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Gestão

democrática:
saberes populares
e e instâncias
colegiadas
P R O F. ª D R . ª
G A B R I E L E G R EG G E RS E N

UFF 2019
Gestão e poder na sociedade capitalista
Gestão da Escola Pública
O conhecimento acumulado pelo ser humano na construção coletiva de sua liberdade é
transmitido às novas gerações pela educação, que é dialógica e participativa.
Nesse sentido, ela é direito do cidadão.
A administração é "a utilização racional de recursos para a realização de fins determinados“
(Paro, 1993, p. 18). Administração é mediação. Administrador e administrado.
É preciso os procedimentos, métodos e recursos adequados para alcance desses fins.
É preciso autonomia, descentralização e mecanismos de fiscalização do uso de recursos.
Os objetivos da escola pública são antagônicos e contrários aos da empresa capitalista.
O diretor é o responsável último e o culpado primeiro, dotado de autoridade, mas sem poder.
Conceito de democracia
Princípio geral da gestão democrática
Gestão democrática é gestão compartilhada. Não apenas nas decisões, mas na execução de projetos
e do PPP.
O princípio da gestão democrática foi instituído na Constituição Federal (BRASIL, C. F. art. 206, 1988,
conf. versão de 2006).
Também no artigo 3º da LDB 9394/96 estabelece-se como base do ensino a VIII – gestão democrática
do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino;
Segundo Gadotti (2001), de nada adianta a lei, se os interessados não estiverem cientes do
significado da gestão democrática, que não é uma dádiva, mas uma conquista.
Implica na participação de todos os seguimentos da sociedade nas decisões da escola, abrindo
espaços dinâmicos, marcadamente diversos e inclusivos.
É preciso pensar o trabalho pedagógico coletiva, significativa e colaborativamente, construindo
mediações e métodos para tanto.
Gestão democrática da Escola Pública
A gestão democrática é uma condição para a melhoria das condições e não se deve esperar
Ela é uma utopia no sentido de local que ainda não existe, mas pode vir a existir.
Ela permite a criação de uma comunidade participativa, retirando a gestão do redoma.
Valores como inclusão, justiça, participação e diálogo são próprios da democracia, por isso é tão
importante a implantação do espírito democrático na escola.
A gestão democrática não é tida como opção ao gestor da escola, e sim um direito garantido
pela constituição por ser condição para que se alcance a qualidade do ensino.
Gestão democrática da Escola Pública
Paro fala, como premissa, do ponto de vista da classe trabalhadora.
Como horizonte ele toma “A transformação do esquema da autoridade no interior da escola” (p. 52).
Se esse horizonte se articular com o interesse dos trabalhadores, haverá transformação.
Parte de visão não otimista da escola.
Duplo dilema do diretor: por um lado, é autoridade máxima, por outro preposto do estado; por um
lado é tecnicamente preparado, mas não pode aplicar seus conhecimentos devido à burocracia do
Estado. O problema da gestão não é a administração de recursos, mas a falta deles.
A impotência e falta de autonomia do diretor sintetiza a impotência e falta de autonomia da própria
escola (p.52).
É preciso uma apropriação do saber e da consciência crítica da parte dos trabalhadores.
Gestão democrática da Escola Pública
O Conselho de Escola pode ser essa via de redistribuição do poder e de combate ao
autoritarismo na escola. Mas ainda funciona imperfeitamente em São Paulo.
É preciso que cada escola tenha um “núcleo de pressão”, para reivindicar direitos e interesses
dos populares.
O autoritarismo não se dá somente pela burocracia, mas também pela supressão de recursos.
A participação efetiva de pais e alunos da escola poderia ser incentivada pela liberação de pais
de seu horário de trabalho em dias de reunião na escola.
É preciso pressionar o Estado para prover as condições para a efetiva gestão democrática.
Conselho de Escola
Órgão colegiado
Composição – Lei 444/85:
40% de docentes
5% de especialistas na educação (menos o diretor que preside o Conselho)
5% de funcionários
25% de alunos
25% de pais de alunos.
Gestão democrática da Escola Pública
Apesar de as pessoas valorizarem mais os aspectos burocráticos da gestão do diretor, sua
articulação com a equipe pedagógica é mais importante, pois redistribui o poder.
Para combater a imagem negativa do diretor, o autor sugere que ele distribua as responsabili-
dades na tomada de decisões pelo setores da escola, pois assim, ela mesma recebe poder.
Todos devem estar envolvidos: funcionários, professores, alunos, comunidade para exigir do
diretor e das instâncias maiores as condições e recursos para uma educação de qualidade.
Só então, quando todos tiverem acesso a uma boa educação, é que a escola será verdadeira-
mente pública, empregando métodos e técnicas que atendam às suas necessidades e não aos
interesses alheios.
Cita Cury ao dizer que “participar é dar parte e ter parte” (2011, p. 51).
Gestão democrática da Escola Pública
Os relatos de pais, gestores e membros de Conselhos Escolares demonstraram a resistência dos
diretores em implantar a gestão democrática e a participação em suas escolas e a falta de
interesse e comprometimento dos pais em lutar por uma melhoria na educação, cuja
responsabilidade atribuem exclusivamente ao Estado.
Para combater a evasão e repetência é preciso currículos mais atualizados e uma avaliação
processual, contínua, sistemática e gradativa. Ela deve envolver diversos procedimentos, numa
relação colaborativa que envolva o todo da escola.
É preciso dar acesso ao saber permanentemente acumulado pelas sociedades e gerações, de
forma democrática e contextualizada nos dias atuais. Para isso, é necessária a atualização
permanente dos professores.
Gestão democrática da Escola Pública
Em relato de pesquisa realizada na periferia de São Paulo, constatou-se, além da precariedade
material, também a confusão entre participação executiva e na tomada de decisão;
participação técnica e política.
