surge um grupo de intelectuais que


dizem que as correntes filosóficas não estão a conseguir
dar resposta sobre o ambiente.
2. O ANTROPOCENTRISMO

”A Criação de Adão” de Miguel Angelo | Capela Sistina| Vaticano


2. O ANTROPOCENTRISMO
Para muitos autores essa incapacidade das teorias éticas
tradicionais devia-se ao seu antropocentrismo: ou seja, o
pressuposto de que os seres humanos e os seus interesses
importam mais moralmente e são por isso superiors enquanto
tudo o resto só importa se afectar os interesses humanos.

As visões éticas anteriores diziam que os humanos não tinham


qualquer obrigação moral para com a Natureza (Aristóteles).

Há ou não uma relação entre humanos e Natureza? Se


existe essa relação então essas visões clássicas falham em
captar essa relação.
2. O ANTROPOCENTRISMO. RICHARD ROUTLEY
Congresso Mundial de Filosofia em 1973 na Bulgária
apresentou uma comuniciação intitulada: “Is there a need
for a new, an environmental ethic?”

“Let us call this principle basic (human) chauvinism-


because under it humans, or people, come first
and everything else a bad last-though sometimes
the principle is hailed as a freedom principle
because it gives permission to perform a wide
range of actions (including actions which mess up
the environment and natural things) providing they
do not warm others.” pp. 207

Richard Routley/ Sylvan


2. O ANTROPOCENTRISMO. RICHARD ROUTLEY
Exemplo mental hipotético: Houve uma catastrophe nuclear e só um ser humano sobreviveu e essa pessoa sabe que vai
morrer e desaparecer. Se houvesse um botão que destruisse todo o resto do planeta (animais, plantas, ecossistemas).
Haveria algo de errado em apertar o botão?
2. O ANTROPOCENTRISMO. RICHARD ROUTLEY
Na perspectiva de Routley as teorias antropocêntricas não podem explicar porque é que é
moralmente e eticamente errado apertar o botao. Se as obrigações morais advêm dos interesses dos
humanos, se os humanos deixam de existir, também as suas obrigações morais deixam de existir.

De outro modo, se o mundo natural só tem valor porque serve os interesses humanos, então no caso
do mundo natural não servir mais os interesses humanos (porque deixamos de existir), então não
pode ter valor, e por isso não há mal nenhum em destruí-lo.

Na tentativa de explicar porque é que seria errado apertar o botão, os primeiros eticistas
ambientais argumentavam que o mundo natural tem valor por si e é independente dos interesses
humanos e que as nossas obrigações morais em relação ao mundo natural não são só uma forma
daquilo que devemos aos nossas companheiros humanos e só percebendo isso é que podemos
chegar a uma ética do ambiente em vez de uma ética para o uso do uso ambiente.
2. O ANTROPOCENTRISMO. RICHARD ROUTLEY
Críticas a Routley:

• Experiencia mental extrema e excepcional de modo que os


julgamentos podem nao ser fiáveis.

Routley responde que o ultimo homem não tem mais interesses humano.
Ele sabe que vai morrer em breve e os unicos interesses que ficam em
jogo são aqueles dos animais não humanos e das plantas, ainda assim
muitas pessoas consideram que é errado destruir os outros seres vivos.

O argumento de Routley contra o antropocentrismo e a favour de outras


forma de vida foi assim persuasivo. Demonstrou que os interesses dos
animais e das plantas devem ser tidos em consideração memso que todos
os animais tenham morrido no ataque nuclear seria errado se o ultimo
homem destruisse as plantas. Assim do ponto de vista ético a vida das
plantas importa.
3. VALOR INTRÍNSECO
Enquanto que as visões antropocêntricas dizem que os seres
humanos ou os seus interesses têm valor por direito próprio e
que tudo o resto só tem valor se beneficiar os interesses
humanos,

As perspectivas não antropocêntricas reclamam que o mundo


natural ou pelo menos partes do mundo natural tem valor por si
mesmo independentemente do seu efeito nos humanos ou nos
seus interesses ou seja, eles têm valor intrínseco.
3. VALOR INTRÍNSECO
As visões antropocêntricas atribuem só um valor
instrumental ou utilitário à natureza (só têm valor como
um meio)

Enquanto que nas visões não antropocêntricas as


coisas valem e têm valor por si mesmas ( o valor como
um fim).

Ponto Fulcral: Descobrir o valor intrínseco da Natureza.

Quanto vale um ecossistema? Quanto vale a Amazónia?