O diretor se limita à participação executiva e técnica e não cogita a participação da gestão
como um todo, sobre a qual manifesta descrença.
O medo da participação efetiva faz com que até a executiva seja cerceada.
A legitimidade da participação é negada pela baixa escolaridade dos envolvidos.
Não há plano ou previsão da participação por parte da gestão da escola.
Constatou-se a falta de disponibilidade dos pais e de adaptação da direção ao horário deles.
Gestão democrática da Escola Pública
Paro fala ainda dos diferentes condicionantes da participação tanto na escola e na comunidade.
Quanto à cultura escolar, os pais são considerados desinteressados, apáticos, passivos, acomodados,
conformistas, desesperançosos e desprovidos de vontade – inclinação natural.
Os movimentos e entidades sociais populares desmentem essa imagem estereotipada.
Os pais atribuem ao governo toda a responsabilidade pela qualidade do ensino e se isentam.
Eles sentem medo da escola, pelo desconhecido, desconhecimento e medo de represálias.
As entidades sociais da comunidade procuram romper com o paternalismo e clientelismo.
Elas incentivam o aprendizado da participação e a luta pelo objetivo comum da melhoria do ensino,
mas não priorizam a educação nem mantêm relações com a escola.
Gestão democrática da Escola Pública
Quanto ao conceito de OTP, primeiro é um trabalho, e portanto, social, meio de vida.
O homem é ao mesmo tempo natureza e negação da natureza.
O trabalho pedagógico é não material, seu objeto é um serviço. A produção se dá
concomitantemente com o consumo como o ator no teatro e o palhaço no circo.
O produto é mais do que a aula, e o objeto é mais do que o aprendizado, mais do que o aluno, que
não é passivo, como a matéria prima no processo de produção, e é um ser histórico.
As modificações no educando são de personalidade, com atitudes, valores e habilidades.
O capitalismo e a ed. trad. querem reduzir a educação a mercadoria consumível e vendável.
Há dois saberes envolvidos no processo de aprendizado que são objeto de produção o saber-fazer e
o saber-quê que não podem ser completamente desapropriados.
Gestão democrática da Escola Pública
Em Suma: “Há pessoas trabalhando na escola, especialmente em postos de direção, que se
dizem democratas apenas porque são “liberais” com alunos, professores, funcionários ou pais,
porque lhes “dão abertura” ou “permitem” que tomem parte desta ou daquela decisão. Mas o
que esse discurso parece não conseguir encobrir totalmente é que, se a participação depende
de alguém que dá abertura ou permite sua manifestação, então a prática em que tem lugar
essa participação não pode ser considerada democrática, pois democracia não se concede, se
realiza: não pode existir “ditador democrático”. (PARO, 2012, pp. 18-19).
Para ele, o indivíduo só se torna sujeito quando participa e produz uma ação à qual responde.
Mudança de paradigma
Além de Paro, outros pesquisadores do assunto são Gadotti (2001), Silva (1996), Veiga (1997),
Vianna (1986), Libâneo (2004), Lück (2011).
Todos eles discutem formas de democratizar e a gestão da educação rumo a uma educação de
qualidade. Para eles, o trabalho coletivo, quantitativo e burocrático deve virar colaborativo.
Lück chama a atenção para a falta de discussão da gestão escolar por parte dos profissionais, que
estão pouco preparados para o assunto.
Ela estabelece a diferença entre administração e gestão educacional, sendo a última mais
abrangente e complexa, envolvendo não apenas a burocracia, mas também relações humanas.
Também comenta as condições precárias da educação nos dias de hoje, a serem superadas por um
conceito mais abrangente de educação, que englobe todas as necessidades pedagógicas, além da
profissionalização dos gestores. É preciso uma mudança de paradigmas.
Mudança de paradigma
Essa mudança de paradigmas implica em superação de dicotomias, segundo Veiga (1997, p.18): “A
gestão democrática exige a compreensão em profundidade dos problemas postos pela prática
pedagógica. Ela visa romper com a separação entre concepção e execução, entre o pensar e o fazer,
entre a teoria e a prática. Busca resgatar o controle do processo e do produto do trabalho pelos
educadores”.
A gestão democrática é processual e implica no conhecimento da lei e de sua práxis pedagógica
Pela falta disso, segundo Vianna, sempre existiram experiências isoladas de gestão colegiada, mas
sem maiores impactos sobre os sistemas de ensino.
Para Ciavatta (2002, p. 102) a prática social é educativa e no pedagógico há política, assim como
vice-versa. E ainda segundo ela “A educação pode não ser democrática, mas a prática da democracia
é, em si, educativa”.
Instâncias colegiadas, trabalho coletivo e
socialmente referenciado
“Tudo o que agente puder fazer no sentido de convocar os que vivem em torno da escola e
dentro da escola, no sentido de participarem, de tomarem um pouco o destino da escola na
mão, também. Tudo o que a gente puder fazer nesse sentido é pouco ainda, considerando o
trabalho imenso que se põe diante de nós que é o de assumir esse país democraticamente.”
(FREIRE, apud BRASIL, 2006, p. 7)
Para Gadotti e Romão (1997), com a gestão participativa, os segmentos entendem melhor o
que se passa na escola.
Aprende-se democracia na família
Gestão da Escola Pública: Proposta de
Paro
À escola não falta um líder burocrata, mas um colaborador, coordenador geral.
A direção poderia ser assumida por um colegiado democraticamente eleito.
Isto implicaria ser o Conselho Diretivo, e não seu presidente, o responsável último pela escola.
Além do Coordenador Geral, faria parte um Coordenador Pedagógico, um Coordenador
Comunitário e um Coordenador Financeiro (PARO, 1994, p. 447).
O Conselho de Escola continuaria existindo com caráter consultivo e deliberativo. As APM
seriam extintas.
Quanto ao Conselho de Classe, essa sofre o vício de se limitar a provas e jogar a culpa no aluno.
A avaliação tem que ser permanente e que permeie todas as instâncias.
Referências
BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. São Paulo: Saraiva, 2006.