3. VALOR INTRÍNSECO
CRíTICAS
1.
Alguns autores defendem que é possível rejeitar a visão antropocêntrica de não servir
os interesses humanos, mas sem rejeitar que possa servir algum tipo de interessse e por
conseguinte não tem de ter obrigatoriamente um valor intrínseco:
_Exp: o valor de uma planta pode depender dos interesses de alguma entidade divina,
ou os interesses do ecossistema já que tem a sua função, ou os interesses de todos os
seres sencientes é uma visão não antropocêntrica mas sem valor intrínseco.
Para além disso, o atributo do valor intrínseco nem sempre requer a forma como os
primeiros teóricos o fizeram.

2.
O pressuposto de que as coisas podem ter valor como um meio para um fim (valor
instrumental) só se existe algo que tem valor como um fim em si mesmo (valor intrínseco)
parece assumir uma justificação fundacionista de algum tipo. Ou seja, assume que de
forma que as reclamações do nosso valor só podem ser justificadas tem de existir pelo
menos uma coisa que tenha valor independentemente das suas relações com as outras
coisas e que serve como a ultima justificação para todos os outros valores (O bem mais
elevado de Aristóteles).
4. HOLISMO E INDIVIDUALISMO
Que tipo de entidades são moralmente importantes por direito
próprio?

Alguns teóricos argumentam que as pessoas individuais, os animais, as


plantas etc. são valiosos por si, por direito próprio, enquanto que o
valor das coisas maiores como as espécies, os ecossistemas ou a
biosfera têm um valor meramente derivativo dos seus constituintes
individuais.

Exp. Salvar o indivíduo ou o grupo?

As teorias individualistas são geralmente Biocentristas!


4. BIOCENTRISMO

Biocentrismo: a perspectiva que cada ser


vivo importa moralmente por direito
próprio, como o caso dos direitos dos
animais- a perspectiva que alguns ou todos
os animais têm direitos morais.
4. ECOCENTRISMO
Outros argumentos que devemos considerar: o conjunto como os
detentores principais do valor e os valores individuais dependem
do contributo desses indivíduos para o bem do grupo ou do todo.
Esta visão é chamada de holismo. A visão mais comum é chamada
de Ecocentrismo.

Ecocentrismo- a visão de que os ecossistemas importam por


si mesmo e que os indivíduos têm valor em virtude de
pertencerem a esse ecossistema e o contributo que dão
para o manterem a funcionar.
O que importa mais? O indivíduo ou o grupo?
CRÍTICAS ÀS TENDÊNCIAS DOMINANTES

Busca por teorias não antropocêntricas dominaram os primeiros tempos


da ética ambiental. A partir da década de 1990 houve uma maior
preocupação em que a ética ambiental influenciasse as politicas
publicas. Criticavam os primeiros teóricos como se tivesse que existir
um tipo de Monismo moral (a visão de que toda a justificação moral
tem de seguir uma teoria unificada) e defendem um pluralismo moral
(a negação de um monismo moral).
5. PRAGMATISMO
Pragmatistas
Para estes teóricos ao adoptar-se um pluralismo moral isso irá
permitir-nos utilizar os recursos de um numero variado de
abordagens éticas de acordo com a sua utilidade para resolver
diferentes tipos de problemas ambientais.

Correntes:
Pluralismo minimalista- reconhecer que há diferentes tipos de
valores;
Pluralismo prático- a visão de que podemos ter diferentes
normas éticas correctas que nos dão recomendações para a ação;
Pluralismo de princípios- a visão de que um numero de prinipios
éticos mutuamente inconsistentes podem ser todos aceites como
sendo correctos;
Pluralismo teórico- a visão de que um numero de teorias éticas
mutuamente inconsistentes podem todas ser aceites como correctas.
5. PRAGMATISMO E ANTROPOCENTRISMO
Existem também correntes pragmatistas que argumentam que os eticistas
ambientais também devem aceitar o antropocentrismo. Segundo Bryan Norton
muitos dos decisores de politicas publicas bem como muitos cientistas sociais (ex.
economistas) cujas visões afectam as politicas ambientais assumem o
antropocentrismo como verdade-Antropocentrismo Fraco.

Hipótese da convergência- a visão de que as perspectivas antropocêntricas e não


antropocêntricas recomendam as mesmas politicas ambientais. Se ele estiver certo
então, as teorias antropocêntricas cumprem as mesmas funções que as não
antropocêntricas em provocar a mudança nas politicas publicas.

Bryan Norton
5. QUESTÃO DA JUSTIÇA
Questão da Justiça também foi um dos temas discutidos durante
a década de 1990:
Questão das obrigações para com as gerações futuras se existe
de facto alguma obrigação na forma como os recursos naturais
são alocados, na forma como se controla a poluição, etc. Estas
discussões começaram a emergir na década de 1970 e depois
em 1980 sobre a energia nuclear, já que este tipo de energia
produz resíduos radioactivos que vão durar milhares de anos e
por isso pode envolver algum tipo de injustiça intergeracional
impondo custos às gerações futuras para o beneficio das
pessoas actuais.
6. DUAS ESCOLAS DE PENSAMENTO ÉTICO
PARALELAS

Arne Naess e a “Ecologia Profunda”


7. CONSTRUTIVISMO SOCIAL
Natural versus Artificial

As nossas visões sobre o que é natural também são


altamente culturalmente especificas.

Conceitos baseados em construções sociais.

No entanto, será que o mundo natural não existe sem


as nossas interpretações?

Embora os nossos valores culturais e pressupostos


afectam a forma como caracterizamos o mundo
natural, incluindo como compreendemos onde estão
essas fronteiras, permanece também verdadeiro que
algumas coisas que estão contidas dentro desta
categoria (animais, plantas, ecossistemas, ) são o que
são e fazem o que fazem independentemente das
nossas compreensões culturais deles.
8. ÉTICA AMBIENTAL DA VIRTUDE
Ética ambiental da virtude- Na década de 1990 alguns
filósofos começaram a olhar para uma explicação mais directa
sobre o que é mau com a destruição ambiental e o que é bom
com a preservação ambiental. Nesta perspectiva espera-se
que esta ética da virtude seja capaz de demonstrar porque é
que as pessoas actuam de uma forma que seja
ambientalmente responsável apontando as virtudes
manifestas na protecção ambiental.- Bons exemplos virtuosos.
8. NOVAS INCORPORAÇÕES

Pluralismo dos valores e a tentativa de incorporar


novas abordagens sobre o valor de teóricos fora do
domínio da ética sobre o valor do ambiente:
economia do ambiente, estética do ambiente,
antropologia do ambiente.
DECLARAÇÃO DA MÃE TERRA
DECLARAÇÃO DA MÃE TERRA
Preâmbulo

Nós, os povos da Terra:

Consideramos que todos somos parte da Mãe Terra, uma comunidade indivisível vital dos seres
interdependentes e inter-relacionados com um destino comum;

Reconhecemos com gratidão que a Mãe Terra é fonte de vida, alimento, ensino e fornece tudo aquilo que
nós necessitamos para viver bem;

Reconhecemos que o sistema capitalista e todas as formas de depredação, exploração , abuso e


contaminação causaram grandes destruições, degradações e alterações à Mãe Terra, pondo em risco a
vida tal como a conhecemos hoje, produto de fenômenos como a mudança do clima;
DECLARAÇÃO DA MÃE TERRA
Convencidos de que numa comunidade de vida interdependente não é possível reconhecer somente os direitos dos
seres humanos, sim provocar um desequilíbrio na Mãe Terra.

Afirmamos que para garantir os direitos humanos é necessário também reconhecer e defender os direitos da Mãe
Terra e de todos os seres que a compõe, e que existem culturas, praticas e leis que o fazem.

Conscientes da urgência de realizar ações coletivas decisivas para transformar as estruturas e sistemas que causam as
mudanças climáticas e outras ameaças à Mãe Terra;

Proclamamos esta Declaração Universal dos Direitos da Mae Terra, e fazemos um chamado à Assembleia Geral das
Nações Unidas para adota-la, como propósito comum para todos os povos e nações do mundo, com a finalidade de
que tanto os indivíduos como as instituições, responsabilizem-se em promover através do ensino, a educação e a
conscientização, o respeito para com estes direitos reconhecidos nesta Declaração e assim assegurar através de
medidas e mecanismos efetivos e progressivos de caráter nacional e internacional, o seu reconhecimento e aplicação
universal entre todos os povos e países do Mundo.
DECLARAÇÃO DA MÃE TERRA
Artigo 1: A Mãe Terra

A Mãe Terra é um ser vivo.

A Mãe Terra é uma única comunidade, indivisível e auto- regulada, de seres interrelacionados que sustem, contem e reproduz a todos os seres que a compõe.

Cada ser se define pelas suas relações como parte da integrante da Mãe Terra.