________. Lei nº 9.394/1996, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Congresso Nacional, 1996.

________. Conselho Escolar como espaço de formação humana : círculo de cultura e qualidade da educação / elaboração Lauro Carlos Wittmann... [et. al.]. –Brasília : Ministério da Educação,
Secretaria de Educação Básica, 2006.

CIAVATTA, M. Democracia e Construção do Público no Pensamento Educacional Brasileiro in FÁVERO, Osmar (org.) Democracia e construção do público no pensamento educacional
brasileiro. Petrópolis. RJ: Vozes, 2002

GADOTTI, Moacir. Concepção dialética da educação: um estudo introdutório. São Paulo: Cortez, 2001.

________ & ROMÃO, José Eustáquio (Org.) Autonomia da Escola: princípios e propostas. São Paulo, Cortez, 1997.

LIBÂNEO, J.C. Organização e Gestão da Escola: Teoria e Prática, 5. ed. Goiânia, Alternativa, 2004.

LÜCK, Heloísa. Gestão educacional: uma questão paradigmática. 9ª Edição. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.

PARO, Vitor Henrique. Gestão democrática da escola pública. 3ª ed. São Paulo: Ática, 2012.

_______. Gestão da Escola Pública: alguns Fundamentos. Rev. Bras. Est. Ped. Brasília. V. 75. n. 179/180/181, p. 395-467 jan.-dez 1994.

VEIGA, I. P. A. (Org.) Projeto Político Pedagógico – Uma Construção Possível. Campinas, SP: Papirus, 1997.

VIANNA, I. O. A. Planejamento Participativo na Escola. São Paulo: EPU, 1986.

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