Os direitos inerentes da Mãe Terra são inalienáveis porque derivam-se da fonte mesma da existência.

A Mãe Terra e todos os seres que a compõe são titulares de todos os direitos inerentes reconhecidos nesta Declaração sem nenhum tipo de distinção, como
pode ser entre seres orgânicos e inorgânicos, espécies, origem, usos para os seres humanos, ou qualquer outro status.

Assim como os seres humanos possuem os seus direitos, todos os demais seres da Mãe Terra também possuem direitos específicos da sua condição e
apropriados para o seu papel e função dentro das comunidades em nas quais existem.

Os direitos de cada ser são limitados pelos direitos dos outros seres, e qualquer conflito entre estes direitos deve ser resolvido de maneira que seja mantida
a integridade, equilíbrio e saúde da Mãe Terra.
DECLARAÇÃO DA MÃE TERRA
Artigo 2: Direitos Inerentes da Mãe Terra

A Mae Terra e todos os seres que a compõe possuem os seguintes direitos inerentes:

Direito da Vida e a existir;

Direito a ser respeitados;

Direito à regeneração da sua bio-capacidade e continuação dos seu ciclos e processos vitais livre das alterações humanas;

Direito a manter a sua identidade e integridade como seres diferenciados, autorregulados e interrelacionados.;

Direito da agua como fonte de vida;

Direito ao ar limpo;

Direito da saúde integral;

Direito de estar livre da contaminação, poluição e resíduos tóxicos ou radioativos;

Direito a não ser alterada geneticamente e modificada na sua estrutura, ameaçando assim a sua integridade ou funcionamento vital e saudável;

Direito a uma plena e pronta restauração depois de violações aos direitos reconhecidos nesta Declaração e causados pelas atividades humanas;

Cada ser tem o direito a um lugar e a desempenhar o seu papel na Mãe Terra para o seu funcionamento harmônico;

Todos os seres possuem o direito ao bem estar e a viver livre de tortura ou trato cruel por parte dos seres humanos.
DECLARAÇÃO DA MÃE TERRA
Artigo 3: Obrigações dos seres humanos para com a Mãe Terra

Todos os seres humanos são responsáveis de respeitar e viver em harmonia com a Mãe Terra;

Os seres humanos, todos os Estados e todas as instituições públicas e privadas devem:

atuar de acordo com os direitos e obrigações reconhecidos nesta Declaração;

Reconhecer e promover a aplicação e a plena implementação dos direitos e obrigações estabelecidos nesta Declaração;

Promover e participar na aprendizagem, analise, interpretação e comunicação sobre como viver em harmonia com a Mãe Terra de
acordo com esta Declaração;

Assegurar que a procura do bem estar humano contribua ao bem estar da Mãe Terra, agora e no futuro;
DECLARAÇÃO DA MÃE TERRA
Estabelecer e aplicar efetivamente normas e leis para a defesa, proteção e conservação dos Direitos da Mãe Terra;

Respeitar, proteger, conservar e onde seja necessário restaurar a integridade dos ciclos, processos e equilíbrios vitais da Mãe Terra.

Garantir que os danos causados pelas violações humanas dos direitos inerentes reconhecidos nesta Declaração sejam corrigidos e que os responsáveis
prestem contas para restaurar a integridade e a saúde da Mãe Terra;

Autorizar a todos os seres humanos e as instituições a defender os direitos da Mãe Terra e de todos os seres que a compõe;

Estabelecer medidas de precaução e restrição para prevenir que as atividades humanas conduzam à extinção das espécies, à destruição dos
ecossistemas ou a alteração dos ciclos ecológicos;

Garantir a paz e eliminar as armas nucleares, químicas e biológicas;

Promover e apoiar praticas de respeito para com a Mae Terra e todos os seres que a compõe, de acordo com as suas próprias culturas, tradições e
costumes.

Promover sistemas econômicos em harmonia com a Mae Terra e de acordo com os direitos reconhecidos nesta Declaração.
DECLARAÇÃO DA MÃE TERRA
Artigo 4: Definições

O termo “ser” inclui os ecossistemas, comunidades naturais, espécies e todas as outras entidades naturais que
existem como parte da Mãe Terra. Nada nesta Declaração poderá restringir o reconhecimento de outros direitos
inerentes de todos os seres o de qualquer em particular.

Conferência Mundial dos Povos sobre Mudanças Climáticas e direitos da Mãe Terra

Cochabamba, Bolívia| Abril | 2010

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